[ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula

luciano cesar lucianocesar78 em yahoo.com.br
Seg Ago 15 17:42:38 BRT 2011


Sobre as questões do senhor Silvio Ferraz:

Muito bem colocadas. Há uma questão aqui que ele não respondeu:


o problema é que sem a associação os modos de contratação estão dispersos...por isto existe o sindicato...mas o sindicato para agir tem de basear-se em uma lei...em que lei ele se baseia? existem itens específicos para a atividade de músico na clt? já falamos aqui antes sobre as definições de profissões para a clt. Mas estamos de acordo com tais definições? Se quisermos mudar algo fazemos como?

silvio

O pessoal do SIMPRATEC está tentando vincular judicialmente a categoria dos músicos no artigo 7, da constituição, salvo engano, que regulamenta a profissão do trabalhador intelectual. Toda a regulamentação partiria desta delimitação para as especificidades. Acredito que, no que se refere a ganhos, tabela de honorarios, etc., quanto mais uniforme for o tratamento dado aos diferentes tipos de músicos, melhor

Alô, Ana...

Concordamos em que a OMB precisa mudar urgentemente, se não for extinta.
Sobreo Eurocentrismo, não sei é se chega a ser uma questão, a gente é tão impregnado de cultura estrangeira, língua, ciência, etc... quanto da nossa própria. 
Abraço, 
Luciano

On Aug 15, 2011, at 11:07 AM, Ana Luisa wrote:
Alô, Luciano
Veja, nem sei se discordo ou concordo com a carta, que obviamente levantou mais questões para as cento e tantas que aqui já foram colocadas. O chato para mim é apenas a "europarte" que impera nessa e em outras colocações. Acho que a carta do André ficaria ótima se tirasse toda a música que ele desconhece. Mas também pode me colocar na fila dos descontentes se música não for séria, como qualquer outra profissão (ahnn...e com o que concordamos na carta dele mesmo?)

--- Em seg, 15/8/11, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:

De: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
Para: "Ana Luisa"
 <tempoqueleva em yahoo.com.br>
Data: Segunda-feira, 15 de Agosto de 2011, 2:13

É, pois é, Ana. Concordo com a posição do André (o eurocêntrico do Scriabin), mas se for pra deixar de pensar na música como coisa séria, por favor, me fuzilem.

Luciano



--- Em sáb, 13/8/11, Ana Luisa <tempoqueleva em yahoo.com.br> escreveu:

De: Ana Luisa <tempoqueleva em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
Para: "Marcos Filho" <marcosfilhomusica em yahoo.com.br>
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Sábado, 13 de Agosto de 2011, 23:38

Que coisa... pois foi essa mesma carta do André que me deixou chateada, pelos "paupérrimos
 Beatles" e coisas afins. A música não é instrumento científico? porque não pode ser? É só para curtir? Interessante o tom aparentemente menos sério, menos empolado, desafiador, talvez. Mas, se assim realmente o fosse, o colega provavelmente não teria que se defender com seu gosto refinado entre parênteses, ne c'est pas?Nada contra ninguém e dúvidas muitas sobre a OMB, mas o entendimento entre o Jorge Antunes e o que lhe pediu desculpas (desculpem-me também, são muitas manifestações), ainda parecem mais próximas de um entendimento entre os povos musicais.Daqui da fila de trás dos compositores, mas numa seriedade danada,um abraço a todos,Ana

--- Em sáb, 13/8/11, Marcos Filho
 <marcosfilhomusica em yahoo.com.br> escreveu:

De: Marcos Filho <marcosfilhomusica em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula
Para: "Anppom" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Sábado, 13 de Agosto de 2011, 16:59


Muito bom Andre,
Há muito tempo não via uma mensagem tão lúcida nesta lista. Sei que mexe com os egos de muita gente. 
Um abraço, 
Marcos Filho. 
Enviado via iPhone
Em 12/08/2011, às 18:41, Graziela Bortz <g_bortz em hotmail.com> escreveu:


Adorei isto, particularmente a última frase! Obrigada, André. Graziela Bortz.

Date: Thu, 11 Aug 2011 12:43:27 -0300
From: andrefadel em gmail.com
CC: anppom-l em iar.unicamp.br
Subject: [ANPPOM-L] STF e OMB - uma questão ridícula

 
  
Uma questão ridícula 
Um dos grandes males dos dias hoje é haver tantas pessoas que levam música a sério. E olha que muitos me tomam como “músico sério”. Isto tudo é uma grande bobagem. Independe de eu fazer da música o meu ganha-pão ou não. Tem a ver com o entendimento do que música representa para as sociedades. Ou para cada um de nós. Se alguém acha que a má execução de música oferece risco, desculpe-me, mas então somos baratas sobrevivendo à hecatombe nuclear midiática, com bombas de hidrogênio que já explodiram do calibre de “sertanejo universitário”, “leidi gagas”, “bítous” e outras coisitas más.(Parêntese: adoro Scriabin. Adoro Schoenberg. Adoro rock progressivo, Bach, Messiaen. Adoro algumas coisas da MPB. Até mesmo do paupérrimo Beatles eu escuto uma coisa ou outra. E daí? Daí que eu não me importo com os gostos de mais ninguém, e muitos deveriam fazer o mesmo.)Não me importo se no barzinho ali embaixo estão tocando
 Iutchú, exceto se o volume estiver me incomodando. Não me importo se a articulação que o cravista faz numa Partita de Bach é “errada”, “historicamente acurada” ou virada do avesso. Se me agradou, tentarei expor meus argumentos para conseguir entender aquilo que me agradou - e farei o mesmo se não me agradou. É claro que para isso a gente precisa de estudo, leitura, conhecimento e vivência. Mas só farei esse esforço se eu estiver realmente a fim, porque música não é objeto científico. Música é para se curtir. Eu me importo com a dimensão ridícula que algumas discussões podem alcançar.Mesmo quanto àquela música que foi feita para NÃO se curtir, o fato de ela ter sido criada já significa que alguém se divertiu com a ideia. Música está relacionada com o prazer, seja por criá-la, tocá-la, ouvi-la e, para aqueles que estiverem a fim, analisá-la e dissecá-la como se fosse um sapo (com a diferença que, dissecando um sapo
 a gente aprende biologia e a fazer ciência de verdade. Análise musical nunca vai levar à descoberta de uma vacina). A pergunta que todos deveriam se fazer é: o que a música representa na minha vida? Por que ela é importante pra mim, especificamente?Há uma grande diferença em refletir sobre isto e querer imputar uma importância que na maioria das vezes inexiste para o vizinho. Eu e 99,9% das pessoas não estamos nem aí para as análises subjetivas de obras desconhecidas de compostores obscuros e que, muitas vezes, são horrorosas (para mim!). Eu sei também que quase ninguém se importa com a obra de Scriabin, mas eu me importo, e não estou nem aí se outros nem ouviram falar. Vou continuar tocando, estudando e divulgando sua obra com o mesmo prazer, mesmo que haja uma hecatombe de verdade e eu fique sozinho no mundo.Isto faz de nós uma tribo com infinitas confrarias e precisamos saber conviver uns com os outros. Não significa que devemos
 ficar metendo o dedo no nariz alheio.Quando eu era adolescente, eu me perguntava como é que meus amigos não conheciam Bach? Como é que eles não se emocionavam com uma sonata de Beethoven? Eu ainda acreditava que a música era uma linguagem universal – o que também é uma enorme bobagem.Mas que diabo isto tudo tem a ver com a decisão do STF? Ora, os Ministros simplesmente conseguiram discernir a natureza da música com a natureza de outros campos do conhecimento. Querer policiar a execução profissional de algo que se faz para se curtir é a mesma coisa que querer criar uma Ordem dos Aeromodelistas, ou uma Ordem dos Passeadores de Cachorros. Criar “delegacias” para tutelar se um violonista de bar está “autorizado” a exercer sua profissão ali é o cúmulo do ridículo.O mesmo não acontece com o Conselho de Medicina. Experimente levar sua mulher a um obstetra incompetente para ver o que acontece.Músicos, não se levem tanto a sério,
 por favor. 
André FadelPianista e compositor 
 
 
 
 
 

 


 
2011/8/8 SBME . <sbme em sbme.com.br>

Colegas:

Vejo que existe um intenso movimento de colegas em difundir a notícia sobre a decisão do STF.

Mas não vejo qualquer iniciativa em incentivar a discussão sobre a questão.

Vejo com muita preocupação os argumentos usados pelo ministros para decidir o que decidiram.
Refiro-me aos argumentos, e não à decisão.


Ellen Gracie alegou que  o registro em entidades só pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados".

Isso é verdade?
O mau exercício da profissão de músico intérprete não representa risco social?
Imagine um grupo social ouvindo a execução de uma obra contemporânea, nada conhecida, ou conhecida apenas de outro grupo social, mal tocada, cheia de desafinações, erros, saltos, etc. Nessas circunstâncias o público, sem perceber se estava tudo certo ou errado, recebe aquela execução como se ela representasse a realização fiel da partitura.

Nesse caso, o mau músico intérprete, realizador da performance cheia de erros, não estaria provocando consequências desastrosas para a sociedade?

O ministro Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse registro pois a música é uma arte.

O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.

Mas, dentre as artes, a Música é a única que se utiliza do Triângulo da Comunicação para chegar ao público.

O pintor, o poeta, o cineasta, o escultor, colocam suas criações artísticas diretamente no suporte, e o público tem acesso à fruição da arte contemplando o suporte diretamente.
A música instrumental não vive esse processo simples. O compositor coloca sua criação num suporte, a partitura, plena de signos representativos, que deverão ser decodificados por músicos instrumentistas. Essa decodificação exige profundo conhecimento técnico.


À salutar discussão!!!
Abraços,
Jorge Antunes






Em 1 de agosto de 2011 19:49, Rogerio Budasz <rogeriobudasz em yahoo.com> escreveu:








Matéria da Folha de hoje <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml>

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Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF

FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de classe para exercer sua profissão.


Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar profissionalmente se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.

Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar documento de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder se apresentar.


A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido quando chegar no tribunal.


Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades só pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados", afirmou.


O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.


Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas, por entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.


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