[ANPPOM-L] A Anppom e Ordem dos Músicos do Brasil

silvioferrazmello silvioferrazmello em uol.com.br
Qua Jan 26 09:44:33 BRST 2011


esta mensagem do rodolfo me faz lembrar que outro dia ainda, nesta lista de debates, acabei apagando um mail em que me perguntava:
será que a música que faço é música para os fulanos da OMB? 
o problema é que a minha expectativa é que a resposta deles seja : "isto não é música", pois assim tanto o que faço qto aqueles que tocam o que faço saem da jurisdição da ordem....
mas se a resposta for que "é música ruim" (como manifestou-se uma vez um cricri americano que vive passeando pela bienais do rio), aí dançou.




On Jan 25, 2011, at 1:56 PM, Rodolfo Caesar wrote:

> Excelente toda essa conversa sobre a OMB!
> 
> Obrigado, Paulo, por trazê-la, e aos demais pelas ótimas contribuições.
> Gostaria de acrescentar que há uma questão mais profunda a ser
> desdobrada, e de interesse acadêmico: o exame das causas que
> possibilitaram a criação de um
> monstrengo desses. Poderia render uma dissertação de mestrado.
> O Silvio disse que foi José Siqueira, comunista, durante os anos JK.
> Isso é uma ponta. Há que saber ainda: qual seria a intenção, vinda de
> um militante do partido, em fundar um órgão que esvaziava o já débil
> sindicato? Alguma estratégia especial?
> Num período em que não precisaria da força bruta (de uma futura
> ditadura) para se instalar, que apoio teve a OMB? Ou melhor: com
> que/quanta conivência da classe ela contou? Para quê montar uma
> instituição que não ajudava o músico contra o patrão, mas contra o
> colega? Ah, diriam, 'um mau colega', picareta, charlatão... (O que era
> um charlatão em música? Um 'erudito' que não sabia solfejar tríades?
> Um 'popular' que não conseguia tocar tamborim?) Seria somente um caso
> de escandalosa preservação corporativa em escala nacional. A que
> preço?!
> Interessante fazer um paralelo com o mundo das Artes Plásticas
> 'eruditas' daquele período,  às voltas com o concretismo e o
> neo-concretismo, expressões radicais que mexiam, como qualquer
> vanguarda, com o conceito de arte do senso comum. (OK, diriam que era
> um projeto fundado na importação de modelos europeus...). Exatamente
> no mesmo momento a nossa classe musical resolve inventar uma 'Ordem'
> com poderes suficientes até para exercer autoritariamente - retirando
> do esforço e da responsabilidade do indivíduo comum - o juízo estético
> de determinar o que seria ou não música. (Agora sim, uma invenção
> digna de exportação, porque deve ser a única no mundo.) Enfim, com a
> OMB intalada o indivíduo comum passava a ter uma instância superior
> tomando decisões estéticas por ele.
> 
> 
> Saudações,
> Rodolfo Caesar
> 
> On 1/24/11, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> wrote:
>> 
>> Olá,
>> 
>> Excelente a idéia do Paulo, seria muito interessante esta
>> posição oficial, até mesmo para reforçar a relevância política da
>> ANPPOM.
>> 
>> Abraços,
>> 
>> 
>> Daniel Lemos
>> Professor Assistente I
>> Curso de Música - Departamento de Artes (DEART)
>> Fórum de Pedagogia da Performance
>> ENSAIO - Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance
>> Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
>> 
>> 
>> 
>> 
> ________________________________________________
> Lista de discussões ANPPOM
> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
> ________________________________________________




Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L