[ANPPOM-L] RES: Sobre CAs e esclarecimento de informações sobre produtividade

silvioferrazmello silvioferrazmello em uol.com.br
Qua Mar 16 11:04:57 BRT 2011


sem dúvida é mais importante.
andei respondendo diretamente para martha e rogério e acabei não postando na lista.
mas esta questão incomoda pois diz respeito ao que está sendo produzido em contraponto a quem está qualificando esta produção.
existe ai um descompasso, pois embora sejamos uma sub-área, nem sempre alguém de uma fatia da sub-área entende o que se passa na outra fatia, de fato somos uma área (música) com sub-áreas em musicologia, composição, performance e educação, e nessas sub áreas ainda existem sub-sub (etnomusicologia, eletroacústica, sonologia, performance historicamente amparada, etc) e cada fatia tem uma bibliografia (o que é interessante é que o que é musicologico está bem qualificado e o que diz respeito a outras áreas em grande parte nem é contemplado pelo qualis...o que denuncia este quadro de defasagem entre quem qualifica e quem produz...e não me refiro aqui a nenhum nome específico pois sequer leio quem são as pessoas das comissões).

fica então a sugestão para que as equipes que trabalham nessas qualificações sejam realmente representativas deste quadro amplo, e não limitadas a uma ou outra vertente.

no fundo é o mesmo problema da omb, quem representa e o que representa.

abs
silvio 

On Mar 15, 2011, at 7:29 AM, Rodolfo Caesar wrote:

> Acho que debater esse assunto na anpom vindoura seria muito mais oportuno, porque nos afeta mais diretamente do que o da OMB.
> 
> 
> 
> 2011/3/13 Heloisa e Wagner Valente <whvalent em terra.com.br>
> olá, Rogério, Martha e demais participantes da discussão,
> 
>  
> este debate começou com uma pergunta minha de origem pragmática (quais os 'mais-mais' da Capes/ CNPq que chancelam o 'ser produtivo'). Aí seguiram-se questões complexas.
> 
>  
> assim como o debate sobre a Ordem dos Músicos, que tal se esse assunto fosse objeto de um tempo-espaço, no próximo congresso? Fica, aí, a sugestão para os organizadores.
> 
>  
> Rogério: O que você menciona relativamente às publicações, também vale para os cursos. Ao abrirmos o Lattes, já dá a nota atual do programa de pós-graduação que frequentamos e que nos concedeu o diploma....
> 
>  
> enfim, muito há a se fazer, não?
> 
> boa semana a todos,
> 
> Heloísa
> 
> De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Rogerio Budasz
> Enviada em: quarta-feira, 9 de março de 2011 15:23
> Para: Martha Ulhôa
> Cc: “anppomlist“ “anppomlist“
> Assunto: Re: [ANPPOM-L] Sobre CAs e esclarecimento de informações sobre produtividade
> 
>  
> Oi Martha, colegas
> 
>  
> Um problema sério ocorre quando essas listas são usadas em concursos públicos para qualificar a produção dos candidatos: Vc publica num periódico internacional A1, ele aparece no ano seguinte depois desaparece. Quando vc vai fazer o concurso ele não está na lista da CAPES/CNPq. Fora isso, um periódico nacional pode ser muito fraquinho nos primeiros anos depois fica ótimo, ou vice-versa, e de fato nessas listas eles mudam constantemente de categoria. Nesse caso escolher um periódico para publicar fica sendo como fazer uma aplicação na bolsa. Eu publico quando o periódico é Z9, anos depois ele vira A1 e meu artigo é valorizado. Duvido que a banca vai verificar qual era a pontuação daquele periódico no ano em que o artigo foi publicado...
> 
>  
> Fora isso, se o candidato não vinculado a nenhuma pós faz um concurso e tem publicado fora do país, os periódicos em que ele publica tem uma alta probabilidade de não constarem das listas da CAPES/CNPq, pois estas são alimentadas pelos pesquisadores que já são vinculados aos PPGs, ou seja, quem já tem emprego...
> 
>  
> Na minha humilde opinião essas listas são instrumentos da CAPES e CNPq -- elas são relevantes aos PPGS apenas em relação àqueles órgãos. Elas funcionam muito bem para avaliar anualmente a produção dos PPGs e não deveriam ser utilizadas para outras finalidades--especialmente para concursos públicos--a não ser que venhamos a compilar uma lista de todos os periódicos do planeta, em todos os idiomas, avaliados em cada um dos últimos 50 anos.
> 
> Mas se for esse o caminho daqui a pouco também vamos querer avaliar livros, edições musicais, gravações, concertos e composições musicais.
> 
>  
> abraços
> 
>  
> Rogério
> 
>  
>  
>  
>  
>  
> Caro Sílvio, QUANDO alguem das pos publicarem na Leonardo ou a jnmr serão provavelmente classificados em A1.
> 
>  
> A listagem no CNPq não são para os representantes, mas para a comunidade que sempre se renova e não está a par dos critérios. E, principalmente para as comunidades internas das IES, onde em muitas Artes não recebe pontuação equivalente às outras áreas.
> 
>  
> Ab. Mt.
> 
> Em 6 de março de 2011 22:40, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:
> 
> cara marta e colegas 
> 
> desculpem-me mas a leonardo e a journal of new music research não são revistas que devam ser avaliadas em abaixo de A1 pois é assim que internacionalmente elas são qualificadas...
> 
> também qto a intermediações, desculpem-me. É mto complicado dizermos que os representantes de artes não conheçam a Leonardo e sua importância.
> 
>  
> acredito q mais importante que argumentos que justifiquem a ausência das revistas seria pensarmos em como resolver este, que sem dúvida é um erro.
> 
>  
> abs 
> 
> silvio
> 
>  
> On Mar 6, 2011, at 4:52 PM, Martha Ulhôa wrote:
> 
> 
> 
> 
> Damián, só um esclarecimento sobre o QUALIS. São listadas apenas os periódicos onde houve publicação registrada no coleta CAPES.
> 
>  
> Houve uma ocasião em que estávamos colocando a listagem dos periódicos que considerávamos importantes como indução, incluindo esses que vc indicou. Só que a lista nossa de A1 ficou muito grande e tem uma norma que diz: A1<A2 e A1 + A2 + B1 = ou < 20 % de toda a produção. Assim, resolvemos só listar e classificar a produção efetivamente publicada.
> 
>  
> No entanto, a CA de avaliação ao verificar que tem alguma publicação registrada de padrão alto ela leva isto em consideração, assim como os consultores ad hoc ao emitir o parecer de mérito.
> 
>  
> POR OUTRO LADO, as representações estão aí para intermediar as necessidades e melhorar a forma de avaliação por pares. Nossa legitimidade enquanto comunidade acadêmica só existe enquanto pudermos estabelecer critérios aceitáveis não só interna quanto externamente.
> 
>  
> Sugiro que levem o assunto para o CNPq, para que a agência tome conhecimento de que a área de Artes tem muitas especialidades, uma vez que abriga Artes Cênicas, Artes Visuais e Música. Segundo, apesar de a área ter se expandido bastante, nem todos cursos de graduação de artes tem pós-graduação estrito senso. Terceiro, a área de Artes está em consolidação na pesquisa, o que significa que ao FAZER AVALIAÇÕES INTERNAS (concursos docentes, acesso a fomento nas próprias IES) a ausência de um QUALIS abrangente (com uma listagem ampla e não somente a listagem dos veículos onde se publicou no ano/triênio) pode prejudicar a área.
> 
>  
> Em relação ao respeito pela produção artística creio que isto só se dará quando conseguirmos refinar os critérios de modo que qualquer avaliador da área (pois em qualquer lugar existem as câmaras por área do conhecimento - no CNPq a música sempre foi respeitada porque se recusa a ser avaliada por não músicos - ISTO É ESSENCIAL - A AVALIAÇÃO SÓ PODE SER FEITA POR PARES) possa ele mesmo inferir o nível da produção, mesmo se esta se der fora do âmbito da pós-graduação, onde tem sido classificada.
> 
>  
> Vai demorar o tempo que a área leve para refinar os critérios e a comunidade aprenda a valorizar a produção artística, indicando no LATTES os índices para sua qualificação (Ineditismo, estréia, primeira audição; Instituição promotora ou evento; Abrangência da produção: duração e extensão do evento, temporada, turnê, festival; Reconhecimento dos pares: processo de seleção ou convite formal; prêmios).
> 
>  
> Você deve saber que a CAPES não lida com pesquisadores isolados, mas com Programas de Pós-Graduação. Mas, as recomendações para os PPG valem também para os currículos individuais (vou parafrasear): É recomendável sublinhar as produções que são fundamentais, no mérito. Evitar informar eventos repetidos de uma mesma produção ou repertório, sendo melhor aplicável o conceito de turnê, temporada ou série; isto também se aplica ao caso de atuações múltiplas numa mesma capacidade junto a um mesmo grupo.
> 
>  
> Arre! Falo mais que o homem da cobra...
> 
>  
> Ab. Mt.
> 
>  
> Em 3 de março de 2011 12:41, Damián Keller <musicoyargentino em hotmail.com> escreveu:
> 
> 
> 
> 
> Cara Heloísa,
> 
> 
> 
> A questão que você
> coloca é fundamental. A nossa produtividade como pesquisador é
> avaliada pelo número de publicações e pela consistência da
> produção. Essa avaliação tem impacto na avaliação dos cursos
> feita pelo MEC, e a avaliação dos cursos – entre outros fatores –
> determina a verba disponibilizada pela Capes e pelo MEC. Quer dizer,
> se a avaliação não é feita de forma clara e objetiva é possível
> criar um ciclo destrutivo e excludente.
> 
> 
> 
> Lembro de algumas
> colocações da nossa representante - Martha Ulhoa - durante o
> encontro da Anppom em 2009. Uma das conquistas foi a criação do
> Qualis Artístico. Esse é o primeiro passo para conseguir a paridade
> entre a produção artística e a produção científica. Eu acho que
> ainda estamos muito longe disso.
> 
> 
> 
> Entre os vários
> problemas do sistema de avaliação atual, aqui tem os mais óbvios:
> - A Capes tem uma lista
> com revistas avaliadas com Qualis A internacional. Nessa lista não
> aparecem algumas das principais revistas da área de composição:
> Journal of New Music Research, Leonardo Music Journal, etc.
> http://qualis.capes.gov.br/webqualis/ConsultaListaCompletaPeriodicos.faces
> 
> 
> 
> - Os eventos
> internacionais mais importantes não são avaliados: ISME, ISMIR,
> ICMC, SMC, etc.
> 
> 
> 
> - Na avaliação de
> projetos de pesquisa são aplicados três filtros:
> 
> 1. instituições que
> não têm pós-graduação em música não recebem apoio da Capes.
> Isso gera uma migração centrípeta: quem não tem pós não atrai
> doutor, e sem doutor não tem pós... Isso é particularmente grave
> na região Norte.
> 
> 2. Projetos de pesquisa
> em arte não têm prioridade. Concorrendo em editais nacionais é
> comum receber o parecer “projeto com mérito mas área não
> prioritária”. E o que é totalmente devastador para grupos de
> pesquisa incipientes fora das regiões centrais...
> 3. “O projeto tem
> mérito mas não atende as necessidades regionais”. Ou seja, se
> você vive em uma região pobre – digamos no Norte do Brasil –
> você não merece fazer pesquisa de ponta em arte. Como estão
> faltando pedreiros nas usinas é melhor você ir trabalhar em Belo
> Monte ou no Rio Madeira.
> 
> 
> 
> (Desculpas pela última
> frase, tem horas que dá desânimo...).
> 
> 
> 
> Abraço,
> Damián
> 
> 
> 
> 
> Dr. Damián Keller -
> Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre -
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