[ANPPOM-L] Projeto resgata obras de compositores perseguidos pelo nazismo

Jorge Antunes antunes em unb.br
Sáb Mar 26 08:41:29 BRT 2011


*Projeto resgata obras de compositores
perseguidos pelo nazismo*

Fonte:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14941773,00.html
 DW- WORLD.DE <http://world.de/>
DEUTSCHE WELLE

<http://www.dw-world.de/popups/popup_lupe/0,,14941773,00.html>
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<http://www.dw-world.de/popups/popup_lupe/0,,14941773,00.html>*
 Pesquisadores de uma universidade do Texas buscam registros e obras de
músicos que foram forçados a interromper a carreira após a chegada dos
nazistas ao poder.


 O músico Timothy Jackson, professor da Universidade do Norte do Texas, em
Denton, nos Estados Unidos, vem trabalhando num projeto importante para a
música: resgatar os trabalhos de dez compositores que ficaram "perdidos" na
história. Sobretudo por conta da ascensão do nazismo na Alemanha.

Um desses compositores é Paul Kletzki. Nascido em 1900 na cidade polonesa de
Lodz, Kletzki logo se tornou uma das estrelas do cenário musical alemão.
Respeitado por compositores e maestros, alcançou particular sucesso em
Weimar, com suas sinfonias e concertos ao piano.

Só que Kletzki era judeu, e os compositores judeus eram proscritos pelos
nazistas, não interessando a que tipo de música se dedicassem. "Quando Paul
Kletzki estava começando a estourar, Hitler chegou ao poder (em 1933) e o
compositor percebeu que seu futuro estava arruinado", conta Jackson.

Primeiramente, Kletzki fugiu para a Itália. Em seguida foi para a Rússia e
logo depois para a Suíça. Traumatizado com as atrocidades dos nazistas – ele
perdeu os pais e a irmã na perseguição – Kletzki parou de compor em 1942 e
enterrou os papéis com suas músicas dentro de uma caixa.

*Arte desenterrada*

A caixa foi descoberta em 1964, mas o compositor não pôde ir ao local
abri-la. Apenas após a sua morte, em 1973, a viúva, Yvonne, viu que todas as
composições permaneciam intactas. Ela repassou todo o trabalho do marido
para Timothy Jackson e desde então várias das composições de Kletzki foram
gravadas em CD. A última gravação, um concerto de piano, chegou a ser
indicado ao Grammy deste ano.

De acordo com o curador musical do Museu Memorial do Holocausto dos Estados
Unidos, Bret Werb, vários compositores perseguidos pelo regime nazista vêm
sendo redescobertos e seus trabalhos resgatados após vários anos, em
pesquisas realizadas em diversos lugares do mundo. Werb ressalta que a
Internet tem facilitado e intensificado o intercâmbio de informações. Com
isso, se sabe cada vez mais sobre esse período perdido.

"Não fosse isso, grande parte da música produzida naquele tempo ficaria
perdida", diz Werb. "É nosso dever dar uma segunda chance àqueles que foram
injustiçados no passado".**

*Músico na guerra*

Outro nome importante revelado pelas pesquisas foi o do músico Reinhard
Oppel. Jackson chegou a ele quando estava pesquisando sobre músicos
contemporâneos do famoso teórico de música Heinrich Schenker, de Viena, logo
no começou de seu projeto, no início dos anos 1990. Oppel e Schenker haviam
sido professores na Universidade de Kiel.

O pastor Kurt Oppel, de 80 anos de idade e residente em Heidelberg, era
filho de Reinhard Oppel. Ele lembra que seu pai era um homem incomum e
interessante, que conseguia ser "dócil e colérico ao mesmo tempo". Ele era,
sobretudo, um músico. Ele aprendeu a tocar órgão aos seis anos de idade,
antes mesmo de entrar para a escola, e trombone, aos 60.

Reinhard Oppel nunca fizera segredo da sua má vontade em relação aos
nazistas. Aos 62 anos de idade, já enfrentando graves problemas cardíacos,
foi chamado para uma inspeção militar. Ele morreu em 1941.

Após a guerra, seu filho Kurt foi para a Alemanha Ocidental, deixando as
obras parcialmente enterradas ou em caixas de margarina numa casinha de
jardim de amigos da família.

*Compositores perdidos*

O pesquisador Jackson também busca também detalhes da história de sua
própria família. Sua mãe foi uma artista e cresceu sob a sombra do
Holocausto. Por meio de suas buscas, ele espera descobrir mais "compositores
perdidos". O professor afirma que grande parte de suas descobertas acabam
vindo à tona por "acaso", dependendo de quanto os familiares pretendem
resgatar de seus ancestrais.

"Nós esperamos que suas músicas não sejam relacionadas a arte proibida ou de
compositores exilados, ou mesmo consideradas músicas do Holocausto. Mas que
as obras sejam vistas, simplesmente, como música", defende Werb.

Autora: Christina Bergmann (msa)
Revisão: Roselaine Wandscheer
*"Quando os missionários chegaram,
*
*os africanos tínhamos as terras e eles a Bíblia.
Eles nos ensinaram a orar de olhos fechados.
Quando abrimos os olhos,
**nós tínhamos a Bíblia** e eles as terras."*
Jomo Kenyatta*
*primeiro presidente do Quênia,
após o fim da colonização britânica
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