[ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música

silvioferrazmello silvioferrazmello em uol.com.br
Sex Nov 4 09:51:11 BRST 2011


o problema todo é a ingenuidade.

temos de distinguir editais apra ingresso em pós graduação e editais de concursos de professores.

falamos de interdisciplinaridade etc.
mas fica difícil falar sobre isto qdo os editais fecham perfis específicos.
acontece que ao definir-se o perfil de candidato sua formação é um dos componentes de qualquer edital.
e feito o edital não há como entrar com recurso. 

para ingresso em pós-graduação ninguém rechaça o engenheiro ou o músico, existe uma prova, uma entrevista, análise de projeto.

mas o problema são justamente os editais que fecham a formação: existem diversos atualmente abertos (seja fechando para formação musical, seja para formação em área de engenharia...sendo todos para ingresso em departamentos de música)

abs
silvio

On Nov 3, 2011, at 12:56 PM, Alexandre Torres Porres wrote:

> > Quanto a questão que o Silvio colocou e o Dudu comentou. 
> > Em julho estive em uma universidade norte-americana (...)
> > Lá eles aceitam mestrandos e doutorandos de todas as áreas (...) 
> > Agora a questão, acredito, é mais do que criar interdisciplinas, 
> > mas começarmos a vislumbrar além disso: ações transdisciplinares 
> > me parecem, mais do que nunca, necessárias.'
> 
> Olá, estou meio confuso com as mensagens, não vi a mensagem do Du Dú cair aqui na Anppom mas em outra lista. Seria isso né?
> 
> O Sílvio chamou atenção pra algo interessante, que a gente não havia listado. Todo mundo pode vir fazer pós na área de música, legal, mas e o músico? pode migrar lá pra engenharia na pós? ou vai ser rechaçado? 
> 
> 
> Pois, quanto a isso, sim! podem migrar sem serem rechaçados. Conheço um colega da Unicamp que foi pra engenharia. Outros que migraram pra outras áreas das humanas (Letras e Filosofia), e eu ainda considerei fazer doutorado na Computação por essa ser uma possibilidade.
> 
> Mas enfim, na verdade não é "oba-oba", ninguém cai de pára-quedas e migra na louca, tem que mostrar a que veio e se mostrar capaz de ter uma boa formação básica e específica. E na música não é diferente. Como comentávamos aqui.
> 
> Agora, tem duas questões nessa jogada, a que estamos comentando, da interdisciplinaridade, que eu acho necessária, ou ainda uma formação híbrida/mista que já traz uma diversidade. E tem outra questão que eu quero focar aqui.
> 
> Se o sujeito é posto à prova, e passa por um crivo de exame de instrumento, portfolio de peças, prova de análise harmônica, história, fora o projeto e entrevista com a banca, então temos uma lógica que a titulação em um nível maior, de pós, prevalece sobre uma graduação, certo? 
> 
> - Daí que eu pergunto; é uma incoerência burrocrática desconsiderar isso na hora de exigir graduação e mestrado na mesma área?
> 
> Porque então quando se busca alguém que tenha essa formação específica de músico, exige-se que tenha graduação e mestrado na área?
> 
> Tem um problema de lógica aqui? Se isso acabar ocorrendo, seria razoável questionar e tentar entrar com alguma espécie de apelo ou recurso?
> 
> Obrigado pela atenção
> porres
> 
> ps. Du Dú também relacionou essa discussão a um edital da UFPB, mas minha intenção não é entrar no mérito específico desse caso, e sim discutir essa questão de um modo geral, pois é um fato presente na maioria dos editais.
> 
> 
> Em 2 de novembro de 2011 11:18, Marcelo Carneiro de Lima <marcelo.arcos2 em gmail.com> escreveu:
> Oi para todos,
> Eu concordo com o Daniel que recentemente deu provas do quão vitoriosos têm sido os professores de música do Brasil. As infras jogando contra, e o pessoal resisitindo, batalhando. A questão não está nos professores, nem nos músicos, mas no destrato com a educação e a cultura neste país...um destrato institucionalizado...e a crítica não é exclusivamente para a alçada da esfera pública: a iniciativa privada incorporou a competição como motivador principal. O negócio (literalmente o negócio) é ver qual a escola que aprova mais no vestibular. E os pais entram nesta dança, na crença de que isto é o correto e o melhor "para os seus filhos". Educação mesmo só existe por causa dos professores que não embarcaram nesta onda terrível, e daqueles cidadãos que ainda permanecem em alerta. 
> 
> Quanto a questão que o Silvio colocou e o Dudu comentou. Em julho estive em uma universidade norte-americana. Por razões pessoais, acabei entrando em contato com a turma de graduação e pós em biologia (alunos, professores, departamentos, chefes de). Lá eles aceitam mestrandos e doutorandos de todas as áreas: havia inclusive uma pianista (graduada em piano) que estava fazendo um mestrado em parasitologia. Agora a questão, acredito, é mais do que criar interdisciplinas, mas começarmos a vislumbrar além disso: ações transdisciplinares me parecem, mais do que nunca, necessárias.
> 
> abs
> Marcelo Carneiro
> 
> Em 1 de novembro de 2011 15:11, Daniel Puig <danielpuig em me.com> escreveu:
> 
> Caro Jorge Antunes,
> 
> não desconheço. E conheço a história a respeito da Lei 11.769/2008, bem como da Lei 5.692/71. Fiz minha formação na UFRJ, quando a polivalência ainda era um dos parâmetros para a formação. Militei contra essa postura, durante e depois do curso, e na formação de professores, como docente do CAp-UFRJ. Vivo e estudo a história da educação musical no Brasil e reafirmo minha posição. Não achate, conheça. Não despreze, afirme sua posição sem denegrir os outros.
> 
> Sinto muito, colegas, por ter feito minha réplica, e esta tréplica, e ter que encher a caixa de e-mails de vocês com estas baboseiras. Fiz isso por um certo cansaço quanto a ouvir as pessoas falarem assim da educação musical no Brasil. Temos problemas, como qualquer país tem. Mas também temos milhares de vozes que se levantariam agora e tem se levantado sabendo como defender uma educação musical de qualidade e dando não só os exemplos heróicos, mas a aplicação dos princípios mais desejados por nós a cada dia, em salas de aula de muitas escolas do país.
> 
> Abraço,
> 
> Daniel PUIG
> compositor e professor de música
> Rio de Janeiro
> 
> 
> Em 01/11/2011, às 11:22, Jorge Antunes escreveu:
> 
>> Caro Daniel Lemos:
>> 
>> Sinto, mas eu é que fiquei abismado com seu desconhecimento da história e da realidade da Educação Musical no Brasil.
>> Pelo teor de sua mensagem percebo que você não conhece a história do CNCO, criado por Getúlio e Villa em 1942, e toda a história do Estado Novo e da Educação Musical no Brasil até as promulgações das LDBs.
>> Parece que você desconhece a história trágica da criação do chamado "Professor Polivalente" e outros crimes de lesa-educação.
>> Parece também que você desconhece a trincheira que o deputado Chico Alencar fez no Congresso Nacional em favor da implantação da Educação Musical nas escolas, trincheira essa que acabou sendo ocupada por representantes da Sony, da EMI, da Warner e outras majors, tais como Ivan Lins, Daniela Mercury e outros. Tudo com pouco espaço para os especialistas da ABEM. Tudo montado com o intuito de formar, nas escolas, novas gerações de consumidores de música enlatada e descartável.
>> Parece que você tem a visão empanada pelos trabalhos teóricos, práticos, heroicos, esporádicos e isolados que alguns educadores musicais conseguem praticar com qualidade aqui e acolá, em alguns cantos do país.
>> Eu participei intensamente, como docente da UnB, da formação de alguns desses herois. Entretanto tenho tido notícias, trazidas por eles, de que belos trabalhos, em pleno processo, têm que ser interrompidos, ou cessados definitivamente, porque diretores de escolas e outras pessoas exigem trabalhos infrutíferos, com as crianças, para festejar o Dia da Pátria, o Dia da Bandeira, o Dia do Indio, o Dia dos Pais, o Dia das Mães, o Dia do escambau, ...
>> Abraço,
>> Jorge Antunes
>> 
>> 
>> 
>> 
>> 
>> 
>> Em 1 de novembro de 2011 07:19, Daniel Puig <danielpuig em me.com> escreveu:
>>    Daniel Puig (danielpuig em me.com) is not on your Guest List | Approve sender | Approve domain 
>> 
>> Caro Jorge Antunes,
>> 
>> fiquei abismado com seu desconhecimento acerca da situação da educação musical no Brasil de hoje. Tanto no que diz respeito aos cursos de formação de professores de música Brasil a fora, quanto no que é feito, pelos professores por eles formados, na educação básica. Quem quer realmente colaborar com a educação musical, precisa conhecer o que se passa lá, estar inserido na área, viver sua práxis em uma escola de educação básica e na formação de professores. Pelo menos conhecer isso tudo de perto, mas não simplesmente denegrir, sem conhecimento de causa.
>> 
>> Tenho evitado me pronunciar aqui, nestas discussões, por razões que não gostaria de colocar agora. Mas neste caso, ao ver achatado o trabalho incansável que tantos colegas fazem nas escolas de educação básica em todo Brasil, nos congressos, entidades e universidades e desprezado o conhecimento político dos que se movimentam a favor da educação musical nas mais diversas esferas...
>> 
>> Vale?
>> 
>> Um abraço,
>> 
>> Daniel Puig
>> compositor e professor de música
>> Rio de Janeiro
>> 
>> 
>> Em 30/10/2011, às 12:15, Jorge Antunes escreveu:
>> 
>>> Oi, Daniel:
>>> 
>>> Aguardo ansioso seu projeto político-pedagógico.
>>> Minha simpatia e luta pelos cursos na área de Performance estão na reserva, no frigorífico, a espera de descongelamento.
>>> A explosão delas poderá acontecer, dependendo do repertório a ser programado e preconizado, e do espaço a ser dado à música erudita contemporânea de hoje.
>>> Abraço,
>>> Jorge Antunes
>>> 
>>> 
>>> Em 30 de outubro de 2011 11:35, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> escreveu:
>>> 
>>> Caro prof. Jorge Antunes,
>>> 
>>> Muito obrigado por sua mensagem! Não havia visto a situação dessa forma, agradeço por me despertar para uma visão diferente. O canto orfeônico certamente tem suas raízes no ensino tradicional de Música, e sabemos da problemática em torno das ideologias pedagógicas que prega. A Educação Musical realmente tem este compromisso: quanto maior o contato da sociedade brasileira com a Música de forma saudável, espontânea e livre dos "traumas da pedagogia musical tradicional", maiores os benefícios para todos: amadores, admiradores e profissionais. E de fato, qualquer defesa destes "ícones da Música Popular" em prol da Educação Musical certamente é de se desconfiar.
>>> 
>>> A minha preocupação maior é que as Universidades brasileiras tem dado muita atenção à formação de profissionais capazes de atuar na Educação Básica, capazes de adotar metodologias apropriadas a este contexto. Porém, pela natureza dessa formação e das precárias condições que eles hipoteticamente encontrariam nas escolas brasileiras, o ensino da Performance é praticamente deixado de lado na formação destes. É esta a situação que me preocupa, e também a vários colegas daqui. A ampliação da área também precisa acontecer dessa forma.
>>> 
>>> Estamos trabalhando em um projeto político-pedagógico para fundação de um Bacharelado que emergirá da Licenciatura com poucos custos à Universidade, engajado em ampliar as possibilidades de atuação profissional dos bacharéis e adotando idéias muito positivas da Educação Musical. Em breve enviarei o projeto para lista para que todos possam discutir, e quem sabe motivar a abertura desta habilitação em outras Universidades que fundaram a Licenciatura há alguns anos.
>>> 
>>> Grande abraço,
>>> 
>>> 
>>> Daniel Lemos
>>> 
>>> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br
>>> 
>>> Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio
>>> Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos
>>> Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com
>>> Universidade Federal do Maranhão
>>> 
>>> 
>>> --- Em dom, 30/10/11, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu:
>>> 
>>> De: Jorge Antunes <antunes em unb.br>
>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música
>>> Para: anppom-l em iar.unicamp.br, dal_lemos em yahoo.com.br
>>> Data: Domingo, 30 de Outubro de 2011, 11:10
>>> 
>>> 
>>> Caro Daniel:
>>> 
>>> Você, tal como vários outros colegas, usa a frase "volta do ensino de Música na Educação Básica".
>>> Proponho que se passe a usar, no lugar da frase acima, o seguinte: "início do ensino de Música na Educação Básica".
>>> 
>>> Não há como pensar na "volta" de algo que nunca houve.
>>> 
>>> O que houve no passado foi a educação cívica através da música, com a prática do chamado "canto orfeônico", disciplina que fazia com que os estudantes passassem a ter raiva da Música.
>>> 
>>> Quanto aos novos cursos e à grande clientela de Educação Musical e das Licenciaturas, acho isso bastante bom e promissor e necessário.
>>> Temos que construir novas cabeças que possam ocupar o mercado que se abrirá. As "majors", indústrias multinacionais do disco e da música popular comercial estão de olho nesse nicho que se abre. Não é à toa que personalidades da música popular, como Ivan Lins e Daniela Mercury, frequentam o Congresso Nacional fazendo lobby pela Educação Musical, carregados pelos industriais da música comercial.
>>> 
>>> Abraço,
>>> Jorge Antunes
>>> 
>>> 
>>> 
>>> Em 27 de outubro de 2011 16:24, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> escreveu:
>>> 
>>> Caro prof. Padovani,
>>> 
>>> Sobre a situação de Composição e Musicologia em si, eu não saberia responder. Porém, pelo que tenho visto dos cursos de Graduação em Música no Brasil, houve diversas fundações de cursos de Licenciatura em Música no Brasil. Porém, não observei a fundação de nenhum curso de Bacharelado.
>>> 
>>> Analiso a situação da seguinte forma: na área de Música, há uma grande mobilização pela volta do ensino de Música na Educação Básica, sendo os cursos de Licenciatura em Música responsáveis pela formação de profissionais aptos a trabalhar neste ambiente;
>>> 
>>> Fora da área de Música - nas instâncias políticas da Universidade - as políticas são favoráveis à formação de alunos em massa, e nesse sentido, há muito maior interesse na criação de cursos de Licenciatura (aqui abrimos 60 vagas por ano) e restrito interesse nos Bacharelados, que por sua natureza metodológica não podem formar grande quantidade de alunos.
>>> 
>>> Saudações,
>>> 
>>> Daniel Lemos
>>> 
>>> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br
>>> 
>>> Grupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical - musica.ufma.br/ensaio
>>> Perfil no academia.edu - ufma.academia.edu/dlemos
>>> Blog Audio Arte - audioarte.blogspot.com
>>> Universidade Federal do Maranhão
>>> 
>>> 
>>> --- Em qui, 27/10/11, josé henrique padovani <zepadovani em gmail.com> escreveu:
>>> 
>>> De: josé henrique padovani <zepadovani em gmail.com>
>>> Assunto: [ANPPOM-Lista] situação da composição e da musicologia nos (novos) cursos de música
>>> Para: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>, ""Pesquisadores em Sonologia (Música)"" <sonologia-l em listas.unicamp.br>
>>> Data: Quinta-feira, 27 de Outubro de 2011, 9:57
>>> 
>>> Olá,
>>> 
>>> 
>>> essa informação desoladora chegou até mim e gostaria de fazê-la circular e, aproveitando, saber como andam as coisas em outras universidades pelo Brasil.
>>> 
>>> 
>>> "...o Depto. de Música da UFJF acaba de votar CONTRA a criação de duas novas modalidades para o curso (Musicologia e Composição). O curso só conta até agora com a modalidade instrumentista de época (e permitindo o ingresso de cada vez menos estudantes; apenas 7 este ano)..."
>>> 
>>> 
>>> Aliás, se alguém souber:
>>> 
>>> 1. Quantos são os cursos de música com habilitação em composição no Brasil?
>>> 
>>> 2. Chegamos a aceitar quantos novos estudantes de graduação em composição por ano?
>>> 
>>> 
>>> abraços,
>>> 
>>> josé henrique
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>>> -- http://zepadovani.info
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