[ANPPOM-Lista] Enc: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música

Beatriz Macedo biaflauta em yahoo.com.br
Qua Out 12 00:16:15 BRT 2011


Olá Simone, Daniel e demais colegas,
Concordo com vocês e não podemos nos esquecer que são os licenciados em música que iniciam os jovens na música e no estudo do instrumento em Conservatórios e mesmos em aulas particulares, e muitas vezes estes professores começam a ensinar antes mesmo de entrarem na universidade. Porém, muitas vezes, estes ingressam no curso superior para melhorar sua pedagogia musical no ensino instrumental, mas como fazê-lo sem melhorar sua performance? A universidade é que deve fornecer-lhe esta ferramenta. Antes de ensinar é preciso aprender!
Abraços,
Beatriz de Macedo Oliveira.



----- Mensagem encaminhada -----
De: simone braga <moninhabraga em gmail.com>
Para: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
Cc: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com; anppom-l em iar.unicamp.br
Enviadas: Terça-feira, 11 de Outubro de 2011 7:00
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música


Olá, Daniel e demais colegas!
 
Não querendo polemizar, mas sobre o que diz: "Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento". Muitas vezes, esta restrição dos "educadores" (é engraçado, mas nós acabamos usando terminologias ou conceitos que aumentam a pseudo lacuna entre "educação" e "performance"...não é uma coisa só?) é compartilhada por nós professores de instrumento, alucinados para o desenvolvimento de habilidades para a execução instrumental. 
 
Como vc mesmo diz sobre a falência do "mito do concertista", quais as nossas ações, enquanto professores de instrumento, sobretudo, em cursos de licenciatura, para a articulação entre a formação instrumental e a formação pedagógica? Ou devemos alimentar o mito do concertista?
 
Encerro com suas palavras: "devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso". Acrescentando que nós professores tb devamos repensar sobre as nossas práticas e assumir que somos educadores e nos impor na academia através de trabalhos realizados em parceria.
 
Abs, Simone Braga.
 
Em 9 de outubro de 2011 23:10, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:

Palestrina, Bach, Leopold Mozart, Beethoven, Liszt, Chopin... Quantos mais temos que citar como exemplos de músicos que exerciam a atividade musical como um conjunto entre composição, performance E ENSINO?
>
>Assino em baixo com o Daniel e com a profa. Rejane Herder. 
>Abraços, 
>
>Luciano
>
>--- Em dom, 9/10/11, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> escreveu:
>
>
>>De: Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
>>Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música
>>Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com, anppom-l em iar.unicamp.br
>>Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 16:42 
>>
>>
>>
>>
>>Caros Parceiros Musicais,
>>
>>Gostaria de reforçar algumas questões muito pertinentes colocadas por diversos integrantes das Listas, a citar as mensagens de Bruno Torres, do prof. Jorge Antunes e da profa. Rejane Harder (inclusive citei alguns artigos dela ultimamente, pois possuem excelentes idéias), fundamentais para continuar este diálogo. Em primeiro lugar, gostaria de colocar em xeque a diferenciação entre Performance e Educação Musical, realizada em nossas Instituições por questões históricas. Assim, proponho algumas idéias que possam nos "libertar":
>>
>>1) Compreender que Educação Musical e Performance são áreas afins. O performer deve assumir que na atualidade - com exceção de alguns poucos como Nelson Freire -  ensinar é fundamental para o exercício da Performance Musical. Por dois motivos:
>>
>>O primeiro é a necessidade de passar este conhecimento a gerações futuras, pois o Ensino da Performance é fortemente ligado à tradição oral, não por falta de pesquisas como alegam alguns colegas "pesquisadores" da Música (alguns fazem questão de se diferenciar), mas pela incapacidade de nossa atrasada tecnologia em registrar informações cinestésicas e táteis, fundamentais para a transmissão dos conhecimentos na Performance Musical (por exemplo ver Teaching Piano em Groups de Christopher Fisher, cujas idéias são pertinentes a todos os instrumentos). Jamais se aprenderá a tocar um instrumento somente ouvindo gravações e lendo livros; precisamos SIM de professores de Instrumento, que ensinem as informações cinestésicas de acordo com as particularidades fisiológicas de cada aluno.
>>O segundo seria a própria questão de sobrevivência: o "mito do concertista" não é - nem nunca foi - um perfil musical viável e ativo na sociedade. É uma lenda; temos na verdade que ser, além de instrumentistas, professores, administradores, educadores e produtores culturais (entre as habilidades necessárias ao instrumentista da atualidade).
>>
>>2) Do lado "oposto", os educadores devem assumir que a Educação Musical existe sim há 40.000 anos (vide o livro 40.000 Ans de Musique de Jacques Chailley), e que há pelo menos 39.800 anos a Educação Musical se voltou à prática da Performance Musical. Música na Educação Básica é um fenômeno recente, que pela restrita visão de nossas Licenciaturas - temos que assumir isto - tem se ententido que a Educação Musical começa com Dalcroze ou Martenot, passando por Orff, Schafer e Swanwick, entre outros. Em geral, há um esquecimento de que esta área é tão antiga quanto a Performance Musical, e que os primeiros referenciais didáticos da Educação Musical são justamente métodos de ensino do instrumento, em especial para Cravo e Órgão, Flauta, Violono e Violoncelo, desde o surgimento da escrita na sociedade Ocidental, em torno do Século XVI.
>>
>>3) Por fim, reforço que devemos nos mobilizar politicamente em prol da Música. Os instrumentistas devem ter ciência que a participação em Fóruns Estaduas de Cultura asseguram o exercício democrático da distribuição de capital pelo Estado, e se não nos fizermos presentes, o dinheiro vai para outras áreas. Assim, os Educadores devem ampliar seu enfoque educacional não se restringindo à Educação Básica, pois os instrumentistas necessitam de fato dos conhecimentos pedagógicos para um melhor ensino do instrumento. Creio que todos devemos "calçar as sandálias da humildade" e assumir que precisamos uns dos outros. O perfil individualista do músico ainda assombra nossa área, temos que acabar com isso. Para as Universidades, devemos pensar Ensino, Pesquisa e Extensão de forma indissociável; a Pesquisa não é mais importante que o Ensino e a Extensão, e vice-versa.
>>
>>Enfim, prometo não falar mais por um tempo... desculpem-me se incomodei alguém com estas idéias...
>>
>>
>>
>>Daniel Lemos
>>Curso de Música/DEART - musica.ufma.brGrupo de Pesquisa em Ensino da Performance Musical- musica.ufma.br/ensaio
>>Perfil no academia.edu- ufma.academia.edu/dlemos
>>Blog Audio Arte- audioarte.blogspot.com
>>Universidade Federal do Maranhão
>>
>>
>>--- Em dom, 9/10/11, Rejane Harder <rejane.harder em gmail.com> escreveu:
>>
>>
>>>De: Rejane Harder <rejane.harder em gmail.com>
>>>Assunto: Re: [Educação Musical] Ensino da performance nas Licenciaturas em Música
>>>Para: professoresdemusicadobrasil em googlegroups.com
>>>Data: Domingo, 9 de Outubro de 2011, 13:23
>>>
>>>
>>>
>>>Caro professor Daniel e demais integrantes da lista
>>>Aqui na Universidade Federal de Sergipe defendemos o ensino de instrumento musical por duas razões principais: Como temos provas específicas, todos os alunos que entram já tocam algum instrumento. Estes alunos tem a oportunidade de se aperfeiçoar no seu instrumento e/ou aprender instrumentos diferentes. A segunda razão é a utilidade de os futuros professores sairem do curso com a habilidade mínima de acompanhar seus alunos em sala de aula nas diferentes atividades musicais, bem como, quando possível, ensinar um instrumento musical para os mesmos. No currículo do nosso curso, o aluno cursa 6 semestres de um instrumento harmônico: ele pode optar entre piano ou violão, mas, precisa seguir com o mesmo instrumento até o fim. São também obrigatórios dois semestres de flauta doce e dois semestres de percussão. Também é obrigatória a disciplina "Pedagogia do instrumento". Ainda existem as optativas que são flauta transversal e canto, ou,
 mais semestres de violão ou piano. Temos também como obrigatórias a regência coral e a técnica vocal, ente outras disciplinas. Acreditamos na importância de o egresso do Curso de Licenciatura em Música estar preparado musicalmente o máximo que for possível, além, é claro do preparo pedagógico e experiências de ensino.
>>>Um grande abraço,
>>>Rejane Harder-- 
>>>Prof.ª Dr.ª Rejane Harder
>>>Universidade Federal de Sergipe
>>>Núcleo de Música
>>>(71) 9239-8584 / (79) 9966-8726
>>>
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