[ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí

George Farias geofas28 em hotmail.com
Qua Out 26 05:19:29 BRST 2011


Concordo plenamente com o último texto (escrito por Thiago): um ótimo manifesto pelo resgate da liberdade de fazer arte...

Mas, tentando somar na construção de reflexões sobre os aspectos levantados (talvez o que nos reste neste tópico), lembro de uma antiga questão relacionada com o critério da "fidelidade à partitura": até que ponto a partitura é fiel à música?

George 

From: thiagocolombo em hotmail.com
To: silvioferrazmello em uol.com.br; anppom-l em iar.unicamp.br
Date: Tue, 25 Oct 2011 18:48:33 +0000
Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí










Desculpem a minha intromissão, mas estou apavorado com a
dimensão deste tópico. Era um concurso como tantos, gerando polêmica como
tantos e, o pior, pagando R$ 5000 para o primeiro colocado, certo? O prêmio não
pagava as horas de esforço, nem o incômodo com o juri, nem o incômodo do juri,
muito menos estas tantas linhas de debate sobre critérios, justiça, ética
concurseira, etc. Incrível como esta praga novecentista ainda move o mundo da
música, criando rancor, renegando qualquer ambição artística para décimo plano,
fomentando uma visão equivocada, linear, do que é nível musical, gastando um
tempo precioso que os músicos poderiam usar para produzir música, difundir
música como arte e não como esporte (não tenho nada contra os esportes, mas
acho que fazem parte de outra categoria e o que difere artes e esportes é
justamente o ponto "critérios objetivos" que separam 1° e 2°
colocado.)... Os concursos são uma boa oportunidade, uma ótima oportunidade
para (re)pensar o que se quer tocando um piano ou uma caixeta.



Thiago Colombo de Freitas

Universidade Federal de Pelotas

Centro de Artes

Professor dos cursos de Música


From: silvioferrazmello em uol.com.br
Date: Mon, 24 Oct 2011 23:48:54 -0200
To: anppom-l em iar.unicamp.br
Subject: [ANPPOM-Lista]  A palhaçada do Concurso de Tatuí





Begin forwarded message:From: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
Date: October 24, 2011 11:48:32 PM GMT-02:00
To: Cristina Capparelli Gerling <cgerling em ufrgs.br>
Subject: Re: [ANPPOM-Lista] A palhaçada do Concurso de Tatuí

cristina e colegas,

creio que o que vc coloca é exato, embora seja difícil determinar o que é fidelidade à partitura.
no mais:
mesmo o critério mais objetivo possível é específico de uma escolha de grupo (como um tipo de arco, um timbre específico, etc)
e sempre que entra-se em concurso sabe-se pelo desenho da banca qual mais ou menos a tendência, quais as escolas privilegiadas, etc.
e não há nada de errado nisto.

abs
silvio

On Oct 24, 2011, at 9:49 AM, Cristina Capparelli Gerling wrote:

Obrigada Zélia por tornar ainda mais claro o fato de ser um compromisso assumido entre competidor e avaliadores.

Cristina

Citando Zélia Chueke <zchuekepiano em ufpr.br>:

Assino em baixo.

Em concurso, os critérios devem ser muito claros e os aspectos objetivos
tem que estar em primeiro lugar. Notas certas, ritmo certo...as vezes
perdemos os "artistas" mais inspirados, mas como se trata de competição,o
subjetivo quase  nao é levado em conta, pois nao pode ser explicado. Conta
a fidelidade à partitura em primeiro lugar.

O Julius Levine, "o contrabaxista" de Tanglewood, com quem tive coaching
na Mannes, referindo-se à concursos para orquestra, dizia que as vezes
perdemos os melhores candidatos na eliminatoria, mas com 150 candidatos
para ouvir, o critério tem que ser o mais objetivo possivel!

Nao quer dizer que sao os concursos que determinam os grandes artistas;
exemplos nao faltam, mas como disse a Cristina, uma vez que se faz a
inscrição, é como assinar um contrato, aceitando as regras e a autoridade
do juri.

Zélia Chueke


Concordo com o Carlos. Ou seja, a inscrição para um concurso pressupõe
que o candidato está disposto a aceitar o resultado. Aliás. uma vez
que o candidato tocou, o resultado passa a ser inteiramente uma
consideração do juri e deixa imediatamente de ser um assunto do
candidato. Neste  tipo de situação, uns tocam  e outros decidem, os
papéis são muito claros e não se misturam. Quem não entende esta
premissa e não concorda que não entre em concurso porque estes são os
termos.
Cristina Capparelli Gerling


Citando Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:

Como disse Abbie Hoffman: "My critique of democracy begins and ends with
this point. Kids must be educated to disrespect authority or else
democracy
is a farce." Ou, numa tradução livre: "Minha crítica à democracia começa
e
termina aqui. Neguim deve ser educado para desrespeitar a autoridade, se
não, a democracia é uma farsa."

cp

--
carlos palombini
www.researcherid.com/rid/F-7345-2011




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Zélia Chueke, DMA
Pianist - researcher
Professor of Music- DeArtes, UFPR
Permanent Researcher - Observatoire Musical Français/Sorbonne,Paris 4
www.zeliachueke.com





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