[ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano
Paulo de Tarso Salles
ptsalles em usp.br
Qua Abr 11 18:58:30 BRT 2012
Caro Silvio,
concordo integralmente com sua argumentação. Se por um lado é um
alívio saber que Villa não era um anjo de batutas tortas, por outro
lado angustia ver essa sede de mexericos. Que venham as "verdades
biográficas", como se fossem possíveis e nos mostrem músicos como
homens/mulheres maus/bons, etc., mas que isso não seja pretexto para
deixar de se pensar a música.
Abraço a todos,
--
Paulo de Tarso Salles
CMU-ECA/USP
Citando silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>:
> Caro Carlos,
>
> Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o jargão da época.
> Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular e
> sobre qualquer coisa que fosse moderna.
> Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, brigava
> nas ruas...
> Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele
> gostava que as inventassem..
> Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de mim"
> De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que
> proliferassem por variações e mais variações.
> Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das blagues,
> quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se
> encontravam...quem? exatamente quem?
>
> Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de
> revista de variedades quando se trata de Villa.
> Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase "um
> grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla".
>
> Lendo a reportagem me perguntei:
> Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha
> datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam nas mãos
> com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de
> piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as
> crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as
> crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que
> trabalhavam sob o método Paulo Freire.
> O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca escapa
> de ser ter grandes equívocos.
>
> Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de Villa! E
> sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, Guanabarino o
> teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo que
> sua visão pré-republicana não compreendia.
>
> No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores
> que davam cascudos, professores que atiravam apagador em alunos,
> professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir
> ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, escrever
> na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida
> qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática
> exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no ginásio
> (30 anos depois de Villa).
>
> O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o passado
> pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, nem
> teria como ser, ninguém era politicamente correto.
>
> Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito
> Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima?
> Não é já passada a hora de divulgarmos trabalhos de peso na análise
> da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do que
> artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à
> distorção desnecessárias?
>
> Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia escrita
> por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, e
> outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que iluminam
> um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer
> adentrar nestas terras um pouco de música de invenção.
>
> abs
> Silvio Ferraz
>
>
>
>
>
> On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote:
>
>> via Liliane Kans (FB)
>>
>> HISTÓRIA
>> Villa-Lobos tinha dias de tirano
>>
>> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas
>> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço
>>
>> LUÍS ANTÔNIO GIRON
>>
>>
>> HOBBY
>> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa (1957)
>> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do
>> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico do
>> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor
>> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No
>> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele esbanjava
>> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas.
>> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que te
>> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as
>> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o chefe
>> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem
>> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo com
>> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As professoras
>> revoltadas pelo teu trato'.
>>
>> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na Biblioteca
>> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema,
>> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis -
>> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no
>> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam documentos
>> que esclarecem a ação e a obra do mais celebrado e executado
>> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm sendo
>> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de
>> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o
>> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de pesquisadores
>> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente do
>> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica que
>> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular
>> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão
>> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, saia
>> do palco para dar lugar ao di
>> tador agressivo, defensor da 'arte elevada' contra a música popular
>> - e sobretudo paladino de seus interesses particulares.
>>
>> Inimigos íntimos
>> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico
>>
>> ATAQUES
>> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida
>> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas
>> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, louco,
>> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em
>> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de batatas.
>> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando obteve
>> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e pela
>> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles
>> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse professor de piano e
>> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. Fã
>> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado por
>> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o folclore
>> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes
>> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o seu
>> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um
>> concerto no
>> s anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna Pelo Mundo
>> das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a levar a
>> rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa orfeônica
>> organizada pelo compositor informando que 'a concorrência foi
>> diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o que quer
>> dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua música, mesmo
>> quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino inspirou novos
>> rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971). Este
>> último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de
>> Villa-Lobos. Ali, acusava o compositor de haver rapinado o
>> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A posteridade não
>> as levou a sério. #Q#
>> Reprodução
>>
>> HUMILHADAS
>> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma carta
>> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos
>> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão conta de
>> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava ante
>> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das alunas
>> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de
>> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse
>> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como
>> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças.
>> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de seu
>> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados de
>> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida,
>> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais
>> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um escoteiro
>> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, então, a
>> brigar. 'Villa saiu do pódio furioso e acabou com a bagunça,
>> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, que
>> viria a se tornar o mais import
>> ante biógrafo de Villa-Lobos: Vasco Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82
>> anos, o embaixador aposentado e musicólogo carioca orgulha-se de
>> ter travado relações anos depois com Villa-Lobos e feito sua
>> biografia. Publicada pela primeira vez em 1949 pelo Itamaraty a
>> partir de seis meses de entrevistas com o compositor, Villa-Lobos,
>> Compositor Brasileiro chegará à 12ª edição no próximo ano pela
>> editora Francisco Alves, com acréscimos como cartas, iconografia,
>> os episódios em torno das concentrações orfeônicas e atualização
>> biográfica e discográfica, já que a vasta obra do compositor nunca
>> foi tão executada e estudada no mundo. São duas centenas de
>> gravações recentes, além de 70 livros sobre o artista. A primeira
>> edição da biografia de Mariz desagradou ao biografado por causa da
>> passagem do cascudo. 'Villa se distanciou de mim por um bom tempo,
>> porque achava que eu o tinha descrito como violento', revela o
>> biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando lhe contei, Villa deu
>> gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, por meio de sua
>> mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos grosseiros com
>> quem dependia dele, foi muito amado.'
>>
>> PRINCIPAIS OBRAS
>>
>> Segundo o gênero
>>
>> 6 Óperas
>> 12 Sinfonias
>> 13 Peças para violão-solo
>> 13 Poemas sinfônicos
>> 17 Quartetos de corda
>> 27 Concertos
>>
>> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o ódio
>> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o como
>> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto
>> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os
>> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de Vargas.
>> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria divulgar
>> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. Mas,
>> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.'
>>
>> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental
>> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site
>> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil.
>> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à primeira
>> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo
>> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando
>> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?'
>>
>> #Q#
>> Fatos da vida do autor das 'Bachianas'
>> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média,
>> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O pai,
>> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas
>> 1922 - ENFANT TERRIBLE
>> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo
>> 1926 - EM PARIS
>> Conviveu com músicos de vanguarda como Edgard Varèse (à esq.)
>> 1932 - NO RIO
>> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro
>> Sílvio Salema (foto de 1952)
>> 1940 - MULTIDÃO
>> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob direção
>> do músico (no alto, ao microfone)
>> 1955 - CONSAGRAÇÃO
>> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas turnês
>> pelos Estados Unidos
>> 1959 - FINALE
>> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de Sopros.
>> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro #Q#
>> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às vezes, do
>> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os
>> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No início
>> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 'Aquarela do
>> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música
>> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque não o
>> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia tocado
>> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com melodia de
>> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base
>> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta da
>> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a ser
>> inocentado só depois da morte.
>>
>> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos
>> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois anos
>> pesquisa os papéis do compositor e se candidata a ser um dos
>> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto
>> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. Distinguia a
>> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava do
>> som recreativo.'
>>
>> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico implementou
>> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros anos
>> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico em
>> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias do
>> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também foi
>> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da
>> ditadura Vargas, feriu o maior número de pessoas, de normalistas a
>> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade cresceu
>> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa que
>> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que ele
>> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae,
>> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos
>> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade, e o grupo conseguiu
>> bom desempenho', julga.
>>
>>
>> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da música
>> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca
>> apresentando-a como expressão de um povo civilizado'
>>
>> HEITOR VILLA-LOBOS,
>> discurso em 15 de outubro de 1939
>>
>> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que se
>> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada.
>> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o
>> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por meio
>> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas
>> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em manifestações
>> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não visava
>> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma
>> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que
>> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de
>> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei bem
>> que o gosto e a opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O
>> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas
>> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da educação
>> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não inexistente,
>> e a lição de Villa-Lobo
>> s foi esquecida, bem como suas idéias. Ele perdeu a guerra para a
>> música popular por força do rádio, que consagrou o samba e jogou a
>> arte erudita ao segundo plano.
>>
>> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio
>> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se
>> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser
>> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena de
>> melodias do compositor - não por acaso, quase todas escritas no
>> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e
>> alunos para os estádios.
>>
>> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de
>> Música e Arquivo Sonoro
>>
>> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html
>>
>> --
>> carlos palombini
>> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011
>> ________________________________________________
>> Lista de discussões ANPPOM
>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
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