[ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano

fmc fmc em domain.com.br
Sáb Abr 14 14:44:34 BRT 2012


Prezados colegas da discussao sobre HVL,
nao sei pq no campo da musica ainda perece persistir a tendencia de se 
querer eclipsar certos elementos da historia, da personalidade e/ou de 
ideologia, geralmente em favor de uma abordagem mais 'pragmatica' ou 
'tecnica' de sua obra. Certamente pq se trata, na maioria das vezes, de 
dados incomodos por nao querer caber direito na imagem q formamos de 
alguem q ja pertence 'a historia.
Em principio, acredito, pois, q TODOS os dados, documentos e novo 
conhecimento q lancem mais luz sobre a obra, a personalidade, a visao e 
a vida de um compositor ou musico-interprete podem possuir suma 
importancia, nao para fins iconoclastas, mas principalmente por jogarem, 
por assim dizer, um 'balde de agua fria' em tentativas de naturalizar 
questoes q, no fundo, servem apenas a uma visao reducionista q acaba por 
reproduzir discursos q defendem o genio natural e seus mitos.
Ja vi esse filme com Wagner, Nietzsche, Schenker e Heidegger, para citar 
apenas alguns casos q tive a oportunidade de acompanhar de perto.
Isto, no entanto, importante ressaltar, nao significa absolutamente 
reduzir ou querer desmerecer a importancia de suas obras e sim manter 
uma postura mais 'objetiva' ou 'cientifica' possivel diante dos 
'gigantes' da nossa historia. Enfim, tudo isso sugere q 'o tirano' nao 
estah apenas 'no outro' e sim tb em 'nois'.
Abraço, Frank M C Kuehn


Em 12/4/2012 14:00, Carlos Palombini escreveu:
> Eu conheço os trabalhos de Tarasti, Béhague, Guérios, Peppercorn etc. 
> sobre Villa-Lobos. Conheço também suas qualidades e limitações. 
> Conheço ainda a excelente biografia de Mario Reis que Giron publicou 
> na 34. É verdade que, na matéria em questão, ele se fixa em anedotas, mas:
>
> 1. É oportuno notar que, embora se trate de anedotas, as anedotas são 
> de um tipo diferente das que estamos acostumados a ler e ouvir.
>
> 2. Não há por que descartar anedotas no estudo da vida e da obra de 
> quem quer que seja. Na música, as abordagens puramente formais são tão 
> ou mais /passé/ quanto as puramente anedóticas.
>
> 3. O artigo não é destituído de interesse científico, uma vez que traz 
> informações sobre os trabalhos em curso de um conhecido pesquisador.
>
> 4. Pergunto: levando em conta os trabalhos supracitados, amplamente 
> conhecidos nessa lista, não seria o caso de reconhecer que queixas 
> sobre o anedótico nos estudos sobre Villa-Lobos são, elas também, 
> anedóticas?
>
>
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