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Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Qua Ago 15 16:29:36 BRT 2012


 'Funk paulista' vira moda no YouTube com carros, motos e notas de 100 Um
em cada dez clipes mais vistos por brasileiros no site é do estilo.
G1 contabiliza preços de artigos de luxo citados nos hinos da ostentação.

14/08/2012 11h57 - Atualizado em 14/08/2012 16h44

http://g1.globo.com/musica/noticia/2012/08/funk-paulista-vira-moda-no-youtube-com-carros-motos-e-notas-de-100.html

A batida não é diferente do funk carioca que esquenta bailes há 40
anos<http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/08/musical-conta-historia-de-4-decadas-do-funk-no-brasil-relembre-40-hits.html>.
Mas o sotaque, as letras e imagens são paulistas. Em vez de ousadias
sexuais, os temas são artigos de preços altos: carros, motos, óculos,
roupas, bebidas, etc.

Na parada dos cem vídeos musicais mais vistos no YouTube no Brasil,
atualizada a cada dia, estão presentes nas últimas semanas pelo menos dez
produções de funk de São Paulo, cujos versos parecem leituras de catálogos
de lojas de luxo. Nos clipes, tem até dança na boquinha da garrafa de
uísque 18 anos. É o retrato da ascensão do funk paulista.

"A parada do YouTube está dividida entre pop, sertanejo e funk. Sertanejo
está há um tempo, agora o funk vem com tudo. De São Paulo", ressalta Finson
Gallar.  Ele administra redes sociais de uma agência paulista de funk.
Antes, trabalhava com rock - NX Zero, Fresno e Restart foram clientes. "A
garotada quer algo novo. MC Guimê tem 1,7 milhão de views por semana. MC
Danado tem 500 mil", conta o diretor artístico.

O *G1 *selecionou faixas de funkeiros de São Paulo e de artistas de outros
estados - que já incorporam a influência paulista das letras de ostentação
-, e calculou quanto dinheiro seria necessário para comprar os produtos
citados nas letras. As cinco músicas, lançadas em 2012, figuram no ranking
de vídeos musicais mais vistos no YouTube no Brasil, graças a versos como
"Vida é ter um hyundai e uma hornet / 10 mil pra gastar com rolex e juliet
/ Melhores kits, vários investimentos / Ai como é bom, ser o top do
momento".


 MC Danado





   -

[image: Danado (Foto: G1)]



"Quando faço uma letra, me inspiro no que vejo e vivo. Todo mundo gosta de
ter um carro bacana. Eu tenho dois. Em uma balada, hoje, é importante o
traje que você usa, estar com um relógio legal", diz o paulista MC Danado,
que é produtor de eventos. Ele tem outros investimentos, como cita na letra
de "Top do momento" (veja clipe)<http://www.youtube.com/watch?v=PlSt7KScE60>.
O clipe tem quase 8 milhões de visualizações. O sucesso no YouTube é
fundamental para estourar: estes artistas raramente gravam discos. Quando o
fazem, mais distribuem do que vendem. O negócio é (literalmente) lançar CDs
ao público. "Jogo 50 ou 60 discos por show", diz Danado.


 MC Backdi e BioG3


 [image: Backdi (Foto: G1)]



O diretor de "É classe A" (veja
clipe)<http://www.youtube.com/watch?v=Xyd2LO9HbHA>,
de MC Backdi e BioG3, é Konrad Dantas, o Kondzilla, nascido no Guarujá
(SP). Ele diz que não precisa alugar objetos de valor para filmar. "Quem
não é desse mundo acha que funkeiros são um bando de favelados. O pessoal
não sabe como o funk gera dinheiro. Tem músico girando mais de R$ 150 mil
por mês", diz Konrad. Ele planeja um documentário sobre o funk de
ostentação. "Quando as letras de São Paulo falavam mais de crimes, o baile
não enchia, havia confusão. Hoje, com a ostentação como tema principal,
atingiu a mulherada. As pessoas querem ver o que gostariam de ter", explica.


 MC Guimê


 [image: Guime (Foto: G1)]



Aos 19 anos, MC Guimê é o maior sucesso atual do gênero. Ele começou a
cantar em 2009, com Rodolfinho, outro funkeiro paulista em ascensão. "A
ostentação não foi criada por nós, já existia com artistas do Rio e outros
lugares. Mas nós adotamos e deu certo." O cantor de Osasco (SP) conseguiu
11 milhões de acessos no YouTube com "Tá patrão". Já soma quatro milhões
com "Plaque de 100" (veja clipe)<http://www.youtube.com/watch?v=gyXkaO0DxB8>.
Guimê quer gravar um disco com novos parceiros como Emicida, e cantar
outros temas além de posses materiais. "Só não trabalho com funk proibido,
porque quero entrar em qualquer lugar." Sobre os carros e produtos dos
vídeos, diz que reúne entre os seus e os de parceiros.


 MC Pocahontas


 [image: Pocahontas (Foto: G1)]



Viviane Queiroz tem 17 anos e cursa o 1º ano do Ensino Médio em Duque de
Caxias (RJ). A MC Pocahontas, legítima "novinha" na cena do Rio, canta
letras sensuais. Mas teve maior sucesso com atitude improvável no funk
carioca: seguir uma tendência de São Paulo. Ela chamou o paulista Kondzilla
para gravar o clipe de "Mulher do poder" (veja
clipe)<http://www.youtube.com/watch?v=woAjW00Ht4U>- "é pelo YouTube
que os contratantes nos conhecem", ela justifica. "Aqui
no Rio, o funk é mais da 'ousadia'. Mais duplo sentido, pouca letra e mais
dança. Mas o que está batendo agora é ostentação. Por isso fiz 'Mulher do
poder'. É a realidade. Que mulher não gosta de andar arrumada, gastar
muito?", pergunta. Kondzilla ajuda a explicar o novo protagonismo paulista:
"Apesar de o Rio ser o berço do funk no Brasil, o dinheiro está em São
Paulo".


 MC Buru


 [image: Buru (Foto: G1)]



A inspiração é clara. "Olha como é que nós tá" (veja
clipe)<http://www.youtube.com/watch?v=9T44W-QMe4s>,
do MC Buru, de Belo Horizonte, tem refrão idêntico a "Tá patrão", de Guimê,
e cita o nome do paulista. O clipe também é semelhante, com direito à dança
na boquinha da garrafa de uísque 18 anos. Guimê aprova a apropriação. "Teve
gente que criticou. Mas eu não vi maldade. A intenção foi comentar a
música, dizer que curtiu. Acho legal ver MCs de fora, do Rio, de BH, de
qualquer lugar, falando desse tema." Guimê, que já fez show para 12 mil
pessoas em São Paulo, conseguiu público recente de 6 mil em Florianópolis.
"O funk de São Paulo está com força espetacular, nem a gente esperava. A
procura dos contratantes pelos MCs paulistas é enorme", comemora Guimê.



-- 
carlos palombini
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