[ANPPOM-Lista] [Sonologia-l] Lattes mais amigavel
Fernando Iazzetta
iazzetta em usp.br
Qui Jul 26 19:48:53 BRT 2012
Caros,
Estou com uma dificuldade enorme de acompanhar a discussão. Toda vez
que penso em comentar uma das mensagens, já tem mais duas ou três
reclamando de alguma coisa. O curioso é que ninguém tenham pensado em
solicitar ao CNPq para corrigir os problemas (por exemplo o das
informações que sumiram)...
Tenho que concordar com o Rodolfo, especialmente quando diz que tem
gente que acredita demais no Lattes.
Penso que enquanto ferramenta ele é bom e se presta ao que se propõe:
registrar a produção de pesquisadores.
Minha opinião pessoal é que para as artes, bastava apenas uma entrada
genérica, com três campos: tipo, descrição, ano. E cada um coloca o
que julga necessário.
Mas, aparentemente, esse tipo de plataforma agrada mais quando todo
mundo se sente contemplado com caixinhas para sua produção. Talvez
seja esse um dos motivos por que buscou-se um número abrangente de
itens, em geral mais amplo que a versão anterior.
Quem não achou sua caixinha e tiver paciência, verá que todas as
listas que descrevem a natureza do trabalho, tipo de evento, ou
atividade dos autores, permitem que você coloque "Outra", e descreva o
que esse outra quer dizer. Para quem faz coisas "normais" como compor
com partitura, é possível, por exemplo, declarar a partitura, mas
também registrar a estréia da composição. E se ainda o compositor
achar que é o caso, há um campo para declarar que uma peça que dele
foi tocada por um grupo bacana. E eu não preciso escolher entre
formação vocal ou instrumental como era antes, mas posso dizer que
minha peça é 'eletroacústica para 8 canais com processamento em tempo
real e fogos de artifício' (por exemplo) que o sistema aceita, sem
problemas. E confesso que eu não fico nem um pouco incomodado em
declarar a maior parte da minha produção, não na caixinha da "Música"
nem das "Artes Visuais", mas na genérica "Outra Produção Artística/
Cultural". Parece bom o suficiente, para mim.
Voltando à colocação do Rodolfo (de que tem gente que começa a
acreditar nele, o Lattes). O problema é a gente achar que vai ter mais
peças tocadas (ou recusadas) porque elas estão no (ou sumiram do)
Lattes. Se isso acontece, direta ou indiretamente, acho que temos que
reclamar. O mesmo vai na direção de outra discussão recente aqui, a do
Qualis Artístico (pelo qual também não tenho muita simpatia). O
Qualis, serve para mapear (de maneira quase estatística) a produção de
um programa de pós e apontar para a coerência dessa produção com a
proposta do programa. Se acreditarmos que ele faz mais do que isso,
estamos fritos.
Abraços,
Fernando
On Jul 26, 2012, at 5:59 PM, Rodolfo Caesar wrote:
> Bom, Silvio,
>
> O Lattes (pobre homem..) foi feito para fins de medição de
> produtividade. Te servia para fins pessoais tb... e agora não mais.
> Vc estava preocupado com a sua história, e o que o Lattes quer contar
> é pontos...
> Num mundo ideal, eu gostaria que a noção de currículo não existisse.
> Mas:
> A competição está aí, e, por mais que xinguemos o velho cientista, ele
> nos tem servido p/ descolarmos nossos empregos e bolsas, certo? É
> feio, mas é verdade. Podemos detestar e querer o fim do Lattes, mas
> sempre o preenchemos quando vamos atrás de bolsas, apoio, etc. Ou
> estou exagerando?
> Então, acreditamos que o princípio todo está errado, que o Lattes é
> mais uma régua neo-liberal, etc. Pensamos, também, que criar uma
> tabela capaz de dar conta de todas as atividades artísticas é uma
> ambição idiota e arrogante. Claro que é!
> Achamos que nem mesmo um milhão de etnógrafos sonoro-musicais seriam
> capazes de formular uma tabela justa e abrangente. Porém o sistema não
> sobrevive sem nos impor essa obrigação, ainda mais porque decidimos
> que nossa produção tem que receber pontuação acadêmica. (Vejamos bem:
> foi decisão nossa, buscar refúgio na academia!)
> Podemos então tentar ver se dá pra melhorarmos o nosso contador geiger
> em alguns itens? Propus a modesta observação de que o item 'partitura
> musical' não está bem pensado. Seria possível consertarmos para algo
> melhor?
> Por que precisamos de algo melhor? Porque, na hora de se fazer o
> balanço da simetria entre nós e nossos concorrentes cientistas, uma
> partitura na gaveta tem o mesmo valor que um artigo em repouso no
> mesmo recinto: zero. Os mais-experientes-que-nós cientistas nem
> cogitam em pontuar artigos escritos porém inéditos. O que acontece
> quando se deparam com nossos tímidos pontinhos? Debocham, e com razão.
>
> O problema do Lattes, Silvio, Aleh e Dudú, é que tem gente que começa
> a acreditar nele.
>
> abs,
> d
>
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