[ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência

Damián Keller musicoyargentino em hotmail.com
Seg Jun 11 19:44:51 BRT 2012



Reencaminhando...
Abraços,
Damián

Dr. Damián Keller -
Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre -
http://ccrma.stanford.edu/~dkeller


Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência
From: silvioferrazmello em uol.com.br
Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300
CC: musicoyargentino em hotmail.com
To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br; carole.gubernikoff em gmail.com

Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs...
Falando da composição, minha área de atuação:
Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la répétition" ... "rehearsal art"O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais sérias e interessantes do que simplesmente se repetir.
Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o amadurecimento de um trabalho.É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e de sua recepção.
No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui a publicação nem a estreia.
Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério, distinto de qq qualis de livro ou congresso.Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí.
Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador capes...o que torna sua qualificação falha.
Minha sugestão é:1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora: internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo por pares)2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional, local)3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e apresentação)
A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no caso de trabalhos artísticos... 
absSilvio 


 		 	   		  
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