[ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *

Alexandre Negreiros alexandrenegreiros em yahoo.com.br
Sáb Jun 30 10:29:04 BRT 2012


Olá todos,

Pra "contribuir" com o debate, o Meyer:
http://books.google.com.br/books?id=fL7DUYsmej8C&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false
Capítulo 2: "Some remarks on Value and Greatness in Music"
(como é relativamente pequeno, as pgs que o Google omite eliminam apenas algumas notas, aproveitem!!)

Abçs!
Alex

Em 29/06/2012, às 16:55, Ale Fenerich escreveu:

> Caro Silvio
> 
> 
> Não questiono nenhum dos seus argumentos. Apenas levanto que me parece estranho o fato de haver locais legítimos para "música feita por via da pesquisa" e locais não apropriados (ou não legítimos) para tal. Nos primeiros também se ganha (e bem!) cachês por fora do soldo dos 40 DE, e não me venha com supostas "objetividades", por favor: sabemos que há escolhas pessoais e subjetivas nestes espaços. Então mais uma vez me parece que esbarramos em um argumento elitista, me desculpe.
> 
> 
> Mas não quero mais discutir o assunto: como disse antes, teremos que engolir aquilo que que for decidido por vocês.
> 
> 
> um abraço!
>  
> 
> Em 29 de junho de 2012 16:35, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:
> oi alê...e pergunta aos estudiosos de villa-lobos,
> mto se fala que villa-lobos tocou em boites etc.
> mas em que fase de sua vida....???
> foi o villa das cirandas, ele tocou nestas boites algumas de suas "prole do bebê 2"...ou lá ele apresentou seu "assovio a jato"?
> 
> ele tocou realmente em boites? ou isto é mais uma das blagues típicas de nosso querido compositor.
> 
> no mais:
> 1. villa nem nazareth preenchiam lattes
> 2. villa e nazareth recebiam para tocar em tais boites assim como músicos de orquestra recebem para tocar nas orquestras que fazem cachet.
> 3. não podemos esquecer que ao termos notado que na universidade havia um bom salário entramos em um sistema (no qual nazareth não entrou, nem villa-lobos).
> 4. na universidade fazemos um trabalho que relaciona pesquisa criação e ensino.
> 
> agora, pra não faltar a piada musical na mensagem: não entender uma coisa simples é a prova de que realmente a música desceu do trivium pro quadrivium.... ou seja, nem o trivial é mais compreendido...
> 
> abs
> silvio
> 
> 
> On Jun 25, 2012, at 3:11 PM, luciano cesar wrote:
> 
>> Caro Ale, 
>> 
>>    Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).
>>    Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. 
>> Abraços, 
>> 
>> Luciano
>> --- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com> escreveu:
>> 
>> De: Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *
>> Para: "SBME ." <sbme em sbme.com.br>
>> Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
>> Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28
>> 
>> Olá professor! Olá a todos!
>> 
>> 
>> Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história.
>> 
>> 
>> Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei.
>> 
>> Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram?
>> 
>> 
>> Não entendo, juro que não entendo.
>> 
>> 
>> Um abraço!
>> 
>> 
>> 
>> Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . <sbme em sbme.com.br> escreveu:
>> Caro Fenerich:
>>  
>> Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade.
>> Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra.
>> Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.
>>  
>> Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos.
>> Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas:
>> - Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva?
>> Ale! O padre ficou calado! Caladão?
>> - Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando?
>> Ale! O padre ficou calado! Caladão?
>> - Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão?
>> Ale! O padre ficou calado! Caladão?
>> - Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade?
>> Ale! O padre ficou calado! Caladão?
>> Desisti. Voltei para casa e fui compor.
>>  
>> Abraço,
>> Jorge Antunes
>>  
>> 
>> 
>>  
>> Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com> escreveu:
>> 
>> Caros
>> 
>> 
>> Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história.
>> 
>> 
>> Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. 
>> 
>> 
>> E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação...
>> 
>> 
>> abraços!!
>> 
>> 
>> Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu:
>> 
>> Colegas:
>>  
>> Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco.
>> Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando.
>> O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor.
>> Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc.
>> Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes.
>> As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes.
>> Abraços,
>> Jorge Antunes
>>  
>>  
>> 2012/6/20 Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
>>   You chose to allow Daniel Lemos (dal_lemos em yahoo.com.br) even though this message failed authentication 
>> Click to disallow 
>> 
>> 
>> Caros,
>> 
>> Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática...
>> 
>> Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis.
>> 
>> Abraço,
>> 
>> Daniel L. Cerqueira
>> 
>> Universidade Federal do Maranhão
>> 
>> 
>> --- Em ter, 19/6/12, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:
>> 
>> De: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência
>> Para: "silvioferrazmello" <silvioferrazmello em uol.com.br>, "Rodolfo Caesar" <rodolfo.caesar em gmail.com>
>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
>> Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23
>> 
>> Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito...
>> Abraço, 
>> 
>> Luciano
>> --- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar <rodolfo.caesar em gmail.com> escreveu:
>> 
>> De: Rodolfo Caesar <rodolfo.caesar em gmail.com>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência
>> Para: "silvioferrazmello" <silvioferrazmello em uol.com.br>
>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
>> Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28
>> 
>> Caros,
>> 
>> Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio!
>> Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de
>> precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final,
>> deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais,
>> uma vez que a maldição parece inevitável.
>> Porque:
>> - a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora,
>> sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às
>> leis de mercado.
>> - p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música,
>> tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios
>> abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1
>> Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!...
>> - de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups
>> gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus
>> autores não estejam em dia com a OMB).
>> - o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza
>> sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me
>> engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade,
>> dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque:
>> - para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo
>> 'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de
>> impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda
>> avaliem a análise do musicólogo histórico!
>> - tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe
>> ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop
>> que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito.
>> - sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós
>> aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um
>> bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento
>> vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das
>> hipóteses) o colega analisar.
>> 
>> Um abraço,
>> Rodolfo Caesar
>> 
>> 
>> 
>> 2012/6/17 silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>:
>> > aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"...
>> > para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento.
>> > a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço.
>> > ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão.
>> >
>> > abs
>> > silvio
>> >
>> >
>> > On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote:
>> >
>> >> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista,
>> >>
>> >> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."):
>> >>
>> >>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí...
>> >>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos).
>> >>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho.
>> >> Abraços,
>> >>
>> >> Luciano
>> >>
>> >>
>> >> Citando Alvaro Henrique <alvaroguitar em gmail.com>:
>> >>
>> >>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção
>> >>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo
>> >>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida.
>> >>>
>> >>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente
>> >>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo
>> >>> assim ;-) . Mas veja só:
>> >>>
>> >>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e
>> >>> tocar no Carnegie Hall;
>> >>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista
>> >>> da Berliner;
>> >>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra
>> >>> tocar no maior congresso da sua área;
>> >>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de
>> >>> lançamento de CD.
>> >>>
>> >>> Etc...
>> >>>
>> >>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a
>> >>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem
>> >>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito
>> >>> nacional, local ou internacional, etc.
>> >>>
>> >>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance
>> >>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser
>> >>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção.
>> >>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não
>> >>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja
>> >>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era
>> >>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um
>> >>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que
>> >>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor
>> >>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a
>> >>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações.
>> >>>
>> >>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um
>> >>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem
>> >>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só
>> >>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo?
>> >>>
>> >>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra
>> >>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado
>> >>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis
>> >>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se
>> >>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são
>> >>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o
>> >>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde
>> >>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as
>> >>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que
>> >>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em
>> >>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de
>> >>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo
>> >>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão
>> >>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da
>> >>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações
>> >>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os
>> >>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica
>> >>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música
>> >>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela
>> >>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta
>> >>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países
>> >>> diferentes.
>> >>>
>> >>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e
>> >>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o
>> >>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido
>> >>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como
>> >>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria.
>> >>>
>> >>> Abraços,
>> >>> Alvaro Henrique
>> >>>
>> >>>
>> >>>
>> >>>
>> >>>
>> >>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller
>> >>> <musicoyargentino em hotmail.com>escreveu:
>> >>>
>> >>>>
>> >>>> Reencaminhando...
>> >>>>
>> >>>> Abraços,
>> >>>> Damián
>> >>>>
>> >>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) -
>> >>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal
>> >>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller
>> >>>>
>> >>>>
>> >>>> ------------------------------
>> >>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre
>> >>>> arte e ciência
>> >>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br
>> >>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300
>> >>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com
>> >>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br;
>> >>>> carole.gubernikoff em gmail.com
>> >>>>
>> >>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs...
>> >>>>
>> >>>> Falando da composição, minha área de atuação:
>> >>>>
>> >>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.
>> >>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la
>> >>>> répétition" ... "rehearsal art"
>> >>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou
>> >>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais
>> >>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir.
>> >>>>
>> >>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o
>> >>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter
>> >>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo
>> >>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.
>> >>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.
>> >>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o
>> >>>> amadurecimento de um trabalho.
>> >>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo
>> >>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e
>> >>>> de sua recepção.
>> >>>>
>> >>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma
>> >>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de
>> >>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja
>> >>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui
>> >>>> a publicação nem a estreia.
>> >>>>
>> >>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério,
>> >>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso.
>> >>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência
>> >>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.
>> >>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.
>> >>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma
>> >>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí.
>> >>>>
>> >>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de
>> >>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo
>> >>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador
>> >>>> capes...o que torna sua qualificação falha.
>> >>>>
>> >>>> Minha sugestão é:
>> >>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora:
>> >>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo
>> >>>> por pares)
>> >>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional,
>> >>>> local)
>> >>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se
>> >>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou
>> >>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e
>> >>>> apresentação)
>> >>>>
>> >>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do
>> >>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que
>> >>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por
>> >>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no
>> >>>> caso de trabalhos artísticos...
>> >>>>
>> >>>> abs
>> >>>> Silvio
>> >>>>

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