[ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Sáb Jun 30 19:45:17 BRT 2012


Perfeito, meu caro! Assino embaixo de tuas palavras. Cada trabalho terá seu próprio mérito em sua área ou na sociedade. Avaliações são um modelo criado pela CAPES que sempre tendem ao que o avaliador julga importante. É perda de tempo mesmo.

Um abraço,

Daniel Cerqueira
http://musica.ufma.br


--- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:

De: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *
Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 17:25

oi daniel,vc tem total razãoo problema é a realidade desconexa…na verdade eu pessoalmente acho tudo isto bobagemacho apenas importante que continuemos trabalhando…daí alguém que fique perdendo tempo classificando se o que fazemos vale ou não…acredito que o problema do dia a dia da graduação, extensão e pós é trabalho suficiente para nos preocuparmos. abssilvio

On Jun 30, 2012, at 4:31 PM, Daniel Lemos wrote:

Silvio,

É isso mesmo. Porém, não faz sentido que a pós tenha seus critérios e a graduação tenha outros; é necessário haver uma unidade. As pesquisas não podem mais ficar desconexas da "realidade" (traduz-se: graduação e extensão).

abraço,

Daniel Cerqueira
http://musica.ufma.br


--- Em sáb, 30/6/12, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br> escreveu:

De: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *
Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
Data: Sábado, 30 de Junho de 2012, 13:23

acredito que todas universidades tenham uma norma que permite ao professor desenvolver até 8hs fora da instituição, conforme aprovações de conselhos e tal...ao menos temos isto na unicamp, e caso sejamos remunerados este contrato é realizado através da fundação da universidade sendo ela a contratada (ficando uma fatia de impostos e tal).ou seja, existem modos de se desenvolver projetos fora da universidade, nas suas
 extensões...o que é mto importante.mas, face a todos estes debates me ficou uma questão:a universidade tem três atuações principais: a graduação, a extensão e o pós. A capes e seu qualis, dizem mais respeito à pós...é isto mesmo?.
abssilvio

On Jun 29, 2012, at 1:01 PM, Daniel Lemos wrote:

Caros,

A Universidade oferece a Centros e Departamentos total autonomia para definir que tipos de atividade são importantes para cada área do conhecimento. Hospitais universitários possuem Regimento interno próprio contemplando especificidades da área. O mesmo podem fazem Laboratórios de Engenharia Química.

Os tipos de atividade pertineites à área
 também são considerados na contagem de Atividades Complementares para os cursos de graduação. Aqui, consideramos programas de apresentações musicais tanto quanto certificados de participação em cursos com carga horária, ficando a nosso critério definir o número de horas trabalhadas para preparação e realização da apresentação em cada caso. Portanto, o reconhecimento do trabalho artístico é tão importante para a graduação quanto aos programas de Pós-Graduação. Agora,
 a iniciativa de reconhecer o que é ou não importante para nossa área deve partir de NÓS, e não de um pró-reitor da área de Química Industrial.

Se somos "Dedicação Exclusiva" - o que nos proíbe de assinar contratos com outras instituições ou prestar serviços remunerados - devemos nos mobilizar para LEGALIZAR as atividades que são pertinentes à área de Música em nosso Regimento Interno, ao invés de deixar de trabalhar esperando vencer as 40 horas. A sorte é que muitos colegas não deixam de contribuir inestimavelmente ao desenvolvimento da área de Música por esta incoerência legal.

A mesma mentalidade se prolonga à Ordem dos Músicos: reformulá-la em adequação as necessidades profissionais da área ou negligenciá-la por achar que nada pode ser mudado?


Daniel Cerqueira
http://musica.ufma.br


--- Em seg, 25/6/12, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:

De: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *
Para: "SBME ." <sbme em sbme.com.br>, "Ale Fenerich" <fenerich em gmail.com>
Cc: "ANPPOM"
 <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Segunda-feira, 25 de Junho de 2012, 15:11

Caro Ale, 

   Vale o mesmo, Sala São Paulo ou recital na favela, desde que dentro de um programa vinculado a uma das tres destinações da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão (esta última é que é mais complicada).
   Acho que realmente é hora de parar, afunilar as contribuições. Tenho que dizer que o último comentário do Silvio Ferraz me parece claro o suficiente. Estou me limitando a concordar com ele daqui pra frente. 
Abraços, 

Luciano
--- Em dom, 24/6/12, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com> escreveu:

De: Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
Assunto: Re:
 [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência *
Para: "SBME ."
 <sbme em sbme.com.br>
Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Domingo, 24 de Junho de 2012, 1:28

Olá professor! Olá a todos!


Que ótimo que a discussão está divertida! Me interessa mais se humor entrar nessa história.


Professor Antunes, Ok, cada um faz aquilo que achar relevante para sua vida, para a Universidade, para a cultura geral. Quem sou eu para julgar se um DE ganha o Prix de Roma usando papel e tinteiro da Universidade. Se for para o bem geral de todos e de nossa honrada Música, muito que bem! Eu não posso sequer atirar a primeira pedra, e não atirarei.


Mas persisto na pergunta: porque raios a Sala São Paulo vale mais que uma boite na Lapa, talvez onde Villa-Lobos, Nazareth, Catra e tantos outros tocaram?


Não entendo, juro que não entendo.


Um abraço!




Em 23 de junho de 2012 22:08, SBME . <sbme em sbme.com.br> escreveu:

Caro Fenerich:
 
Existem professores nos Departamentos de Arquitetura que abraçam com paixão a carreira docente -são professores universitários-, mas que não abandonaram a profissão de arquiteto. Não sei como atuam esses que exercem as duas profissões. São contratados por empresas e particulares para projetar construções, e ganham remuneração boa e extra para isso. Seus salários de dedicação exclusiva na Universidade se somam às remunerações extras aumentando a renda. Não sei se fazem esses servicinhos extras nos horários do expediente, usando computadores da Universidade, impressoras da Universidade, papel da Universidade, sala da Universidade.


Talvez não façam isso. Talvez esperem chegar a noite e a madrugada para, em suas casas, nos seus computadores, fazerem o servicinho extra.
Talvez eles realizem o servicinho extra na Universidade, mas doem boa percentagem da remuneração extra à institução onde têm contrato de dedicação exclusiva.
 
Ale! Imagine! Hoje fui à igreja me confessar e pedir aconselhamentos.
Entrei no confessionário e desfilei muitas perguntas:
- Seu padre, sou um dos 40 compositores que recentemente receberam encomendas da Funarte. Vâo me pagar 15 mil reais para escrever uma obra para orquestra de cordas. Posso compor a obra em meu horário de expediente na Universidade, onde sou contratado em regime de dedicação exclusiva?


Ale! O padre ficou calado! Caladão?
- Seu padre, poderei, na Universidade, compondo a obra, alegar que estou pesquisando?

Ale! O padre ficou calado! Caladão?

- Seu padre, devo esperar chegar a noite e a madrugada para execer essa minha outra profissão de compositor, e não ocupar horários da Universidade onde devo dar aulas, preparar aulas, pesquisar e desenvolver atividades de extensão?



Ale! O padre ficou calado! Caladão?
- Seu padre, se eu  compuser a obra encomendada no horário de expediente da Universidade, deverei doar boa percentagem do pagamento da encomenda à Universidade?

Ale! O padre ficou calado! Caladão?
Desisti. Voltei para casa e fui compor.
 
Abraço,
Jorge Antunes
 


 
Em 21 de junho de 2012 09:35, Ale Fenerich <fenerich em gmail.com> escreveu:

Caros 




Concordo totalmente com o prof. Antunes (finalmente!): colocar no Lattes sua composição, estréia, tocação sei lá onde; colocar que você tocou com o Ensemble Intercontemporain, com Paulinho da Viola ou com Teló, colocar que seu aluno ganhou o concurso da dona Maricota, em Dracenópolis, ou o prêmio Chopin, tudo isso é, do ponto de vista acadêmico, desleal. Um cientista, um teórico ou um dentista NAO PODEM pontuar a sua hipótese (a não ser por um artigo) ou a sua obturação. O lado desleal para conosco é o registro de patentes, que conta muitíssimo na pontuação do lattes...talvez outra história.






Um dentista ganha para obturar um dente, e se for DE, não poderá obturar fora dos muros institucionais. Um compositor-professor pode compor à vontade e se tocarem sua peça será um bônus, que não tem absolutamente nada a ver com a vida acadêmica. 






E volto ao meu ponto: quem é, do alto do seu currículo, que vai discernir se a estréia no Palais Garnier é mais ou menos relevante que uma jam sessiom em Porto Real (os lugares são fictícios para evitarmos problemas)? É insensata essa classificação...






abraços!!





Em 20 de junho de 2012 21:35, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu: 




Colegas:
 
Convenhamos, o "sistema" tem sido muito condescendente e bondoso para conosco.
Afinal, muitos exercem duas profissões. Alguns são ao mesmo tempo professores de instrumento e músicos intérpretes. Em geral a atuação como músico intérprete acontece em horário fora do expediente de professor, com cachê. Alguns usam o horário do expediente de professor para estudar as peças que serão tocadas no concerto fora do expediente e com cachê. Dizem estarem pesquisando ao estudarem aquelas peças naqueles horários. Outros são ao mesmo tempo professores de harmonia-contraponto-composição e compositores. Ao comporem consideram, a nível de Lattes, estarem pesquisando.


O sistema não é condescendente com aqueles que são ao mesmo tempo professores de odontologia e dentistas. O "sistema" paga as aulas, premia as pesquisas, mas não quer saber ou premiar de acordo com o número de dentes extraídos quando o professor atua como dentista fora do expediente de professor.


Compositores, aliás, não existem apenas nos Departamentos de Música. Eles existem também em Departamentos de Computação, de Comunicação, de Física etc.
Na UnB existe um professor do Departamento de Comunicação que é ótimo compositor de música popular. Tem trabalhos de altíssima qualidade gravados por Fagner, Beth Carvalho e outros bons intérpretes. Essas composições ele não as inclui no Lattes.


As distorções e os jeitinhos, proporcionados pelo "sistema", só serão resolvidos com a criação do CNDPA (Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa das Artes): o CNPq das artes.
Abraços,
Jorge Antunes
 


 
2012/6/20 Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>


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Caros,

Como "já disseram mais de uma vez, volto a repetir denovo": discutir critérios de qualis não chegará a um acordo tão cedo. Todos os critérios propostos tem suas exceções, assim sendo, não é possível criar subsídios para avaliação geral (além de ficarmos "encalacrados" na discussão). A solução seria tratar cada produção como um "estudo de caso", avaliado por uma comissão conforme a proposta pelo prof. Antunes. Mesmo assim, lembrem-se da dificuldade política deste tipo de trabalho: o parecer resultante da avaliação destas obras artísticas certamente será alvo de discussão por parte dos artistas avaliados. Atribuir pontuações, ainda mais! Se nossas respostas fossem simples como o "certo e errado" da matemática...



Creio que a situação emergencial é reconhecer a produção artística como fruto essencial de nosso trabalho, pelo menos reconhecendo a carga horária utilizada para preparação da produção artística (estudo do repertório, tempo de composição, etc.). Isto não pode ser medido mas pode ser aprovado na instituição. Este deve ser o primeiro passo. Depois viria a discussão do qualis.



Abraço,

Daniel L. Cerqueira
Universidade Federal do Maranhão




--- Em ter, 19/6/12, luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br> escreveu:




De: luciano cesar <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência


Para: "silvioferrazmello" <silvioferrazmello em uol.com.br>, "Rodolfo Caesar" <rodolfo.caesar em gmail.com>


Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Terça-feira, 19 de Junho de 2012, 21:23






Rodolfo, entendo todas as críticas, mas aí a proposta é deixar como está? Pergunto sem ironias, hoje em dia até isso eu tô aceitando. Gostei da coisa do conflito...
Abraço,  


Luciano
--- Em dom, 17/6/12, Rodolfo Caesar <rodolfo.caesar em gmail.com> escreveu:


De: Rodolfo Caesar <rodolfo.caesar em gmail.com>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência


Para: "silvioferrazmello" <silvioferrazmello em uol.com.br>
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br


Data: Domingo, 17 de Junho de 2012, 15:28


Caros,

Como vai ser difícil, esse trabalho, Silvio!
Na minha opinião o qualis artístico só 'funciona' em regime de
precariedade. Daí, em lugar de ansiarmos por um ponto final,
deveríamos contar mais com uma flexibilidade esperta e ajustes anuais,


uma vez que a maldição parece inevitável.
Porque:
- a proposta de vincular o ponto à autoridade da difusora (editora,
sala de espetáculo, evento, etc.) implica em dependencia do sistema às
leis de mercado.


- p.ex.: as artes visuais, historicamente mais velozes que a música,
tratam, por exemplo das 'ocupações' (de terrenos baldios, prédios
abandonados) como obra/política. Nós, aqui, escalonando a partir do A1


Carnegie Hall, estamos mesmo muuuito por fora!...
- de tão caretas que somos, nem pontuaríamos os incríveis mashups
gratuitos no youtube, soundcloud, etc.. (talvez tb. porque seus
autores não estejam em dia com a OMB).


- o mundo das artes em geral é mais dinâmico que o mundo que teoriza
sobre elas (gosto de acreditar que ainda seja assim, ou já me
engano?). Se assim é, então não podemos, de cima de nossa autoridade,
dizer que tal coisa vale mais porque impactou com mais força, porque:


- para analisar impactos é preciso fazer uma avaliação do tipo
'musicologia histórica': não dá pra ser na hora e no ato. Falamos de
impacto cultural, certo? Então que antropólogos e etnólogos ainda
avaliem a análise do musicólogo histórico!


- tenho medo desse matrimônio entre arte e ciência. Claro que existe
ligação histórica entre ambas, mas também muito conflito. Esse loop
que pretendemos montar com o qualis tende a neutralizar o conflito.
- sem conflito, nossa arte fica acariciando o próprio umbigo. É nós


aqui fazendo musicologia da própria obra ou do colega. O mesmo que um
bioquímico sintetizar a molécula que o colega de outro departamento
vai analisar. É o compositor compondo obra para (na melhor das
hipóteses) o colega analisar.



Um abraço,
Rodolfo Caesar



2012/6/17 silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>:
> aí tenho de concordar um pouco com "o sistema"...
> para apresentação em uma sala grande existe um conselho, uma direção artística etc...que de certo modo qualifica o evento.


> a qualificação de um artigo se dá pela revista em que ele foi publicado, o de um livro pela editora...o de concertos pela equação evento/espaço.
> ou seja, a avaliação do conteúdo, da técnica, do repertório, etc. estaria avaliada pelo local/editora/evento/revista de difusão.


>
> abs
> silvio
>
>
> On Jun 15, 2012, at 9:18 AM, lcm em usp.br wrote:
>
>> Caro Álvaro, Silvio e demais da lista,
>>
>> Quanto ao parágrafo 5 da resposta do Álvaro ("Correndo o risco de falar uma bobagem imensa..."):


>>
>>   Me pergunto se realmente é diferente se apresentar em um evento local (a tal B1) e numa grande sala, se o conteúdo da interpretação ou composição é o que realmente faz a diferença. Já que por um vídeo na internet e broadcast yourself (desculpem: divulgar a sua produção acadêmica) é coisa que absolutamente QUALQUER UM pode fazer. A diferença não reside por aí...


>>   Eu gostaria que fosse considerada a questão dos critérios de modo a diferenciar a produção universitária da produção para e do mercado. Nosso modelo já é excessivamente americano, em tudo o que o modelo americano tem de ruim (comprometimento com empresas, dinheiro, produção para o mercado) sem trazer o que ele tem de bom (basicamente, recursos).


>>   Será que estamos realmente discutindo se o que deve ser avaliado na produção artística universitária é o conteúdo ou a embalagem? Concordo com o Sílvio que a discussão sobre conteúdo é imensamente difícil, mas avaliar o "impacto na área" (aliás, o que vem a ser "relevância" de uma obra ou de uma execução?) me parece igualmente estranho.


>> Abraços,
>>
>> Luciano
>>
>>
>> Citando Alvaro Henrique <alvaroguitar em gmail.com>:
>>
>>> Sílvio (permita-me chamá-lo apenas por seu nome), ao optar pela opção


>>> "responder" ao invés da "responder a todos", os e-mails acabam não sendo
>>> enviados à lista, mas apenas ao autor da mensagem respondida.
>>>
>>> Acredito que um qualis em performance é extremamente simples, provavelmente


>>> mais simples que na composição - talvez porque sou da performance vejo
>>> assim ;-) . Mas veja só:
>>>
>>> - não é a mesma coisa tocar no auditório do próprio local de trabalho e


>>> tocar no Carnegie Hall;
>>> - não é a mesma coisa tocar numa orquestra de projeto social e ser solista
>>> da Berliner;
>>> - não é a mesma coisa organizar a própria apresentação e ser aprovado pra


>>> tocar no maior congresso da sua área;
>>> - não é a mesma coisa fazer um recital isolado e fazer uma turnê de
>>> lançamento de CD.
>>>
>>> Etc...
>>>


>>> Dá trabalho, talvez não seja interessante, mas é viável. Claro que a
>>> primeira versão terá falhas, mas só é aprimorável o quê já existe. Já tem
>>> um protótipo disso, como ser performance em evento acadêmico, ter âmbito


>>> nacional, local ou internacional, etc.
>>>
>>> E, ao contrário do que pensa o autor da matéria do jornal, uma performance
>>> A1 tem de valer o mesmo de um artigo A1, além da performance ter de ser


>>> avaliada por parâmetros da performance, não por de outro tipo de produção.
>>> O fato de "regência de coros comunitários" ser objeto de artigos A1 não
>>> deve fazer com que, para o qualis de performance, reger um coro de igreja


>>> valha mais que reger a Wiener Philharmoniker. Afinal, a proposta dele era
>>> que seu livro, por poder ser hipoteticamente objeto de estudo de um
>>> possível artigo qualificável como A1, deve inevitavelmente pontuar mais que


>>> um artigo A1 sempre. Especialmente se o livro for escrito por um professor
>>> e o artigo por um aluno, óbvio. Mais geração x, impossível. Desculpe a
>>> cutucada, aqui não é o local apropriado pra discutir conflito de gerações.


>>>
>>> Provavelmente se compositores se dedicarem a pensar um pouco sobre um
>>> qualis de composição serão encontradas essas diferenças óbvias que podem
>>> gerar uma proposta de qualis que terá falhas, mas a vida é assim. Só


>>> podemos discutir sobre melhorar o lattes havendo um lattes, não é mesmo?
>>>
>>> Correndo o risco de falar uma bobagem imensa, por meter o dedo de outra
>>> área, acho que faz sentido a Bienal pontuar como B1. Ela é demasiado


>>> nacional, em alguns aspectos extremamente local, pra pleitear um qualis
>>> maior que isso, apesar da peneira certamente ser dura. Desculpe-me se
>>> estiver mal informado, mas me parece que os intérpretes da bienal são


>>> apenas músicos da cidade que a organiza. Isso é um dos fatores que limita o
>>> alcance e a relevância do evento em muitos aspectos, que vão desde
>>> a intérpretes trabalhando em ritmo de produção que compromete as


>>> performances à pouca repercussão das obras - afinal, é natural que
>>> intérpretes que preparam uma obra para um evento importante a toquem em
>>> pelo menos uma ocasião mais, e se 100 intérpretes de 1 cidade a toquem de


>>> novo, foi apenas uma reprise na mesma cidade, provavelmente pro mesmo
>>> público, enquanto 100 músicos de 100 cidades que a toquem de novo gerarão
>>> 100 outras cidades e milhares de outros ouvintes apreciando um pouquinho da


>>> bienal. O fato da Bienal não ser um evento itinerante e não gerar gravações
>>> também não ajuda. Já que apenas os moradores de uma cidade e os
>>> compositores prestigiados podem apreciar o evento, o alcance fica


>>> incrivelmente menor que eventos de pequeno porte, como o Festival de Música
>>> Clásica Contemporánea de Lima, que transmite as apresentações ao vivo pela
>>> internet, produz ao final CDs com trechos de cada um dos recitais, e conta


>>> com a presença de compositores e intérpretes de quatro a seis países
>>> diferentes.
>>>
>>> Concordo que o julgamento de qualis deve ser mais focado em relevância e
>>> alcance que qualidade (tanto composição quanto performance). Sem dúvida o


>>> fato de uma apresentação ter acontecido ou de uma composição ter sido
>>> tocada significa que ela já teve seu mérito de qualidade julgado como
>>> satisfatório, do contrário aquela performance não ocorreria.


>>>
>>> Abraços,
>>> Alvaro Henrique
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> Em 11 de junho de 2012 19:44, Damián Keller
>>> <musicoyargentino em hotmail.com>escreveu:


>>>
>>>>
>>>> Reencaminhando...
>>>>
>>>> Abraços,
>>>> Damián
>>>>
>>>> Dr. Damián Keller - Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) -


>>>> Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal
>>>> University of Acre - http://ccrma.stanford.edu/~dkeller


>>>>
>>>>
>>>> ------------------------------
>>>> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre
>>>> arte e ciência
>>>> From: silvioferrazmello em uol.com.br


>>>> Date: Wed, 6 Jun 2012 10:10:29 -0300
>>>> CC: musicoyargentino em hotmail.com
>>>> To: alexandre_ficagna em yahoo.com.br; rcaesar em oi.com.br;


>>>> carole.gubernikoff em gmail.com
>>>>
>>>> Como minhas mensagens não são postadas na lista da ANPPOM, escrevo a vcs...
>>>>
>>>> Falando da composição, minha área de atuação:


>>>>
>>>> Existe uma grande diferença entre produção artística e produção científica.
>>>> A primeira dela diz respeito a arte da performance: "l'art de la
>>>> répétition" ... "rehearsal art"


>>>> O que para um teórico seria repetir, repetir um artigo ou palestra aqui ou
>>>> acolá, na arte é outra coisa: repetir uma obra tem implicações muito mais
>>>> sérias e interessantes do que simplesmente se repetir.


>>>>
>>>> Do mesmo modo que tocar um concerto duas vezes não é se repetir (o
>>>> repertório é sempre retrabalhado, sempre envolve boas horas de estudo), ter
>>>> uma obra tocada duas vezes ao ano, por grupos diferentes ou pelo mesmo


>>>> grupo mas em lugares muito diferentes, não é se repetir.
>>>> Envolve contato com o grupo, ensaios, reensaios, ajustes de partitura.
>>>> Por outro lado a repetição de uma obra em concerto demonstra o


>>>> amadurecimento de um trabalho.
>>>> É comum a estreia de uma obra, mas é raro ela ser reapresentada, sobretudo
>>>> reapresentada por grupos diferentes, o que demonstra crescimento da obra e


>>>> de sua recepção.
>>>>
>>>> No que diz respeito à criação propriamente dita: Ok, escrevemos a peça uma
>>>> vez só, no entanto não temos como publica-la. Por isto o erro de


>>>> considerar-se a estreia como publicação. Qdo publicação é publicação, seja
>>>> digital ou analógica. O mesmo vale para gravação, que também não substitui
>>>> a publicação nem a estreia.


>>>>
>>>> Neste sentido é que necessitamos de um qualis de composição sério,
>>>> distinto de qq qualis de livro ou congresso.
>>>> Ok, podemos ter um primeiro critério: espaços de abrangência


>>>> internacional, nacional, local; editoras idem; gravadoras idem.
>>>> Mas temos também o repertório envolvido, sua dificuldade.
>>>> Uma obra para orquestra tem uma certa complexidade de escrita, mas a mesma


>>>> coisa se dá para um solo...ou seja, não pode ser por aí.
>>>>
>>>> Por outro lado... a avaliação por pares: isto já ocorre no processo de
>>>> seleção para concertos, não precisa ser refeito no qualis....aliás, o tempo


>>>> de avaliação de uma banca para uma bienal é bem maior do que o do avaliador
>>>> capes...o que torna sua qualificação falha.
>>>>
>>>> Minha sugestão é:
>>>> 1. avaliação do local de difusão (concerto, evento, editora, gravadora:


>>>> internacional, nacional, local; com/sem conselho; com/sem processo seletivo
>>>> por pares)
>>>> 2. avaliação do grupo encarregado pela difusão (internacional, nacional,

>>>> local)

>>>> 3. avaliação de amadurecimento: estreia, apresentação (considerando-se
>>>> distancia mínima entre apresentações e se com o mesmo ensemble ou
>>>> performer, que configure retrabalho..equivalendo assim estreia e


>>>> apresentação)
>>>>
>>>> A coisa é simples e não devemos nunca entrar em méritos de qualidade do
>>>> trabalho: isto quem qualifica é o grupo que selecionou a obra, o evento que


>>>> a aceitou, a gravadora, ou a editora. Já basta ter papers esculhambado por
>>>> razões de discordância teórica...isto se multiplica exponencialmente no
>>>> caso de trabalhos artísticos...


>>>>
>>>> abs
>>>> Silvio
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prof. Adjunto IAD - UFJF - http://www.ufjf.br/musica/


http://soundcloud.com/ale_fenerich
http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm
n-1.art.br
http://soundcloud.com/n-1-1 
http://www.ufjf.br/eimas/
http://www.ufjf.br/tecartes/
http://www.limiares.com.br/duo-n1.html



(55 32) 8481-8277







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n-1.art.brhttp://soundcloud.com/n-1-1 http://www.ufjf.br/eimas/
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