[ANPPOM-Lista] Composição em Grupo

fsantos em uel.br fsantos em uel.br
Sex Mar 23 17:39:57 BRT 2012


Oi Daniel,
não sei se alguém já falou (não sei se li todos os emails), mas tem um
livro organizado pela Bernadete Zagonel e Salete Chiamurela (?? acho q se
escreve assim) sobre a experiência que tiveram com o Koellreutter em uma
composição coletiva, que, se bem me lembro, realizaram em Curitiba, nos
anos 80.
Vc conhece? Se lhe interessar, tenho o livro.

um abraço

Fátima C. Santos



> aliás, aproveitando o ensejo
> Tato realizou um trabalho de criação coletiva ainda no encontro de jovens
> compositores que aconteceu na usp em 1980.
>
> Realmente falta documentação…este terreno é um mundo a ser pesquisado.
>
> abs
> silvio
>
>
> On Mar 22, 2012, at 7:51 AM, Rodolfo Caesar wrote:
>
>> Caros,
>>
>>
>> Muito interessante a assimetria entre material bibliográfico e produção
>> em composição coletiva / improvisação. É mesmo um tema e tanto para
>> dissertações.
>> Caso seja de seu interesse, posso encaminhar diretamente ao seu email,
>> Daniel, dados sobre  eventos, dos quais me lembro, que podem somar. De
>> alguns deles participei. Foram parcerias com Vania Dantas Leite, Tim
>> Rescala, o Conjunto Vazio (Vania, Tato Taborda, Tim Rescala + convidados
>> Sandra Lobato, Anna Maria Kieffer, Léo Küpper), Maurício Loureiro, Peter
>> Schuback, Ale Fenerich, Fernando Iazzetta, Michelle Agnes, Lilian
>> Campesato, J.A. Mannis.
>> Digníssimo de nota era o grupo Juntos, dirigido pelo Tato. E deve ter
>> mais um monte que não estou lembrando agora.
>>
>> Abs,
>>
>> Rodolfo Caesar
>>
>>
>>
>> 2012/3/21 Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
>>
>> Olá Sílvio,
>>
>> Interessante o conceito de improvisação que mencionaste. Lembro que há
>> pouco foi dito que a improvisação seria uma "mescla" de composição e
>> performance, mas tu deste um exemplo interessante de improvisação em
>> termos de notação musical.
>>
>> Sobre a questão do tempo, me recordo também do que Berio disse ao tratar
>> sobre a Sequenza IV para Piano. Nesta peça, Berio tratou melodia e
>> harmonia como um só elemento musical, sendo que se este elemento
>> estivesse expandido no tempo, seria melodia; caso estivesse condensado,
>> tenderia à harmonia. Interessante este tratamento do "horizontal" e
>> "vertical" na Música.
>>
>>
>> Um abraço,
>>
>> Daniel Lemos
>>
>> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br
>>
>> ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com
>> Universidade Federal do Maranhão
>>
>>
>> --- Em qua, 21/3/12, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
>> escreveu:
>>
>> De: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Composição em Grupo
>> Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
>> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
>> Data: Quarta-feira, 21 de Março de 2012, 20:34
>>
>>
>> Oi Daniel,
>> Se posso colocar mais lenha da fogueira.
>> Toda tipologia sempre se desdobra sem fim.
>> Existe um processo composicional que implica em improvisação também,
>> mesmo que sobre o papel.
>> Lembro aqui de um processo descrito pelo Marcos Mesquita, em que
>> escrevia a cada dia um acorde sobre o papel, qualquer acorde, e depois
>> de um ano escrevendo acordes com durações específicas, os reuniu todos e
>> apresentou como peça para piano.
>> Também trabalhei assim na composição de uma de minhas peças para piano,
>> todo dia escrevia um ou dois compassos, se escrevia algo que não
>> gostava, estava impedido de apagar, tinha de prosseguir e tentar fazer
>> aquela coisa se apagar auditivamente.
>> Ou seja, são processos temporais, talvez a questão não seja distinguir
>> improvisação e composição pelo paradigma clássico de profundidade mas
>> pelo modo como o tempo se manifesta no processo.
>> Um compositor que trabalhe simples melodias, harmonizadas e encadeadas,
>> não necessariamente trabalha com universos "fora do tempo", talvez tenha
>> o domínio temporal com parceiro, assim como um improvisador.
>>
>> E nas improvisações podemos ter também o oposto, o chorinho compreende
>> uma estrutura super complexa, que os músicos dominam, e que agenciam nas
>> improvisações...ou seja, tocam uma peça hiper-escrita, que sequer
>> precisa estar na partitura de tão estruturada que é.
>>
>> abs
>> Silvio
>>
>>
>>
>> On Mar 21, 2012, at 2:36 PM, Daniel Lemos wrote:
>>
>>>
>>> Olá caro Sílvio e colegas,
>>>
>>> Achei bem pertinente definir duas modalidades de composição coletiva:
>>> "rizomática" e "arborescente". Seria possível que a improvisação
>>> pudesse assumir duas funções neste contexto:
>>>
>>> a) servir como ferramenta composicional, a partir da experimentação e
>>> avaliação dos elementos musicais pesquisados;
>>> b) representar a liberdade - "livre-arbítro" segundo Boulez - no
>>> processo de composição, onde há liberdade ao intérprete ou compositor
>>> para tomada de decisões. Aqui teríamos os elementos musicais que não
>>> podem ser controlados de forma sistemática pelo compositor ou o sistema
>>> composicional utilizado.
>>>
>>> Com relação a esta "letra b", gosto de pensar em "improvisação" como
>>> imprevisibilidade e "composição" como controle, todos fazendo parte de
>>> um mesmo processo - que seria a elaboração de uma obra musical
>>> (Swanwick já defendia esta ideia, mas em outro contexto, voltado à
>>> didática musical). Toda obra pode se encaixar em um ponto entre a
>>> improvisação e a composição. Não existe peça onde se possa controlar na
>>> totalidade todos os aspectos musicais - parâmetros, agógica, acústica,
>>> intenção do intérprete, recepção pelos ouvintes, por exemplo; nem
>>> existe peça totalmente improvisada, pois toda peça necessariamente
>>> possui uma forma musical. Neste caso, creio que o "rizomático" e o
>>> "arborescente" se fundiriam em um elemento só, variando o peso de cada
>>> um de acordo com o contexto musical. Não seria?
>>>
>>> Um abraço,
>>>
>>> Daniel Lemos
>>>
>>> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br
>>>
>>> ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com
>>> Universidade Federal do Maranhão
>>>
>>>
>>> --- Em qua, 21/3/12, silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
>>> escreveu:
>>>
>>> De: silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>
>>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Composição em Grupo
>>> Para: "Ale Fenerich" <fenerich em gmail.com>
>>> Cc: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>, anppom-l em iar.unicamp.br
>>> Data: Quarta-feira, 21 de Março de 2012, 10:33
>>>
>>> Daniel
>>>
>>> Acho que aquele quadro que escrevi ainda outro dia se amplia ainda mais
>>> com estas experiências do Alexandre.
>>> Quando ele fala da geralda, traz uma coisa importante: o suporte dirige
>>> muito o trabalho.
>>>
>>> Quando trabalhamos em Campos tínhamos o Flo conduzindo a parte
>>> eletrônica com alunos mais voltados a esta prática (dentre eles o
>>> ignácio Campos) e eu a parte de escritura instrumental (dentre os
>>> alunos, o Pedro Kroeger)
>>> Cada um dos domínios acabou tendo um rumo, mesmo que concatenados a
>>> cada aula coletiva, o que de certo modo foi conduzido pelo tema do
>>> curso: Messiaen.
>>> Naquele caso tínhamos então 3 determinantes, Messiaen, a eletroacústica
>>> e a escrita instrumental.
>>>
>>> Pensando um pouco sobre o que veio sendo debatido, vejo no mínimo dois
>>> mecanismos:
>>> o rizomático (coletivo em que depois de certo tempo não se tem mais
>>> como localizar pontos de origem)
>>> o arborescente (coordenado, seja por uma pessoa, seja por um sistema,
>>> seja por um suporte ou uma temática)
>>>
>>> acho que aqui chegamos a um suporte teórico bacana que é a sistêmica e
>>> seus diversos desdobramentos na ciência, nas artes e na filosofia.
>>>
>>> No Brasil acho que Jonatas, Mannis (ele faz cursos de composição
>>> empregando a ideia de composição coletiva com I-Ching, na UNICAMP),
>>> Iazzetta, Rogério Costa, Duda, e o pessoal da Paraíba (nesta exp.
>>> narrada pelo Valério), o pessoal do N-1...são realmente referências
>>> interessantes.
>>> Muitos destes trabalhos tem resultados escritos em textos, dentre eles
>>> a tese de doutorado do Rogério (infelizmente ainda não publicada) que
>>> traz muito das ramificações de processos de criação coletiva por
>>> improvisação livre que trabalhamos no antigo grupo Akronon.
>>>
>>> abs
>>> silvio
>>>
>>> On Mar 19, 2012, at 10:11 PM, Ale Fenerich wrote:
>>>
>>>> Caro Daniel e demais colegas
>>>>
>>>>
>>>> há alguns anos tenho participado de iniciativas de composição coletiva
>>>> e posso colecionar alguns tipos de experimento.
>>>>
>>>>
>>>> Em 2003-2005 participei, com Daniel Quaranta, Luiz Eduardo Castelões e
>>>> Rodolfo Caesar, tanto do grupo Experimenta (eu + Quaranta + Castelões)
>>>> quanto do AnãMagra (os quatro, posteriormente só eu e Caesar). Em
>>>> ambos os casos, alguém vinha com uma base ou um som a ser transformado
>>>> pelo outro. Me lembro de ter botado na roda um sambão de gafieira todo
>>>> picotado; Caesar botou uma invenção de Bach filtrada; Quaranta, um
>>>> ritmo de Candomblé; Castelões, algumas buzinas sequenciadas, etc.
>>>>
>>>> Isso deu margem, se bem me lembro, para algumas músicas minhas (A
>>>> Escada Infinita, A Morte do Compositor de Terno:
>>>> http://sussurro.musica.ufrj.br/fghij/f/fenerichale/fenerichale.htm) e
>>>> de outras tantas de Caesar, que ele chama de "Quatro Peças para
>>>> 'Lounge"
>>>> (http://sussurro.musica.ufrj.br/abcde/c/caesarrodolf/20052005/caesarro7.htm).
>>>> No Experimenta deu um Frankstein bem interessante, que apresentamos na
>>>> Bienal de 2003 (Heterotopias 2). Infelizmente isso não está no ar.
>>>>
>>>>
>>>> O procedimento era como de uma transformação contínua de um tema de
>>>> passacaglia, por exemplo: cada um vinha com uma camada a mais (ou a
>>>> menos) em um bolo que partiu de uma ideia ou material musical bem
>>>> simples.
>>>>
>>>> Um outro projeto que participo há anos é o Duo N-1, com Giuliano
>>>> Obici. Ali fazemos de tudo: compomos, criamos instrumentos,
>>>> improvisamos, tocamos, criamos imagens e relações audiovisuais,
>>>> fuçamos em tecnologia. Ultimamente temos nos especializado: realizamos
>>>> em duo a concepcão das peças audiovisuais ao vivo mas Giuliano se
>>>> responsabiliza da realização da imagem, e eu, do som. No entanto, é
>>>> uma composição coletiva conseguida às custas (ou pelo benefício) de
>>>> muito diálogo, conversas de bar, ensaios infindos, piração coletiva.
>>>> Não creio que saia boa coisa de uma prática de composição coletiva sem
>>>> uma grande dose de cumplicidade.
>>>>
>>>>
>>>> Poderia falar também da minha prática de improvisação com Tato
>>>> Taborda, realizada há anos também, que é dirigida por ele e pelas
>>>> sonoridades da Geralda, seu instrumento:
>>>>
>>>> http://www.youtube.com/watch?v=wvDnbOa1obU
>>>>
>>>> São improvisações livres, mas o material e as direções são todas
>>>> sugeridas pelo instrumento!
>>>>
>>>>
>>>> Enfim, são algumas práticas as quais participei/participo. Posso te
>>>> dar mais detalhes, se for do seu interesse!
>>>>
>>>>
>>>> Um abraço, boa sorte na sua busca
>>>>
>>>>
>>>> Alexandre Fenerich
>>>> Em 16 de março de 2012 11:10, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
>>>> escreveu:
>>>>
>>>> Olá,
>>>>
>>>> Gostaria de saber se vocês conhecem referências bibliográficas sobre
>>>> prática de Composição em grupo. Não tenho tido sucesso nas pesquisas
>>>> até agora. Muito obrigado pela atenção.
>>>>
>>>> Cordialmente
>>>>
>>>> Daniel Lemos
>>>>
>>>> Curso de Música/DEART - musica.ufma.br
>>>>
>>>> ufma.academia.edu/dlemos - audioarte.blogspot.com
>>>> Universidade Federal do Maranhão
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