[ANPPOM-Lista] Currículo Lattes -

Alexandre Negreiros alexandrenegreiros em yahoo.com.br
Qui Abr 11 11:38:36 BRT 2013


Creio que um certo viés tenha escapado:
A coleta de dados relativos à raça ou gênero pode ser instrumento chave para monitorar a efetividade das tão necessárias ações afirmativas.
Também não vejo como necessariamente negativo solicitar essa informação, só não concordo que seja de lançamento obrigatório.
Vejo, contudo, que outras práticas mais perversas vem se consolidando sem maiores controvérsias...

Uma delas, relativamente recente, estipula um certo "prazo de validade" para a experiência profissional em concursos para professor.
Ou seja, se você passou 15 ou 20 anos mergulhado em certa atividade, mas já não atua há cinco, sua vivência torna-se magicamente irrelevante.
Afinal, a louvável premissa da "necessidade de atualização contínua" não é invariavelmente preponderante tampouco igualmente aplicável.

Na outra, que grassa há mais tempo, o "DNA" de sua formação acadêmica é colocado à prova, triturando as possíveis virtudes da multidisciplinaridade. 
(Ou pressupondo hipóteses raramente demonstráveis, de vidas inteiras dedicadas à formação, com cada candidato ostentando dúzias de mestrados e doutorados).
Já esperando que algum dia me exijam alfabetização montessoriana (que infelizmente não possuo), me vejo acossado por uma opção que já avaliei como a mais sensata.

Afinal, num programa avalizado pelo Estado, selecionar um candidato à pós-graduação e aprová-lo ao final do processo deveria agregar ao diplomado a presunção deste nível de conhecimento nesta específica área. Mas a recorrente (hoje quase universal) exigência de "unidisciplinaridade" é não apenas oposta a das seleções para universidades do mundo (onde em geral apenas se exige "nível mínimo de"). Ela também representa o atestado da desconfiança generalizada no poder Estatal de regulação e coordenação, o que reputo um completo desastre (sem tocar na explosiva desconfiança mútua, entre programas). Ainda que os gargalos  - como reputo ser essa admissão de condenado por plágio, tema de outra mensagem - não possam ser ignorados, estes precisam ser tratados como tais, jamais como regra !! Ou estaremos reproduzindo a pouco democrática (quiçá covarde) lógica da blindagem: já que cobrar a efetividade da regulação dá trabalho, causa desgastes etc., nos "desviamos" dela, acentuamos os desequilíbrios e ainda jogamos pedra no regulador (e ao pé do ouvido, em colegas, claro! rs)

Bjs!
Alexandre


Em 11/04/2013, às 08:08, Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com> escreveu:

> Desculpem, "todos nós", não.
> Estou perfeitamente satisfeito.
> Não vou fazer absolutamente nada em relação a isso.
> Grato pela compreensão
> 
> carlos palombini
> ufmg.academia.edu/CarlosPalombini
> 
> 
> 2013/4/10 <ephora em iar.unicamp.br>
> 
> Prezado Prof. Guilherme Goldberg
> Estamos todos indignados com esta situação.
> Aproveito para indagar o que iremos fazer em relação a isto?
> Saudações
> Edmundo Hora

>> Citando Guilherme Goldberg <guilherme_goldberg em hotmail.com>:
>> 
>>> Caros, Pois fiquei surpreso ao receber o aviso, na página do Currículo Lattes, que "O campo 'cor ou raça' é de preenchimento obrigatório para a publicação do currículo Lattes.". Isso confirma como a história não nos ensinou nada. Pensei que todos fôssemos cidadãos com os mesmos direitos e deveres. Mas não, continuamos a separar os grupos. É aviltante e vergonhoso! Prof. Dr. Luiz Guilherme Duro GoldbergCor indefinida / Raça humana
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