[ANPPOM-Lista] RES: Sismologia Estelar

jamannis em uol.com.br jamannis em uol.com.br
Qui Fev 28 20:15:08 BRT 2013


Prezado Daniel Lemos

 

Ø  dependendo da distância - e, consequentemente, da velocidade com que o
ouvido capta a sequência de ondas - ela é percebida como reverberação
(abaixo de 17 metros) ou eco (acima de 17 metros, ou seja: o ouvido humano
leva 0,1 segundo para perceber dois sons de forma distinta) ou reverberação

 

Para que o efeito de reverberação, tal qual se define, se produza é
imprescindível que ocorra em “Campo Difuso”. Se o atraso for pequeno mas em
“Campo Livre” o efeito de reverberação não ocorre.

 

Atenciosamente

 

J A Mannis

 

 

De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br]
Em nome de Daniel Lemos
Enviada em: quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 11:55
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar

 



Prezados,

Não imaginava que o assunto fosse despertar tanto interesse assim. Tendo em
vista alguns comentários, creio que seja necessário fazer algumas
observações:

1) A gravidade não é uma "radiação", e não "viaja na velocidade da luz"; ela
é o resultado natural da alteração do espaço em função da presença de um
corpo que possua massa - um planeta ou estrela, por exemplo - e que gera a
dita "elasticidade". Einstein comprovou esta afirmação no famoso eclipse
solar no Egito de 1919, onde no momento do eclipse total, fora possível ver
através de telescópio uma estrela que estava "atrás" do Sol. Este mesmo
efeito da gravidade gera as "lentes gravitacionais" que, pela alteração que
um corpo com massa faz no espaço ao seu redor, desloca a luz que chega até
nós, ampliando a visão de um corpo celeste qualquer.

2) Todos os tipos de ondas provém de um processo semelhante, conforme fora
afirmado anteriormente. Tanto a Luz quanto as ondas eletromagnéticas e as
ondas sonoras são formas de energia que se propagam, cada qual utilizando um
determinado meio. Interessante é o objeto de investigação da Psicoacústica,
ciência que estuda os efeitos cognitivos relativos a eventos acústicos. Um
exemplo é a diferença entre eco e reverberação: ambos provém de uma mesmo
processo - a reflexão de ondas sonoras - porém, dependendo da distância - e,
consequentemente, da velocidade com que o ouvido capta a sequência de ondas
- ela é percebida como reverberação (abaixo de 17 metros) ou eco (acima de
17 metros, ou seja: o ouvido humano leva 0,1 segundo para perceber dois sons
de forma distinta) ou reverberação.

3) A conversão de ondas luminosas (Luz) a ondas sonoras feitas pela
Sismologia Estelar torna-se, então, mais uma das técnicas utilizadas para
detectar planetas. Uma experiência similar, feita em 1997 e baseada em ondas
eletromagnéticas, mostra o "som" produzido pelo campo magnético da Terra.
Quem se interessar, pode ouvi-los na página da Universidade de Iowa:
http://www-pw.physics.uiowa.edu/plasma-wave/istp/polar/magnetosound.html.

Abraço a todos,

Daniel Lemos Cerqueira 

Coordenador de Música 

Coordenador do PIBID de Artes 

Membro da COPEVE 

Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 

 <http://musica.ufma.br> http://musica.ufma.br


--- Em ter, 26/2/13, Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br> escreveu:


De: Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar
Para: "Alexandre Torres Porres" <porres em gmail.com>, "Tuti Fornari"
<tutifornari em gmail.com>
Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013, 23:39

Queridos,

 

"Para mim som é um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam."
INCITAM...por favor,  não posso conceber  que cientistas, trocando
informações de tão alto nível  permitam-se ultrajar o nosso idioma...ainda
mais pertencentes (exceto Porres) a centros acadêmicos de excelência como a
UNICAMP.

 

Saudações e boa semana,

D.

 

 

 

  _____  

De: Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>
Para: Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com> 
Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br> 
Enviadas: Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013 3:27
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar

 

> pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q

> se convertem em ondas mecanicas

To entendendo que é impossível, pois elas diferem muito em natureza, a
gravitacional é uma radiação que viaja na velocidade da luz, e enfim, ainda
não foi detectada diretamente. Aliás, tá cheio de laboratório tentando
captar isso pelo mundo, inclusive na USP.

Abraço

Em 25 de fevereiro de 2013 03:06, Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com>
escreveu:

Oi Porres, 

Minha palestra esta no canal youtube do TEDx ... 

Sobre a sismologia cosmica, pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q se
convertem em ondas mecanicas ... As variacoes de compressao e expansao
gravitacional correspondem a variacoes similares no meio elastico do ar e,
se ocorrerem dentro dos limites da audicao humana, em termos de intensidade
e frequencia, podem ser ouvidas. Aí vem a questao do q é som. Para mim som é
um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam. As vibracoes
mecanicas sao convertidas em impulsos eletricos pela coclea, e estes sao
interpretados como som pelo cérebro. Nao existe som la fora, mas apenas
vibracoes de pressao do ar. 
Tem muito pra falar sobre isso, mas eu paro por aqui... Abracos!

Tuti
_______

JoseFornari(Tuti)

NICS-UNICAMP

email: tutifornari em gmail.com

cel:11-9-8318-8778

www.sites.google.com/site/tutifornari


Em Feb 25, 2013, às 0:04, Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>
escreveu:

Oi Tuti, por falar nisso, a tua palestra pro TED já tá online também?

 

Bom, eu dei uma olhada nessa palestra e achei umas coisas estranhas; ela
começa dizendo que a ideia do espaço "vibrar" se deve à relatividade do
Einstein, mas nada disso tem a ver com acústica ou ondas sonoras. Einstein
preveu sim algo que ainda não foi detectado diretamente, que são "ondas
gravitacionais", e é isso que ela fala e diz que é "literalmente" onda
sonora, mas nunca que é...

 

Dá pra dizer: "É onda sonora... Só que não".

 

Como ela mesmo diz, teu tímpano vibraria em simpatia a essas ondas, mas o
teu cérebro também viraria geléia. 

 

Então o que ela toca é um especulação convertida em ondas sonoras. Em suma,
essas coisas não fazem som! Assim como radiação de luz não faz som... mas dá
pra converter até pra analisar em programas de DSP de áudio, mas não são
som.

 

Outra coisa que ela usou foi o som da estática dizendo que seria o som do
big bang... tá, mas isso é a "Radiação cósmica de fundo em micro-ondas", e
sim, parte do ruído de estática entre as estações de rádio vem dessa
radiação (aliás, quando descobriram isso, encontraram a primeira evidência
do Big-Bang). Pois, de novo, radiação eletromagnética convertida em som, mas
não é "som" de modo algum. E qualquer barulho que seu forno microondas faça,
não vem das microondas.

 

Quando a gente liga pra alguém no celular, não é o som que vai, mas sim um
sinal eletromagnético que carrega o som pelo espaço, ricocheteando em
satélites, e sendo convertidos de volta em som.  

 

Eu até queria entender melhor que tipo de onda se fala dessas dos buracos
negros. Nos artigo sobre o tal buraco negra que canta em Si Bemol ninguém
diz de fato o que seria, mas dão a entender sim que são ondas sonoras, se
propagando por uma região gasosa. Aí até poderia ser um tipo de onda
sísmica, parecida com onda sonora. Mas depois dessa palestra, me parece que
podem ser ondas gravitacionais.

 

E se onda gravitacional não tem nada a ver com som, também não tem a ver com
sismologia. Há um tipo de Onda Sísmica sim que equivale ao som, por ser,
igualmente, uma onda mecânica longitudinal. Aliás, há até alguns tipos de
microfones que captam abalos sísmicos.

 

Mas de novo, o que captaram com esses estudos de sismologia estelar foi uma
variação desses abalos na luminosidade da estrela, e mediram e captaram a
luz dela pra conseguir determinar qual era o seu tamanho. Essas ondas não se
propagam pelo espaço, e não são captadas por nós a milhares de anos luz de
distância.

Abraço

 

Em 24 de fevereiro de 2013 12:54, Tuti <tutifornari em gmail.com> escreveu:

Sobre o tema de Sismologia Estelar, tem um TED talk que acho interessante
Janna Levin: The sound the universe makes
http://www.ted.com/talks/janna_levin_the_sound_the_universe_makes.html


2013/2/24 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:

>
> Desculpe, Alexandre. Um bolsista de iniciação científica analisou a obra
> para mim e representou-a numa partitura convencional. Por isso me escapou
o
> "escreveu". Foi ele, aliás, quem me falou do Si bemol do mundo. O fato tem
> comprovação da Nasa.
>
> http://www.nasa.gov/centers/goddard/universe/black_hole_sound.html
>
>
http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2003/09sep_blackholesou
nds/
>
>
http://www.sffchronicles.co.uk/forum/621-deepest-sound-in-the-universe-so-fa
r.html
>
> Como você mesmo pode ler, para a Nasa, o Si bemol gravíssimo é "a canção
de
> um buraco negro distante".
>
> Abraço,
> Carlos
>
> 2013/2/24 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
>
>> "escreveu" não, Carlos... "realizou"...
>
>
>>
>> um primor, aliás!
>
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