[ANPPOM-Lista] Em homenagem a hacker morto, acadêmicos liberam estudos

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Seg Jan 14 01:57:42 BRST 2013


Em homenagem a hacker morto, acadêmicos liberam estudos13/01/13 - 16:42
POR Marcelo Soares



É possível que você não conheça Aaron Swartz, um talentoso ativista digital
que se suicidou <http://tech.mit.edu/V132/N61/swartz.html>na sexta-feira,
aos 26 anos. Mesmo não o conhecendo, é possível que você tenha sido
beneficiado pelo trabalho dele de alguma maneira.

Se você recebe feeds de notícias em RSS, por exemplo, deveria erguer uma
taça em sua memória. (Se não recebe, veja aqui a lista dos feeds da
Folha<http://www1.folha.uol.com.br/tec/740140-confira-lista-de-feeds-do-site-da-folha.shtml>
e
conheça o Google Reader. <http://www.google.com/reader>)

Swartz tinha apenas 14 anos quando colaborou na criação do RSS, padrão que
permite o compartilhamento simples e rápido de atualizações de sites. Eu
assino mais de 200 feeds, muitos deles de sites que não atualizam todo dia
mas cujas novidades eu gosto de saber na hora. Com o RSS, eu não preciso
visitar todos eles todos os dias para saber se houve atualização.

Nem toda intervenção de Swartz era tão incontroversa quanto a criação do
RSS ou sua participação na rede de petições Avaaz (aquela que colaborou na
coleta de assinaturas para a aprovação da lei Ficha Limpa).

Ewald Scharfenberg, do IPYS
Venezuela<http://www.ipys.org.ve/ipys-venezuela.aspx>,
lembra que Swartz participou da criação da extensão de Firefox
Recap<https://www.recapthelaw.org/>,
que criava um repositório de decisões judiciais que geralmente são obtidas
apenas por assinatura, no sistema Pacer <http://www.pacer.gov>.

Funciona assim: quem tem assinatura paga do Pacer doa as decisões que baixa
para o Recap, o que libera outros usuários da extensão de pagar por aqueles
documentos – embora ainda tenha de pagar por outros que ainda não tenham
sido acessados pelos usuários.

Decisões judiciais são documentos públicos por definição, e o
movimento foi imediatamente
bem recebido<http://blog.law.cornell.edu/voxpop/2011/02/03/pacer-recap-and-the-movement-to-free-american-case-law/>.
Afinal, quem compartilharia os documentos seria quem legalmente os obteve.
A recepção foi razoavelmente boa até no próprio Pacer, ainda que com
restrições <http://www.pacer.gov/announcements/general/exemptnotice.html>:
quem tem acesso gratuito, dizem eles, não deveria compartilhar. O FBI abriu
investigação contra Swartz pela criação do Recap, porém.

A meta seguinte de Swartz foi mais ambiciosa. Todo ano, milhares de estudos
acadêmicos são publicados na internet, em revistas acadêmicas, com acesso
só mediante assinatura. Assinaturas caras, que geralmente só se encontra em
bibliotecas acadêmicas de altíssima qualidade. A definição do quanto esses
documentos devem ser públicos é bem mais controversa que a de decisões
judiciais.

Em julho, Swartz foi indiciado pelo Judiciário americano por baixar milhões
de estudos do banco de dados JSTOR <http://www.jstor.org/>, que requer
assinatura, com a intenção de compartilhá-los. Para isso, ele criou um robô
utilizando a rede do Massachussetts Institute of Technology – que assina a
JSTOR, a um custo anual de mais de US$ 50 mil. Ao baixar os estudos, Swartz
pretendia compartilhá-los de graça e por isso foi processado e condenado a
35 anos de prisão.

Alex Stamos, que colaborou na defesa técnica de Swartz, diz que a pena foi
um exagero<http://unhandled.com/2013/01/12/the-truth-about-aaron-swartzs-crime/>.
Swartz apenas aproveitou a abertura da rede do MIT e a falta de controles
de acesso ao JSTOR.

“Ele era um jovem inteligente que encontrou uma brecha que lhe permitiu
baixar rapidamente muitos documentos. Essa brecha foi criada
intencionalmente pelo MIT e pela JSTOR, e estava codificada contratualmente
nas pilhas de papeis anexadas ao processo”, escreveu Stamos.

Li algumas dezenas de homenagens a Swartz em posts de blogs de ativistas do
conhecimento livre.

Nenhuma, porém, foi tão eloquente quanto a hashtag
#pdftribute<http://twitter.com/search?q=%23pdftribute&src=hash>,
no Twitter, onde acadêmicos das melhores universidades do mundo estão
compartilhando links para baixar de graça seus artigos em PDF.

Ao menos um leitor deste blog, o Leonardo Martins, já deu sua
contribuição<http://twitter.com/leomrtns/status/290516526249943041>.
Se você também houver dado, passe o link nos comentários e eu coloco aqui.

*ATUALIZANDO:* Foi criado o site pdftribute.net, que coleta e publica os
trabalhos liberados usando a hashtag #pdftribute

-- 
carlos palombini
www.researcherid.com/rid/F-7345-2011
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