[ANPPOM-Lista] RES: Sismologia Estelar

Jorge Antunes antunes em unb.br
Sex Mar 1 10:13:29 BRT 2013


Olá:

Complementando os comentários do José Augusto Mannis, gostaria de lembrar
coisa bem interessante.
A duração de cerca de 0,1 seg, a que Mannis se refere, é o chamado "tempo
de resolução do ouvido".
É o tempo gasto para que o fenômeno vibratório que excita o tímpano, leva
para, transformado em impulso eletroquímico, chegar ao bulbo do cérebro.
A coisa interessante que acrescento, é a seguinte.
Abraham Moles chama, a esse tempo (essa duração), de "espessura do
presente".
O referido tempo de resolução (duração), é igual para todos os sentidos:
para o tato, o paladar, o odor, a visão.
A percepção humana é maravilhosamente imperfeita.
Dizemos que são simultâneos dois eventos que não acontecem ao mesmo tempo,
mas que acontecem com intervalo menor que 0,1 seg.
Graças a isso ouvimos, como simultâneo, um ataque de tutti orquestral,
mesmo não atacando ao mesmo tempo todos os músicos da orquestra.
O "presente" é "espesso".
Abraços,
Jorge Antunes




Em 28 de fevereiro de 2013 20:15, <jamannis em uol.com.br> escreveu:

> Prezado Daniel Lemos****
>
> ** **
>
> **Ø  **dependendo da distância - e, consequentemente, da velocidade com
> que o ouvido capta a sequência de ondas - ela é percebida como reverberação
> (abaixo de 17 metros) ou eco (acima de 17 metros, ou seja: o ouvido humano
> leva 0,1 segundo para perceber dois sons de forma distinta) ou reverberação
> ****
>
> ** **
>
> Para que o efeito de reverberação, tal qual se define, se produza é
> imprescindível que ocorra em “Campo Difuso”. Se o atraso for pequeno mas em
> “Campo Livre” o efeito de reverberação não ocorre.****
>
> ** **
>
> Atenciosamente****
>
> ** **
>
> J A Mannis****
>
> ** **
>
> ** **
>
> *De:* anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:
> anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] *Em nome de *Daniel Lemos
> *Enviada em:* quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 11:55
> *Para:* anppom-l em iar.unicamp.br
> *Assunto:* Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar****
>
> ** **
>
>
> Prezados,
>
> Não imaginava que o assunto fosse despertar tanto interesse assim. Tendo
> em vista alguns comentários, creio que seja necessário fazer algumas
> observações:
>
> 1) A gravidade não é uma "radiação", e não "viaja na velocidade da luz";
> ela é o resultado natural da alteração do espaço em função da presença de
> um corpo que possua massa - um planeta ou estrela, por exemplo - e que gera
> a dita "elasticidade". Einstein comprovou esta afirmação no famoso eclipse
> solar no Egito de 1919, onde no momento do eclipse total, fora possível ver
> através de telescópio uma estrela que estava "atrás" do Sol. Este mesmo
> efeito da gravidade gera as "lentes gravitacionais" que, pela alteração que
> um corpo com massa faz no espaço ao seu redor, desloca a luz que chega até
> nós, ampliando a visão de um corpo celeste qualquer.
>
> 2) Todos os tipos de ondas provém de um processo semelhante, conforme fora
> afirmado anteriormente. Tanto a Luz quanto as ondas eletromagnéticas e as
> ondas sonoras são formas de energia que se propagam, cada qual utilizando
> um determinado meio. Interessante é o objeto de investigação da
> Psicoacústica, ciência que estuda os efeitos cognitivos relativos a eventos
> acústicos. Um exemplo é a diferença entre eco e reverberação: ambos provém
> de uma mesmo processo - a reflexão de ondas sonoras - porém, dependendo da
> distância - e, consequentemente, da velocidade com que o ouvido capta a
> sequência de ondas - ela é percebida como reverberação (abaixo de 17
> metros) ou eco (acima de 17 metros, ou seja: o ouvido humano leva 0,1
> segundo para perceber dois sons de forma distinta) ou reverberação.
>
> 3) A conversão de ondas luminosas (Luz) a ondas sonoras feitas pela
> Sismologia Estelar torna-se, então, mais uma das técnicas utilizadas para
> detectar planetas. Uma experiência similar, feita em 1997 e baseada em
> ondas eletromagnéticas, mostra o "som" produzido pelo campo magnético da
> Terra. Quem se interessar, pode ouvi-los na página da Universidade de Iowa:
> http://www-pw.physics.uiowa.edu/plasma-wave/istp/polar/magnetosound.html.
>
> Abraço a todos,****
>
> Daniel Lemos Cerqueira ****
>
> Coordenador de Música ****
>
> Coordenador do PIBID de Artes ****
>
> Membro da COPEVE ****
>
> Universidade Federal do Maranhão (UFMA) ****
>
> *http://musica.ufma.br* <http://musica.ufma.br>
>
>
> --- Em *ter, 26/2/13, Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br>* escreveu:*
> ***
>
>
> De: Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br>
> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar
> Para: "Alexandre Torres Porres" <porres em gmail.com>, "Tuti Fornari" <
> tutifornari em gmail.com>
> Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Data: Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013, 23:39****
>
> Queridos,****
>
> ** **
>
> "Para mim som é um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam."
> INCITAM...por favor,  não posso conceber  que cientistas, trocando
> informações de tão alto nível  permitam-se ultrajar o nosso
> idioma...ainda mais pertencentes (exceto Porres) a centros acadêmicos de
> excelência como a UNICAMP.****
>
> ** **
>
> Saudações e boa semana,****
>
> D.****
>
> ** **
>
> ** **
>
> ** **
> ------------------------------
>
> *De:* Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>
> *Para:* Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com>
> *Cc:* "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> *Enviadas:* Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013 3:27
> *Assunto:* Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar****
>
> ** **
>
> > pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q****
>
> > se convertem em ondas mecanicas
>
> To entendendo que é impossível, pois elas diferem muito em natureza, a
> gravitacional é uma radiação que viaja na velocidade da luz, e enfim, ainda
> não foi detectada diretamente. Aliás, tá cheio de laboratório tentando
> captar isso pelo mundo, inclusive na USP.
>
> Abraço****
>
> Em 25 de fevereiro de 2013 03:06, Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com<http://mc/compose?to=tutifornari@gmail.com>>
> escreveu:****
>
> Oi Porres, ****
>
> Minha palestra esta no canal youtube do TEDx ... ****
>
> Sobre a sismologia cosmica, pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q
> se convertem em ondas mecanicas ... As variacoes de compressao e expansao
> gravitacional correspondem a variacoes similares no meio elastico do ar e,
> se ocorrerem dentro dos limites da audicao humana, em termos de intensidade
> e frequencia, podem ser ouvidas. Aí vem a questao do q é som. Para mim som
> é um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam. As vibracoes
> mecanicas sao convertidas em impulsos eletricos pela coclea, e estes sao
> interpretados como som pelo cérebro. Nao existe som la fora, mas apenas
> vibracoes de pressao do ar.
> Tem muito pra falar sobre isso, mas eu paro por aqui... Abracos!****
>
> Tuti
> _______****
>
> JoseFornari(Tuti)****
>
> NICS-UNICAMP****
>
> email: tutifornari em gmail.com <http://mc/compose?to=tutifornari@gmail.com>*
> ***
>
> cel:11-9-8318-8778****
>
> www.sites.google.com/site/tutifornari****
>
>
> Em Feb 25, 2013, às 0:04, Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com<http://mc/compose?to=porres@gmail.com>>
> escreveu:****
>
> Oi Tuti, por falar nisso, a tua palestra pro TED já tá online também?****
>
> ** **
>
> Bom, eu dei uma olhada nessa palestra e achei umas coisas estranhas; ela
> começa dizendo que a ideia do espaço "vibrar" se deve à relatividade do
> Einstein, mas nada disso tem a ver com acústica ou ondas sonoras. Einstein
> preveu sim algo que ainda não foi detectado diretamente, que são "ondas
> gravitacionais", e é isso que ela fala e diz que é "literalmente" onda
> sonora, mas nunca que é...****
>
> ** **
>
> Dá pra dizer: "É onda sonora... Só que não".****
>
> ** **
>
> Como ela mesmo diz, teu tímpano vibraria em simpatia a essas ondas, mas o
> teu cérebro também viraria geléia. ****
>
> ** **
>
> Então o que ela toca é um especulação convertida em ondas sonoras. Em
> suma, essas coisas não fazem som! Assim como radiação de luz não faz som...
> mas dá pra converter até pra analisar em programas de DSP de áudio, mas não
> são som.****
>
> ** **
>
> Outra coisa que ela usou foi o som da estática dizendo que seria o som do
> big bang... tá, mas isso é a "Radiação cósmica de fundo em micro-ondas", e
> sim, parte do ruído de estática entre as estações de rádio vem dessa
> radiação (aliás, quando descobriram isso, encontraram a primeira evidência
> do Big-Bang). Pois, de novo, radiação eletromagnética convertida em som,
> mas não é "som" de modo algum. E qualquer barulho que seu forno microondas
> faça, não vem das microondas.****
>
> ** **
>
> Quando a gente liga pra alguém no celular, não é o som que vai, mas sim um
> sinal eletromagnético que carrega o som pelo espaço, ricocheteando em
> satélites, e sendo convertidos de volta em som.  ****
>
> ** **
>
> Eu até queria entender melhor que tipo de onda se fala dessas dos buracos
> negros. Nos artigo sobre o tal buraco negra que canta em Si Bemol ninguém
> diz de fato o que seria, mas dão a entender sim que são ondas sonoras, se
> propagando por uma região gasosa. Aí até poderia ser um tipo de onda
> sísmica, parecida com onda sonora. Mas depois dessa palestra, me parece que
> podem ser ondas gravitacionais.****
>
> ** **
>
> E se onda gravitacional não tem nada a ver com som, também não tem a ver
> com sismologia. Há um tipo de Onda Sísmica sim que equivale ao som, por
> ser, igualmente, uma onda mecânica longitudinal. Aliás, há até alguns tipos
> de microfones que captam abalos sísmicos.****
>
> ** **
>
> Mas de novo, o que captaram com esses estudos de sismologia estelar foi
> uma variação desses abalos na luminosidade da estrela, e mediram e captaram
> a luz dela pra conseguir determinar qual era o seu tamanho. Essas ondas *
> não* se propagam pelo espaço, e não são captadas por nós a milhares de
> anos luz de distância.
>
> Abraço****
>
> ** **
>
> Em 24 de fevereiro de 2013 12:54, Tuti <tutifornari em gmail.com<http://mc/compose?to=tutifornari@gmail.com>>
> escreveu:****
>
> Sobre o tema de Sismologia Estelar, tem um TED talk que acho interessante
> Janna Levin: The sound the universe makes
> http://www.ted.com/talks/janna_levin_the_sound_the_universe_makes.html
>
>
> 2013/2/24 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com<http://mc/compose?to=cpalombini@gmail.com>
> >:****
>
> >
> > Desculpe, Alexandre. Um bolsista de iniciação científica analisou a obra
> > para mim e representou-a numa partitura convencional. Por isso me
> escapou o
> > "escreveu". Foi ele, aliás, quem me falou do Si bemol do mundo. O fato
> tem
> > comprovação da Nasa.
> >
> > http://www.nasa.gov/centers/goddard/universe/black_hole_sound.html
> >
> >
> http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2003/09sep_blackholesounds/
> >
> >
> http://www.sffchronicles.co.uk/forum/621-deepest-sound-in-the-universe-so-far.html
> >
> > Como você mesmo pode ler, para a Nasa, o Si bemol gravíssimo é "a canção
> de
> > um buraco negro distante".
> >
> > Abraço,
> > Carlos
> >
> > 2013/2/24 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com<http://mc/compose?to=fenerich@gmail.com>
> >
> >
> >> "escreveu" não, Carlos... "realizou"...
> >
> >
> >>
> >> um primor, aliás!
> >
> >****
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