[ANPPOM-Lista] RES: Sismologia Estelar

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Sex Mar 1 11:11:16 BRT 2013


Caro prof. Antunes,

Muito interessante a observação, não tinha pensado nisso. Isto seria uma possível solução para naipes que não tocam juntos. Agora, pra desafinação, ainda não existe uma "solução psicoacústica"... o jeito é estudar, e muito!


Daniel Lemos Cerqueira 
Coordenador de Música 
Coordenador do PIBID de Artes 
Membro da COPEVE 
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 
http://musica.ufma.br


--- Em sex, 1/3/13, Jorge Antunes <antunes em unb.br> escreveu:

De: Jorge Antunes <antunes em unb.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] RES: Sismologia Estelar
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Cc: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>, jamannis em uol.com.br
Data: Sexta-feira, 1 de Março de 2013, 10:13

Olá:
Complementando os comentários do José Augusto Mannis, gostaria de lembrar coisa bem interessante.A duração de cerca de 0,1 seg, a que Mannis se refere, é o chamado "tempo de resolução do ouvido".
É o tempo gasto para que o fenômeno vibratório que excita o tímpano, leva para, transformado em impulso eletroquímico, chegar ao bulbo do cérebro.A coisa interessante que acrescento, é a seguinte.
Abraham Moles chama, a esse tempo (essa duração), de "espessura do presente".O referido tempo de resolução (duração), é igual para todos os sentidos: para o tato, o paladar, o odor, a visão.
A percepção humana é maravilhosamente imperfeita.Dizemos que são simultâneos dois eventos que não acontecem ao mesmo tempo, mas que acontecem com intervalo menor que 0,1 seg.Graças a isso ouvimos, como simultâneo, um ataque de tutti orquestral, mesmo não atacando ao mesmo tempo todos os músicos da orquestra.
O "presente" é "espesso".Abraços,Jorge Antunes



Em 28 de fevereiro de 2013 20:15,  <jamannis em uol.com.br> escreveu:


Prezado Daniel Lemos
 Ø  dependendo da distância - e, consequentemente, da velocidade com que o ouvido capta a sequência de ondas - ela é percebida como reverberação (abaixo de 17 metros) ou eco (acima de 17 metros, ou seja: o ouvido humano leva 0,1 segundo para perceber dois sons de forma distinta) ou reverberação
 Para que o efeito de reverberação, tal qual se define, se produza é imprescindível que ocorra em “Campo Difuso”. Se o atraso for pequeno mas em “Campo Livre” o efeito de reverberação não ocorre.
 Atenciosamente
 J A Mannis
  
De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Daniel Lemos

Enviada em: quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 11:55
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar
 
Prezados,


Não imaginava que o assunto fosse despertar tanto interesse assim. Tendo em vista alguns comentários, creio que seja necessário fazer algumas observações:

1) A gravidade não é uma "radiação", e não "viaja na velocidade da luz"; ela é o resultado natural da alteração do espaço em função da presença de um corpo que possua massa - um planeta ou estrela, por exemplo - e que gera a dita "elasticidade". Einstein comprovou esta afirmação no famoso eclipse solar no Egito de 1919, onde no momento do eclipse total, fora possível ver através de telescópio uma estrela que estava "atrás" do Sol. Este mesmo efeito da gravidade gera as "lentes gravitacionais" que, pela alteração que um corpo com massa faz no espaço ao seu redor, desloca a luz que chega até nós, ampliando a visão de um corpo celeste qualquer.


2) Todos os tipos de ondas provém de um processo semelhante, conforme fora afirmado anteriormente. Tanto a Luz quanto as ondas eletromagnéticas e as ondas sonoras são formas de energia que se propagam, cada qual utilizando um determinado meio. Interessante é o objeto de investigação da Psicoacústica, ciência que estuda os efeitos cognitivos relativos a eventos acústicos. Um exemplo é a diferença entre eco e reverberação: ambos provém de uma mesmo processo - a reflexão de ondas sonoras - porém, dependendo da distância - e, consequentemente, da velocidade com que o ouvido capta a sequência de ondas - ela é percebida como reverberação (abaixo de 17 metros) ou eco (acima de 17 metros, ou seja: o ouvido humano leva 0,1 segundo para perceber dois sons de forma distinta) ou reverberação.


3) A conversão de ondas luminosas (Luz) a ondas sonoras feitas pela Sismologia Estelar torna-se, então, mais uma das técnicas utilizadas para detectar planetas. Uma experiência similar, feita em 1997 e baseada em ondas eletromagnéticas, mostra o "som" produzido pelo campo magnético da Terra. Quem se interessar, pode ouvi-los na página da Universidade de Iowa: http://www-pw.physics.uiowa.edu/plasma-wave/istp/polar/magnetosound.html.


Abraço a todos,Daniel Lemos Cerqueira Coordenador de Música 
Coordenador do PIBID de Artes 
Membro da COPEVE Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 
http://musica.ufma.br



--- Em ter, 26/2/13, Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br> escreveu:

De: Doriana Mendes <dorimendes em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar
Para: "Alexandre Torres Porres" <porres em gmail.com>, "Tuti Fornari" <tutifornari em gmail.com>

Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013, 23:39
Queridos, 
"Para mim som é um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam." INCITAM...por favor,  não posso conceber  que cientistas, trocando informações de tão alto nível  permitam-se ultrajar o nosso idioma...ainda mais pertencentes (exceto Porres) a centros acadêmicos de excelência como a UNICAMP.
 Saudações e boa semana,
D. 
  

De: Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com>

Para: Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com> 
Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br> 

Enviadas: Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013 3:27
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Sismologia Estelar 
> pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q
> se convertem em ondas mecanicas


To entendendo que é impossível, pois elas diferem muito em natureza, a gravitacional é uma radiação que viaja na velocidade da luz, e enfim, ainda não foi detectada diretamente. Aliás, tá cheio de laboratório tentando captar isso pelo mundo, inclusive na USP.


AbraçoEm 25 de fevereiro de 2013 03:06, Tuti Fornari <tutifornari em gmail.com> escreveu:
Oi Porres, Minha palestra esta no canal youtube do TEDx ... 
Sobre a sismologia cosmica, pelo q entendi, sao as ondas gravitacionais q se convertem em ondas mecanicas ... As variacoes de compressao e expansao gravitacional correspondem a variacoes similares no meio elastico do ar e, se ocorrerem dentro dos limites da audicao humana, em termos de intensidade e frequencia, podem ser ouvidas. Aí vem a questao do q é som. Para mim som é um processo perceptual q as vibracoes acusticas insitam. As vibracoes mecanicas sao convertidas em impulsos eletricos pela coclea, e estes sao interpretados como som pelo cérebro. Nao existe som la fora, mas apenas vibracoes de pressao do ar. 

Tem muito pra falar sobre isso, mas eu paro por aqui... Abracos!Tuti
_______
JoseFornari(Tuti)NICS-UNICAMPemail: tutifornari em gmail.com
cel:11-9-8318-8778www.sites.google.com/site/tutifornari

Em Feb 25, 2013, às 0:04, Alexandre Torres Porres <porres em gmail.com> escreveu:
Oi Tuti, por falar nisso, a tua palestra pro TED já tá online também?
 Bom, eu dei uma olhada nessa palestra e achei umas coisas estranhas; ela começa dizendo que a ideia do espaço "vibrar" se deve à relatividade do Einstein, mas nada disso tem a ver com acústica ou ondas sonoras. Einstein preveu sim algo que ainda não foi detectado diretamente, que são "ondas gravitacionais", e é isso que ela fala e diz que é "literalmente" onda sonora, mas nunca que é...
 Dá pra dizer: "É onda sonora... Só que não".
 Como ela mesmo diz, teu tímpano vibraria em simpatia a essas ondas, mas o teu cérebro também viraria geléia. 
 Então o que ela toca é um especulação convertida em ondas sonoras. Em suma, essas coisas não fazem som! Assim como radiação de luz não faz som... mas dá pra converter até pra analisar em programas de DSP de áudio, mas não são som.
 Outra coisa que ela usou foi o som da estática dizendo que seria o som do big bang... tá, mas isso é a "Radiação cósmica de fundo em micro-ondas", e sim, parte do ruído de estática entre as estações de rádio vem dessa radiação (aliás, quando descobriram isso, encontraram a primeira evidência do Big-Bang). Pois, de novo, radiação eletromagnética convertida em som, mas não é "som" de modo algum. E qualquer barulho que seu forno microondas faça, não vem das microondas.
 Quando a gente liga pra alguém no celular, não é o som que vai, mas sim um sinal eletromagnético que carrega o som pelo espaço, ricocheteando em satélites, e sendo convertidos de volta em som.  
 Eu até queria entender melhor que tipo de onda se fala dessas dos buracos negros. Nos artigo sobre o tal buraco negra que canta em Si Bemol ninguém diz de fato o que seria, mas dão a entender sim que são ondas sonoras, se propagando por uma região gasosa. Aí até poderia ser um tipo de onda sísmica, parecida com onda sonora. Mas depois dessa palestra, me parece que podem ser ondas gravitacionais.
 E se onda gravitacional não tem nada a ver com som, também não tem a ver com sismologia. Há um tipo de Onda Sísmica sim que equivale ao som, por ser, igualmente, uma onda mecânica longitudinal. Aliás, há até alguns tipos de microfones que captam abalos sísmicos.
 Mas de novo, o que captaram com esses estudos de sismologia estelar foi uma variação desses abalos na luminosidade da estrela, e mediram e captaram a luz dela pra conseguir determinar qual era o seu tamanho. Essas ondas não se propagam pelo espaço, e não são captadas por nós a milhares de anos luz de distância.


Abraço Em 24 de fevereiro de 2013 12:54, Tuti <tutifornari em gmail.com> escreveu:
Sobre o tema de Sismologia Estelar, tem um TED talk que acho interessante
Janna Levin: The sound the universe makes
http://www.ted.com/talks/janna_levin_the_sound_the_universe_makes.html



2013/2/24 Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>:>

> Desculpe, Alexandre. Um bolsista de iniciação científica analisou a obra
> para mim e representou-a numa partitura convencional. Por isso me escapou o
> "escreveu". Foi ele, aliás, quem me falou do Si bemol do mundo. O fato tem

> comprovação da Nasa.
>
> http://www.nasa.gov/centers/goddard/universe/black_hole_sound.html
>
> http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2003/09sep_blackholesounds/

>
> http://www.sffchronicles.co.uk/forum/621-deepest-sound-in-the-universe-so-far.html
>
> Como você mesmo pode ler, para a Nasa, o Si bemol gravíssimo é "a canção de

> um buraco negro distante".
>
> Abraço,
> Carlos
>
> 2013/2/24 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
>

>> "escreveu" não, Carlos... "realizou"...
>
>
>>
>> um primor, aliás!
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