[ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Ter Mar 12 01:29:23 BRT 2013


Olá caro Estevão,

Obrigado pela contribuição. De fato, para pessoas de outras áreas, talvez não seja tão óbvio assim fundamentar por que tocar. Sim, há uma seção de justificativa, e no caso, enfatizo a necessidade deste tipo de projeto de extensão na UFMA, e não a prática musical em si.

Porém, não haverá dificuldade na fundamentação em si. O que gostaria de tornar evidente é que este excesso de sistematização tira toda a magia que cerca a Música - que é justamente a parte que resiste à Ciência e incomoda tanto os acadêmicos. Por que ouvimos Música? Por que tocamos? É como Religião: a maioria dos cientistas são ateus, mas nunca conseguirão explicar - e, por isso mesmo, preferem ignorar - por que bilhões de pessoas sentem necessidade de serem devotos, de acreditar que existe um ser supremo, criador de tudo que existe.

Um abraço,

Daniel Lemos Cerqueira 
Coordenador de Música 
Coordenador do PIBID de Artes 
Membro da COPEVE 
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 
http://musica.ufma.br


--- Em seg, 11/3/13, Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com> escreveu:

De: Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?
Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
Data: Segunda-feira, 11 de Março de 2013, 23:12

Olá Daniel,
Não acho bizarro ter que explicar o que nos seja óbvio -- até por que, se não conseguirmos explicar, não é tão óbvio assim. 
Por exempo, ao invés de justificar a "importância da música" (entrando numa metafísica problemática, caso seu avaliador não partilhe dos mesmos pressupostos fundacionais), você poderia ressaltar nas "fundamentações teóricas" algo como

"..... a "importância" de se oferecer oportunidades da circulação da produção artística do departamento de música da UFMA, como parte integrante de um processo sistêmico, uma vez que os docentes e discentes tornam públicos os seus trabalhos contemplando uma dupla dimensão educacional: o processo educativo dos alunos de música, bem como a ação educativa de mostra de um repertório pouco veiculado pelo main stream... etc etc etc

"....O repertório caracterizado por obras de diferentes períodos...... os concertos serão realizados propondo alguma forma x de se relacionar interativamente com o público....." etc etc etc

São apenas exemplos de argumentos "tautológicos", isto é, que apenas descrevem alguns aspectos importantes para um projeto e que podem servir de critério de avaliação da realização do projeto. Escrevi os exemplos muito rapidamente, só pra ilustrar. Obviamente não precisam ser estes.


Mas fiquei pensando:há somente "fundamentação teórica" ou há também o campo "justificativa"? Pois neste último vc precisa colocar, a grosso modo, duas linhas: (a) motivações e (b) condições favoráveis para a realização do projeto.

E sua pergunta "PARA QUÊ" é fundamental. Já que é um projeto, é preciso dizer o que os avaliadores querem ouvir -- não se trata de "agradar" aos pareceristas, mas de ressaltar os CRITÉRIOS relevantes para a análise.

Uma boa fundamentação teórica nos ajuda a saber o quanto estamos perto ou longe do objetivo que aspiramos e, mais ainda, explicitar de forma segura o que de fato se pretende, o que se espera alcançar, como, quando, onde, por que, para que, de quem, com quem, para quem (...), a qualquer pessoa para quem queiramos descrever o projeto.


Espero ter contribuído,

Um abraço,
-- 
Estevão Moreira
estevaomoreira.com



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