[ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?

luciano cesar lucianocesar78 em yahoo.com.br
Qua Mar 13 21:43:30 BRT 2013


Caro Daniel, 

   As sugestões do Estevão são realmente muito interessantes. 
   Eu acredito que, na Universidade, a arte precisa sim, de fundamentação teórica. Não se trata de justificativa ou de qualquer acessório para que ela exista, mas para que ela exista dentro do ambiente acadêmico. Os artistas na universidade precisam ter uma consciência de seus processos que ao artista do "mercado" não é exigido, embora eu tenha muitas dúvidas se não teria utilidade. É o diferencial do estudo da arte acontecer na Universidade, o diálogo com o saber científico...

Abraços, 

Luciano

--- Em ter, 12/3/13, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> escreveu:

De: Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Terça-feira, 12 de Março de 2013, 17:02


Olá meu caro Estevão,

Interessante o ponto de vista, porém, acho 
que não estou sendo muito claro com a mensagem que desejo passar. 
Parece-me que os colegas estão intepretando que estou com dificuldades 
em fazer a "Fundamentação Teórica". Não é isso. Estou querendo é 
criticar a exigência desse aspecto em um projeto voltado à produção 
artística. Posso escrever 100 páginas de fundamentação para a 
Performance Musical. Só acho desnecessário fazer isso. A apresentação 
artística por si só não precisa de nenhum tipo de fundamentação pra 
existir.

Um abraço,

Daniel Lemos Cerqueira 
Coordenador de Música 
Coordenador do PIBID de Artes 
Membro da COPEVE 
Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 
http://musica.ufma.br


--- Em ter, 12/3/13, Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com> escreveu:

De: Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?
Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Data: Terça-feira, 12 de Março de 2013, 16:28

Legal Daniel,
 
Realmente, fundamentação teórica não é justificativa. Entretanto, uma fundamentação teórica para o Ministério da Educação necessariamente implica em um PARA QUE, uma vez que as ações do MEC não bastariam "em si mesmas" -- supostamente desinteressado --, o que talvez, como ressaltou o prof. Palombini, poderia ser encampado pelo MinC. As ações educativas devem levar em consideração uma rede de eventos/acontecimentos/sujeitos/comunidades nas quais se inserem, com uma proposta educativa fundamentada e objetivada.


Dia desses me chegou uma frase de Wittgenstein, que constatei no original em alemão (p.58):
 
"Sentimos que, mesmo depois de serem respondidas todas as questões científicas possíveis, os problemas da vida permanecem completamente intactos".
 
Vc já tem uma fundamentação teórica. Basta desenvolvê-la!
 
Um abraço,
Estevão

Em 12 de março de 2013 01:29, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> escreveu:






Olá caro Estevão,

Obrigado pela contribuição. De fato, para pessoas de outras áreas, talvez não seja tão óbvio assim fundamentar por que tocar. Sim, há uma seção de justificativa, e no caso, enfatizo a necessidade deste tipo de projeto de extensão na UFMA, e não a prática musical em si.


Porém, não haverá dificuldade na fundamentação em si. O que gostaria de tornar evidente é que este excesso de sistematização tira toda a magia que cerca a Música - que é justamente a parte que resiste à Ciência e incomoda tanto os acadêmicos. Por que ouvimos Música? Por que tocamos? É como Religião: a maioria dos cientistas são ateus, mas nunca conseguirão explicar - e, por isso mesmo, preferem ignorar - por que bilhões de pessoas sentem necessidade de serem devotos, de acreditar que existe um ser supremo, criador de tudo que existe.


Um abraço, 



Daniel Lemos Cerqueira 

Coordenador de Música 

Coordenador do PIBID de Artes 

Membro da COPEVE 

Universidade Federal do Maranhão (UFMA) 
http://musica.ufma.br



--- Em seg, 11/3/13, Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com> escreveu:



De: Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com>
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fundamentação Teórica?

Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>

Data: Segunda-feira, 11 de Março de 2013, 23:12 





Olá Daniel, 


Não acho bizarro ter que explicar o que nos seja óbvio -- até por que, se não conseguirmos explicar, não é tão óbvio assim. 


Por exempo, ao invés de justificar a "importância da música" (entrando numa metafísica problemática, caso seu avaliador não partilhe dos mesmos pressupostos fundacionais), você poderia ressaltar nas "fundamentações teóricas" algo como



"..... a "importância" de se oferecer oportunidades da circulação da produção artística do departamento de música da UFMA, como parte integrante de um processo sistêmico, uma vez que os docentes e discentes tornam públicos os seus trabalhos contemplando uma dupla dimensão educacional: o processo educativo dos alunos de música, bem como a ação educativa de mostra de um repertório pouco veiculado pelo main stream... etc etc etc



"....O repertório caracterizado por obras de diferentes períodos...... os concertos serão realizados propondo alguma forma x de se relacionar interativamente com o público....." etc etc etc


São apenas exemplos de argumentos "tautológicos", isto é, que apenas descrevem alguns aspectos importantes para um projeto e que podem servir de critério de avaliação da realização do projeto. Escrevi os exemplos muito rapidamente, só pra ilustrar. Obviamente não precisam ser estes.




Mas fiquei pensando:
há somente "fundamentação teórica" ou há também o campo "justificativa"? Pois neste último vc precisa colocar, a grosso modo, duas linhas: (a) motivações e (b) condições favoráveis para a realização do projeto.



E sua pergunta "PARA QUÊ" é fundamental. Já que é um projeto, é preciso dizer o que os avaliadores querem ouvir -- não se trata de "agradar" aos pareceristas, mas de ressaltar os CRITÉRIOS relevantes para a análise.



Uma boa fundamentação teórica nos ajuda a saber o quanto estamos perto ou longe do objetivo que aspiramos e, mais ainda, explicitar de forma segura o que de fato se pretende, o que se espera alcançar, como, quando, onde, por que, para que, de quem, com quem, para quem (...), a qualquer pessoa para quem queiramos descrever o projeto.




Espero ter contribuído,




Um abraço,


-- 


Estevão Moreira
estevaomoreira.com



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Estevão Moreira
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