[ANPPOM-Lista] Digest Anppom-L, volume 100, assunto 36

Jorge Antunes antunes em unb.br
Qua Out 30 12:12:36 BRST 2013


Olá, Daniel Lemos:


Os temas colocados para discussão são ótimos.

Gostaria de fazer uma observação.
Tenho lido algumas mensagens, em que, ao ser feita referência à música
erudita, são usadas expressões novas para designa-la.
Exemplo: cultura europeia ou erudita.

Entendo que a denominação "música erudita" basta.

A música erudita brasileira e a cultura erudita brasileira em geral, não
podem ser chamadas de europeias, porque elas, tal como toda a nossa
população, é miscigenada.

A música erudita brasileira é algo especial, porque resulta de amálgama de
contribuições de todos os continentes, e não apenas do continente europeu.

A expressão "música erudita brasileira", é a única plausível: erudita,
porque é fruto de erudição; brasileira, porque é feita por brasileiros.

Abraço,
Jorge Antunes



2013/10/30 Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>

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>
>
> Caro Ernesto,
>
> Parabenizo-lhe por mais uma brilhante colocação. A alteração nos recursos
> humanos e na programação da Rádio MEC, se for mesmo concretizada - ainda
> mais de forma silenciosa - certamente é um ato a ser repudiado. Primeiro,
> porque ela é um dos poucos veículos de mídia massiva que não está sob o
> controle de empresários e da indústria cultural (basta analisar as
> políticas culturais no Brasil para deduzir que Adorno não descansa em
> paz...). Segundo, porque tudo o que o governo muda é sempre pra pior, com
> exceção dos salários dos congressistas. Terceiro, porque ter fortes
> argumentos para defender uma coisa ou outra não fazem a menor diferença
> para as decisões em fóruns criados por governos pseudo-democráticos.
>
> Obviamente, as lutas pela Música de Concerto dificilmente serão abraçadas
> por antropólogos, historiadores ou "os etnos" defensores da cultura dita
> "popular" - cujas fronteiras, na prática, são cada vez menores em relação à
> cultura europeia ou erudita. O fato é que todos estão confortáveis com a
> grande atenção que as empresas e o governo dão para a cultura popular, mas
> tem sido incapazes de enxergar - ou reconhecer - um lado importante e
> maquiavélico que há nessas políticas:
>
> 1) O artista popular "nasce sabendo", então, ele muito raramente irá
> exigir acesso a uma formação ou aprimoramento artístico (se ele estudar,
> pode até correr o risco de se "tornar erudito"; esta é uma boa
> discussão...);
>
> 2) O artista popular trabalha com os recursos que estão à sua disposição
> no momento, sendo assim, não exige do governo e das empresas investimentos
> em recursos ou infraestrutura - fato totalmente diferente das artes
> clássicas;
>
> 3) A arte popular já atinge, naturalmente, grandes públicos no Brasil.
> Isso implica em publicidade para as empresas, e votos para o governo.
>
>
> Está aí a receita para dizimar a cultura de um país.
>
> Daniel Lemos
>
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