[ANPPOM-Lista] Digest Anppom-L, volume 100, assunto 36

Daniel Lemos dal_lemos em yahoo.com.br
Qua Out 30 20:37:08 BRST 2013


Caro Hugo,

Seria interessante você se posicionar quanto às suas discordâncias. Este assunto é pouco debatido, precisamos amadurecê-lo.

Daniel


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Em qua, 30/10/13, Hugo Leonardo Ribeiro <hugoleo75 em gmail.com> escreveu:

 Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Digest Anppom-L, volume 100, assunto 36
 Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
 Cc: vonhart em hotmail.com, "anppom-l" <anppom-l em iar.unicamp.br>
 Data: Quarta-feira, 30 de Outubro de 2013, 20:31
 
 Prezado Daniel,
 eu não sei nem por onde começar a responder seu
 texto. Então é melhor eu dizer que não concordo com nada
 e, de acordo com meu ponto de vista, você está errado em
 todas as suas posições nesse email. É mais simples e
 direto.
 
 Hugo
 
 Em 30 de outubro de
 2013 00:50, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
 escreveu:
 
 
 
 Caro Ernesto,
 
 
 
 Parabenizo-lhe por mais uma brilhante colocação. A
 alteração nos recursos humanos e na programação da
 Rádio MEC, se for mesmo concretizada - ainda mais de forma
 silenciosa - certamente é um ato a ser repudiado. Primeiro,
 porque ela é um dos poucos veículos de mídia massiva que
 não está sob o controle de empresários e da indústria
 cultural (basta analisar as políticas culturais no Brasil
 para deduzir que Adorno não descansa em paz...). Segundo,
 porque tudo o que o governo muda é sempre pra pior, com
 exceção dos salários dos congressistas. Terceiro, porque
 ter fortes argumentos para defender uma coisa ou outra não
 fazem a menor diferença para as decisões em fóruns
 criados por governos pseudo-democráticos.
 
 
 
 
 Obviamente, as lutas pela Música de Concerto dificilmente
 serão abraçadas por antropólogos, historiadores ou
 "os etnos" defensores da cultura dita
 "popular" - cujas fronteiras, na prática, são
 cada vez menores em relação à cultura europeia ou
 erudita. O fato é que todos estão confortáveis com a
 grande atenção que as empresas e o governo dão para a
 cultura popular, mas tem sido incapazes de enxergar - ou
 reconhecer - um lado importante e maquiavélico que há
 nessas políticas:
 
 
 
 
 1) O artista popular "nasce sabendo", então, ele
 muito raramente irá exigir acesso a uma formação ou
 aprimoramento artístico (se ele estudar, pode até correr o
 risco de se "tornar erudito"; esta é uma boa
 discussão...);
 
 
 
 
 2) O artista popular trabalha com os recursos que estão à
 sua disposição no momento, sendo assim, não exige do
 governo e das empresas investimentos em recursos ou
 infraestrutura - fato totalmente diferente das artes
 clássicas;
 
 
 
 
 3) A arte popular já atinge, naturalmente, grandes
 públicos no Brasil. Isso implica em publicidade para as
 empresas, e votos para o governo.
 
 
 
 
 
 Está aí a receita para dizimar a cultura de um país.
 
 
 
 Daniel Lemos
 
 
 
 
 
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