[ANPPOM-Lista] Do samba ao funk doJorjão: segunda edição (Rio de Janeiro: Sesc, 2016)

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Seg Nov 21 11:38:08 BRST 2016


​Saiu, pelo Sesc Nacional, e está à venda online a segunda edição de *Do
samba ao funk do Jorjão*, de Spirito Santo. Abaixo, texto de Flávio Gomes,
doutor em história pela Unicamp e professor do departamento de História da
UFRJ, no site de vendas do livro:

Engana-se o leitor que acreditar que DO SAMBA AO FUNK DO JORJÃO -- Ritmos,
mitos e ledos enganos no enredo de um Samba chamado Brasil é um livro
somente sobre música. É muito mais. O Spirito é outro. Descemos (ou
subimos) as ladeiras da história/histórias dos Brasis, seu interior,
cidades, encontros e desencontros de sons, silêncios, vozes roucas,
compassos e gingas.

 Spirito Santo é um dos mais criativos pesquisadores da cultura brasileira,
aquela da diáspora e suas dimensões crioulas. Não ficou em laboratórios e
nunca preocupado com explicações fáceis – e seus essencialismos -- e de
enredos românticos. Seu andamento foi pesquisa-experimentação-erudição.
Conferiu bibliografia clássica, aquela acadêmica, a literatura e os
registros da memória. Foi ouvir os velhos e os jovens. Uma acuidade atenta
às várias perspectivas teóricas e metodológicas.

 Suas jornadas já tem longa data, iniciada nos anos 70. Aqui ou acolá
emergiam vozes, sons e ritmos. Experimentava muitos. Inventava outros
tantos. Não fabricava só instrumentos. Mas fundamentalmente sentidos-sons.
Procurava autorias, transformações, permanências e personagens.

Spirito Santo fez escola com uma metodologia própria de
pensar/criar/executar ritmos alinhando percursos diaspóricos e suas
entranças atlânticas.
​Sua persistência lhe garantiu um acervo extraordinário com entrevistas,
discos, partituras e gravações desde os anos 70 com músicos, artistas,
instrumentistas e personagens da musicalidade negra.

​O Vissungo – conjunto criado por ele – produziu uma original trilha sonora
para uma geração negra que aliou protesto, mobilização política e vontade
de conhecer incontáveis afro-brasis, pertos ou distantes. O silêncio sobre
este som soa estrondoso para a história do tempo-presente da diáspora, com
a centralidade no Rio de Janeiro.

Spirito foi também solo e acompanhamento da sua trajetória. É reconhecido
por muitos como um dos mais destacados intelectuais da sua geração. Parte
da qual esquecida, posto não submissa. Não esperou aplausos e pedidos de
bis, mas foi à luta. Considerado estudioso brilhante que juntou pesquisa,
erudição, inquietude e criatividade nos oferece uma viagem sonora única
para entender o Brasil. O de ontem e o de hoje.

 É possível localizar nela – entre outras coisas – outras faces e fases do
atlântico negro e das identidades culturais na melhor tradição analítica de
Stuart Hall a Paul Gilroy. Desfilam partituras, cosmogramas, caxambus,
jongos e congadas. Reencontramos heróis anônimos da sua própria história.
Somos conduzidos tanto a passeios pelas Minas Gerais e seus ritmos como
convidados a invadir morros e seus ruídos. Caramba, aumenta o volume!

http://rosasespiritos.wixsite.com/vendas
-- 
carlos palombini, ph.d. (dunelm)
professor de musicologia ufmg
professor colaborador ppgm-unirio
ufmg.academia.edu/CarlosPalombini <http://goo.gl/KMV98I>


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