[ANPPOM-Lista] Toda canção de liberdade vem do cárcere: homofobia, misoginia e racismo na recepção da obra de Mário de Andrade (convite para defesa de tese, 26 fev.)

[Carlos Palombini]

"Toda canção de liberdade vem do cárcere: homofobia, misoginia e racismo na
recepção da obra de Mário de Andrade"
​

J
​orge Vergara
PPGM-UNIRIO
​S
egunda feira
​,​
 26 de fevereiro de 2018, 14
​:00

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Resumo

No primeiro capítulo, o autor explica como o jornal *Folha da Noite*
(1923), a *Revista de antropofagia* (1929) e o jornal* Dom Casmurro* (1939)
produziram processos públicos para reprochar Mário de Andrade com ideias
racistas, misóginas e homofóbicas. A maior parte dos textos que o autor
relaciona para apresentar a campanha da *Folha da Noite* é desconhecida dos
pesquisadores de Mário de Andrade.
​ ​
No segundo capítulo alguns aspectos de *Paulicea desvairada* (1922)
implicam a empatia de Mário de Andrade com figuras de homoerotismo e
subalternidade. A estilização em *Paulicea* é testemunho de como a
sociedade condenou práticas e pessoas à ignomínia e ao silêncio. No
terceiro capítulo o autor interpreta alguns discursos sobre música de Mário
de Andrade. Esses discursos contestam autoritarismos e preconceitos
disseminados no imaginário da época. O autor descobriu a figura dos “moços
bonitos” na poesia, em músicas e em textos de jornais e revistas. A figura
implica homossexualidade, efeminação, travestismo e prostituição masculina.
Os poemas “A caçada” e “Nocturno” de *Paulicea desvairada* e “Cabo Machado”
de *Losango cáqui* (1926) confrontam o leitor com a figura do mulato em
composições que fundem subalternidade, música e nacionalidade. As ideias de
raça, modernização, masculinidade e nacionalismo têm caráter
anti-autoritário em *Paulicea desvairada* e *Losango cáqui*. A pesquisa
relaciona textos de revistas, jornais, literatura médica, livros, músicas e
a correspondência de Mário de Andrade. Conceitos da teoria *queer*, do
feminismo, da musicologia, da história da medicina, da história do Brasil e
da crítica literária são confrontados com os textos de Mário de Andrade e
de seus contemporâneos.

Banca defesa de tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Música da
UNIRIO
​,
 segunda feira
​,​
26 de fevereiro de 2018, 14
​:00​,
 na sala Guerra-Peixe no Instituto Villa-Lobos
​,
 Centro de Letras e Artes
​,
 Av. Pasteur 436
​,​
 fundos, 22290-240
​,
 Urca
​,
 Rio de Janeiro.
​ Banca:

Adriana Facina (UFRJ);
​ ​
Adriana Carvalho Lopes (UFRRJ);
 Carole
​ Gubernikoff (UNIRIO); Martha Ulhôa (UNIRIO). ​Suplentes: Mónica Vermes
(UFES); Daniel Quaranta (UNIRIO).