[Carreirasespeciais-l] Carreira de Pesquisador

Guilherme Araujo Wood guiwood em cotuca.unicamp.br
Qui Mar 9 11:12:20 BRT 2006


Caro Mannis,

tua opiniao deve ser enviada aos demais representantes docentes (da
carreira MS) do Consu. Tenho a lista de e-mails.

Alguns MS acham que todos os docentes deveriam ser MS, sem enxergar as
particularidades das nossas carreiras. Isto se estendia tambem ao TPCT, e
agora se estende aa carreira Pq (pra quem nao sabe, eh uma carreira de
Pesquisadores, no corpo nao-docente, isto eh, funcionarios, ou "servidores
tecnico-administrativos").

Um abraco,

Guilherme Wood
Representante Docente (Demais Carreiras) Titular no Consu

> Colegas,
>
>
>
> No que diz respeito à discussão sobre a Deliberação CAD A-02/2005 de
> 06/10/2005 que criou a Carreira de Pesquisador em substituição à Carreira
> TPCT, dedicada aos Pesquisadores de Centros e Núcleos, considerando que
> essa
> nova carreira transcende a abrangência original e estende-se igualmente às
> unidades de ensino e pesquisa, o que gerou discussão sobre a contratação
> de
> pesquisadores não-docentes na universidade, sabe-se das posições
> contrárias
> à idéia de um pesquisador que não dissemine o conhecimento acumulado em
> suas
> atividades de investigação.
>
>
>
> Analisando o assunto, vemos que, finalmente, o que se está discutindo é um
> perfil de agente de produção intelectual que não dissemina o conhecimento
> adquirido. Ou melhor, que não é obrigado a disseminar o conhecimento
> adquirido, pois não há nenhum impedimento na Deliberação supracitada de
> que
> o Pesquisador possa difundir seus conhecimentos e atuar na formação de
> terceiros, o que é o caso do ensino. O parágrafo único do Artigo 18 da
> referida Deliberação, ressalta que “É permitido ao Pesquisador o exercicio
> de outras atividades,dentro da Unicamp, desde que relacionadas à sua área
> de
> atuação, mediante autorização da Comissão Central de Pesquisa”.  Além
> disso,
> o Artigo 19 da mesma esclarece que o Pesquisador “poderá dar pareceres
> científicos, realizar conferências, palestras ou atividades relacionadas à
> difusão de idéias e conhecimentos, prestar assessorias e consultorias em
> Unidades ou òrgão internos ou externos à Unicamp, sem que prejudique o
> exercício de suas funções”.
>
>
>
> Não há portanto restrições a atividades relacionadas ao ensino.
>
>
>
> Consideremos a abrangência ampla de uma universidade, como ela deve ser,
> com
> razoável alteridade, permitindo que a idéia de um agente de produção
> intelectual se dedicando prioritariamente à pesquisa possa ser necessário
> para alguns dos nossos colegas exercendo as mais variadas e diversificadas
> atividades em uma infinidade de áreas do conhecimento. Não me parece
> absurdo
> supor que um pesquisador docente, com todos os compromissos e atribuições
> que normalmente tem na vida acadêmica, necessite da colaboração de um
> agente
> altamente capacitado com disponibilidade integral para acompanhar,
> conduzir,
> controlar os trabalhos de pesquisa. Podem haver atividades de pesquisa
> exijindo a presença constante de uma pessoa, seja para observar, controlar
> ou examinar.
>
>
>
> Por outro lado, pode tanto ser extraordinário quanto indispensável em
> certos
> casos, os pesquisadores-docentes contarem com um corpo qualificado de
> agentes tocando adiante os trabalhos em tempo integral, evitando
> sobrecarrega demasiada, o que o permite atuar na pesquisa numa posição
> mais
> elevada, controlando aspectos gerais, as linhas diretoras do trabalho, o
> que
> sua visao e seus conhecimentos o permitem enxergar, ao inves de ter que
> ficar resolvendo detalhes que, se excessivos, acabam lhe levando à
> exaustão.
>
>
>
> Porém, o Pesquisador não-docente, que tanto contribui com os
> Pesquisadores-docentes, poderia também, na medida do possível, transmitir
> os
> conhecimentos adquiridos durante os processos pelos quais passou. Bem
> entendido, sem prejudicar o desempenho nas atividades próprias à sua
> função.
> Dessa forma, o Pesquisador poderia, se o desejar, atuar na disseminação do
> conhecimento que acumulou, apesar de não ser obrigado a isso. Ou seja, o
> Pesquisador não-docente não seria prejudicado em sua avaliação se suas
> atividades de ensino fosses baixas ou nulas. Ele poderá fazê-lo livremente
> porém não seria obrigado a isso.
>
>
>
> Pessoalmente tenho a visão de que um agente com esse perfil poderia
> contribuir significativamente para o trabalho de muitos dos meus colegas,
> em
> laboratório ou em campo, assumindo tarefas imprescindíveis à metodologia
> ou
> ao programa de pesquisa requerendo atuação e presença permanentes:
> ecologia,
> meio ambiente e oceanografia, que exigem estar longe do campus por grandes
> periodos; os que trabalham com observação-análise-interpretação:
> astronomia,
> climatologia, comportamento de seres vivos; enfim é concebível uma
> infinidade de casos onde a presença desse Pesquisador  seja sensivelmente
> produtiva, desejável, senão imprescindível, para muitos outros.
>
>
>
> Por essa razão, por reconhecer que outras áreas diferentes da minha tem
> essa
> necessidade, sou a favor da manutenção da Deliberação CAD A-02/2005 de
> 06/10/2005, recomendando que no Artigo 19º fosse incluido, de forma
> explicita, que o Pesquisador tem a liberdade de praticar o ensino mas não
> a
> obrigatoriedade.
>
>
>
> Agradeço aos colegas pela atenção a estas colocações e reitero meus
> protestos de estima e consideração.
>
>
>
> Atenciosamente,
>
>
>
> José Augusto Mannis
>
> Professor MAIII-G
>
> DM/IA
>
>
>
> _______________________________________________
> Carreirasespeciais-l mailing list
> Carreirasespeciais-l em listas.unicamp.br
> http://www.listas.unicamp.br/mailman/listinfo/carreirasespeciais-l
>


-- 
eng. Guilherme Araujo Wood
professor do DEPEEL - CTC - Unicamp




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