RES: [ANPPOM-L] as tabela de áreas deconhecimento e a musicoterapia
Cybelle Maria Veiga Loureiro
loureiro.cybelle em uol.com.br
Qui Jun 16 16:40:46 BRT 2005
Caro Martinez,
Os argumentos nos quais se sustentaria sua posição de não poder concordar
com a localização da musicoterapia como sub-área da música teriam que se
fundamentar num maior conhecimento sobre musicoterapia, principalmente sobre
a trajetória dos conhecimentos desta área e não apenas sua área de atuação
profissional. Afirmar que "musicoterapia é sub-área da psicologia" é
desconhecer que a Psicologia é apenas uma área de atuação e estudo. A
Musicoterapia se situa na interface de múltiplas disciplinas
Por outro lado, concordo com você quando diz que "...parte dos conhecimentos
necessários à prática da musicoterapia vem da música, mas não
exclusivamente" e que "...a musicoterapia deve também necessariamente
incorporar conhecimentos vindos da medicina, psicologia, psicanálise, etc.",
Mas porque isso justificaria que a musicoterapia não pode ser uma sub-área
da Música? Existiria uma porcentagem mínima de conhecimentos vindos da
musica para que uma área de conhecimento se tornasse uma sub-área da Música?
A Semiótica Musical cumpre este requisito, ou seria ela uma sub-área da
Comunicação? E a Educação Musical seria sub-área da Música ou da Educação?
Cognição Musical seria bem mais complicado - Biologia, Psicologia,
Matemática ou Computação?
Abraços.
Cybelle Loureiro
Musicoterapeuta - EMUFMG
-----Mensagem original-----
De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br]
Em nome de José Luiz Martinez
Enviada em: quinta-feira, 16 de junho de 2005 09:55
Para: ANPPOM lista
Assunto: Re: [ANPPOM-L] as tabela de áreas deconhecimento e a musicoterapia
Olá Renato,
On 16/06/2005 02:22, "Renato Sampaio" <renato em musicoterapia.sampa.nom.br>
wrote:
>
> Reconheço a importância da musicoterapia ter sua origem e seu fundamento
na
> música e, o que eu questionava, era se a musicoterapia deveria permanecer
como
> sub-área da música tendo em vista sua aplicação. Porém, reconheço também
que
> talvez tal questão não se faça relevante pois o que está em discussão não
é a
> área de atuação ( o ponto de implicação na sociedade) e sim a área de
> conhecimento, ou seja, a área de origem.
Eu não sei qual é a posição da comunidade dos musicoterapeutas, mas não
posso concordar com a localização da musicoterapia como sub-área da música,
que por sua vez, se insere nas artes. Concordo que uma parte dos
conhecimentos necessários à prática da musicoterapia venha da música, mas
não exclusivamente. Por ser uma _terapia_, a musicoterapia deve também
necessariamente incorporar conhecimentos vindos da medicina, psicologia,
psicanálise, etc.
Ao meu ver, é justamente o que você chama de "a atuação na sociedade" que
faz a diferença. O músico é livre para produzir o que quiser e como quiser
(apesar da política de vigilância e punição da Ordem dos Músicos do Brasil,
essa excrecência de ditadura e censura), o público consumidor de música é
livre para decidir se gosta ou não, se compra ou não. Já o musicoterapeuta
tem como objetivo trabalhar com o corpo e com a psique de um ser humano que
se encontra necessitado de um tipo especícifo de terapia. Trata-se portanto
de uma questão de saúde. Os profissionais que atuam com saúde necessitam de
capacitação especial, e por essa razão devem ser credenciados por organismos
como o CRM, CRP, etc. Ao meu ver, a musicoterapia é sub-área da psicologia.
Abraços,
Martinez
--
José Luiz Martinez
Faculdade de Comunicação e Filosofia
Departamento de Artes do Corpo - PUC-SP
Rede Interdisciplinar de Semiótica da Música
http://www.pucsp.br/pos/cos/rism
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