[ANPPOM-L] Referendum Performance X Praticas interpretativas

Sonia Ray soniaraybrasil em yahoo.com.br
Dom Out 23 12:28:47 BRST 2005


Caros colegas,
Concordo plenamente como o Fausto por razões que já apresentei nesta lista.
Meu voto: Performance Musical

 

Sonia Ray


fborem em musica.ufmg.br escreveu:
Prezados Helena e Jorge, 
  
Discordo inteiramente de vocês, pois sou pelo termo Performance Musical. Penso se não há uma xenofobia por tras do seu ponto de vista. Se formos levar em conta o Aurélio ou outras referências que não conseguem acompanhar a mobilidade da língua portuguesa, o termo performance, de fato, se restringe a desempenho. Mais do que isto, o termo interpretação é que está ligado à idéia romântica do intérprete que não faz pesquisa e é tratado sempre como secundário ao texto, à figura do compositor. Por outro lado, Performance Musical é muito mais do que o que foi sugerido por vocês e inclui, entre outras coisas, processos criativos, processos interativos (dentro da música, com outras artes e com outras áreas), aspectos psicológicos (ansiedade, medo de palco etc.), aspectos fisiológicos (postura, lesões etc.) e aspectos do comportamento motor (controle e aprendizagem) envolvidos na performance musical. Quando houve um referendum sobre esta questão em 2000 (um congresso nacional com mais de 120
 pesquisadores apresentando trabalhos de pesquisa na área de Performance Musical) o termo performance foi debatido e o preferido pela comunidade (em detrimento de todos os outros apresentados). Assim, voto e conclamo a todos a votarem no termo Performance Musical.
 
Fausto Borém
Escola de Música da UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha
31.270-010   Belo Horizonte  -   MG


-----anppom-l-bounces em iar.unicamp.br escreveu: -----

Para: Helena Jank <hjank em iar.unicamp.br>
De: Jorge Antunes <antunes em unb.br>
Enviado por: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br
Data: 22/10/2005 11:40AM
cc: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Re:praticas interpretativas

Cara Helena:
Concordo totalmente com você.
Acho bem mais pertinentes e coerentes essas duas denominações:"Processos Interpretativos" ou "Teoria e prática da interpretaçãomusical".
Seus argumentos, que evocam os tempos especulativos deAristóteles, são definitivos.
Realmente a palavra "performance" se reporta à"presença no palco". A palavra "performático" se refere apenasaos aspectos cênicos e gestuais.
O estudo da elocução, "léxis" nodizer de Aristóteles, conceito que se opõe ao de "dianóia",pode ser teórico, estudando-se o processo antes de se chegar aopalco.
Abraço,
Jorge Antunes
 
 
Helena Jank wrote:Colegas:
Eu não me conformo com a insistência em usar este termo"performance", a
meu ver completamente equivocado, desde a sua origem.
Vejam meus argumentos:
Em todos os dicionários que consultei, encontrei este termo_sempre_
aliado à idéia de _desempenho_.  Mesmo quando usadoem relação a
atividades artísticas, tem a ver com o desempenho no palco,com a
apresentação pública.  O termo, quando começoua ser usado nas
univesidades e escolas de música, vinha influenciado pela idéia
romântica do artista- intérprete / "performer", aqueleque tem um
desempenho espetacular no palco.  Aquele que não se preocupavanem um
pouco com pesquisa histórica, com análise musical, com"Zeitgeist"
(ainda mais  - era antagônico a tudo isso).  Sónas últimas décadas do
sec.XX começou a surgir algo como a "pesquisa em interpretação",até
hoje ainda um tanto incipiente e sofrendo muito a dificuldade de _se_
definir corretamente.
Daí vem também a minha preocupação como termo.
A pesquisa em interpretação, como nós a conhecemoshoje,  propõe o
envolvimento do intérprete com todo o caminho retóricopercorrido pelo
autor quando cria a obra, para levar ao resultado final, que é
prerrogativa do intérprete.
- o *exordium*, que é o momento da criação
- o *dispositio*, que é o momento da organizaçãodo discurso: que forma
terá, como serão trabalhadas suas partes, etc..
- o *divisio*, que é o momento de elaboração dasfiguras retóricas, de
acordo com as intenções do autor e as qualidades do públicoao     qual
o discurso se direciona
- a *memoria*, que é a preparação do discurso
- a *actio* (ação) -  /Este é o momento da"performance".
Claro que um excelente desempenho, como entendemos hoje em dia, deveser
conseqüência de uma excelente pesquisa, mas insisto em defenderque a
pesquisa não será em "performance" - a pesquisa serános elementos que
levarão a uma boa performance.
Insisto que o corpo teórico e a metodologia própria,que sem dúvida já
existem, existem para o conceito de "performance" apenas nas duas partes
finais do discurso retórico: a *memoria* e a *actio*.
/Alguns exemplos:
o motor a gasolina tem uma melhor performance do que o motor a álcool.
Esta melhor performance não é resultado da pesquisa em"performance de
motores", mas em "combustíveis", "projeto e construçãode motores",
"produção de cana de açúcar", "petróleo",etc....
Para melhorar a performance de um atleta, a pesquisa se desenvolveem:
"movimento", "alimentação", "aparelhos desportivos" ... ...
Gostaria que aqueles que defendem o termo procurassem argumentos mais
sólidos do que apenas: "já estamos acostumados a usareste termo".  Pior
ainda, quando o termo vira "performance practice": a "práticado
desempenho" ... ... ... ...
Quero lembrar também que muito da pesquisa em interpretaçãoque fazemos
hoje não chega ao palco - não se transforma em /performance/: faz parte
do processo, quando em elaboração.  Lembro o trabalhoque fazem hoje os
intérpretes  juntamente com os compositores, à procurapor novas
sonoridades,  surgidas do domínio técnico do instrumento,aliado ao
domínio teórico e à criação. Estesresultados vão aparecer em muitas
situações desvinculadas da "performance" e nãomerecem ser desprezados.
Sou por *Processos Interpretativos* - ou, como proposto recentemente
pela Carol *teoria e prática da interpretaçãomusical*
Sei que isto é um problema para os cursos que já nasceramcom o nome de
"performance", mas não gostaria de me render ao termo sóporque alguém,
muito antes de nós, começou por uma trilha que hoje éerrada.
Saudações
Helena
________________________________________________
Lista de discussões ANPPOM
http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
________________________________________________

________________________________________________Lista de discussões ANPPOM http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l________________________________________________

________________________________________________
Lista de discussões ANPPOM 
http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
________________________________________________

Sonia Ray
Rua 85B n.69 apt.2 - Setor Sul
74080-030 - Goiania - GO - Brasil
Tel/Fax: 62-3224.4264 Cel: 62-9249.0911
SP: 11-9369.5520 RJ: 21-9104.8881
soniaraybrasil em yahoo.com.br
 

IROKUN BRASIL EDIÇÕES MUSICAIS
www.irokunbrasil.mus.br
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Escola de Música e Artes Cênicas
Contrabaixo - Sala 205 - Campus 2
74001-970 - Samambaia - Goiânia - GO
www.musica.ufg.br/mestrado
 
REVISTA MÚSICA HODIE (editora)
www.musicahodie.mus.br 
 



		
---------------------------------
 Promoção Yahoo! Acesso Grátis: a cada hora navegada você acumula cupons e concorre a mais de 500 prêmios! Participe!
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20051023/7e916230/attachment.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L