[ANPPOM-L] e a inclusão universitária?

Jorge Antunes antunes em unb.br
Sáb Dez 23 13:39:12 BRST 2006


Caro Carlão:

As mensagens que socializei, apoiavam minhas colocações sobre ideologia, socialismo e universidade. Elas não se referiam a eventuais piadas.
Voltando ao Funk, é sempre interessante lembrar sua diferença com o chamado Funk carioca, que os anglofones agora chamam "Rio Funk". Embora a difusão dessa manifestação cultural da periferia carioca busque e encontre meios alternativos, é bom lembrar que o clássico "Egüinha Pocotó", do MC Serginho, de imediato encontrou espaços generosos no Faustão e no Gugu. Uma novela da Globo também, recentemente, incorporou a dita corrente no seu enredo, contagiando patricinhas da classe média e média alta.
Interessado em entender o povo brasileiro em sua plenitude, tenho estudado esses fenômenos pelos quais acadêmicos e intelectuais temos, em geral, preconceito. Assim, tenho acompanhado e estudado tanto o funk, quanto a música eletrônica pop em geral.
Reproduzo, a seguir, trecho de artigo meu que publiquei em jornal de grande circulação há algum tempo atrás. Ao lê-lo, você entenderá porque não tenho mais preconceitos com nenhuma manifestação cultural por mais aparentemente banal e/ou comercial que ela pareça.
Segue o trecho. Se você se interessar, poderei depois enviar o artigo na íntegra.

" Esse tipo de história, em que intelectualóides condenam a arte comercial de mau gosto, viria a se repetir com a Geração Paissandu, no Rio. Os jovens intelectualizados dos anos 60, freqüentadores do Cine Paissandu, passaram a se apaixonar pelas musas de Godard depois de muito torcerem o nariz para as chanchadas da Atlântida. Enquanto Anna Karina e Anne Wyazenski eram cultuadas no Paissandu da Rua Senador Vergueiro, astros como Eliana, Oscarito, Cyl Farney e Adelaide Chioso, na tela do Poeira da Rua Larga, eram repudiados pelos intelectuais. Hoje a Chanchada é matéria de estudo na Universidade, cultuada de modo científico, e é assunto de inúmeras teses acadêmicas nas áreas de Cinema e Comunicação.
Por essas e outras eu não condeno os tchans, as bundas televisivas, as danças da garrafa e nem as egüinhas pocotós. Estou certo de que dentro de uns 30 anos, teses e mais teses serão defendidas na Academia, estudando o comportamento e a semiologia das egüinhas rapidinhas dos bailes funks, e a estética e estilística de poucos tons dos pocotós. Já vislumbro defesa de tese na UnB, em 2040: "A interdisciplinaridade como forma de hibridismo na egüinha pocotó, sob um olhar fenomenológico e calipigista". "

Abraço,
Jorge Antunes






palombini wrote:

>  Não sabia que Fatboy Slim era funk, mas agradeço a informação. Desculpe se o ofendi: é evidente q vc conhece os procedimentos de produção de música popular. Na primeira metade dos anos 70, Simonal lançou uma série de álbuns, mais precisamente 4, chamados Alegria, Alegria. Ali, para endossar o clima de alegria reinante, ele incluía gritos de aprovação e ovações de uma platéia fictícia, que não estava entre os ouvintes do disco, mas no estúdio. Um procedimento similar aos dos programas humorísticos com gargalhadas gravadas que explodem nas piadas geralmente fracas. No final dos anos 80, um grupo chamada KLF (Kopyright Liberation Front) lançou a chamada stadium house, uma house music à qual se juntavam os gritos de aprovação gravados de um estádio inteiro. De modo análogo, você nos tem prodigalizado samples de apoio de fora da lista a afirmações suas que não ressoam bem como gargalhadas de library para piadas de gosto mais q duvidoso. E é realmente um sintoma de colonização cultural que vc guarde toda a compostura de sua prosa para um idioma que não é o seu, guardando para seus compatriotas o escracho de suas piadas de mau gosto. Do seu,Carlinhos
>

  De:                                                                                                                                                           cedil;as da garrafa e nem as egüinhas
pocotós. Estou certo de que dentro de uns 30 anos, teses e mais
teses serão defendidas na Academia, estudando o comportamento e
a semiologia das egüinhas rapidinhas dos bailes funks, e a estética
e estilística de poucos tons dos pocotós. Já vislumbro
defesa de tese na UnB, em 2040: "A interdisciplinaridade como forma de
hibridismo na egüinha pocotó, sob um olhar fenomenológico
e calipigista". "</font>
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<br>Jorge Antunes
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<p>palombini wrote:
<blockquote TYPE=CITE> Não sabia que Fatboy Slim era funk,
mas agradeço a informação. Desculpe se o ofendi: é
evidente q vc conhece os procedimentos de produção de música
popular. Na primeira metade dos anos 70, Simonal lançou uma série
de álbuns, mais precisamente 4, chamados Alegria, Alegria. Ali,
para endossar o clima de alegria reinante, ele incluía gritos de
aprovação e ovações de uma platéia fictícia,
que não estava entre os ouvintes do disco, mas no estúdio.
Um procedimento similar aos dos programas humorísticos com gargalhadas
gravadas que explodem nas piadas geralmente fracas. No final dos anos 80,
um grupo chamada KLF (Kopyright Liberation Front) lançou a chamada
stadium house, uma house music à qual se juntavam os gritos de aprovação
gravados de um estádio inteiro. De modo análogo, você
nos tem prodigalizado samples de apoio de fora da lista a afirmações
suas que não ressoam bem como gargalhadas de library para piadas
de gosto mais q duvidoso. E é realmente um sintoma de colonização
cultural que vc guarde toda a compostura de sua prosa para um idioma que
não é o seu, guardando para seus compatriotas o escracho
de suas piadas de mau gosto. Do seu,Carlinhos
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  Para:                                                                                                                                                         H
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  Assunto:                                                                                                                                                      ebuchet MS'"><font size=-1>anppom-l-bounces em iar.unicamp.br</font></font></td>
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2006 19:12:49 -0200</font></font></td>
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<td WIDTH="70" BGCOLOR="#BDE9FD"><b><font face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'"><font size=-1>Assunto:</font></font></b></td>

<td><font face="Verdana,Arial,'Trebuchet MS'"><font size=-1>Re: [ANPPOM-L]
e a inclusão universitária?</font></font></td>
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Meu simpático Carlinhos:
<p>Eu falo "funk" e você fala "funk carioca".
<br>Eu não falei em "funk carioca".
<br>Para tentar se mostrar, você foi capaz de disRe: [ANPPOM-L] e a inclusão universitária?
> Meu simpático Carlinhos:
>
> Eu falo "funk" e você fala "funk carioca".
> Eu não falei em "funk carioca".
> Para tentar se mostrar, você foi capaz de distorcer minhas palavras e atacar a distorção feita por você que sente necessidade de dizer alguma coisa sobre os conhecimentos inclusos no âmbito de seu domínio.
> Eu me referia a Paul Murphy, Breakestra, Fatboy Slim, Bootsy Collins, Gilles Peterson, Quantic e Beatonic, ..., ou seja, ao FUNK.
> Funck you.
> Jorge Antunes
>
>
>
>
> carlos palombini wrote:
>
>> > Acho que privilegiados estão o rock, o funk, a música "sertaneja" comercial que, graças ao jabá pago por
>> multinacionais do disco, estão no rádio, na TV, nas prateleiras das lojas de disco, no Domingão do Faustão, nas
>> novelas, na boca do povo, no Programa do Gugu, etc.
>>
>> O funk carioca patrocinado pelas multimacionais do disco? Nas prateleiras das lojas de disco? Tenho a impressão
>> de que vc não está muito bem informado sobre os processos de produção e divulgação da música popular.
>>
>> --
>> cp
>
>                                                                                                                                                               
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