[ANPPOM-L] Sobre CDs "independentes"

Carlos Sandroni carlos.sandroni em gmail.com
Sáb Ago 25 09:04:00 BRT 2007


Carlos e demais colegas,

Confesso que usei a palavra "independente" sem pensar. A demanda da minha
amiga lá de Nova York foi a seguinte: a Biblioteca da NYU sabe que são
produzidos CDs no Brasil com esquemas de distribuição restritos. Eles
gostariam de ter acesso a informações sobre estes CDs, para eventual compra
de alguns. Usei a palavra neste sentido. Poderia também dizer "fora da
evidência do mercado", expressão empregada por José Miguel Wisnik quando
curador do Programa Petrobras Música (2002). São expressões um tanto vagas,
mas acredito que para os propósitos em questão, funcionam - sob risco de
superlotar minha caixa postal, daí porque criei outro endereço email...

Mas a mensagem do Carlos Palombini me interessou muito no sentido de pensar
na categoria "CD independente", que acredito tenha se estabelecido nos anos
80. Era um momento em que o "normal" era gravar por grandes gravadoras.
Tempo do LP, predominante no Brasil creio que até quase o final da
década. Na verdade talvez faça mais sentido falar de LP independente do que
de CD independente. Justamente, no caso do CD a gente tem muito mais
independência pra gravá-lo por conta própria. CD independente é quase uma
redundância!
Alguns marcos do LP independente (no Rio pelo menos) foram "Feito em casa",
do Antonio Adolfo, e o primero LP do Boca Livre, que vendeu 30.000 discos, o
que foi considerado enorme "para um independente".

Fará sentido hoje falar de "independente", no panorama fragmentado para o
qual o Carlos apontou? Certamente muito menos do que nos anos 80. No
entanto, me parece que a expressão ainda é usada. Salvo engano, existe uma
Associação Brasileira de Produtores Independentes de Discos ou algo
assim. Acho que o ponto se relaciona com a questão da presente transformação
das categorias musicais, tais como: música popular/folclórica, MPB, música
brasileira/estrangeira, nacional/regional etc... Elas estão em crise, mas
ainda são usadas, muitas vezes com novos sentidos.

Mas a motivação inicial da minha mensagem foi um problema que é muito mais
de hoje, que dos anos 80: é produzida hoje no Brasil uma quantidade grande
de CDs sobre os quais eventuais interessados (em Nova York ou em
Recife)  não possuem qualquer informação. Muitos destes CDs seriam de
interesse dos participantes da ANPPOM. Posso disponibilizar para a lista da
ANPPOM a lista de CDs. Mas talvez a gente pudesse pensar em algum mecanismo
mais permanente de informações sobre estes CDs de difícil acesso.

Abraços,
Carlos


-- 
Carlos Sandroni
Departamento de Música, UFPE
Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB
(81) 2126 8596 (telefone e fax)
(81) 88591476 (celular)
Endereço:
Rua das Pernambucanas, 264/501
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Recife - PE
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