[ANPPOM-L] Rigoletto no Theatro Pedro II

Rubens Ricciardi rrrr em usp.br
Sáb Dez 8 03:37:33 BRST 2007


caros amigos e colegas,

Recomendo a todos as récitas da ópera "Rigoletto", de Verdi, nos próximos dias 20 e 22 de dezembro, às 20h, aqui no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto.

A super-produção é da Fundação D. Pedro II e da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

A direção artística, frente à Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, está a cargo de seu regente titular, o maestro Cláudio Cruz.

Destaca-se o tenor Fernando Portari - que estará atuando não só como Duque de Mantua, mas também assina a direção cênica.

E temos aí grande elenco com Rosana Lamosa, Sebastião Teixeira, José Galizza e Edinéia Oliveira, entre outros...

Para nós do Curso de Música pela USP de Ribeirão Preto, em especial, destacamos as participações da Profa. Yuka de Almeida Prado e de sua aluna Renata Ferrari (do 3º ano do curso de Canto e Ópera), que faz seu debut como cantora de ópera nesta montagem!

Segue abaixo meu texto sobre esta montagem de grande importância para nossa cidade!...

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"Rigoletto" - Ribeirão Preto, 2007

 

Por Rubens Russomano Ricciardi

Compositor e professor titular em Música pela USP

 

I)                    A cidade, o teatro e a ópera

 

As cidades também têm vocações específicas. Ribeirão Preto se encontra hoje entre as cidades brasileiras com maior potencial de desenvolvimento para a boa música e em especial para a ópera. Desde os primórdios de seus tempos, como por ocasião da inauguração do Theatro Carlos Gomes, em 1897, o gênero ópera consta sempre entre os principais acontecimentos históricos da cidade. Numa cidade espiritualmente construída em especial pelos imigrantes italianos, o mais italiano entre os gêneros musicais sempre impregnou os sonhos de seus filhos mais empreendedores.

Assim, em 1930, inaugura-se o Theatro Pedro II. Um teatro projetado para a ópera, uma acústica perfeita para o canto, uma verdadeira jóia arquitetônica de rara beleza e monumentalidade no coração da cidade, cunhando seu semblante cultural e artístico. Hoje, entre os que apreciam o gênero em qualquer parte do país, não há mais quem possa discordar: o Theatro Pedro II de Ribeirão Preto já se estabeleceu definitivamente como um dos melhores palcos para a ópera não só do Brasil, mas de toda a América Latina. Suas reais dimensões transcendem a importância meramente regional, consolidando-se já como insuperável referência nacional.

Somam-se ao Theatro Pedro II ainda outras entidades afins e de importância fundamental para a cidade, como a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto - fundada em 1938, a segunda orquestra profissional mais antiga do Brasil! -, e, desde 2004, o Curso de Graduação em Canto e Ópera no Campus da USP de Ribeirão Preto. Outros empreendimentos de igual importância vêm colaborar ainda mais para a consolidação desta vocação operística da cidade. Vivenciamos, portanto, bons tempos para ousar sempre mais em projetos que possam viabilizar com toda competência a execução de obras de arte de uma real singularidade, de uma maior profundidade em meio à criatividade humana e na revelação de suas condições existenciais, as mais reflexivas e derradeiras. A ópera, neste sentido, está entre os mais complexos e significativos gêneros em todas as artes.

A Fundação D. Pedro II, capitaneando este belíssimo empreendimento de grande fôlego, numa parceria estreita e com forte apoio da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, desenvolve uma concepção gestora de ampla visão e a mais acertada, justamente com o bom fomento às produções próprias da cidade. Não somos uma província tacanha que, incapaz de produzir ela mesma seus principais eventos, tão-somente importa as iniciativas dos grandes centros... Não! Já somos sim nós mesmos capazes de conceber e produzir aqui o que se realiza de melhor em matéria de produção operística em todo o Brasil!

Observando-se numa rápida retrospectiva, as marcantes poéticas musicais do romantismo têm prevalecido nas principais montagens de ópera em Ribeirão Preto desde o final do século XIX. Compositores como Giuseppe Verdi, Giacomo Puccini e Carlos Gomes foram até aqui os preferidos no momento da escolha dos repertórios. A opção por "Rigoletto", de Verdi, nesta temporada 2007, confirma mais uma vez esta vocação inequívoca. Demonstra também o passo seguro e a maneira responsável com a qual se está dando prosseguimento a esta forte tradição. No entanto, estamos prontos também para ousar em projetos de montagens de óperas menos consagradas, tanto em direção aos repertórios do passado, como do barroco e classicismo, como também rumo às obras do século XX e mesmo contemporâneas - incluindo-se sempre, em meio a estas inúmeras possibilidades, óperas de compositores brasileiros. Há ainda muito por se realizar neste sentido.

A ópera, gênero musical o mais completo e perfeito, é sempre capaz de transcender o tempo e o espaço delimitado das vivências humanas. Assim, em meio a este processo amplamente favorável de crescimento, abrem-se as portas também para empreendimentos futuros e não menos ousados.

O ribeirãopretano, com sua boa sensibilidade - sempre já um apaixonado por ópera! -, exige cada vez mais políticas públicas como alternativas inteligentes, em matéria de arte, às redutivas propostas de consumo fácil praticadas pela Indústria Cultural. Esta deve ser uma entre as maiores tarefas dos empreendimentos artístico-culturais em nossa cidade, portanto sempre num desdobramento positivo de uma de suas principais vocações já historicamente reconhecidas e consolidadas: Aqui é cidade da música! Aqui é a cidade da ópera!

 

II)                  A orquestra, o maestro e os cantores

 

A OSRP, desde sua fundação, sempre atuou no Theatro Pedro II e em produções operísticas. Por sorte, o momento atual é dos mais favoráveis, pois a juventude dinâmica e a genial competência do maestro Cláudio Cruz, seu regente titular, viabilizam agora saltos qualitativos sem igual em toda a história de nossa orquestra.

Todos conhecem a carreira de Arturo Toscanini, por exemplo. De bom violoncelista de orquestra, quase que por acidente passou a atuar como regente entre os mais consagrados de todos os tempos, tanto no repertório operístico como sinfônico. E aqui faço a comparação sem qualquer receio: Cláudio Cruz, violinista principal e spalla dos mais respeitáveis conjuntos paulistas, como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, o Quarteto Amazônia e a Orquestra Villa-Lobos, assim como violinista solista brasileiro entre os melhores de todos os tempos, já desenvolveu carreira muito mais consistente do que aquela de Toscanini enquanto mero instrumentista. As atuações de Cláudio Cruz como regente titular frente à Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (nas temporadas 2004 e 2005) e agora frente à OSRP, num caminho seguro trilhado até aqui desde o excelente músico de orquestra até a regência, provam que lhe estão garantidas todas as condições necessárias para uma carreira cada vez mais brilhante e de plena ascensão neste seu novo ofício.

Cláudio Cruz é realmente o intérprete ideal. Quer seja como violinista e, ainda mais agora como regente, analisa profundamente as partituras com as quais trabalha com afinco e respeito exclusivos de quem tem verdadeira paixão pelo que faz. Enquanto estudioso incansável na superação de si próprio, ele busca sempre novos desafios com toda dignidade profissional. E toda grande obra musical vibra intensamente em suas mãos e se expressa genuinamente em plenitude na condição própria da linguagem diferenciada de cada compositor, revelando-se por inteiro não só o estilo como o mundo exposto da obra, desde as concepções estruturais, passando pelo contexto histórico-musicológico, até o menor detalhe da execução.

Ribeirão Preto já conhece as atuações de Cláudio Cruz no repertório sinfônico. Agora terá oportunidade de conhecê-lo como regente de ópera, diretor artístico que é desta presente montagem de "Rigoletto". Eu tive a grata oportunidade de vê-lo e ouvi-lo em Campinas, dirigindo "Lo Schiavo" de Carlos Gomes e depois "Don Giovanni" de Mozart. Foram duas montagens inesquecíveis, num vigor musical raramente registrado em palcos brasileiros. Agora, em condições mais favoráveis, já em nosso Theatro Pedro II, ele poderá exercer plenamente sua arte de músico-intérprete, iniciando assim uma nova etapa ainda mais promissora nas produções de óperas significativas não só para a cidade e região de Ribeirão Preto, como para todo o país.

Em trabalho conjunto com o maestro Cláudio Cruz, outro gênio da música brasileira está aqui também em ação. Estamos falando do grande tenor carioca Fernando Portari, atuando não só como cantor (Duque de Mântua), como assinando também a direção cênica deste "Rigoletto" (Dino Bernardi, ator e diretor ribeirãopretano, será seu assistente).

Portari, que iniciou sua carreira cantando no Campus da USP de Ribeirão Preto, tem relações as mais próximas com nossa cidade - não obstante sua incansável agenda internacional, em especial nos principais palcos europeus. Apresenta-se em Ribeirão Preto em concertos natalinos no HC (Campus da USP), em concertos e master-classes no Curso de Música pela USP desde sua fundação, em 2002, como já atuou inúmeras vezes como solista junto à OSRP, em especial desde a reinauguração do Theatro Pedro II, em 1996. Assume agora também seu novo ofício de "regisseur" com todos os méritos e com o forte respaldo de quem desenvolveu anteriormente toda uma rica experiência como cantor e intérprete cênico. Poucos conhecem tão bem o difícil e enigmático métier deste gênero musical como Fernando Portari. 

Outra atração de primeira grandeza é o soprano carioca Rosana Lamosa (Gilda, filha de Rigoletto). Tal como Fernando Portari, Rosana Lamosa também desenvolve intensa atividade como professora conferencista pela USP e de solista no Theatro Pedro II desde a reinauguração, com inúmeros concertos já realizados junto à OSRP.

Cantores de renome e que também já vieram cantar diversas vezes em Ribeirão Preto, como Sebastião Teixeira (Rigoletto, o bobo da corte), José Galizza (Sparafucile, um bandido assassino), Edinéia Oliveira (Maddalena, irmã de Sparafucile), Sávio Sperandio (Conde de Monterone), Homero Velho (Marullo, um cavalheiro) e Jordi Quelart (Borsa Matteo, homem da corte), entre outros, completam o rol de intérpretes especialmente convidados.

Destacam-se ainda as participações de valores residentes em nossa região, como Yuka de Almeida Prado (Giovanna, dama de companhia de Gilda e Pagem), professora de canto pela USP; sua aluna de graduação também pela USP, a jovem de raro talento Renata Ferrari (Condessa de Ceprano) - que aqui faz seu début como cantora de ópera -; e, completando o rol de cantores, Claudinei Alves de Oliveira (Conde de Ceprano), regente coral e professor de canto na vizinha cidade de Bebedouro.

 

III)                Victor Hugo, Giuseppe Verdi e "Rigoletto"

 

As origens históricas da ópera "Rigoletto" remontam a personagens reais (que existiram de fato). Triboulet (1479-1536) era o apelido de um famoso bobo da corte nos tempos dos reis da França, Luís XII (1462-1515) e do filho deste, o Conde d'Angoulême (1494-1547), que em 1515 torna-se Francisco I - um monarca representativo da Renascença Francesa, tendo sido um importante mecenas das artes. Francisco I ficou mais conhecido, no entanto, por sua notória infidelidade conjugal. Citando aqui as próprias palavras deste rei numa de suas poucas frases que ficaram para história: "uma corte sem mulheres é como um jardim sem flores". Já o bufão Triboulet com suas anedotas picantes difundidas naqueles tempos, torna-se ainda em vida já um personagem literário através da pena de François Rabelais (1483-1553), especificamente em sua obra "Pantagruel" (publicada em 1532).

Três séculos mais tarde, outro grande escritor francês, Victor Hugo (1802-1885), revive ambas figuras históricas, o rei Francisco I e o bobo da corte Triboulet, agora personagens protagonistas de sua peça teatral "Le Roi s'amuse" (O Rei se diverte), estreada em 1832. O drama de Victor Hugo causa escândalo e é imediatamente proibido pela censura, uma vez que "representava a figura do Rei da França como mulherengo devasso e desprovido de pudor". Nesta peça teatral, Francisco I seduz a jovem e bela Blanche (esta personagem porém é criada aqui por Victor Hugo), filha de Triboulet, justamente o já citado bobo da corte.

É interessante notar as semelhanças na caracterização de Triboulet, efetuada por Victor Hugo, com outro personagem seu igualmente célebre, o Corcunda de Notre-Dame. Ambas figuras bizarras que carregam sentimentos humanos os mais extremos. Portanto, trata-se de uma proposta literária de Victor Hugo original para seu tempo enquanto configuração de um novo herói trágico e com defeitos físicos evidentes, e, além disso, humano, demasiado humano, já bem distante dos antigos heróis mitológicos ou épicos.

Por volta de 1844, Giuseppe Verdi (1813-1901) toma conhecimento do drama francês de Victor Hugo. Desde então, o grande compositor italiano idealiza o projeto de uma nova ópera, tendo em vista uma adaptação fiel de "O Rei se diverte". Poucos anos depois, "Rigoletto", a consagrada ópera italiana, numa parceria com o libretista veneziano Francesco Maria Piave (1810-1867), é finalmente composta em 1850, num único fôlego de um trabalho concentrado e realizado em poucas semanas, mas ainda constando o título provisório de "A Maldição".

Tudo de mais essencial que há na concepção dramática de "Rigoletto" remonta a"O Rei se diverte". Do mesmo modo, as dificuldades com a censura ocorreram em ambas as versões. Tal qual a peça de teatro, o libreto da ópera também foi proibido. Para contornar estes problemas e viabilizar sua estréia (a liberação ocorrerá em janeiro e a estréia triunfal em março de 1851, em Veneza), Piave e Verdi tiveram que efetuar algumas pequenas modificações de última hora no libreto da ópera. Foi assim que a Corte do Rei da França, Francisco I, da peça de Victor Hugo, transformou-se na Corte do Duque de Mântua (figura sem qualquer relação com a realidade), no libreto de Piave. Respectivamente, Triboleut passa a se chamar Rigoletto e sua filha Blanche agora é Gilda.

Contudo, tanto na peça "O Rei se diverte" como na ópera "Rigoletto" a ação se passa no segundo quartel do século XVI, mantendo-se o mesmo ambiente escuro de uma noite interminável em meio ao contexto das relações verdadeiramente medievais de poder.

Nesta belíssima concepção dramatúrgica de Fernando Portari, toda a ação em "Rigoletto" leva à configuração de uma grande tragédia.

Qualquer um conhece a famosa ária "La donna è móbile". Melodia alegre de uma canção até levemente irônica, quando aqui o Duque de Mântua fala da inconstância das mulheres, como se toda a culpa das relações amorosas volúveis e superficiais fosse sempre delas, pois "enganam tanto no choro como no riso" e "mudam de idéia a cada momento".

Mas, por trás desta suposta leveza aparente, no entanto, revela-se uma essência eminentemente trágica da condição humana. Ou seja, "La donna è mobile" não deixa de ser o canto mais célebre da ópera "Rigoletto", mas é um momento de distanciamento das reais relações da trama no libreto, saindo da condução central dos fatos. Aí há uma quase autonomia absoluta da famosa melodia em meio à ação dramática.

Por outro lado, temos sim essencialmente na ópera uma trágica revelação da condição humana, pois o que está sendo narrado de fato, no libreto, é a maneira como um sistema de poder se mantém. Poder este opressor e absoluto do Rei (no caso do libreto da ópera, representado no personagem do Duque de Mântua) e que oprime qualquer opinião diferente, inviabilizando justamente qualquer mudança em meio a estas relações brutais da rígida hierarquia. O mundo aqui é estático, sem solução nem perspectiva. Na ópera não há esperança possível para quem quer que seja.

Convertido à perversão, o Rei se corrompe dentro dele mesmo, pois não tem obrigações nem compromissos. Tão-somente confere a si mesmo o direito de se divertir - não obstante os graves constrangimentos que possa causar. Pesado e repugnante, pois já não se identifica com ele a figura simpática do sedutor charmoso, o Duque de Mântua, sem quaisquer escrúpulos, exerce seu poder quando se diverte através do sexo. Assim, sexo e poder se misturam, ambos instrumentos de corrupção. Por fim, o Duque de Mântua passa pelo drama completamente ileso, pois nada acontece com ele. E ele, indiferente, pouco se importa com o que acontece com os outros, sobrevivendo assim em seu poder ilimitado como se a tragédia nada tivesse a ver com ele.

Num certo sentido, o Duque de Mântua e Rigoletto também são dois lados de uma mesma moeda, pois ambos corrompem a dignidade humana. Victor Hugo introduz a realidade na trama, realidade esta trágica representada no personagem Rigoletto - o mais humano entre os personagens. Rigoletto sente um ódio mortal, uma inveja mesquinha e vivencia a torpeza enquanto personagem grotesco, quase animalesco. Rigoletto, ele próprio, também é a encarnação do poder. Também vive às custas do escárnio dos outros e não se importa com a desgraça alheia. Daí também originam o ódio e a maldição de Monterone contra Rigoletto, rogando-lhe uma praga aterrorizadora e que perdurará por toda a trama. Desta forma, Rigoletto se eleva à categoria de um herói execrável em suas relações com a infelicidade.

Rigoletto e o Duque são também figuras que se confundem, num certo sentido. Daí a relação de amor e ódio de Rigoletto para com o Duque, sentimentos estes fortes e bem diferentes do mero desprezo que Rigoletto sente pelos demais nobres, aduladores e bajuladores medíocres da corte.

A única comoção em Rigoletto, ou seja, tudo que o comove, reduz-se ao seu amor à filha Gilda, seu "único tesouro". Mas quem não manifestará solidariedade com Rigoletto? Quem ousaria não inocentar sua atitude ao querer vingar o grave constrangimento de sua filha causado pelo Duque impiedoso? Gilda, por sua vez, é a possibilidade do que resta da dignidade humana, dos valores, da beleza. Mas, neste universo, não sobrevive algo de belo.

Quando planeja o assassinato do Duque de Mântua, Rigoletto procura anular também sua própria maldade, ao tentar em vão proteger sua filha do mundo, mesmo que com atitudes neuróticas - o que lhe transforma num dos maiores heróis de todos os tempos. Neste sentido, há em Rigoletto também o sentido de uma grande humanidade... É torpe, assume a torpeza, o auto-escárnio, mas busca o valor eterno da pureza e da castidade.

Do ponto de vista de sua importância enquanto obra de arte, a ópera "Rigoletto" de Verdi não apenas exercerá fortes influências apenas por seu sentido filosófico-literário. Basta lembrarmos de uma obra célebre que nasceu inspirada diretamente no "Rigoletto", como o romance "Crime e castigo" (publicado em 1866), do escritor russo Dostoievski - justamente quando o personagem se refere ao Duque e a ele próprio (e mais uma vez numa relação indissociável entre os dois personagens): "Egli è Delitto, Punizion son io" (Ele é o crime, eu sou o castigo).

A ópera marca também um ponto de ruptura não só na produção operística de Verdi, mas na história do gênero. Antes mesmo de Richard Wagner, Verdi inventa com seu genial "Rigoletto" a grande ópera romântica - um dos pontos culminantes do romantismo musical!
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