[ANPPOM-L] p ó s-modernidade ou paradoxos da modernidade?

Jos=?ISO-8859-1?B?6SA=?=Luiz Martinez rudrasena em uol.com.br
Dom Jul 22 21:24:51 BRT 2007


Caros colegas,

Tenho acompanhado a discussão com interesse e gostaria de informar que um
novo volume da série "Arte e Cultura", editado pela Profa. Sekeff e pelo
Edson Zampronha, está em preparação, sendo que o tópico central será o
pós-modernismo. Eu contribuí com um artigo, discutindo essa questão na
música com a luz da semiótica. Outros artigos serão assinados por alguns
outros membros da ANPPOM. Mas não vou adiantar mais nada!

Abraços,
Martinez


-- 
Prof. Dr. José Luiz Martinez
Departamento de Linguagens do Corpo
Faculdade de Comunicação e Filosofia - PUC-SP

Rede Interdisciplinar de Semiótica da Música
http://www.pucsp.br/pos/cos/rism

Musikeion - fórum sobre signficação musical
http://listas.pucsp.br/mailman/listinfo/musikeion
http://listas.pucsp.br/pipermail/musikeion/



On 22/07/2007 11:49, "silvio" <silvio.ferraz em terra.com.br> wrote:

> caro rubens como deixar os padrões medianos da Ind.cultural de fora se o q
> caracteriza o pós-modernismo é a produção de arte como mercadoria de consumo
> rápido (insisto na leitura de livros sobre o assunto). no Brasil existe um uso
> corrente  do termo pós-moderno pq ele alivia a alma daqueles que se mantinham
> numa arte tradicionalista, sobretudo de cunho nacionaL. só q numa lidinha
> rápida em jameson, vale ver q o verdadeiro músico pomô é o DJ.
> 
> abs silvio
> 
>> caros colegas da anppom, 1) o q se chama pós-moderno talvez sejam tão-somente
>> novos casos de paradoxo da modernidade (já houve vários destes casos na
>> música - por exemplo, o neoclassicismo dos anos 20-40, o jdanovismo dos anos
>> 50 etc. - antes mesmo que os filósofos tentassem interpretar a tal
>> pós-modernidade enquanto conceito); 2) aliás, pós-modernismo ou valetudismo?
>> (seguramente "nem tudo é relativo", como diz o Prof. Hilton Japiassu)... 3)
>> mesmo em nossos tempos seguramente pós-vanguarda há ainda tanto jovens
>> epígonos modernistas como demais compositores apenas convencionais... ps: e,
>> já que estamos falando de música, deixemos os padrões medianos da indústria
>> cultural fora da questão... rubens ricciardi
>> 
>> ----- Original Message ----- From: <mailto:silvio.ferraz em terra.com.br>silvio
>> To: <mailto:sandramontreal em hotmail.com>Sandra Reis ;
>> <mailto:anppom-l em iar.unicamp.br>anppom-l em iar.unicamp.br Sent: Saturday, July
>> 21, 2007 12:36 PM Subject: Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA - John
>> Corigliano e a m ú sica do presentepor Matheus G. Bito ndi
>> 
>> sandra e carlos cobertos de razão. vale pegar dois livros muito pouco lidos
>> pelos brasileiros que gostam de pós-modernismo: a condição pós-moderna de
>> Lyotard e  pósmodernismo e jameson. ora, nos dois o termo é claramente uma
>> crítica à forma de relações humanas nascidas do capitalismo recente. nos dois
>> livros é clara a noção de último homem, alertada por nietzsche, para falar do
>> nihilismo ao qual chegaríamos. para checar tanto, basta ler o artigo e
>> entrevistas com artístas ditos pós-modernos e notar que todo o entusiasmo do
>> discurso das utopias dos anos 50 se desfaz num ressentimento e no tanto faz,
>> sobretudo tanto faz qdo aquele que tanto faz tem condições financeiras que
>> beiram a agressão. Por outro lado, esta coisa de misturar, isto não era
>> antropofagia? e antropfagia não é uma coisa do modernismo de oswald? O q isto
>> tema ver com pós-modernismo?
>> 
>> silvio ferraz
>> 
>> 
>>> Amigos,
>>> 
>> Estou de acordo com a postura crítica do Carlos  Palombini.
>> 
>> Para iniciar, não aprecio o termo Pós-Modernismo. É muito confuso. Se
>> Descartes foi o introdutor da Idade Moderna, se Baudelaire chamava o seu
>> momento de Modernidade, se ser moderno é estar dentro do agora de seu tempo,
>> não existe "Pós-Modernismo" mas sim, Pós-Modernismos.
>> 
>> Inventaram o termo, o coro dos influentes gostou e impuseram na área de artes
>> um epíteto que os pósteros vão ter de agüentar?
>> 
>> Quando estive no Canadá ,  o Pós-Modernismo era visto como uma justaposição
>> de tendências no tempo atual, validando todos os estilos suprassumidos no
>> tempo histórico em pé de igualdade   como fonte de inspiração e meio para
>> exercitar e dar forma à criatividade no momento hodierno.
>> 
>> A partir daí, comecei a "engulir" o termo com menos sofrimento porque passei
>> a ver o Pós-Modernismo como a expressão de liberdade no nosso tempo : cada um
>> deve criar como deseja, de acordo com suas tendências e ideais, sem ter de
>> seguir as determinações de um grupo que se acha dono da história. Se alguém
>> deseja ressuscitar, por exemplo, o estilo de Palestrina, está no seu direito
>> e certamente fará algo novo pois nunca "atravessamos o mesmo rio, em cada
>> momento, ele está diferente", como disse o nosso  colega Heráclito, no VI
>> século antes de Cristo.
>> 
>> Daí, que as preferências ocorram é muito natural, mas dizer que  X, Y ou Z
>> são os modelos de Pós-Modernismo, é voltar  às ditaduras do poder na história
>> que é feita a partir das "estrelas" eleitas pelos historiadores e teóricos
>> que se concentram em determinados pontos como abelhas no mel, sem vislumbrar
>> outras riquezas ao seu redor.
>> 
>> Um abraço para todos,
>> 
>> Sandra Loureiro de Freitas Reis
>> 
>> From:  carlos palombini <palombini em terra.com.br> To:  ANPPOM
>> <anppom-l em iar.unicamp.br> Subject:  Re: [ANPPOM-L] FWD: TRADI ÇÃ O E RUPTURA
>> - John Corigliano e a m ú sica do presentepor Matheus G. Bito ndi Date:  Fri,
>> 20 Jul 2007 22:05:01 -0300
>> 
>>> Achei muita coisa estranha neste artigo.
>>> 
>>> [1] É estranho ver Gilberto Mendes descrito como o representante brasileiro
>>> do pós-modernismo. Matheus Bitondi não deve ter lido o prefácio que o
>>> compositor santista escreveu para o livro em que Jorge Antunes publicou
>>> sobre Jorge Antunes, _Uma poética musical brasileira e revolucionária_.
>>> Considerem este excerto:
>>> 
>>> "Neste momento em que o hip-hop e DJs são elevados, pela mídia, à
>>> importância de Stockhausen, Berio, Pousseur, este livro de análises das
>>> obras de Antunes vem em boa hora, como reação a esta descaracterização das
>>> diversidades. Vem para colocar as coisas em seus devidos lugares, mostrando
>>> o que é de fato um compositor voltado para uma música realmente de invenção.
>>> Um compositor que pensa a música, como um artista, como um homem da alta
>>> cultura."
>>> 
>>> [2] É estranho ver o "ecletismo" de um compositor norte-americano dos
>>> séculos XX e XXI ser apresentado como  tendo raízes em Monteverdi,
>>> Tchaikovski e Dvorak e, portanto, não sendo realmente novo. O serialismo
>>> 
>>> integral de Boulez não combinava Webern, Messiaen, Varèse, Cage e
>>> Stravinski? E o dodecafonismo de Schoenberg não era a conseqüência
>>> necessária de Brahms, Mozart, Bach, Beethoven e Wagner? Por que o
>>> pós-modernismo de uns necessita reduzir-se às mesmas narrativas
>>> historiográficas que o modernismo de outros? E por que estas estruturas
>>> narrativas são usadas ao mesmo tempo para justificar os modernistas como
>>> conseqüência lógica da tradição e desqualificar os pós-modernos como nem tão
>>> novos assim?
>>> 
>>> [3] É estranho ver os compositores ditos pós-modernos só podendo ser
>>> compreendidos se colocados em oposição ao serialismo integral, como se só o
>>> serialismo integral os tivesse precedido e nos anos cinqüenta não houvesse
>>> mais nada de novo acontecendo no mundo. Não houve Cage? Não houve Scelsi?
>>> Não houve Messiaen? Não houve Varèse? E não houve o soul, o gospel, o rock,
>>> o twist, o cool jazz? E não houve Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, o baião,
>>> Ary Barroso, Ângela Maria, a bossa nova?
>>> 
>>> -- cvp
>>> 
>>> 
>>> silvio escreveu: interessante a frase:
>>> 
>>>> " A libertação das amarras seriais e a conseqüente reabertura dos ouvidos
>>>> para toda a história da música" afinal de contas ela era usada antes de
>>>> outro modo: "a liberação da música das amarras do tonalismo", "a liberação
>>>> do som". E não houve época mais aberta a ouvir toda a história do que os
>>>> anos 50 e 60, nas classes de messiaen e maderna.
>>>> 
>>> 
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