[ANPPOM-L] Sobre o CDMC

Fernando Iazzetta iazzetta em usp.br
Ter Mar 20 20:53:19 BRT 2007


Prezado Prof. Dr. Jorge Tápia
Coordenadoria de Centros e Núcleos - Unicamp
 
Não estou a par das razões institucionais que levaram ao afastamento do
Prof. José Augusto Mannis da direção do CDMC. Conheço menos ainda as
relações entre este Centro abrigado na Unicamp e as atividades dos
departamentos da Unicamp.
 
Por outro lado não posso de deixar de ver com surpresa os comentários de que
o CDMC venha se afastando da sua vocação de dar suporte a uma demanda
especializada e diversificada de compositores e pesquisadores como sempre
ocorreu durante o período em que o Prof. Mannis esteve à frente do CDMC. Eu
mesmo posso dizer que não poderia ter realizado parte de minhas pesquisas se
o apoio desse Centro. Do mesmo modo, reconheço a sua importância para o
trabalho realizado por alguns de meus orientandos que sempre foram
encontraram enorme receptividade em suas pesquisas no CDMC.
 
Não é preciso lembrar que o CDMC se constitui como referência na pesquisa do
repertório musical contemporâneo, não apenas em função de seu acervo ­ único
na América-Latina -  mas também pela qualidade de serviços que ele presta à
comunidade musical artística e acadêmica no Brasil. Sob a direção do Prof.
Mannis surgiram iniciativas como o Musicom - Guia da Música Contemporânea
Brasileira e o FWD cdmc. Sem sombra de dúvidas, ambas constituem-se como
dois dos mais relevantes instrumentos de registro, comunicação e difusão da
música brasileira atual. Desconheço qualquer iniciativa desse porte e
alcance que tenha partido de alguma instituição nacional em épocas recentes.
 
Parte dessa relevância deve-se não apenas à seriedade e dedicação do Prof.
Mannis aplicados à constituição do CDMC, como também ao seu trânsito livre
como compositor e pesquisador nas comunidades acadêmicas e artísticas tanto
do Brasil, quanto do exterior. É certo que o acervo que se encontra hoje
disponível no Centro não pode ter sido fruto de doações e aquisições
casuais. Sua qualidade e abrangência refletem um trabalho construtivo e
criterioso que só poderia ter sido realizado por alguém intimamente
conectado ao meio composicional da atualidade.
 
Nenhum demérito vai aqui à sua atual diretora, a Profa. Lenita Nogueira,
cuja competência é amplamente reconhecida pela comunidade musical brasileira
e, temos certeza, está cuidando para que o CDMC continue desempenhando o
papel de referência para os estudos da música contemporânea no Brasil.
Entretanto, como usuário e admirador do CDMC não posso deixar de desejar que
o mesmo continue a prestar serviços com a qualidade que tem prestado até
hoje e que sua proximidade com o meio composicional não seja perdida. Dessa
maneira, só me resta reiterar minha satisfação pela presença do prof. Mannis
à frente do CDMC por todos esses anos e acreditar que as soluções
encontradas no âmbito institucional da Universidade saibam privilegiar a
importância cultural do CDMC.
 
Atenciosamente, 

Prof. Dr. Fernando Iazzetta
Departamento de Música - ECA/USP



on 3/17/07 10:35 AM, silvio at silvio.ferraz em terra.com.br wrote:

> caro prof. Jorge Tápia
> 
> São diversas as razões pela qual o cdmc deve ser
> coordenado por alguém da equipe de composição do
> IA unicamp.
> E esta carta remetida pela secretária do cdmc ao
> prof. José Augusto Mannis comprova a necessidade
> de que esta equipe volte a ter um membro na
> coordenação do centro.
> 
> o acervo do cdmc é o mais importante no gênero na américa latina.
> graças às atividades do prof. José Augusto Mannis
> e seus vínculos com compositores e entidades
> francesas, o cdmc de campinas agrega um acervo
> invejável.
> as atividades do curso de composição sempre
> tiveram proximidade ao cdmc, dando a este centro
> demanda qualificada de estudantes e pesquisadores.
> muitas pesquisas de mestrado e doutorado foram
> realizadas com material do cdmc (podendo citar
> desde meu mestrado, meu doutorado, e diversos
> trabalhos de orientandos ao longo destes 20 anos).
> uma coordenação não relacionada ao curso de
> composição não tem justificativa, pois não pode
> avaliar o acervo que tem, não tem articulação
> para obter recursos nem ampliar e renovar o
> acervo e não tem como trabalhar conjuntamente com
> o curso de composição do IA-UNICAMP (vale dizer
> que o acervo é um dos diferenciais na formação de
> nossos alunos).
> 
> com o impedimento que a unicamp manifestava
> quanto a um não doutor coordenar o centro
> diversas vezes me dispus a coordenar este centro
> mesmo sabendo que a pessoa mais indicada
> continuava sendo o prof. Mannis.
> um não doutor pode burocráticamente não ser a
> pessoa mais indicada para a coordenação deste
> centro (vistos os trâmites legais da unicamp) mas
> um não compositor sem dúvida inviabiliza o centro
> mesmo possuindo um doutorado.
> além do que, a presença de um não doutor na
> coord. do centro durante vinte anos tornou o
> centro em referência no país, já a presença do
> doutor atual logo de saída quebra o vínculo e a
> referencialidade junto ao curso do qual o centro
> nasceu.
> 
> esta situação está chegando a níveis absurdos, e
> acredito que seja momento de uma mudança ser
> realizada.
> somos, no IA unicamp, três professores doutores
> na área de composição com forte vínculo com o
> cdmc: profa. Denise Garcia, Silvio Ferraz e
> Jonatas Manzoli, e poderíamos conduzir uma
> transição muito mais plauzível desta situação do
> que a atual coordenação da prof. Lenita Nogueira,
> que tem destaque e competência comprovada no
> campo da musicologia histórica, mas que é
> distante do foco do acervo (a música
> contemporânea).
> 
> esta mensagem, a estou enviando também à lista da
> asociação nacional de pesquisa e pós-graduacão em
> música, pois um acervo não é só assunto interno
> de uma universidade e seus trâmites políticos,
> mas um assunto nacional pertinente a todos os
> pesquisadores da área.
> com o que esta mensagem pode surtir respostas as
> quais seria muito importante que o snr tomasse
> conhecimento para poder conduzir de modo ais
> tranquilo esta transição depois de muitos anos do
> centro ter estado sob coordenadoria do prof.
> Mannis.
> 
> o que foi solicitado pelo prof. Mannis em sua
> carta ao cdmc era prática simples e normal
> durante seu período de coordenação do centro,
> sendo que os profs. de composição sempre contaram
> com o apôio do cdmc no controle das atividades
> dos estudantes no centro. Claro, o coordenador
> era da equipe de composição. Daí a necessidade de
> que o coordenador volte a ser alguém da equipe de
> modo a evitar situações constrangedoras de
> manifestação de funcionários que são alheios ao
> processo pedagógico e acadêmico da universidade.
> 
> neste sentido, apóio o prof. Mannis (o que
> imagino seja compartilhado por um gde número de
> pesquisadores brasileiros) e afirmo que seu
> solicitacão ao cdmc não é pessoal, nem ligada
> apenas a uma disciplinas do Instituto de Artes,
> mas uma solicitação que poderia ser facilmente de
> toda da equipe de composição e a rispidez da
> resposta não se conjuga com a importância e fácil
> operaciolanlização da solicitação.
> 
> prof. Dr. Silvio Ferraz Mello Filho
> 
> PS: solicito a todos que se manifestarem que
> enviem suas mensagens também ao prof.dr.Jorge
> Tápia, diretor da Coordenadoria de Centros de
> Núcleos da unicamp, para que acompanhe o debate
> da real importância do cdmc.
> 

> 






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