[ANPPOM-L] Questões éticas na discussão acadêmica

Yo Argentino musicoyargentino em hotmail.com
Sáb Out 6 15:45:40 BRT 2007


Caros membros da lista,

O cabeçalho mostra que esta discussão está fora do âmbito do assunto “prova 
específica eliminada na UFAC”. Especificamente, respondo aqui as 
considerações feitas por Leonardo Fuks e Jorge Antunes.

Fuks:
>Quanto às observações assumidamente pessoais do professor e colega Antunes,
"com respeito à ingenuidade acadêmica e científica de alguns de nossos 
pares."
" Essa ingenuidade, essa despolitização, que às vezes chega às raias da
mediocridade, tem dado enorme prejuizo à prática e ao ensino das artes na 
Universidade brasileira."
"Parece que não se pretende mais formar compositores intelectuais de sólida
formação em acústica, psicoacústica e eletroacústica. "

>Permitam-me discordar do tom utilizado nas observações,  pois embora 
>possuam o
"disclaimer" de serem pessoais, referem-se a assuntos acadêmicos 
extremamente
sensíveis e em seguida qualificam (in)determinados colegas de ingênuos e
medíocres.

Esta colocação é absolutamente correta. Dentro do contexto da discussão 
prévia, não cabem as generalizações. O tema de discussão era pontualmente “a 
prova específica na Universidade Federal do Acre”, e destaco <prova 
específica>, já que nunca aqui na UFAC utilizamos o termo “aptidão”. Neste 
contexto, a seguinte frase é uma acusação pontual aos professores que 
representam a área de música na UFAC:

Antunes:
>Muitos professores de música que ocupam cargos na administração 
>universitária não têm aptidão para lidar com as pessoas de ciência da 
>administração superior e de orgãos colegiados. A relação, nesses casos, se 
>torna azeda, acre.

Sendo questionado em relação a essa frase, Antunes responde:
>quando um acadêmico da área de artes toma assento em colegiado rodeado de 
>cientistas, filósofos, sociólogos, muitas vezes faz intervenções risíveis.

Em relação a essa afirmação concordo plenamente com Fuks:
>Lembro que muitos de nós somos cientistas, ou pelo menos afirmamos ser.

A afirmação que os professores da área de música não têm competência 
científica é insustentável. É só olhar dois itens no curriculum Lattes dos 
pesquisadores: artigos em revistas internacionais indexadas e apresentações 
em congressos internacionais. E justamente este ponto mostra que a afirmação 
do Fuks é completamente incorreta:

>Devo dizer que conheço poucos compositores intelectuais de sólida formação 
>em acústica, psicoacústica e eletroacústica, ou em pelo menos duas destas 
>três áreas. Certamente o professor Antunes, com sua formação em física, 
>seria um dos poucos que se enquadrariam nesta categoria no país.

Existem métodos objetivos para avaliar a produção acadêmica dos compositores 
nas áreas de acústica, psicoacústica e eletroacústica. Além dos dois 
citados, temos a produção de obras que apliquem conhecimentos desenvolvidos 
 >pelo compositor< nessas áreas. Esses conhecimentos podem ser veiculados em 
artigos, comunicações e software. Portanto, é só ver a produção técnica do 
compositor, que está disponível no seu cv.

Para concluir, as afirmações sem fundamento só atrapalham. A competência não 
se mostra nas palavras e sim nos fatos: alunos formados, projetos 
implementados e produção técnica, artística e científica.


Dr. Damián Keller
Coordenador, Curso de Música
Universidade Federal do Acre

Chair, Division of Music
Federal University of Acre
http://ccrma.stanford.edu/~dkeller

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