[ANPPOM-L] Sobre a origem do contraponto: a natureza

Sandra Reis sandramontreal em hotmail.com
Sáb Out 13 17:13:37 BRT 2007


Queridos colegas, "a música é a escrita simbólica e intuitiva  da vida, da natureza  e da história" ou ainda " a tradução poética da vida, da natureza e da história" (REIS, A correspondência das artes e a metafísica da música, in Revista do IHGMG,volume XXVI. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais/IHGMG, 2005. p.235-252). Vejam o exemplo em anexo.
 
As idéias de melodia, de harmonia e  contraponto podem ser identificadas, fenomenologicamente, originando-se das formas da natureza, na vida em sociedade e na história, sob múltiplas e imprevisíveis formas. 
 
Elaborei  textos sobre isto no meu  livro Essais sur l' art: Musicologie, Sémiologie et Philosophie, Volume I, lançado em Montreal (Cercle de Musicologie e UdM) e Paris(Sorbonne, Paris IV), respectivamente nos anos de 2004 e 2006. Este trabalho está com edição esgotada. A versão em português,ampliada e ilustrada, deverá estar pronta  em breve à disposição de todos.
 
Um grande abraço e parabéns pela importante discussão,
 
Sandra Loureiro de Freitas Reis
 
 
 
  
 
 
 From: rrrr em usp.br> To: eluedy em yahoo.com; carlos.sandroni em gmail.com; antunes em unb.br> Date: Sat, 13 Oct 2007 18:12:18 -0300> CC: hugoleo75 em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?> > meus caros,> > nem pensei que alguém seja xenófobo ou use num sentido pejorativo o conceito > de contraponto,> > apenas digo que um contraponto (existem sempre vários) é um recurso poético > que serve à construção de uma determinanda linguagem musical...> > só isso: o contraponto não tem pátria, nem é monopólio de quem quer que > seja, quem quiser que use ou não a tal ferramenta de acordo com seus > critérios e... talento...> > mas vejo que a discussão cunduz talvez a uma confusão entre música enquanto > arte (pois se trata aí das questões do métier e do processo poético, da > singularidade, da exposição de um mundo, de enigmas e revelações > existenciais - mas sem regras que a garantam) e o caráter incontornavelmente > mesquinho da(s) cultura(s)...> > Rubens Ricciardi> > > ----- Original Message ----- > From: 'eduardo luedy' <eluedy em yahoo.com>> To: 'Rubens Ricciardi' <rrrr em usp.br>; 'Carlos Sandroni' > <carlos.sandroni em gmail.com>; <antunes em unb.br>> Cc: <hugoleo75 em gmail.com>; <anppom-l em iar.unicamp.br>> Sent: Friday, October 12, 2007 10:00 PM> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?> > > > Tenho a impressão que o Rubens não está compreendendo> > muito bem o por quê de estarmos discutindo> > etnocentrismo, repertório canônico (suas práticas e> > valores associados) e a necessidade (ou não) de tornar> > os currículos em música mais abertos à diversidade> > cultural. Também não me parece que o adjetivo> > 'europeu' tenha sido empregado com conotações> > pejorativas ou xenófobas pelo Sandroni.> >> > Eduardo Luedy> >> >> > --- Rubens Ricciardi <rrrr em usp.br> wrote:> >> >> meus caros...> >>> >> onde estamos????> >>> >> 'contraponto europeu'??? - que bobagem é esta???> >>> >> ha, então o futebol (invenção inglesa!) também é> >> europeu (aliás, não é o esporte mais popular por lá> >> também)????> >>> >> nossa senhora, por que será então que eu torço aqui> >> pro meu glorioso Comercial de Ribeirão Preto???> >>> >> certamente uma postura eurocentrista e com certeza> >> politicamente incorreta (estes corinthianos, estes> >> flamenguistas, todos uns vendidos à submissão> >> eurocêntrica)...> >>> >> pois viva a nossa identidade, viva a nossa> >> verdadeira cultura, abaixo toda e qualquer forma de> >> inteligência estrangeira!!!...> >>> >> Rubens Ricciardi> >>> >> PS: caro Silvio Ferraz, concordo com vc que o estudo> >> dos contrapontos deve ser sempre desenvolvido nos> >> contextos das linguages, porisso, já há alguns anos> >> venho dando aulas do contraponto da Polifonia Gótica> >> em seus primórdios, da Ars Antiqua (em especial> >> Perotinus) e da Ars Nova (em especial Machault e> >> Landini), até os primeiros polifonistas> >> franco-flamengos quando se inicia o Renascimento,> >> realmente é muito mais enriquecedor que trabalhar só> >> com as 5 espécies do Fux ou com os recursos dos> >> contrapontos em meio aos diversos estilos e época do> >> sistema tonal...> >> ----- Original Message ----- > >> From: Carlos Sandroni> >> To: antunes em unb.br> >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br ; hugoleo75 em gmail.com> >> Sent: Friday, October 12, 2007 3:10 PM> >> Subject: Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos> >> em nossas Universidades?> >>> >>> >> Prezado Antunes e demais colegas,> >>> >> Citando:> >>> >> 'A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos> >> complexa estruturalmente.> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.'> >>> >> Fim da citação.> >>> >> 'Mais complexo' e 'menos complexo', aqui, do ponto> >> de vista do contraponto europeu. A harmonia de> >> Wagner também é mais complexa que a dos Beatles. Mas> >> saber harmonia e contraponto nao nos habilitam a> >> compreender nem formalmente, e muito menos> >> estruturalmente, música vocal das Ilhas Salomon ou> >> rock. (No caso do rock saber alguns acordes pode às> >> vezes ajudar).> >>> >> Se voce analisa polifonias do Pacífico ou dos> >> pigmeus com instrumentos teóricos de contraponto> >> europeu, o resultado é a primeira e a segunda frases> >> citada acima. Esta é uma das razões pelas quais a> >> terceira e a quarta frases citadas acima são, na> >> opinião dos etnomusicólogos, falsas (isto inclui> >> Hugo Zemp, que estudou a fundo as polifonias das> >> Ilhas Salomon).> >>> >> Abraços,> >> Carlos> >>> >>> >> On 10/12/07, Jorge Antunes <antunes em unb.br> wrote:> >>> >> Eduardo:> >> Você está usando a palavra 'forma', que nunca> >> utilizei. No escopo de nosso debate ela não cabe.> >> Você fala em 'complexidade formal' e em se> >> 'compreender formalmente o contraponto'.> >> Nunca me referi a forma. Sempre estou me> >> referindo a estrutura.> >> Estou falando em complexidade estrutural.> >> Também nunca disse que a análise se sustenta> >> unicamente pela abordagem estrutural e formal.> >> As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir,> >> numa boa análise, a ser estudados profundamente após> >> as análises estrutural e formal.> >> Mas aquela ficará solta, descontextualizada e> >> superficial, se estas não se estabelecerem antes.> >> A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos> >> complexa estruturalmente.> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.> >> Veja, estou falando em estrutura. Quanto à> >> forma, os níveis de complexidade são altos nos dois> >> casos. As lamentações fúnebres têm, em geral, a> >> forma ABAB CBCB. A fuga nº 24, segundo caderno, tem> >> forma de fuga tripla, com a complexidade imposta> >> pelo uso de três sujeitos.> >> Para completar as análises, aí sim, seria> >> necesssário abordar as questões que você menciona.> >> Seria então preciso abordar a religiosidade de Bach,> >> suas construções quiasmáticas, sua época, seu> >> entorno, sua fixação na cristologia e seu> >> encantamento pelas letras de seu próprio nome (b, a,> >> c, h). Quanto às Lamentações fúnebres das imediações> >> da Polinésia, seria necessário, na etapa final da> >> análise, considerar a coreografia da dança ritual> >> suahongi, as escalas usadas, suas simbologias,> >> ritmos, andamentos, textos, o gestual da> >> distribuição de alimentos durante o velório, etc.> >> Abraço,> >> Jorge Antunes> >>> >>> >>> >>> >>> >> Carlos Sandroni> >> Departamento de Música, UFPE> >> Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB> >> Setembro 2007/Fevereiro 2008:> >> Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en> >> Ethnomusicologie> >> CNRS - LESC UMR 7186 - Paris> >> Endereço pessoal na França:> >> Chez Duflo-Moreau> >> 199, rue de Vaugirard> >> 75015 - Paris> >> Telefone profissional no Brasil> >> (81) 2126 8596 (telefone e fax)> >> (Recados com Anita)> >> Endereço pessoal no Brasil:> >> Rua das Pernambucanas, 264/501> >> Graças - 52011-010> >> Recife - PE> >>> >>> >>> > ------------------------------------------------------------------------------> >>> >>> >> ________________________________________________> >> Lista de discussões ANPPOM> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l> >> ________________________________________________> >>> >>> >>> > ------------------------------------------------------------------------------> >>> >>> >> No virus found in this incoming message.> >> Checked by AVG Free Edition.> >> Version: 7.5.488 / Virus Database: 269.14.5/1058 -> >> Release Date: 8/10/2007 16:54> >> > ________________________________________________> >> Lista de discussões ANPPOM> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l> >> ________________________________________________> >> >> >> > > > ____________________________________________________________________________________> > Don't let your dream ride pass you by. 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