[ANPPOM-L] RES: Sobre a origem do contraponto: a natureza

Heloísa e Wagner Valente whvalent em terra.com.br
Sáb Out 13 19:26:17 BRT 2007


 

 

-----Mensagem original-----
De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br
[mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Sandra Reis
Enviada em: sábado, 13 de outubro de 2007 17:14
Para: Rubens Ricciardi; eduardo luedy; CarlosSandroni; antunes em unb.br
Cc: hugoleo75 em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: Re: [ANPPOM-L] Sobre a origem do contraponto: a natureza

 


Queridos colegas, "a música é a escrita simbólica e intuitiva  da vida, da
natureza  e da história" ou ainda " a tradução poética da vida, da natureza
e da história" (REIS, A correspondência das artes e a metafísica da música,
in Revista do IHGMG,volume XXVI. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas
Gerais/IHGMG, 2005. p.235-252). Vejam o exemplo em anexo.
 
As idéias de melodia, de harmonia e  contraponto podem ser identificadas,
fenomenologicamente, originando-se das formas da natureza, na vida em
sociedade e na história, sob múltiplas e imprevisíveis formas. 
 
Elaborei  textos sobre isto no meu  livro Essais sur l' art: Musicologie,
Sémiologie et Philosophie, Volume I, lançado em Montreal (Cercle de
Musicologie e UdM) e Paris(Sorbonne, Paris IV), respectivamente nos anos de
2004 e 2006. Este trabalho está com edição esgotada. A versão em
português,ampliada e ilustrada, deverá estar pronta  em breve à disposição
de todos.
 
Um grande abraço e parabéns pela importante discussão,
 
Sandra Loureiro de Freitas Reis
 
 
 
  
 
 
 From: rrrr em usp.br
> To: eluedy em yahoo.com; carlos.sandroni em gmail.com; antunes em unb.br
> Date: Sat, 13 Oct 2007 18:12:18 -0300
> CC: hugoleo75 em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas
Universidades?
> 
> meus caros,
> 
> nem pensei que alguém seja xenófobo ou use num sentido pejorativo o
conceito 
> de contraponto,
> 
> apenas digo que um contraponto (existem sempre vários) é um recurso
poético 
> que serve à construção de uma determinanda linguagem musical...
> 
> só isso: o contraponto não tem pátria, nem é monopólio de quem quer que 
> seja, quem quiser que use ou não a tal ferramenta de acordo com seus 
> critérios e... talento...
> 
> mas vejo que a discussão cunduz talvez a uma confusão entre música
enquanto 
> arte (pois se trata aí das questões do métier e do processo poético, da 
> singularidade, da exposição de um mundo, de enigmas e revelações 
> existenciais - mas sem regras que a garantam) e o caráter
incontornavelmente 
> mesquinho da(s) cultura(s)...
> 
> Rubens Ricciardi
> 
> 
> ----- Original Message ----- 
> From: 'eduardo luedy' <eluedy em yahoo.com>
> To: 'Rubens Ricciardi' <rrrr em usp.br>; 'Carlos Sandroni' 
> <carlos.sandroni em gmail.com>; <antunes em unb.br>
> Cc: <hugoleo75 em gmail.com>; <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Sent: Friday, October 12, 2007 10:00 PM
> Subject: Re: [ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas
Universidades?
> 
> 
> > Tenho a impressão que o Rubens não está compreendendo
> > muito bem o por quê de estarmos discutindo
> > etnocentrismo, repertório canônico (suas práticas e
> > valores associados) e a necessidade (ou não) de tornar
> > os currículos em música mais abertos à diversidade
> > cultural. Também não me parece que o adjetivo
> > 'europeu' tenha sido empregado com conotações
> > pejorativas ou xenófobas pelo Sandroni.
> >
> > Eduardo Luedy
> >
> >
> > --- Rubens Ricciardi <rrrr em usp.br> wrote:
> >
> >> meus caros...
> >>
> >> onde estamos????
> >>
> >> 'contraponto europeu'??? - que bobagem é esta???
> >>
> >> ha, então o futebol (invenção inglesa!) também é
> >> europeu (aliás, não é o esporte mais popular por lá
> >> também)????
> >>
> >> nossa senhora, por que será então que eu torço aqui
> >> pro meu glorioso Comercial de Ribeirão Preto???
> >>
> >> certamente uma postura eurocentrista e com certeza
> >> politicamente incorreta (estes corinthianos, estes
> >> flamenguistas, todos uns vendidos à submissão
> >> eurocêntrica)...
> >>
> >> pois viva a nossa identidade, viva a nossa
> >> verdadeira cultura, abaixo toda e qualquer forma de
> >> inteligência estrangeira!!!...
> >>
> >> Rubens Ricciardi
> >>
> >> PS: caro Silvio Ferraz, concordo com vc que o estudo
> >> dos contrapontos deve ser sempre desenvolvido nos
> >> contextos das linguages, porisso, já há alguns anos
> >> venho dando aulas do contraponto da Polifonia Gótica
> >> em seus primórdios, da Ars Antiqua (em especial
> >> Perotinus) e da Ars Nova (em especial Machault e
> >> Landini), até os primeiros polifonistas
> >> franco-flamengos quando se inicia o Renascimento,
> >> realmente é muito mais enriquecedor que trabalhar só
> >> com as 5 espécies do Fux ou com os recursos dos
> >> contrapontos em meio aos diversos estilos e época do
> >> sistema tonal...
> >> ----- Original Message ----- 
> >> From: Carlos Sandroni
> >> To: antunes em unb.br
> >> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br ; hugoleo75 em gmail.com
> >> Sent: Friday, October 12, 2007 3:10 PM
> >> Subject: Re: [ANPPOM-L]Qual a música que queremos
> >> em nossas Universidades?
> >>
> >>
> >> Prezado Antunes e demais colegas,
> >>
> >> Citando:
> >>
> >> 'A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos
> >> complexa estruturalmente.
> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da
> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da
> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos
> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.'
> >>
> >> Fim da citação.
> >>
> >> 'Mais complexo' e 'menos complexo', aqui, do ponto
> >> de vista do contraponto europeu. A harmonia de
> >> Wagner também é mais complexa que a dos Beatles. Mas
> >> saber harmonia e contraponto nao nos habilitam a
> >> compreender nem formalmente, e muito menos
> >> estruturalmente, música vocal das Ilhas Salomon ou
> >> rock. (No caso do rock saber alguns acordes pode às
> >> vezes ajudar).
> >>
> >> Se voce analisa polifonias do Pacífico ou dos
> >> pigmeus com instrumentos teóricos de contraponto
> >> europeu, o resultado é a primeira e a segunda frases
> >> citada acima. Esta é uma das razões pelas quais a
> >> terceira e a quarta frases citadas acima são, na
> >> opinião dos etnomusicólogos, falsas (isto inclui
> >> Hugo Zemp, que estudou a fundo as polifonias das
> >> Ilhas Salomon).
> >>
> >> Abraços,
> >> Carlos
> >>
> >>
> >> On 10/12/07, Jorge Antunes <antunes em unb.br> wrote:
> >>
> >> Eduardo:
> >> Você está usando a palavra 'forma', que nunca
> >> utilizei. No escopo de nosso debate ela não cabe.
> >> Você fala em 'complexidade formal' e em se
> >> 'compreender formalmente o contraponto'.
> >> Nunca me referi a forma. Sempre estou me
> >> referindo a estrutura.
> >> Estou falando em complexidade estrutural.
> >> Também nunca disse que a análise se sustenta
> >> unicamente pela abordagem estrutural e formal.
> >> As aspectos simbólicos e contextuais hão de vir,
> >> numa boa análise, a ser estudados profundamente após
> >> as análises estrutural e formal.
> >> Mas aquela ficará solta, descontextualizada e
> >> superficial, se estas não se estabelecerem antes.
> >> A fuga nº 24 é bem complexa estruturalmente. A
> >> lamentação de funeral das Ilhas Solomos é bem menos
> >> complexa estruturalmente.
> >> O estudo da estrutura dos cantos a duas vozes
> >> dessas lamentações não garante sucesso no estudo da
> >> estrutura da fuga. Mas o estudo da estrutura da
> >> fuga, garante o sucesso no estudo da estrutura dos
> >> cantos a duas vozes das lamentações fúnebres.
> >> Veja, estou falando em estrutura. Quanto à
> >> forma, os níveis de complexidade são altos nos dois
> >> casos. As lamentações fúnebres têm, em geral, a
> >> forma ABAB CBCB. A fuga nº 24, segundo caderno, tem
> >> forma de fuga tripla, com a complexidade imposta
> >> pelo uso de três sujeitos.
> >> Para completar as análises, aí sim, seria
> >> necesssário abordar as questões que você menciona.
> >> Seria então preciso abordar a religiosidade de Bach,
> >> suas construções quiasmáticas, sua época, seu
> >> entorno, sua fixação na cristologia e seu
> >> encantamento pelas letras de seu próprio nome (b, a,
> >> c, h). Quanto às Lamentações fúnebres das imediações
> >> da Polinésia, seria necessário, na etapa final da
> >> análise, considerar a coreografia da dança ritual
> >> suahongi, as escalas usadas, suas simbologias,
> >> ritmos, andamentos, textos, o gestual da
> >> distribuição de alimentos durante o velório, etc.
> >> Abraço,
> >> Jorge Antunes
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >> Carlos Sandroni
> >> Departamento de Música, UFPE
> >> Programa de Pós-Graduação em Música, UFPB
> >> Setembro 2007/Fevereiro 2008:
> >> Pesquisador Associado ao Centre de Recherches en
> >> Ethnomusicologie
> >> CNRS - LESC UMR 7186 - Paris
> >> Endereço pessoal na França:
> >> Chez Duflo-Moreau
> >> 199, rue de Vaugirard
> >> 75015 - Paris
> >> Telefone profissional no Brasil
> >> (81) 2126 8596 (telefone e fax)
> >> (Recados com Anita)
> >> Endereço pessoal no Brasil:
> >> Rua das Pernambucanas, 264/501
> >> Graças - 52011-010
> >> Recife - PE
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