[ANPPOM-L] Qual a música que queremos em nossas Universidades?

carlos palombini palombini em terra.com.br
Dom Out 14 22:10:38 BRST 2007


Um exemplo análogo e muito claro é fornecido no âmbito da própria música 
eletroacústica. O número de compositores ditos eletroacústicos é, 
infelizmente, bem menor do que o de torcedores do Flamengo. Todavia, 
alguns dos bons músicos eletroacústicos afirmam que o treinamento 
tradicional não é de muito uso no que diz respeito à prática da 
composição eletroacústica ou, pelo menos, daquela parte da composição 
eletroacústica que se preocupa com a coerência entre o material sonoro 
escolhido (i.e. sons que não se coadunam com as normas do solfejo e da 
teoria musical "tradicionais") e sua organização. O que o solfejo 
tradicional ensina quando se trata da organizar o campo das alturas a 
partir de sons que não expressam o valor altura de acordo com as normas 
do solfejo tradicional? O que ele ensina quando se trata de organizar o 
campo das durações a partir de sons que não expressam a duração de 
acordo com a métrica divisiva? No âmbito da música popular brasileira, 
Carlos Sandroni explicou muito bem o que acontece no segundo caso: surge 
a "síncope brasileira".

Carlos Palombini
palombini em terra.com.br

Jorge Antunes escreveu:
>
> Você afirma que o domínio do contraponto europeu não capacita a 
> compreender as polifonias vocais do Pacífico.
>
-- 
carlos palombini (dr p)
professor adjunto de musicologia
universidade federal de minas gerais
<cpalombini em gmail.com>

"...notre haine commune des extrémismes inutiles, du maximalisme verbal (ces 'fardeaux qu'on attache aux épaules des hommes', comme dit le Christ dans les Évangiles) et de cette attitude qui consiste à rendre inutilement ardu le chemin laborieux de la création" (Michel Chion, janeiro de 2005)




Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L