[ANPPOM-L] CARTAS CHILENAS de T. A. Gonzaga musicadas em Surround

jamannis jamannis em uol.com.br
Qui Ago 28 23:41:02 BRT 2008


 

FEIA - 15/Set/2008 10:00hs Sala 35 DM/IA – AUDIÇÃO MUSICAL E LITERARIA EM
SURROUND

“Se tu deixares que se multipliquem os hipócritas, nessa altura nascem os
direitos dos hipócritas.  E nascerão cantores para os celebrarem.”

Saint-Exupéry

 

CARTAS CHILENAS

Projeto interdepartamental do Instituto de Artes idealizado, dirigido e
realizado por José Augusto Mannis (Depto. de Música) com a colaboração do
Prof. Moacyr Ferraz (Depto. de Artes Cênicas)

Proposta: Criação musical sobre narrativa literária. Material: Composições
instrumentais/vocais e eletroacústicas mixadas com voz de narração em
dispositivo multicanal Surround 5.1 em alta resolução de áudio. As obras são
de alunos de composição do curso de graduação em música e a narração por
alunos do curso de artes cênicas, bem como do Prof. Moacyr Ferraz.

Tomas-Antonio-Gonzaga.jpg

Tomás Antônio Gonzaga

 

 

CARTAS CHILENAS de Tomás Antônio Gonzaga 

Um certo Critilo, residente no Chile, escreve treze cartas ao amigo Doroteu,
que vive na Espanha. Nelas, relata em verso a história de Fanfarrão MInésio,
governador da Capitania da então colônia espanhola, corrupto e cruel como
ninguém. Para que Minésio sirva de antiexemplo aos governadores portugueses
no Brasil, um suposto incógnito resolve traduzir o texto, depois de obter o
manuscrito de um cavalheiro que por aqui aportou, vindo da América
espanhola. Simulando falar sobre outro lugar, Tomás Antonio Gonzaga faz
desta sátira uma voz da sociedade das Minas Gerais do final do século XVIII.

 Joacy Pereira Furtado

chilenas.gifTomas.jpg 

 

PROGRAMA

Dedicatória  – música: Denis Nassar, narração: Moacyr Ferraz

Prólogo – música: Rafael Piccolotto de Lima, narração: Rafael Piccolotto de
Lima 

Epístola a Critilo  – música: Tiago de Mello, narração: Lucas Araújo

1ª Carta – música: André Vicente Priedols e Souza, narração: Janaina Iszlaji

2ª Carta – música: Rafael Piccolotto de Lima, narração: Fernanda Januzelli

3ª Carta – música: Denis Nassar, narração: Moacyr Ferraz

4ª Carta – música: Vinícius Muniz Pereira, narração: Suzana Thomaz

5ª Carta – música: Márcio Modesto, narração: Aline Olmos 

6ª Carta – música: Lucas de Magalhães Araujo, narração: Renato Alves 

7ª Carta – música: Adriano Claro Monteiro, narração: Moira Mello

8ª Carta – música: Guilherme Rebecchi Kawakami, narração: Kelly Cristina
Cheretti

9ª Carta – música: Lucas Scholles Lima, narração: Laíza Dantas

10ª Carta – música: Adriano Claro Monteiro, narração: Renata Dalmora

11ª Carta – música: Gustavo Lemos Picanço, narração: Tadeu Amaral 

12ª Carta – música: Guilherme Rebecchi Kawakami,, narração: Kelly Cristina
Cheretti

13ª Carta – música: André Vicente Priedols e Souza, narração: Janaina
Iszlaji

Encerramento – ‘Sobre a Flor da terra’ a partir de Chico Buarque de
Hollanda, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Audioclip de José Augusto
Mannis

 

RESUMO

Dedicatória : Gonzaga dedica o livro aos próprios leitores aos quais se
refere como “mecenas”. Segundo ele, o livro poderá conduzi-los a um acertado
governo e os instruirá mostrando ações indignas que excitam aborrecimento.  

Prólogo : ... Quid rides? Mutato nomine, de te Fabula narratur... (Horat.
Sat. I, versos 69 e 70) Exposição ao leitor da história das cartas chilenas,
escritas por um viajante e traduzidas pelo autor – são um conjunto de treze
cartas contendo um compêndio das desordens que Fanfarrão Minésio, general de
Chile fez no seu governo. 

1ª Carta : Critilo chama Doroteu:  - ‘Acorda!’  fazendo leve digressão a
respeito do sono, seus delírios e sonhos. Expõe o motivo da carta: o Chefe
novo. Afirma ser a história verdadeira, e começa a descrever o personagem.
Critica seus modos pouco humildes e descreve situações que demonstram isso.
Após isso começa a descrever o grupo que o acompanha e suas más qualidades.
Descreve a entrada do grupo na cidade á noite e cita a aparição de um
cometa. Novas cenas que demonstram a pobreza de espírito do Chefe, e termina
se dirigindo ao próprio,repreendendo-o.

2ª Carta : Descreve fingimentos do Chefe (Fanfarrão Minésio) – como
dissimulou ter uma alma amante da virtude – perdoando e redimindo pessoas de
seus delitos. Estes, por outro lado, como corvos e abutres, vinham de toda
parte para se aproveitarem dos atos fingidos. No final , Critilo questiona
Doroteu:  como pode alguém de tais atos ser sério, e, como pode ser chefe
onipotente alguém que não sabe escrever uma só regra onde se encontre um
nome certo.

3ª Carta : O Chefe começa agora a construir uma cadeia majestosa. Para isso
consome todos os rendimentos do senado, prende e tortura a muitos negros já
livres, homens da raça do país, e da Européia para trabalharem forçados na
construção. 

4ª Carta : A carta inicia com o poeta relatando ao seu amigo Doroteu que
havia sido convidado para jantar com outro amigo, o Alceu. No entanto, o
exercício da escrita lhe é tão prazeroso que ele nega o convite. No entanto,
o poeta afirma ser prazeroso ao corpo e não ao espírito. Critilo só
apresenta fatos tristes, desagradáveis, ruins para sua alma. O que o
perturba em especial é o seu Chefe, Fanfarrão Minésio, o modo como ele
administra seus homens, o seu local de trabalho e a sua família. Compara-o
com Nero e com Cristo. Como o primeiro, segue devastando todo o país e
diferentemente do segundo, não está preocupado em salvar o povo.

5ª Carta : Critilo pede a Doroteu que deixe a tristeza de lado, pois as
novas que traz do Reino devolverão o sorriso ao seu rosto. À chegada da
esposa, também surge uma peculiar lei que trata das festividades a serem
realizadas. Conta como os senadores, absortos com tal acontecimento, mandam
esvaziar os cofres públicos à custa do sofrimento alheio. Com a discussão
causada, vão todos ao juiz que dá o veredicto: “confisquem terras e bens, há
dinheiro!”, e então baixam a cabeça os indignados. No grande dia, correrias.
Todos estão estupefatos com o evento. Após a missa, a celebração do pomposo
acontecimento; nobres e bispos sobem na carruagem.  Passam por entre o povo
como se estes fossem hostes militares. Muito mais foi visto e registrado,
mas ficará para uma outra carta.

6ª Carta : Critilo descreve o cenário da festa: frente ao Curro, um
camarote, “mais alto que todos uma braça”. Nele está o Chefe e sua Corte.
Nos outros camarotes estão as famílias ricas, onde Critilo vê Nise, sua
amada. Vê também aproximar-se dela um soldado, ofertando-lhe uma flor, que a
jovem prega no peito. Em fúria, Critilo saca o florete e... acorda,
percebendo ter sido tudo um sonho. Passa então a relatar o que lembra:
entram os Cavaleiros na Praça, a todos cortejam, e iniciam os jogos, que
dura toda a tarde. À noite vai-se para a praia, onde as pessoas estão a
namorar, e o próprio Chefe vem para brincar com as moças. A noite termina
com uma queima de fogos. No outro dia, uma história: morre a mulher do
rabequeiro e o Chefe diz que irá preso se não tocar à tarde. Ao vê-lo
chorando, entrega-lhe um pacote, que parece ser dinheiro, mas que, ao
abri-lo, o rabequeiro descobre serem balinhas contra as lágrimas. A festa
segue muitos dias com as touradas.

7ª Carta : Relata os abusos e corrupções realizadas no governo do “Fanfarrão
Minésio” (Cunha Meneses) em relação a cobrança de impostos e dívidas,
consentimento para exploração de terras fraudados, e proteção econômica e
políticas a um seleto grupo ligado ao Governo .

8ª Carta : Critilo relata indignadamente a Doroteu  história de corrupção de
Fanfarrão Minésio.

 

9ª Carta : O Chefe absolve os soldados de qualquer acusação criminal para
manter as tropas sempre o apoiando. Fanfarrão vende patentes, e obriga
pessoas que mereciam um posto mais alto a pagar pela promoção. Toda
população é convocada para o exército, sendo este formado de milícia, e em
sua maioria, por crianças e mulheres. Na cavalaria, somente são aceitos os
que possuam e possam sustentar seu próprio cavalo, e alguns soldados são
obrigados a vender todos os seus bens e até mesmo a roubar para poder
comprar uma montaria, ou para adquirir e consertar a farda. Comerciantes
deixam de sê-lo para entrarem no exército, onde, com dinheiro, é fácil subir
de patente. Fica sendo proibido cobrar dívidas de um membro do exército.
Quando algum juiz indicia um soldado, o Chefe envia uma tropa para apagar ou
destruir os autos do processo.

 

10ª Carta : Descreve medidas contraditórias absurdamente autoritárias feitas
por Cunha Meneses. Incluem-se: mandos e desmandos abusivos sob a população
em geral, ou indivíduos; extorsão de dinheiro por causa infundada; atos de
crueldade e despotismo.

 

11ª Carta : Trata da vida noturna da alta sociedade palaciana com conversas
em tom de fofoca - nas quais os julgamentos são estabelecidos a partir de um
código moral hipócrita e interesseiro -, e de relações sexuais com amantes e
prostitutas. Também é narrado um episódio no qual Fanfarrão arranja um
casamento entre sua amante, viúva rica, e um pobre oficial militar.
Evidencia-se o abuso de poder e diversos de seus reflexos - impulsionados,
em sua maior parte, pelo interesse de quem se beneficia, seja por
consequência direta de seus resultados, ou por recompensa posterior - com
aceitação inquestionada de distorções morais (formação de opinião), troca de
favores numa espécie de efeito dominó e desvio de recursos públicos em favor
particular.

 

12ª Carta : O incansável Critilo continua a falar do Fanfarrão, o injusto e
"indigno chefe". Exemplifica  como abusava do seu poder prejudicando a
muitos. E quando foi contestado, puniu quem o fez. Insolências estas que só
se pode ver quem mora em Chile, diz.

 

13ª Carta : Esta curta carta (da qual restam excertos) compara a ligação que
outros líderes tentaram fazer com a religião a fim de enganar o povo às
custas de sua ignorância.

 

 

-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20080828/38382bc2/attachment.html>
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo não-texto foi limpo...
Nome: image001.jpg
Tipo: image/jpeg
Tamanho: 13900 bytes
Descrição: não disponível
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20080828/38382bc2/attachment.jpg>
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo não-texto foi limpo...
Nome: image002.jpg
Tipo: image/jpeg
Tamanho: 21528 bytes
Descrição: não disponível
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20080828/38382bc2/attachment-0001.jpg>
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo não-texto foi limpo...
Nome: image003.jpg
Tipo: image/jpeg
Tamanho: 23391 bytes
Descrição: não disponível
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20080828/38382bc2/attachment-0002.jpg>


Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L