[ANPPOM-L] URGENTE - TOMPLAY substitui professor de música na escola
Maria Cristina de Carvalho Cascelli de Azevedo
criscarvalho em abordo.com.br
Dom Nov 23 17:12:15 BRST 2008
Prezados colegas,
Preciso urgentemente da opinião de vocês sobre o software TOMPLAY que
está sendo comercializado na internet. Visitem os sites:
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/
http://www.tomplay.com.br
http://www.marcelosabadini.com.br/portfolio/2008/08/26/tomplay-site/
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/10/16/projeto-tomplay-sai-na-agencia-de-noticias-do-acre/
O autor do projeto, o empresário Roberto Bittar, por meio da sua
empresa PPV Informática está solicitando e tentando obter apoio de
acadêmicos da nossa área para legitimar seu produto e, assim efetivar
parceria com o MINC para a compra de mais de 2000 Kits para os pólos
de cultura. Para avaliar o programa esperam gastar cerca de R$ 500
000,00 do dinheiro público.
A empresa divulga em seu site parceria com o estado de Minas Gerais
para introduzir o programa em todas as escolas do estado. O argumento
comercial da PPV Informática é que o software é simples, fácil de ser
usado, lúdico, compatível com linux e windows e dispensa A PRESENçA DE
UM PROFESSOR COM FORMAçãO ACADêMICA para ministrar aula de música, a
ferramenta o substitui. Com esse argumento, a empresa defende o baixo
custo do produto. Vejam como a empresa justifica seu argumento
comercial:
/ O artigo que previa a formação específica de professores na área
musical para ministrar os conteúdos foi vetado. Afinal a música é uma
prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação
acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos por seu
talento. In /
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-agora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2[1]
No site www.ppvinformática.com.br vocês podem ver que a empresa
oferece treinamento para qualquer pessoa implantar o software nas
escolas: produção em série de tutores ou monitores - uma visão
tecnicista de ensino e aprendizagem.
Vejam algumas opiniões sobre o assunto de colegas na lista da
ANPPOM do ano passado:/o software é realmente um brinquedo bacana e
vou até indicá-lo para meus sobrinhos. mas, como a Wanda disse, também
não vejo sentido em o governo adotar software e ficar na mão do
produtor. o softw. é discutível assim como muitas aulas de música são
discutíveis. o principal, a meu ver, é q ele não ensina (nem nunca
terá como ensinar) o sujeito a tocar um instrumento e é aí q mora a
diferença e talvez seja este o foco de uma pedagogia musical: ensinar
a pessoa a cantar e tocar instrumento, visando adquirir um rigor
técnico (seja sopro, percussão, cordas, mas com um certo rigor da
minúcia). realmente a pedagogia musical precisa ser pensada e urgente
no Brasil a partir da prática completa da música e não do brinquedos
musicais. Silvio//Dei uma olhada no material e considero-o
pedagogicamente profundamente discutível.Acho, também, que o ensino, e
a educação em geral, têm como base profissionais bem formados e bem
remunerados. Não vejo sentido em o governo gastar com esse software ou
qualquer outro, sem que haja um investimento real e consistente na
formação de professores, na melhoria dos salários deles, na melhoria
das condições materiais em sala de aula, etc. Material de apoio, como
o software pretende ser, deve ser um complemento à ação competente de
um educador musical.Não acredito que qualquer software, mesmo que
pedagogicamente adequado, seja o ponto de partida para trazer de volta
a música às escolas. Na verdade, considero quetal iniciativa seria uma
total inversão de valores e um desperdício de dinheiro público. Vanda
Freire /
Concordo com o que o Silvio, Wanda e Palombini falaram. Apesar de não ser a
minha área direta, gostaria de dizer ainda que acredito ser muito
retrógrado se limitar ao ensino das notas musicais e não explorar de
forma mais ampla a percepção do som e de suas qualidades internas.Se a
criança é adestrada desde os 7, 8 anos de idade sendo formatada neste
universo apenas (das relações tonais), estamos perdendo a oportunidade
de abrir a sua cabeça para um universo muito mais rico de sonoridades
que a música já se utiliza a mais de 50 anos e que chega com força hj
até na música comercial, vide música eletronica, suas raves e
quantidade de público que gosta e produz esse tipo de música./ Ou
seja, adotando um programa ( = um sistema de ensino) voce atropela a
discussão sobre como fazer acoisa, como educar musicalmente os jovens
nas escolas. Alexandre./
Eu concordo com os colegas acima. Acho que o software apresenta
potencial como ferramenta digital complementar à aula de música, o
que exige a presença de um PROFESSOR DE MúSICA e sua reflexão sobre
como usar, quando, por quanto tempo, associado a que atividades. Além
disso, o software apresenta pontos discutíveis relativo a concepção de
ensino de música, construção de conceitos musicais, procedimentos
pedagógicos musicais e seleção musical. Uma outra questão é o governo
adquirir um produto específico que está nas mãos de um único produtor
sem analisar outros produtos do mercado de livre acesso.
Aguardo a avaliação de vocês, pois a UnB e outras instituições
estão sendo contactadas de forma não muito precisa para legitimar esse
produto. Penso que precisamos urgentemente nos unirmos para
defendermos O PROFESSOR DE MúSICA COMO O úNICO PROFISSIONAL COMPETENTE
PARA MINISTRAR A AULA DE MúSICA NAS ESCOLAS. Repassem este email para
outros educadores musicais. A secretaria da ABEM pode repassá-lo para
todos os sócios? Obrigada.
Um abraço para todos,
Maria Cristina de Carvalho C. de Azevedo
----------------------------------------------------------------
This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
----- Final da mensagem encaminhada -----
Links:
------
[1]
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-agora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
----------------------------------------------------------------
This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20081123/520953df/attachment.html>
-------------- Próxima Parte ----------
Prezados colegas,
Preciso urgentemente da opinião de vocês sobre o programa TOMPLAY que
está sendo comercializado na internet.
O autor do projeto, o empresário Roberto Bittar, por meio da sua
empresa PPV Informática está solicitando e tentando obter apoio de
acadêmicos da área (educação musical, músicos, informática,
programação visual, etc) para legitimar seu produto e, assim efetivar
parceria com o MINC para a compra de mais de 2000 Kits para os pólos
de cultura.
A empresa divulga em seu site parceria com o estado de Minas Gerais
para introduzir o programa em todas as escolas do estado. O argumento
comercial da PPV Informática é que o software é simples, fácil de ser
usado, lúdico, compatível com linux e windows e despensa a presença de
um professor com formação acadêmica para mediar a ferramenta. Com esse
argumento, a empresa defende o baixo custo do produto. Além disso,
vejam como a empresa justifica seu argumento comercial:
/ O artigo que previa a formação específica de professores na área
musical para ministrar os conteúdos foi vetado. Afinal a música é uma
prática social e, no Brasil, há diversos profissionais sem formação
acadêmica específica ou oficial na área e que são reconhecidos por seu
talento. In /
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-agora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
O software apresenta potencial como ferramenta digital complementar à
aula de música, o que exige a presença de um PROFESSOR e sua
reflexão sobre como usar, quando, por quanto tempo, associado a que
atividades. Além disso, o software apresenta problemas com relação a
concepção de ensino de música, construção de conceitos musicais,
procedimentos pedagógicos e seleção musical. Uma outra questão é o
governo adquirir um produto específico que está nas mãos de um único
produtor sem analisar outros produtos do mercado de livre acesso.
Vejam algumas opiniões sobre o assunto de colegas na lista da ANPPOM
do ano passado:/o software é realmente um brinquedo bacana e vou até
indicá-lo para meus sobrinhos.//mas, como a Wanda disse, também não
vejo sentido em o governo adotar software e ficar na mão do produtor.
o softw. é discutível assim como muitas aulas de música são
discutíveis. o principal, a meu ver, é q ele não ensina (nem nunca
terá como ensinar) o sujeito a tocar um instrumento e é aí q mora a
diferença e talvez seja este o foco de uma pedagogia musical: ensinar
a pessoa a cantar e tocar instrumento, visando adquirir um rigor
técnico (seja sopro, percussão, cordas, mas com um certo rigor da
minúcia).//realmente a pedagogia musical precisa ser pensada e urgente
no Brasil a partir da prática completa da música e não do brinquedos
musicais. silvio//Dei uma olhada no material e considero-o
pedagogicamente profundamente discutível.Acho, também, que o ensino, e
a educação em geral, têm como base profissionais bem formados e bem
remunerados. Não vejo sentido em o governo gastar com esse software ou
qualquer outro, sem que haja um investimento real e consistente na
formação de professores, na melhoria dos salários deles, na melhoria
das condições materiais em sala de aula, etc. Material de apoio, como
o software pretende ser, deve ser um complemento à ação competente de
um educador musical.Não acredito que qualquer software, mesmo que
pedagogicamente adequado, seja o ponto de partida para trazer de volta
a música às escolas. Na verdade, considero quetal iniciativa seria uma
total inversão de valores e um desperdício de dinheiro público. Vanda
Freire /
Concordo com o que o Silvio, Wanda e Palombini falaram. Apesar de não ser a
minha área direta, gostaria de dizer ainda que acredito ser muito
retrógrado se limitar ao ensino das notas musicais e não explorar de
forma mais ampla a percepção do som e de suas qualidades internas.Se a
criança é adestrada desde os 7, 8 anos de idade sendo formatada neste
universo apenas (das relações tonais), estamos perdendo a oportunidade
de abrir a sua cabeça para um universo muito mais rico de sonoridades
que a música já se utiliza a mais de 50 anos e que chega com força hj
até na música comercial, vide música eletronica, suas raves e
quantidade de público que gosta e produz esse tipo de música./ Ou
seja, adotando um programa ( = um sistema de ensino) voce atropela a
discussão sobre como fazer acoisa, como educar musicalmente os jovens
nas escolas. Alexandre./
Estive visitando a internet para conhecer o software. É um produto comercial,
vejam os sites abaixo.
http://www.tomplay.com.br
http://www.tomplay.com.br/site/
http://www.tomplay.com.br/versoes/v5b/download/musicas
http://www.marcelosabadini.com.br/portfolio/2008/08/26/tomplay-site/
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/10/16/projeto-tomplay-sai-na-agencia-de-noticias-do-acre/
Fuçando eu me deparei com a notícia abaixo onde escrevi um comentário
(não resisiti);
http://www.ppvinformatica.com.br/ppv/noticias/2008/08/20/ensino-de-musica-agora-e-obrigatorio-nas-escolas/#comment-2
Acho que devemos iniciar uma campanha contra esse tipo de iniciativa e
processo, que querem eliminar o professor de música. Estou disposta a
enviar para toda ABEM e colegas o site do TOMPLAY e a reportagem que
li para façam uma avaliação do software e se manifestem. De repente eu
estou com implicância. O que acham? E o pessoal de Minas? Será que
estão apoiando? Puxa vida é duro tanto trabalho para privilegiar uma
iniciativa privada.
Se o software tem potencial, ótimo, mas quais as suas intenções e
conseqüências? Depois é duro ouvir o Mário querer ensinar o pai nosso
ao vigário, tipo a "lógica dos pólos é diferente da academia". Então
porque precisam da academia?
O que acham de encaminharmos esse email para a Beatriz MC?
Beijos,
M Cristina
----------------------------------------------------------------
This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
----- Final da mensagem encaminhada -----
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://www.listas.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20081123/520953df/attachment-0001.html>
Mais detalhes sobre a lista de discussão Anppom-L