[ANPPOM-L] STF e OMB

SBME . sbme em sbme.com.br
Sex Ago 12 20:36:58 BRT 2011


*Querido amigo Rubens:

Desculpe-me, mas você não entendeu minhas mensagens.
Eu não opinei sobre esse assunto a que você se refere.
Abraço,
Jorge Antunes*





Em 12 de agosto de 2011 13:55, <rrrr em usp.br> escreveu:

> caríssimo maestro Antunes,
>
> vc sabe do sincero respeito e admiração que tenho por sua insigne pessoa,
> bem como pelo grande artista e ainda pelo grande pensador político que vc é
> e sempre foi,
>
> mas neste caso, me permita descordar, caro maestro, uma vez que os
> ministros do STF foram brilhantes em suas arguições. A unanimidade dos votos
> no STF não deixa dúvida que a exigência de se pagar anuidade pra OMB não faz
> o menor sentido.
>
> Excelente notícia pra música e para os músicos no Brasil! (agora falta
> resolver os problemas do ECAD)
>
> abraços do Rubens R. Ricciardi
>
>
> Citando "SBME ." <sbme em sbme.com.br>:
>
>
>  Olá, colegas:
>>
>> Inicialmente gostaria de agradecer ao maestro Mário Marçal Jr, pela honra
>> que me deu ao se debruçar em minhas reflexões, para emitir suas opiniões
>> sobre o tema que levantei. O exímio violinista, líder do grupo SC Trio,
>> expõe suas ideias de modo claro.
>> Entretanto acho oportuno relembrar que não fiz e nem faço, por enquanto,
>> qualquer análise ou emissão de opinião, sobre a decisão do STF com relação
>> à
>> Ordem dos Músicos quanto à não obrigatoriedade de filiação dos músicos à
>> entidade.
>> Recordo que o único tema que coloco na berlinda é a afirmação de
>> Ministros,
>> segundo a qual "a prática musical nunca representa risco social".
>> Meu primeiro ímpeto é o de dizer que se alguma atividade pública mal
>> realizada não representa risco social, então a mesma atividade quando bem
>> realizada não implicará em qualquer bem social.
>> Se isso for verdade, poderíamos concluir que a prática musical "não
>> cheira,
>> nem fede". No limite chegaríamos à conclusão de que ela de nada serve e
>> que
>> o mundo poderia muito bem viver sem Música. Em não existindo música,
>> ninguém
>> morreria.
>> Mas, morrer é o mal maior?
>> Talvez alguns saibam que eu sou autor de algumas composições musicais. Eu,
>> pessoalmente, preciso que os músicos, ao tocarem alguma de minhas peças ?o
>> que às vezes acontece?, toquem exatamente as notas, os ritmos, que
>> coloquei
>> na partitura. Claro, isso quando escrevo notas e ritmos determinados.
>> Talvez falte-me modéstia, talvez eu seja pretensioso, mas eu preciso que
>> seja assim, porque acredito que o que escrevi na partitura determinará um
>> bem social se for concretizado acusticamente, fielmente como escrevi.
>>
>> Existem inúmeros exemplos de casos em que a música determina risco social.
>> Para não me alongar mostrarei apenas um.
>> Há anos, talvez década, o Prof. Manoel Veiga, da UFBA, relatou uma de suas
>> experiências como membro do Conselho de Cultura da Bahia, ou de Salvador
>> (não me lembro de qual Conselho exatamente).
>> Chegara-lhe às mãos um estudo científico em forma de pesquisa
>> médico-acústica que, ao final, demonstrava o seguinte: a juventude que
>> acompanha os trios elétricos nas ruas de Salvador, já perdeu 15% de sua
>> capacidade auditiva, em razão da alta intensidade sonora (com mais de 110
>> dB) em um raio de muitos metros.
>> O então Conselheiro Manoel Veiga levou a denúncia às autoridades através
>> do
>> Conselho. O resultado foi o abafamento do relato e a ordem de não
>> divulgação
>> da pesquisa, porque o governo local alertou: "a divulgação da pesquisa
>> implicaria em sério prejuizo para o turismo na Bahia".
>> Evidentemente esse problema não tem nada com a Ordem dos Músicos.
>> Evidentemeente não é se filiando à OMB que os 110 dB diminuirão. Reitero
>> que
>> coloco na berlinda apenas a afirmação dos Juizes da Alta Corte segundo a
>> qual *"a música nunca oferece risco social"*.
>> Abraços,
>> Jorge Antunes
>>
>>
>>
>>
>> Em 11 de agosto de 2011 14:59, mariomarcaljr <mariomarcaljr em gmail.com>**
>> escreveu:
>>
>>  Olá Jorge Antunes e caros colegas!
>>>
>>> Acredito que a discussão seja sempre saudável, por isso darei minha
>>> opinião
>>> aqui.
>>>
>>> Acredito que tanto o veredicto quanto os argumentos estejam corretos,
>>> além
>>> de muito bem baseados na nossa constituição e nossas leis.
>>>
>>> Quanto ao que o Sr. jorge Antunes argumentou discordo, entendo, mas na
>>> minha opinião se justifica.
>>>
>>> Não acredito que alguém ou algum grupo tocando mal, ou "desafinado" possa
>>> causar um mal a sociedade. Se seguirmos essa linha iremos discutir
>>> infinitamente o que é arte, o que é afinação, o que o certo e errado.
>>> Isso
>>> em arte é um tanto limitador, tanto é que se seguíssemos as regras,
>>> estaríamos ainda impedidos de tocar trítonos.
>>>
>>> O que é afinado ou não, mal ou bom, certo e errado deve ser decidido por
>>> quem ouve, e não por um grupo de pessoas que detém um documento que diz
>>> que
>>> eles são o que são ou fazem o que fazem.
>>>
>>> Uma má interpretação não mata, no máximo vai fazer com que o publico se
>>> retire do recinto e nunca mais volte a assistir esse interprete, o que é
>>> problema do intérprete.
>>>
>>> Não estou dizendo que enquanto profissionais não devamos buscar nos
>>> informar sobre o "como era ou é interpretada" a música de determinada
>>> época
>>> ou compositor. Mas essa preocupação deve se restringir a "escolas" e não
>>> a
>>> apresentação pública de determinada arte em sí, caso contrário estaríamos
>>> também limitando os variados tipos de  interpretações e isso seria como
>>> proibir uma obra de Shakespeare de ser traduzida ou o que é pior, só
>>> permitido o uso do inglês da época para interpretar.
>>>
>>> Além disso acredito que o público tem todo o direito de poder escolher o
>>> que é melhor ou pior. E mesmo o pior pode vir a ser o melhor (de novo a
>>> história nos mostra quantos compositores morreram na pobreza porque a
>>> critica e/ou público achou que a sua música não prestava).
>>>
>>> O "conhecimento técnico" pode ser necessário, mas não da forma como
>>> colocou
>>> o Sr. Jorge Antunes. Caso contrário não precisaríamos nem sequer existir
>>> como musicos, hoje um computador faria nosso trabalho com muito mais
>>> exatidão. O intérprete valeria como uma mera ferramenta entre o
>>> compositor e
>>> o público, e o mesmo perderia sua característica como artista e seria
>>> somente mais um operário, o que não acredito que seja verdade.
>>>
>>> O que noto é uma mistura de argumentos, e cada um tenta puxar a brasa
>>> para
>>> o seu assado.
>>>
>>> Não defendo a extinção de uma ordem dos musicos, mas sim a
>>> obrigatoriedade
>>> de se associar a uma. A ordem deve existir para defender a quem dela
>>> participa e não a limitar quem esta fora dela.
>>>
>>> Outro dia li um texto de um colega preocupado em perder emprego porque
>>> sem
>>> a ordem, qualquer poderia ser musico. Achei tanto a preocupação quanto o
>>> argumento ridículos (me desculpem a sinceridade). Se um médico ou
>>> advogado
>>> quer também tocar um instrumento não vejo motivos para não o fazer. Tenho
>>> colegas os quais sua principal ocupação não é ser musico, e mesmo assim
>>> são
>>> extremamente profissionais e talentosos.
>>>
>>> Fico imaginando o pior cenário se realmente fosse proibida a execução de
>>> música por quem não esta associado a uma ordem. A música ao vivo seria
>>> como
>>> uma droga, estaria sendo consumida nos cantos obscuros da sociedade...
>>> Ela
>>> seria comercializada no mercado negro da música ao vivo... Jovens seriam
>>> presos por estarem usando um violão numa rola de amigos... Existiria a
>>> GESTAPO da ordem dos musicos e fariam papel de aniquilar quem não se
>>> associasse ao nazismo musical. (essa piadinha foi boa!!!)
>>>
>>> Me desculpem se não concordam, mas esta é a minha opinião.
>>>
>>>
>>> Mário Marçal Jr.
>>>
>>>
>>> Em 08/08/2011, às 13:21, "SBME ." <sbme em sbme.com.br> escreveu:
>>>
>>> Colegas:
>>>
>>> Vejo que existe um intenso movimento de colegas em difundir a notícia
>>> sobre
>>> a decisão do STF.
>>> Mas não vejo qualquer iniciativa em incentivar a discussão sobre a
>>> questão.
>>>
>>> Vejo com muita preocupação os argumentos usados pelo ministros para
>>> decidir
>>> o que decidiram.
>>> Refiro-me aos argumentos, e não à decisão.
>>>
>>> Ellen Gracie alegou que  o registro em entidades só pode ser exigido
>>> quando
>>> o exercício da profissão sem controle representa um "risco social", "como
>>> no
>>> caso de médicos, engenheiros ou advogados".
>>> Isso é verdade?
>>> O mau exercício da profissão de músico intérprete não representa risco
>>> social?
>>> Imagine um grupo social ouvindo a execução de uma obra contemporânea,
>>> nada
>>> conhecida, ou conhecida apenas de outro grupo social, mal tocada, cheia
>>> de
>>> desafinações, erros, saltos, etc. Nessas circunstâncias o público, sem
>>> perceber se estava tudo certo ou errado, recebe aquela execução como se
>>> ela
>>> representasse a realização fiel da partitura.
>>> Nesse caso, o mau músico intérprete, realizador da performance cheia de
>>> erros, não estaria provocando consequências desastrosas para a sociedade?
>>>
>>> O ministro Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
>>> registro pois a música é uma arte.
>>> O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, chegou a dizer que seria o
>>> mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a uma Ordem Nacional da
>>> Poesia para que pudessem escrever.
>>>
>>> Mas, dentre as artes, a Música é a única que se utiliza do Triângulo da
>>> Comunicação para chegar ao público.
>>> O pintor, o poeta, o cineasta, o escultor, colocam suas criações
>>> artísticas
>>> diretamente no suporte, e o público tem acesso à fruição da arte
>>> contemplando o suporte diretamente.
>>> A música instrumental não vive esse processo simples. O compositor coloca
>>> sua criação num suporte, a partitura, plena de signos representativos,
>>> que
>>> deverão ser decodificados por músicos instrumentistas. Essa decodificação
>>> exige profundo conhecimento técnico.
>>>
>>> À salutar discussão!!!
>>> Abraços,
>>> Jorge Antunes
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> Em 1 de agosto de 2011 19:49, Rogerio Budasz < <rogeriobudasz em yahoo.com>
>>> rogeriobudasz em yahoo.com> escreveu:
>>>
>>>  Matéria da Folha de hoje <<http://www1.folha.uol.com.**
>>>> br/ilustrada/952808-musico-**nao-precisa-de-registro-para-**
>>>> exercer-profissao-decide-stf.**shtml<http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml>
>>>> >
>>>> http://www1.folha.uol.com.br/**ilustrada/952808-musico-nao-**
>>>> precisa-de-registro-para-**exercer-profissao-decide-stf.**shtml<http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/952808-musico-nao-precisa-de-registro-para-exercer-profissao-decide-stf.shtml>
>>>> >
>>>> ==============================**====================
>>>>
>>>> Músico não precisa de registro para exercer profissão, decide STF
>>>>
>>>> FELIPE SELIGMAN
>>>> DE BRASÍLIA
>>>>
>>>> Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta
>>>> segunda-feira (1º) que o músico não precisa ter registro em entidade de
>>>> classe para exercer sua profissão.
>>>>
>>>> Os ministros julgaram o caso de um músico de Santa Catarina que foi à
>>>> Justiça ao alegar que, em seu Estado, ele só poderia atuar
>>>> profissionalmente
>>>> se fosse vinculado à Ordem de Músicos do Brasil.
>>>>
>>>> Em diversos locais do Brasil, músicos são obrigados a apresentar
>>>> documento
>>>> de músico profissional -- a "carteirinha de músico" -- para poder se
>>>> apresentar.
>>>>
>>>> A decisão vale apenas para o caso específico, mas ficou decidido que os
>>>> ministros poderão decidir sozinhos pedidos semelhantes que chegarem ao
>>>> tribunal. Ou seja, se o registro continuar a ser cobrado, será revertido
>>>> quando chegar no tribunal.
>>>>
>>>> Para a ministra Ellen Gracie, relatora da ação, o registro em entidades
>>>>>>>> pode ser exigido quando o exercício da profissão sem controle representa
>>>> um
>>>> "risco social", "como no caso de médicos, engenheiros ou advogados",
>>>> afirmou.
>>>>
>>>> O colega Carlos Ayres Britto disse que não seria possível exigir esse
>>>> registro pois a música é uma arte. Ricardo Lewandowski, por sua vez,
>>>> chegou
>>>> a dizer que seria o mesmo que exigir que os poetas fossem vinculados a
>>>> uma
>>>> Ordem Nacional da Poesia para que pudessem escrever.
>>>>
>>>> Já o ministro Gilmar Mendes lembrou da decisão do próprio tribunal que
>>>> julgou inconstitucional a necessidade de diploma para os jornalistas,
>>>> por
>>>> entender que tal exigência feria o princípio da liberdade de expressão.
>>>>
>>>> ______________________________**__________________
>>>> Lista de discussões ANPPOM
>>>>  <http://iar.unicamp.br/**mailman/listinfo/anppom-l<http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l>
>>>> >
>>>> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l<http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l>
>>>> ______________________________**__________________
>>>>
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>>> ______________________________**__________________
>>> Lista de discussões ANPPOM
>>> http://iar.unicamp.br/mailman/**listinfo/anppom-l<http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l>
>>> ______________________________**__________________
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