[ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel Ferraz)

Marcus S. Wolff m_swolff em hotmail.com
Dom Abr 22 23:20:56 BRT 2012



Olá Gabriel,sua tese parece ser mesmo muito interessante. Em relação ao papel da música na formação de identidades pessoais e coletivas também tenho seguido os passos de T. Turino, pois o modo como ele utiliza a teoria geral dos signos de Peirce e analisa os signos musicais possibilita uma compreensão da especificidade das linguagens musicais e da dança nos processos de constituição de identidades. Escrevi um artigo recentemente sobre isso para o último congresso da ABET (WOLFF, Marcus S.
"Dos Signos Musicais aos Signos de Identidade: uma abordagem semiótica do
processo de construção de identidades". In: Anais do V Encontro Nacional
da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ENABET), Belém, maio de 2011.
Disponível em:

<http://abetmusica.org.br/conteudo.php?&sys=downloads>  E sua tese, está disponível on-line? Considerando que alguns educadores musicais ainda querem utilizar a metodologia dos cantos orfeônicos nos dias de hoje, seria ótimo se sua tese fosse publicada em português, lida e debatida também nos congressos da ABEM. Agradeço sua contribuição. um abraço,Marcus. 
 
 
prof. Dr. Marcus Straubel Wolff
Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ)
Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP)
Faculdades de  Música e Comunicação
Universidade Candido Mendes, RJ.

 


> Date: Fri, 20 Apr 2012 16:52:59 -0400
> From: gabrielferraz em ufl.edu
> To: anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Gabriel	Ferraz)
> 
> Caros colegas que estão discutindo o "caso" Villa-Lobos,
> 
> Achei muito interessante que a discussão do suposto caráter 
> autoritário de Villa-Lobos acabou tornando-se uma discussão sobre sua 
> participação no governo de Vargas. A meu ver, isso demonstra que esse 
> aspecto da vida de Villa-Lobos ainda precisa ser melhor entendido na 
> literatura. Gostaria de deixar aqui a minha contribuição para essa 
> discussão, já que o Canto Orfeônico de Villa-Lobos foi o tema do meu 
> doutorado na Universidade da Flórida.
> 
> Não estou aqui para fazer propaganda do meu trabalho, nem para 
> resumi-lo, mas gostaria de esclarecer alguns pontos importantes sobre o 
> assunto, tanto em relação ao comprometimento moral do Villa com o 
> regime de Vargas, quanto em relação ao papel da música na formação 
> de identidades pessoais e coletivas (isso requer um longo texto). Depois 
> de analisar centenas de documentos de fonte primária (cartas, programas 
> de concerto, entrevistas, etc), eu não só tenho certeza de que 
> Villa-Lobos doutrinou os escolares na ideologia de Vargas, mas como ele 
> tinha plena consciência do valor político de suas ações. Em um 
> contexto de ditadura nacionalista, seria muita ingenuidade acreditar que 
> Villa-Lobos não tinha consciência do que ele estava fazendo no Brasil 
> (em um contexto mundial, era amplamente divulgado que regimes Fascistas 
> faziam uso da música em concentrações em massa). Na verdade, 
> acreditar nisso seria subestimar a inteligência do compositor e sua 
> habilidade de adaptação à momentos diferentes em sua vida. (L. M. 
> Peppercorn, por exemplo, o chama de camaleão. Apesar do trabalho de 
> Peppercorn sobre Villa-Lobos apresentar diversos problemas, eu concordo 
> plenamente com essa colocação).
> 
> 
> Em relação à educação musical, acho importante frisar que 
> Villa-Lobos tinha um projeto educacional antes de Vargas tomar o poder, 
> e as metodologias e objetivos do canto orfeônico partiram dele, e não 
> do governo. Desde a Primeira República, o canto orfeônico fazia parte 
> da educação infantil e era muito forte no estado de São Paulo, onde 
> João Gomes Júnior o introduzira por volta de 1912 (Fabiano Lozano 
> também foi importante como organizador de Orfeões em Piracicaba). 
> Villa-Lobos deu continuidade a essa tradição, mas refoçou os 
> elementos de teor nacionalista, patriótico e civicos e disciplina em 
> sua abordagem (toda essa informação pode ser encontrada nos textos que 
> ele escreveu sobre educação musical). Além disso, parte importante de 
> seu método de ensino, eram as chamadas Exortações, que impunham às 
> crianças todos os valores e ideias dos hinos escolares. Também 
> importante (e não investigado na previamente na literatura), é o fato 
> de que ele exortou esses valores para a sociedade do Rio de Janeiro como 
> um todo, por meio do Orfeão de Professores, da Orchestra Villa-Lobos e 
> da Orquestra Municipal do Rio de Janeiro, que realizavam concertos de 
> natureza nacionalista e patriótica, nos quais os professores exortavam, 
> com orientação de Villa-Lobos, ideias nacionalistas e patrióticas.
> 
> Até aí, não existe o menor problema, uma vez que todos esses 
> elementos (educação, concertos didáticos, composição de obras 
> nacionalistas, etc) são essenciais como parte do projeto de 
> compositores nacionalistas (ver o caso de Grieg, Smetana e Wagner no 
> livro Music Makes the Nation: Nationalist Composers and Nation Building 
> in Nineteenth-Century Europe de Benjamin Curtis). Tudo isso seria, 
> então, bastante normal para Villa-Lobos, que lutava para que o público 
> compreendesse e aceitasse a música brasileira (portanto, também a sua 
> música). Naquela época, entretanto, a idea de conscientização da 
> população sobre quem era o povo brasileiro, bem como a valorização 
> dos elementos nacionais, era um tema frequente na obra de intelectuais 
> (vide Casa grande e Senzala e Raízes do brasil, dentre outros), e de 
> politicos que tinham uma ideologia conectada com o liberalismo, e a 
> busca de brasilidade era um tema comum para ambas classes.
> 
> O grande problema disso tudo é que Vargas implementou uma ditadura, e 
> Villa-Lobos continuou usando seu "sistema" de educação musical para 
> "nacionalizar" as crianças e suas famílias. Ele mesmo fala sobre o 
> papel das crianças como emissárias da ideologia nacionalista, e, 
> inclusive, desenvolveu um sistema de fichas nas quais os pais deveriam 
> relatavam mudanças no comportamento dos filhos. O sistema de fichas 
> existia também nas próprias escolas, que "mediam" mudanças no 
> comportamento dos alunos devido à prática de canto orfeônico (isso 
> envolvia a "medição" de seu patriotismo). O sistema de fichas pode 
> não ser altamente científico em sua concepção, mas revela objetivos 
> bem claros, que vão muito além da educação musical e entram na 
> esfera política.
> 
> A educação, por si só, já é uma ferramenta política. Quando os 
> valores educacionais são impostos em um ambiente de rígida disciplina, 
> como fez Villa-Lobos, a educação torna-se doutrinação (ver o 
> importante livro de Michael W. Apple, Ideology and Curruclum. 3rd ed. 
> New York: RoutledgeFalmer, 2004. Pode-se consultar também, Kazepides, 
> Tasos. “Programmatic Definitions in Education: The Case of 
> Indoctrination.” In Canadian Journal of Education / Revue canadienne 
> de l’éducation 14, no. 3 (Summer, 1989): 387-396; e Thiessen, Elmer 
> John. “Initiation, Indoctrination, and Education.” In the Canadian 
> Journal of Education / Revue canadienne de l’éducation vol. 10, no. 3 
> (Summer, 1985): 229-249; além de muitos outros). Como teorias 
> educacionais demonstraram, o doutrinador realmente acredita naquilo que 
> está transmitindo aos seus pupilos, e não é necessariamente um 
> propagandista. No caso de Villa-Lobos, entretanto, apesar de ele 
> acreditar nos valores nacionalistas e patrióticos que disseminou (e 
> provavelmente o teria feito independentemente do regime político em 
> voga), ele sabia do valor propagandístico de sua obra educacional, não 
> apenas nas grandes Concentrações Orfeônicas, que chegaram a reunir 
> 40.000 crianças no estádio São Januário para cantar hinos 
> patrióticos no Sete de Setembro, mas na rotina semanal da educação 
> musical da criança.  Além disso, Villa-Lobos sabia do uso de canto 
> coral em regimes autoritários na Europa Fascista, e como afirmou 
> Arnaldo Contier, ele simpatizava com um Estado forte (não estou, de 
> modo algum, deixando implícito que Villa-Lobos era fascista - o que, 
> até onde se sabe, ele não era - mas que ele sabia do uso da música 
> para promover doutrinas políticas). Dentre outras coisas, Villa-Lobos 
> falou que a arte em geral tinha muito mais poder do que a diplomacia, 
> revelando sua plena consciência do valor político da arte.
> 
> Apesar de haver muita evidência que demonstra o engajamento de 
> Villa-Lobos com o ideário político de Vargas, o compositor negou seu 
> interesse pessoal no regime e alegou que tudo que ele queria era um povo 
> educado e disciplinado. Ora, mas isso não impediu que sua educação 
> musical fosse usada, também, como ferramenta política; e pior, com o 
> seu consentimento, porque ele não era bobo e sabia de tudo que estava 
> acontecendo. Se sua ideologia política não era a mesma de Vargas (o 
> que pode-se especular indefinidamente, uma vez que as pessoas podem 
> manipular seu discurso de acordo com seus interesses - ver Strauss e 
> Orff na Alemanha Nazista, por exemplo), sua educação musical teve 
> desdobramentos políticos que independiam de sua vontade, e ele sabia 
> disso, mas não fez objeção. Portanto, no mínimo, ele não se 
> importava com o uso de seu Canto Orfeônico para fins políticos. Ou se 
> isso teve qualquer importância para ele, não foi suficiente para que 
> ele se opusesse ao uso político da educação musical.
> 
> 
> Além disso, a música tem um papel muito importante na formação de 
> identidades pessoas e coletivas, o que já foi demonstrado em diversos 
> trabalhos que investiga a semiótica musical (como Nattiez, já citado 
> pelo prof. Wolff, além de Kofi Agawu, e Thomas Turino). Eu utilizei as 
> ideias do excelente artigo do etnomusicólogo Thomas Turino, “Signs of 
> Imagination, Identity and Experience: A Peircian Semiotic Theory for 
> Music.” Ethnomusicology 43, no.2 (Spring/Summer, 1999): 221-55, como 
> metodologia, e recomendo sua leitura para um entendimento mais 
> científico do poder de comunicação inerente à música. Em suma, Como 
> Turino explica, segundo a teoria de semiótica de Charles Peirce, que 
> ele usa como base para sua própria teoria, o índice (no nosso caso, o 
> signo musical) "refere-se a um signo que está relacionado ao seu objeto 
> por meio de co-ocorrência em uma experiência real [...] o poder dos 
> índices deriva do fato de que as relações signo-objeto são baseadas 
> nas suas co-ocorrências nas experiências de vida das pessoas, 
> portanto, os índices tornam-se intimamente ligados às pessoas através 
> de experiências reais". Aplicando essa formulação à música, podemos 
> entender que valores semânticos são anexados a um evento musical na 
> mente do ouvinte, quando o objeto musical é experimentado em 
> co-ocorrência com outros eventos da “vida real” do indivíduo. Como 
> Turino afirma: Índices são experimentados como "reais" porque estão 
> enraizados, muitas vezes redundantemente, na experiência de vida das 
> pessoas, como memória, tornando-se uma verdadeira argamassa de suas 
> identidades pessoais e sociais. Quando os índices apresentados são 
> vinculados a formações afetivas relacionadas à vida pessoal e 
> comunitária das pessoas - à família, à infância, à um(a) amante, 
> à experiências de guerra - eles têm forte potencial para criar 
> efeitos emocionais, porque são muitas vezes intuitivamente apreendidos 
> irreflexivamente como "reais" ou como partes 'verdadeiras' das 
> experiências significadas". Com base nesses preceitos teóricos, eu 
> demonstrei que a educação musical promoveu, por meio de seus elementos 
> musicais (ritmo, melodia e harmonia), associados às letras dos hinos e 
> canções exortados por Villa-Lobos e pelos professores, e aos aspectos 
> socializantes da prática musical em grupo, a formação da identidade 
> de crianças primeiramente no Rio de Janeiro, e paulatinamente em outros 
> estados do brasil, que experimentavam, através da música de cunho 
> nacionalista, a mesma ideologia de nação, imaginando-se dessa forma, 
> como uma comunidade homogênea de “seres nacionais”. (Vale a pena 
> conhecer o conceito de "comunidades imaginadas" de Benedict Anderson, 
> para se entender o papel de "índices" de nacionalidade na formação de 
> uma nação).
> 
> Não por acaso, as Concentrações Orfeônicas tornaram-se um símbolo 
> do regime de Vargas. O próprio Carlos Drummond, que participou desses 
> eventos, afirmou: "A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e 
> cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao 
> mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude 
> de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para 
> muitos não havia outro jeito senão chorar; chorar de pura alegria.” 
> E um outro participante relatou à Cacilda Guimarães Fróes, profa. de 
> Canto Orfeônico: “A emoção era geral. O espetáculo surpreende pelo 
> imprevisto. Um gesto do Maestro Villa-Lobos, que comandava o 
> espetáculo, ergue-se cantando, aquela imensa massa de crianças, na 
> mais eloquente demonstração de disciplina e civismo. Os corações 
> fremem de entusiasmo e vêem-se lágrimas até nos olhos de gente 
> grande. Nas arquibancadas, os alunos formavam o relevo do quadro. 
> Villa-Lobos o ponto alto, culminante da paisagem. Naquele dia, como em 
> nenhum outro, senti a presença da Pátria. Ela estava ali palpitando na 
> alegria dos escolares, no entusiasmo do povo vibrando conosco….Volvi, 
> então um olhar para minha bandeira. Nunca me pareceu tão bela, tão 
> imponente em sua majestade.” Nesse ambiente altamente emocional, a 
> música se cristalizava como parte de uma experiência coletiva, na qual 
> patriotismo e nacionalismo funcionavam como "identificadores comuns" 
> entre as pessoas. Nesses eventos (que ocorreram dezenas de vezes durante 
> o ano, em diversas datas comemorativas e celebrações escolares e 
> políticas) a música se tornava, portanto, um índice carregado de 
> forte valor político.
> 
> Dessa forma, o argumento "Maquiavélico" de que Villa-Lobos queria 
> apenas promover música brasileira e educar as crianças, não o isentam 
> de participar e disseminar a ideologia nacionalista do governo, e, dessa 
> forma, contribuir ativamente (e conscientemente) para a doutrinação 
> (sim, a palavra é forte, mas, nesse contexto, é a que define o que ele 
> fez) dos escolares. Se por um lado isso foi bom para a cultura nacional 
> (e também para o maior entendimento e aceitação da música de Villa), 
> por outro, contribuiu enormemente para o regime de Vargas. Essas ideias 
> não são mutuamente exclusivas.
> 
> Isso não diminui o gênio do compositor de forma alguma. O que ele fez 
> pela música brasileira, sua criatividade e sua percepção do momento 
> que o Brasil vivia, não são comprometidos pelo papel político que ele 
> desempenhou. Sua linguagem musical "híbrida" que, como aspecto 
> intrínseco de linguagens nacionalistas, tornaram sua música um 
> veículo de disseminação de elementos "locais" no exterior, ao mesmo 
> tempo em que os apresentava, no Brasil, dentro de uma estética moderna 
> também cultivada na Europa, merecem ser admirados independentemente de 
> seu engajamento com Vargas. A importância de Villa-Lobos para a música 
> no Brasil (e no mundo), portanto, não se abala.
> 
> Mas é importante entender que Villa-Lobos, como todos os outros seres 
> humanos, viveu dentro de contextos sociais, sem os quais a realização 
> de sua obra jamais seria possível. É sob esse prima que devemos 
> investigar o papel verdadeiro de sua obra educacional: dentro de um 
> contexto social e político. Não é também importante entender que em 
> 1930, quando Villa voltou para o Brasil, existia uma grande antipatia 
> por sua música, e nem mesmo os músicos o respeitavam - ver os artigos 
> dobre o Villa em Música Doce Música, de M. de Andrade - e que depois 
> de participar do governo de Vargas, Villa-Lobos tornou-se uma 
> celebridade mundial, mesmo sem ter composto tão ativamente como em 
> períodos anteriores? Como demonstram os programas de concerto 
> executados dentro do seu plano educacional, ele promoveu massivamente 
> sua obra durante o governo Vargas, e isso contribuiu, indelévelmente, 
> para que ele passasse a figurar entre os cânones musicais do Brasil, o 
> que não era verdade quando ele começou seu projeto educacional. Por 
> exemplo, em 1935, ele conseguiu, finalmente, realizar a premiére de seu 
> Uirapuro, cuja composicão iniciou-se em 1917 e findou-se em 1934 (não 
> se sabe exatamente quanto do material foi composto em 1917 e quanto foi 
> "re-estruturado" - como o próprio Villa se refere ao seu trabalho na 
> obra - em 1934).
> 
> Para concluir, em muitos casos, os fatos e suas consequências falam 
> mais verdades do que os compositores, principalmente quando existe 
> política envolvida. Para abordarmos o assunto sob um ponto de vista 
> científico, devemos ouvir esses fatos antes de mais nada, e depois 
> interpretá-los à luz da história. Mas para isso precisamos 
> primeiramente conhecer esses fatos, e, depois, tirarmos o tapa-ouvido.
> 
> Obrigado pela atenção. Espero que o texto (longo, mas necessário, 
> acredito) possa contribuir para uma reflexão científica sobre o 
> assunto e ajudar a desmitificar valores construídos sobre o Villa. 
> Gênio, sim... mas, sobretudo, humano.
> 
> Gabriel Ferraz
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> 
> On Fri, 20 Apr 2012 12:12:23 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br 
> wrote:
> > Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-l para
> > 	anppom-l em iar.unicamp.br
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> > Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço
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> > Tópicos de Hoje:
> >
> >    1. I Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira
> >       (Carlos Palombini)
> >    2. Re: giron: villa-lobos tinha dias de tirano (Marcus S. Wolff)
> >
> >
> > 
> > ----------------------------------------------------------------------
> >
> > Message: 1
> > Date: Wed, 18 Apr 2012 17:40:19 -0300
> > From: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
> > To: anppom-l em iar.unicamp.br, 	etnomusicologiabr
> > 	<etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br>,  Pesquisadores em Sonologia
> > 	(Música) 	<sonologia-l em listas.unicamp.br>
> > Subject: [ANPPOM-Lista] I Encontro Nacional de Mulheres da Música
> > 	Popular Brasileira
> > Message-ID:
> > 	<CAJWibmHYD_cg-w0OwOHBNSge6a_jVYQ42Y1zNwcgi8j115MtLw em mail.gmail.com>
> > Content-Type: text/plain; charset="windows-1252"
> >
> > Inédita no país, a iniciativa abre um importante espaço de 
> > debates, de
> > trocas de vivências musicais e de experiências profissionais, 
> > analisando o
> > mercado e a atual política cultural e tecendo considerações sobre 
> > a
> > produção feminina na música popular.
> >
> > Contemplando os espaços acadêmicos e os espaços culturais da 
> > cidade de
> > Pelotas - o meio urbano e o rural -, a programação, 
> > descentralizada,
> > pretende a aproximação entre eles, incluindo atividades em espaços
> > alternativos como O Templo das Águas. Debates e Rodas de conversa ,
> > oficinas e wokshops terão espaço na UFPEL, além de shows em 
> > diversos
> > espaços da cidade.
> >
> > Pelotas é um centro cultural que vem se destacando, no Rio Grande do 
> > Sul,
> > por suas atividades musicais. No ano de seu bicentenário, este 
> > encontro
> > traz ao município vozes importantes da cena cultural brasileira, 
> > atraindo
> > olhares e ouvidos atentos para a arte e sensibilidade femininas em 
> > nossa
> > cultura.
> > O Encontro Nacional de Mulheres da Música Popular Brasileira ? 
> > Pelotas/RS
> > tem a proposta de se tornar um evento fixo no calendário da cidade e 
> > da
> > música popular no Brasil.
> >
> > Para mais informações sobre os shows, oficinas e debates e demais 
> > detalhes,
> > basta acessar encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br
> > Organização: Janete Flores, Isabel Nogueira e Landa Ciccone
> > Produção: Circo Sem Lona
> > Contato: jamilhaoflores em hotmail.com
> >
> > Blog do evento: http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/
> >
> > 
> > http://musicologiafeminista.ning.com/profiles/blogs/i-encontro-nacional-de-mulheres-da-musica-popular-brasileira
> > <http://encontrodemulheresdampb.blogspot.com.br/>
> > --
> > carlos palombini
> > www.researcherid.com/rid/F-7345-2011
> > -------------- Próxima Parte ----------
> > Um anexo em HTML foi limpo...
> > URL:
> > 
> > <http://iar.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20120418/2375514f/attachment.htm>
> >
> > ------------------------------
> >
> > Message: 2
> > Date: Thu, 19 Apr 2012 06:20:52 +0000
> > From: "Marcus S. Wolff" <m_swolff em hotmail.com>
> > To: <lucianocesar78 em yahoo.com.br>, etnomusicologia lista
> > 	<etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br>, lista ANPPOM
> > 	<anppom-l em iar.unicamp.br>
> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano
> > Message-ID: <BLU144-W20C650DA023FF4F2A57FBFA3D0 em phx.gbl>
> > Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"
> >
> >
> >
> >
> >  Prezado Luciano,gostaria de lembrá-lo que Jean Molino, já em
> > meados dos anos 70 escrevendo na "Musique en Jeu", percebia que a
> > análise da obra musical e de sua estrutura, isto é, a análise do
> > que chamou de "nível neutro" era algo provisório, pois dependente
> > dos critérios utilizados, podendo ser superada pela introdução de
> > novos critérios ou de novas informações oriundas de outros níveis
> > (poiético e estésico). Aqui poderia se incluir também o 
> > anedótico,
> > ao lado de outros signos que carregam informações sobre a criação
> > de uma obra, as reações que causou nos alunos de Villa-Lobos, ou em
> > outros setores da sociedade (intelectuais, políticos, etc).Já em 
> > seu
> > artigo intitulado "O Fato Musical e a Semiologia da Música", Molino
> > considerava o "fato musical" como "fato social total", indo muito
> > além da análise do fenômeno sonoro em si mesmo. Sim, devo 
> > concordar
> > que a música seja muito mais do que seu uso pelos regimes 
> > ditatoriais
> > ou os discursos sobre ela, mas não é possível isolar o que 
> > chamamos
> > de música sem correr  riscos de cair no etnocentrismo e numa grande
> > alienação em nome de uma suposta autonomia da arte pouco
> > comprovável. Para voltar a Molino, "nao há maior perigo do que o do
> > etnocentrismo que nos conduz a distinguir em toda parta uma música
> > restrita (que corresponde à nossa concepção do fato musical" como
> > sendo o único tipo de música autêntica e uma área secundária,
> > complementar que designamos e rejeitamos chamando-a de 
> > interpretação
> > simbólica ou significação - um tipo de apêndice acrescentado à
> > música pura sem mudar seu caráter" (1990, p. 114-115 - cito aqui a
> > tradução para o inglês de 1990, mas o artigo original na "Musique
> > en Jeu" vol. 17 foi publicado em fr. em 1975!). Por outro lado, Jean
> > J. Nattiez, que de certo modo levou adiante as colocações de 
> > Molino,
> > explorou a interação entre as 3 dimensões do fato musical,
> > demonstrando como o signo musical é um fragmento da experiência
> > humana, observando que "um signo ou coleção de signos, ao qual um
> > complexo infinito de interpretantes (outros signos gerados na mente 
> > do
> > percebedor) está ligado pode ser chamado de forma simbólica" (Music
> > and Discourse 1990, pág.4). Não se trata exatamente de uma 
> > relação
> > de causa e efeito, mas de uma relação triangular complexa entre o
> > signo (no caso da obra musical), o objeto que representa para um ou
> > vários agentes sociais e os interpretantes que gera na mente de um
> > percebedor ou de um grupo de ouvintes, podendo o processo de semiose
> > constituir uma rede ilimitada. Portanto, seguindo essa abordagem,  a
> > própria avaliação crítica da obra pelo musicólogo seria, nessa
> > abordagem, um interpretante possível e jamais a verdade absoluta,
> > como desejavam os positivistas. Infelizmente nao tenho tempo de
> > resumir toda essa teoria que já desde os anos 70, considerou o
> > entrelaçamento das dimensões poiética (da criação musical), com 
> > a
> > dimensão  da forma simbólica, de seus traços acessíveis através
> > da experiencia do "percebedor",  com a dimensão estésica na qual se
> > constrói um sentido no curso de um processo de semiose.O diálogo 
> > das
> > ciências sociais, especialmente a história e a antropologia com a
> > semiótica e a semiologia tem dado muitos frutos que valeria a pena
> > acompanhar de perto. Mesmo nos congressos da IASPM-AL, conforme nos
> > informa Juan Pablo González (Nueva Musicologia y Música popular
> > Latinoamericana, 2007) essa necessidade de interação e diálogo da
> > musicologia com outras disciplinas sociais e humanas tem gerado uma
> > renovação  que vem rompendo com o isolamento do discurso analítico
> > musicológico que tem passado a dialogar  com os estudos culturais, 
> > de
> > gênero, da performance, da nova história, sociologia e 
> > antropologia.
> > Bem, só para pensarmos nisso coletivamente. um abraço
> > cordial,Marcus.
> >
> >
> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff
> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ)
> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP)
> > Faculdades de  Música e Comunicação
> > Universidade Candido Mendes, RJ.
> >
> >
> > Date: Tue, 17 Apr 2012 16:06:26 -0700
> > From: lucianocesar78 em yahoo.com.br
> > Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano
> > To: ppsalles em usp.br; silvioferrazmello em uol.com.br;
> > anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br;
> > m_swolff em hotmail.com
> >
> > Prezado Marcus,
> >
> >    Creio que relacionar numa relação causal o projeto musical de
> > Villa-Lobos com as ditaduras, o de Comte com o silenciamento da 
> > classe
> > trabalhadora, ou atrocidades do segundo império frances com uma
> > abrangencia no alcance da educação musical é tão falho quanto o
> > pensamento difundido entre a burguesia de que fazer deixa as pessoas
> > melhores, mais pacíficas e tranquilas. Ou seja, invertemos a
> > avaliação do uso da música pelos regimes de poder, mas ficamos na
> > mesma situação de observá-la a partir de seus usos. E a música é
> > muito mais que isso.
> >    A classe trabalhadora reinvindicaria mais com mais acesso a
> > cultura e a música faz parte dessa formação ampla que gera
> > cidadãos mais criticos. Para chegar nisso o que é urgente é que se
> > autonomize a música dos mexericos, mesmo que seja
> >  importantíssimo entender as relações de poder nos seus
> > desenvolvimentos e recepções junto aos Estados. Mas esse
> > assuntotambém é autônomo da musicologia e não pode obnublar a
> > avaliação crítica da obra, da qual se diz ainda muito pouco. Creio
> > que esse ponto, levantado pelo Paulo, Silvio, etc. é ainda crucial.
> >    Cordial abraço!
> >
> > Luciano Morais
> >
> > --- Em sáb, 14/4/12, Marcus S. Wolff <m_swolff em hotmail.com> 
> > escreveu:
> >
> > De: Marcus S. Wolff <m_swolff em hotmail.com>
> > Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano
> > Para: ppsalles em usp.br, silvioferrazmello em uol.com.br, "lista ANPPOM"
> > <anppom-l em iar.unicamp.br>, "etnomusicologia lista"
> > <etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br>
> > Data: Sábado, 14 de Abril de 2012, 22:10
> >
> >
> >
> >
> >
> >
> > Interessante a colocação do prof Pedro Paulo. Concordando com ela,
> > sugiro a leitura da tese de doutorado de Jeanne Venzo Clément
> > intitulada Villa-Lobos, éducateur. (Paris, Sorbonne, 1989) repleta 
> > de
> > farta documentação, fontes primárias e secundárias, que 
> > demonstram
> > o modo como, com o declarado objetivo de "promover a educação do 
> > bom
> > gosto, liberando as novas gerações das influências estrangeiras"
> > (1989: 51) e desejando despertar um "verdadeiro espírito cívico de
> > ordem e disciplina" (idem, ibidem), o compositor/educador 
> > aproximou-se
> > do interventor João Alberto em São Paulo, logo após a revolução
> > de 30, mostrando a utilidade do seu projeto pedagógico. Aliás a
> > autora não deixa os leitores pouco familiarizados com a história
> > política brasileira esquecerem que "São Paulo foi o teatro de uma
> > luta entre o Partido Democrático e os chefes da revolução",
> > demonstrando a seguir como os cantos orfeônicos serviram aos
> > interesses de
> >  apaziguamento, vistos pelos novos donos do poder como "intenções
> > cívicas e patrióticas". Para um maior aprofundamento  de como as
> > chamadas "sociedades orfeônicas" sustentaram já na França do
> > Segundo Império (séc. XIX) determinados interesses sociais e
> > políticos nada democráticos sugiro o texto de Jane Fulcher, profa 
> > da
> > Syracuse University intitulado "The Orphean Societies: Music for the
> > Workers in Second Empire France" já traduzido magistralmente para
> > nosso idioma pelo prof. Samuel Araújo. Segundo a autora,  A. Comte
> > delineava para o Estado um papel importante na disseminação de uma
> > cultura para os pobres, pois estava convencido de que isso viria a
> > estabelecer uma "verdadeira paz e harmonia social", evitando-se assim
> > as reivindicações e os distúrbios que a classe trabalhadora vinha
> > causando. Destaca-se no projeto estético positivista, a música como
> > a arte mais apropriada para se fazer disponível aos
> >  trabalhadores, já que podia ser praticada em grandes grupos e
> > aprendia até por analfabetos, fato esse que não passou despercebido
> > pelo maestro Villa-Lobos. Como compreender tal projeto pedagógico 
> > sem
> > considerar o contexto político que favoreceu seu desenvolvimento?
> > Como neutralizar um aspecto da criação musical de um compositor, 
> > sem
> > pensar nos elos que ligam o compositor a seu contexto, suas opções
> > estético-políticas diante de uma ditadura que veio logo a seguir,
> > seu debate com outros artistas/intelectuais que na mesma época
> > assumiam posturas opostas (como Mário de Andrade) e sem pensar na
> > "recepção" ( na reconstrução dos traços para usar J. Molino) de
> > suas práticas musicais (incluindo neste campo estésico não só as
> > obras como também seu projeto político-pedagógico) ? Bem, após a
> > leitura desses autores, sinto-me incapaz de realizar tal operação 
> > de
> > neutralização mas creio que nao seria essa a tarefa de um
> > musicólogo do
> >  nosso tempo. saudações cordiais a todos,Marcus Wolff.
> >
> >
> >
> > prof. Dr. Marcus Straubel Wolff
> > Mestre em História Social da Cultura (PUC/RJ)
> > Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP)
> > Faculdades de  Música e Comunicação
> > Universidade Candido Mendes, campi Friburgo e Rio, RJ.
> >
> >
> >
> >
> >> Date: Fri, 13 Apr 2012 18:16:25 -0300
> >> From: ppsalles em usp.br
> >> To: silvioferrazmello em uol.com.br
> >> CC: anppom-l em iar.unicamp.br; etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br
> >> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] giron: villa-lobos tinha dias de tirano
> >>
> >> Caro Silvio,
> >>
> >> foi um alento ler suas considerações, com as quais concordo
> >> plenamente. Acrescentaria apenas que, a  partir do momento em que o
> >> Villa propôs e coordenou um projeto de Educação Musical de 
> >> âmbito
> >> nacional, atingindo a milhares de escolas e dezenas de milhares de
> >> estudantes, professores e diretores de escolas, suas ações nesse
> >> âmbito tomam um vulto considerável, que devem - é claro - ser
> >> analisadas não no
> >  nível da fofoca e de análises superficiais, mas no
> >> mesmo nível que sua música merece, sempre levando em conta o 
> >> contexto
> >> histórico e ideológico da época - como você bem apontou - e do 
> >> Estado
> >> Novo e suas implicações.
> >>
> >> Forte abraço, Pedro Paulo Salles
> >>                USP
> >> ......................................
> >>
> >> Citando silvioferrazmello <silvioferrazmello em uol.com.br>:
> >>
> >> > Caro Carlos,
> >> >
> >> > Diversas das frases atribuídas a Villa-Lobos no texto são o 
> >> jargão da época.
> >> > Não só ele mas uma multidão dizia o mesmo sobre a arte popular 
> >> e
> >> > sobre qualquer coisa que fosse moderna.
> >> > Não só ele mas uma turba batia em alunos, espancava colegas, 
> >> brigava
> >> > nas ruas...
> >> > Agora, muito do que se fala de Villa são piadas de costume e ele
> >> > gostava que as
> >  inventassem..
> >> > Talvez fossem adepto da frase janista: "falem mal mas falem de 
> >> mim"
> >> > De fato cultuava as bobagens a seu respeito, e deixava que
> >> > proliferassem por variações e mais variações.
> >> > Mas o que falta mesmo é sempre a referência de cada uma das 
> >> blagues,
> >> > quem contou, quando contou, qual a ocasião em que se
> >> > encontravam...quem? exatamente quem?
> >> >
> >> > Mas é triste é ver que sempre retornamos o método da fofóca de
> >> > revista de variedades quando se trata de Villa.
> >> > Sua composição mesmo fica em segundo plano ou fica sob a frase 
> >> "um
> >> > grande compositor, precisa ser melhor estudado e blablablablabla".
> >> >
> >> > Lendo a reportagem me perguntei:
> >> > Quem são as "professoras revoltadas pelo teu trato" da folha
> >> > datilografada sem assinatura? Aquelas mesmas que nos batiam
> >  nas mãos
> >> > com réguas para mantermos o pulso no lugar qdo tínhamos aula de
> >> > piano, ou as que nos faziam cantar o Hino Nacional com todas as
> >> > crases e vírgulas..."cantem com as vírgulas....não esqueçam as
> >> > crases"? ou o autor do texto acredita que eram professoras que
> >> > trabalhavam sob o método Paulo Freire.
> >> > O mundo era outro, a norma era outra, e um texto rápido nunca 
> >> escapa
> >> > de ser ter grandes equívocos.
> >> >
> >> > Guanabarino: Que bom que ele não conseguiu conter a obra de 
> >> Villa! E
> >> > sorte que Villa não chegava aos extremos de um Varèse, 
> >> Guanabarino o
> >> > teria lançado literalmente à fogueira já que achincalhava tudo 
> >> que
> >> > sua visão pré-republicana não compreendia.
> >> >
> >> > No mais, se Villa deu uns cascudos em Vasco Mariz, ora professores
> >> > que davam
> >  cascudos, professores que atiravam apagador em alunos,
> >> > professores que nos mandavam ficar de costas no canto da sala, ir
> >> > ajoelhar no milho, ter as mãos langanhadas por palmatórias, 
> >> escrever
> >> > na frente de seus colegas mil vezes uma frase estúpida
> >> > qualquer...não me parece que isto tudo tenha sido uma prática
> >> > exclusiva de Villa-Lobos ou de minha professora de música no 
> >> ginásio
> >> > (30 anos depois de Villa).
> >> >
> >> > O problema de toda leitura contemporânea é tentar analisar o 
> >> passado
> >> > pelos padrões atuais...ora, Villa não era politicamente correto, 
> >> nem
> >> > teria como ser, ninguém era politicamente correto.
> >> >
> >> > Então...já que não teremos mais que conviver com o sujeito
> >> > Villa-Lobos, porque retomar as fofocas de vida íntima?
> >> > Não é já passada a hora de divulgarmos
> >  trabalhos de peso na análise
> >> > da obra de Villa, na análise de seu contexto sócio-político, do 
> >> que
> >> > artigos rápidos de jornal que acabam contribuindo mais ainda à
> >> > distorção desnecessárias?
> >> >
> >> > Recomendo a leitura do livro de Paulo de Tarso, a biografia 
> >> escrita
> >> > por Tarasti, as análises que Marcos Lacerda realizou dos Choros, 
> >> e
> >> > outros tantos trabalhos que por alegria caem às mãos e que 
> >> iluminam
> >> > um pouco do que foi abrir caminho no meio do mato para fazer
> >> > adentrar nestas terras um pouco de música de invenção.
> >> >
> >> > abs
> >> > Silvio Ferraz
> >> >
> >> >
> >> >
> >> >
> >> >
> >> > On Apr 6, 2012, at 7:03 PM, Carlos Palombini wrote:
> >> >
> >> >> via Liliane Kans (FB)
> >> >>
> >> >> HISTÓRIA
> >> >> Villa-Lobos
> >  tinha dias de tirano
> >> >>
> >> >> Documentos inéditos mostram que o compositor tratava mal suas
> >> >> alunas, brigava e regia a massa com batuta de aço
> >> >>
> >> >> LUÍS ANTÔNIO GIRON
> >> >>
> >> >>
> >> >> HOBBY
> >> >> Villa-Lobos joga bilhar na Associação Brasileira de Imprensa 
> >> (1957)
> >> >> Na quinta-feira 2 de junho de 1932, as professoras do
> >> >> recém-instalado Curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico 
> >> do
> >> >> Rio de Janeiro, cansadas de receber maus-tratos do compositor
> >> >> Heitor Villa-Lobos, redigiram uma carta anônima ao carrasco. No
> >> >> início dos anos 1930, depois de uma década na Europa, ele 
> >> esbanjava
> >> >> poder e surtos de estrelismo, mas isso não conteve as ofendidas.
> >> >> 'Se continuas a ameaçar-nos com os poderes absolutos de que
> >  te
> >> >> prezas faremos uma representação ao Diretor Geral', ameaçam as
> >> >> missivistas. 'Não vês que tudo é contraproducente quando o 
> >> chefe
> >> >> não sabe ter atitudes? Não percebes que as colegas se podem
> >> >> infiltrar desses teus modos estúpidos e passar a fazer o mesmo 
> >> com
> >> >> as criancinhas?' Encerram o ataque com a indicação: 'As 
> >> professoras
> >> >> revoltadas pelo teu trato'.
> >> >>
> >> >> A folha, datilografada e sem assinatura, encontra-se na 
> >> Biblioteca
> >> >> Nacional, no Rio (consta do espólio do maestro Sílvio Salema,
> >> >> assistente de Villa), e só agora vem à luz, com outros papéis 
> >> -
> >> >> recortes, partituras, cartas e fotografias - arquivados ali e no
> >> >> Museu Villa-Lobos. As duas instituições cariocas abrigam 
> >> documentos
> >> >> que esclarecem a ação e
> >  a obra do mais celebrado e executado
> >> >> compositor erudito brasileiro. Com base nos materiais que vêm 
> >> sendo
> >> >> vasculhados, acontece uma alteração sensível da imagem de
> >> >> Villa-Lobos para a posteridade. O tratado definitivo sobre o
> >> >> assunto ainda está por ser escrito, mas uma horda de 
> >> pesquisadores
> >> >> corre e concorre para realizar a façanha. Uma silhueta diferente 
> >> do
> >> >> músico promete delinear-se ao final da competição. Tudo indica 
> >> que
> >> >> o 'índio de casaca', o simpático inspirador da música popular
> >> >> brasileira - e de filmes como Villa-Lobos, uma Vida de Paixão
> >> >> (2000), de Zelito Viana, que reduz o artista à caricatura -, 
> >> saia
> >> >> do palco para dar lugar ao ditador agressivo, defensor da 'arte
> >> >> elevada' contra a música popular - e sobretudo paladino de seus
> >
> >> >> interesses particulares.
> >> >>
> >> >> Inimigos íntimos
> >> >> Críticos, professores e colegas tentaram derrubar o músico
> >> >>
> >> >> ATAQUES
> >> >> O crítico Oscar Guanabarino e outros malharam o músico em vida
> >> >> Villa-Lobos sofreu ataques desde que começou a apresentar suas
> >> >> peças de vanguarda, no Rio, em 1918. Foi chamado de bárbaro, 
> >> louco,
> >> >> petulante, autodidata. Durante a Semana de Arte Moderna de 22, em
> >> >> São Paulo, foi saudado pelo público com uma saraivada de 
> >> batatas.
> >> >> As polêmicas só escassearam no fim da década de 40, quando 
> >> obteve
> >> >> consagração mundial com suas turnês pelos Estados Unidos e 
> >> pela
> >> >> Europa e conseguiu calar quase todos os opositores. O maior deles
> >> >> chamava-se Oscar Guanabarino (1851-1937). Esse
> >  professor de piano e
> >> >> folhetinista atuou como flagelo do modernismo e do nacionalismo. 
> >> Fã
> >> >> do canto lírico de Carlos Gomes, iniciou fama de mal-humorado 
> >> por
> >> >> volta de 1890, ao atacar os primeiros músicos que usavam o 
> >> folclore
> >> >> em suas peças. Quando Villa-Lobos apareceu com suas suítes
> >> >> sincopadas e dissonantes, o velho crítico fulminou-o com todo o 
> >> seu
> >> >> arsenal de conceitos. Os dois chegaram a trocar bengaladas em um
> >> >> concerto nos anos 20. Guanabarino atacou-o até morrer. Na coluna
> >> >> Pelo Mundo das Artes, do Jornal do Commercio (uma das últimas a
> >> >> levar a rubrica de 'folhetim'), em 1934, comentou uma festa
> >> >> orfeônica organizada pelo compositor informando que 'a 
> >> concorrência
> >> >> foi diminutíssima - apenas 100 pessoas na platéia, se tanto, o 
> >> que
> >
> >> >> quer dizer que o público rejeita o sr. Villa-Lobos e a sua 
> >> música,
> >> >> mesmo quando lhe é oferecida gratuitamente'. Guanabarino 
> >> inspirou
> >> >> novos rivais, como Gondim da Fonseca e Carlos Maul (1887-1971).
> >> >> Este último publicou, em 1962, o ensaio A Glória Escandalosa de
> >> >> Villa-Lobos.  Ali, acusava o compositor de haver rapinado o
> >> >> folclore. Villa-Lobos achava graça das acusações. A 
> >> posteridade não
> >> >> as levou a sério. #Q#
> >> >> Reprodução
> >> >>
> >> >> HUMILHADAS
> >> >> Integrantes do Orfeão dos Professores redigiram em 1932 uma 
> >> carta
> >> >> (acima) ameaçando o regente Heitor Villa-Lobos
> >> >> Os documentos, examinados com exclusividade por ÉPOCA, dão 
> >> conta de
> >> >> que Villa-Lobos possuía um gênio incontrolável e não recuava 
> >> ante
> >>
> >  >> nenhum tipo de obstáculo. Exemplo disso é a advertência das 
> > alunas
> >> >> que constituíam o Orfeão dos Professores sobre sua falta de
> >> >> didática. A carta, se foi recebida (não há evidências a esse
> >> >> respeito), não surtiu efeito, porque o regente defendia como
> >> >> expedientes o rigor para adultos e a palmatória para crianças.
> >> >> Assim aconteceu num ensaio ao ar livre, na frente do prédio de 
> >> seu
> >> >> Conservatório de Canto Orfeônico, na Praia Vermelha, em meados 
> >> de
> >> >> 1936. O músico, trajado com uma espalhafatosa casaca colorida,
> >> >> tentava reger um coral de milhares de meninos. Um grupo mais
> >> >> barulhento não se aquietava, nem com a intervenção de um 
> >> escoteiro
> >> >> encarregado de organizar a multidão. A garotada começou, 
> >> então, a
> >> >> brigar. 'Villa saiu do
> >  pódio furioso e acabou com a bagunça,
> >> >> distribuindo cascudos para todo lado', lembra o tal escoteiro, 
> >> que
> >> >> viria a se tornar o mais importante biógrafo de Villa-Lobos: 
> >> Vasco
> >> >> Mariz. 'Até eu levei um!'Aos 82 anos, o embaixador aposentado e
> >> >> musicólogo carioca orgulha-se de ter travado relações anos 
> >> depois
> >> >> com Villa-Lobos e feito sua biografia. Publicada pela primeira 
> >> vez
> >> >> em 1949 pelo Itamaraty a partir de seis meses de entrevistas com 
> >> o
> >> >> compositor, Villa-Lobos, Compositor Brasileiro chegará à 12ª 
> >> edição
> >> >> no próximo ano pela editora Francisco Alves, com acréscimos 
> >> como
> >> >> cartas, iconografia, os episódios em torno das concentrações
> >> >> orfeônicas e atualização biográfica e discográfica, já que 
> >> a vasta
> >> >> obra do compositor nunca foi tão
> >  executada e estudada no mundo. São
> >> >> duas centenas de gravações recentes, além de 70 livros sobre o
> >> >> artista. A primeira edição da biografia de Mariz desagradou ao
> >> >> biografado por causa da passagem do cascudo. 'Villa se distanciou
> >> >> de mim por um bom tempo, porque achava que eu o tinha descrito 
> >> como
> >> >> violento', revela o biógrafo. 'Foi um caso divertido e, quando 
> >> lhe
> >> >> contei, Villa deu gargalhadas. Ao ler, mudou de idéia. Depois, 
> >> por
> >> >> meio de sua mulher, Mindinha, fizemos as pazes. Mesmo com modos
> >> >> grosseiros com quem dependia dele, foi muito amado.'
> >> >>
> >> >> PRINCIPAIS OBRAS
> >> >>
> >> >> Segundo o gênero
> >> >>
> >> >> 6 Óperas
> >> >> 12 Sinfonias
> >> >> 13 Peças para violão-solo
> >> >> 13 Poemas
> >  sinfônicos
> >> >> 17 Quartetos de corda
> >> >> 27 Concertos
> >> >>
> >> >> Estranho homem esse, capaz de maltratar os alunos, despertar o 
> >> ódio
> >> >> da crítica, e, ainda assim, ser admirado. Mariz caracteriza-o 
> >> como
> >> >> um eterno menino, pronto para cometer uma traquinagem ou um gesto
> >> >> ditatorial. Rebate, no entanto, a acusação que lhe fazem os
> >> >> acadêmicos atuais de que era um colaborador do fascismo de 
> >> Vargas.
> >> >> 'Ele não tinha cor política', lembra o estudioso. 'Queria 
> >> divulgar
> >> >> sua música. Vaidoso, não tinha paciência com a mediocridade. 
> >> Mas,
> >> >> se você soubesse manobrá-lo, conseguia tudo dele.'
> >> >>
> >> >> Para a pesquisadora Mercedes Reis Pequeno, autora da monumental
> >> >> Bibliografia Musical Brasileira (disponível na internet no site
> >>
> >  >> www.abm.org.br), simpatizar com o compositor podia ser difícil.
> >> >> 'Era de temperamento muito desigual e não conquistava à 
> >> primeira
> >> >> vista. Muito seguro de seu valor, convencido mesmo, mas ao mesmo
> >> >> tempo, em certas circunstâncias, quase ingênuo. Mas, quando
> >> >> confiava, era para valer. Inimigos, quem não os tem nessa vida?'
> >> >>
> >> >> #Q#
> >> >> Fatos da vida do autor das 'Bachianas'
> >> >> Nascido em 5 de março de 1887 em uma família de classe média,
> >> >> Villa-Lobos, ou Tuhu, seu apelido, não teve educação formal. O 
> >> pai,
> >> >> Raul, era músico amador e lhe ensinou as primeiras notas
> >> >> 	1922 ? ENFANT TERRIBLE
> >> >> Brilhou e foi vaiado na Semana de Arte Moderna de São Paulo
> >> >> 1926 ? EM PARIS
> >> >> Conviveu com músicos de vanguarda como
> >  Edgard Varèse (à esq.)
> >> >> 	1932 ? NO RIO
> >> >> Fundou o Orfeão dos Professores. Seu assistente era o maestro
> >> >> Sílvio Salema (foto de 1952)
> >> >> 1940 ? MULTIDÃO
> >> >> Um coral de 40 mil alunos cantou no estádio do Vasco, sob 
> >> direção
> >> >> do músico (no alto, ao microfone)
> >> >> 	1955 ? CONSAGRAÇÃO
> >> >> Rege a Orquestra da Filadélfia durante ensaio em uma de suas 
> >> turnês
> >> >> pelos Estados Unidos
> >> >> 1959 ? FINALE
> >> >> Lançou a última peça, Concerto Grosso, para Orquestra de 
> >> Sopros.
> >> >> Morreu de câncer no Rio, em 17 de novembro	#Q#
> >> >> O músico lancetou-os com a ponta da batuta afiada - e, às 
> >> vezes, do
> >> >> taco de bilhar, seu passatempo favorito. Começou por estocar os
> >> >> compositores populares, ou, como preferia, folclóricos. No 
> >> início
> >
> >> >> da década de 40, por exemplo, chamou o samba-exaltação 
> >> 'Aquarela do
> >> >> Brasil', de Ari Barroso, de oportunista. Escreveu que a música
> >> >> folclórica não passava da 'acepção mínima' da música. Oque 
> >> não o
> >> >> impediu de se aproveitar de temas dos chorões com quem havia 
> >> tocado
> >> >> em noitadas na juventude, como o de 'Rasga Coração', com 
> >> melodia de
> >> >> Anacleto de Medeiros e letra de Catulo da Paixão Cearense, base
> >> >> para os 'Choros no 10' (1925), para orquestra e coro. Por conta 
> >> da
> >> >> apropriação, ele amargou um processo de plágio, do qual veio a 
> >> ser
> >> >> inocentado só depois da morte.
> >> >>
> >> >> 'Villa-Lobos não gostava de música popular, como querem muitos
> >> >> estudiosos', afirma o musicólogo Flávio Silva, que há dois 
> >> anos
> >> >> pesquisa os
> >  papéis do compositor e se candidata a ser um dos
> >> >> primeiros a chegar à esperada grande interpretação. 'O canto
> >> >> orfeônico formava sua plataforma e seu ponto de honra. 
> >> Distinguia a
> >> >> 'música elevada' da restante. É engano pensar que ele gostava 
> >> do
> >> >> som recreativo.'
> >> >>
> >> >> Até hoje raramente abordado, o período em que o músico 
> >> implementou
> >> >> projeto do canto orfeônico - de 1930 a 1945, os dois primeiros 
> >> anos
> >> >> em São Paulo e o restante no Distrito Federal - é o mais rico 
> >> em
> >> >> intrigas, manifestações e atos públicos em torno das idéias 
> >> do
> >> >> compositor. Aos poucos, ele ganha perspectiva histórica. Também 
> >> foi
> >> >> o momento em que Villa-Lobos, na chefia da trilha sonora da
> >> >> ditadura Vargas, feriu o  maior número de pessoas, de 
> >> normalistas a
> >
> >> >> críticos profissionais. Recebeu o troco e sua produtividade 
> >> cresceu
> >> >> na razão direta dos contra-ataques. Ela se revelou tão intensa 
> >> que
> >> >> ainda hoje estão para ser descobertos discos e partituras que 
> >> ele
> >> >> produziu com diversos coros. Com uma bolsa da Fundação Vitae,
> >> >> Flávio Silva levantou 20 gravações, inclusive pelo Orfeão dos
> >> >> Professores. 'Algumas gravações têm qualidade,  e o grupo 
> >> conseguiu
> >> >> bom desempenho', julga.
> >> >>
> >> >>
> >> >> 'Proclamo o valor de todas as manifestações populares da 
> >> música
> >> >> como quem cultiva uma fonte de essências originais, nunca
> >> >> apresentando-a como expressão de um povo civilizado'
> >> >>
> >> >> HEITOR VILLA-LOBOS,
> >> >> discurso em 15 de outubro de 1939
> >> >>
> >>
> >  >> O resultado só podia ser obtido pela mão forte do regente, que 
> > se
> >> >> fazia sentir no moral das professoras e na moleira da criançada.
> >> >> Seu sonho, ou 'plano de ataque', como dizia, era despertar o
> >> >> interesse dos jovens e formar um público para a sua música por 
> >> meio
> >> >> do canto coletivo. Com o Guia Prático - 137 peças para diversas
> >> >> formações -, desejava espalhar corais pelo Brasil em 
> >> manifestações
> >> >> cívicas em grandes estádios. A prática coral nas escolas não 
> >> visava
> >> >> a grandes artistas, mas a preparar o gosto comunitário para uma
> >> >> 'fisionomia musical brasileira', como disse em discurso que
> >> >> pronunciou no salão Assírio do Teatro Municipal do Rio em 15 de
> >> >> outubro de 1939, segundo original da Biblioteca Nacional: 'Sei 
> >> bem
> >> >> que o gosto e a
> >  opinião pública não se impõem, mas educam-se'. O
> >> >> projeto, contudo, murchou aos poucos. Todos os especialistas
> >> >> entrevistados fazem uníssono ao dizer que a situação da 
> >> educação
> >> >> musical nas escolas brasileiras é péssima, quando não 
> >> inexistente,
> >> >> e a lição de Villa-Lobos foi esquecida, bem como suas idéias. 
> >> Ele
> >> >> perdeu a guerra para a música popular por força do rádio, que
> >> >> consagrou o samba e jogou a arte erudita ao segundo plano.
> >> >>
> >> >> 'Villa-Lobos escreveu e defendeu muitas bobagens', diz Flávio
> >> >> Silva. 'Poucas idéias dele se sustentam hoje.' Sua herança se
> >> >> concentra na obra, embora a maior parte dela ainda precise ser
> >> >> divulgada. O público brasileiro não conhece mais que uma dezena 
> >> de
> >> >> melodias do compositor - não por
> >  acaso, quase todas escritas no
> >> >> período em que o maestro, vulto oficial, tangia professoras e
> >> >> alunos para os estádios.
> >> >>
> >> >> Fotos e reproduções dos textos: Biblioteca Nacional/Divisão de
> >> >> Música e Arquivo Sonoro
> >> >>
> >> >> 
> >> http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR59656-6011,00.html
> >> >>
> >> >> --
> >> >> carlos palombini
> >> >> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011
> >> >> ________________________________________________
> >> >> Lista de discussões ANPPOM
> >> >> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
> >> >> ________________________________________________
> >> >
> >> >
> >>
> >>
> >>
> >> ________________________________________________
> >> Lista de discussões ANPPOM
> >>
> >  http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
> >> ________________________________________________
> >
> >
> > -----Anexo incorporado-----
> >
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