[ANPPOM-Lista] Matéria sobre avaliação diferenciada entre arte e ciência

silvioferrazmello silvioferrazmello em uol.com.br
Dom Jul 1 12:14:25 BRT 2012


Caro Damian

Vc agora tocou em um problema sério
Ou seja, o problema não é a qualificação, a pontuação
mas o que se faz com tal pontuação e qualificação.
Neste ponto é o que a Capes deveria considerar os fantasmas que ela cria.
Reitorias, Diretorias e Coordenadores de curso podem simplesmente bloquear participações em eventos artísticos em favor de eventos acadêmicos.
Nisto a Capes assumiu uma grande responsabilidade com a qual não sei se terá competência e tempo para arcar.

Ou seja, o problema não é "meu égo de artísta não pontuou", mas sim o fato de a universidade ter em seus programas cursos de artes e não aceitar que a produção destes cursos seja artística por imaginar falta de impacto social.
E nossas batalhas são todas individuais, desenvolvendo estratégias de formatar projetos que mostrem para dirigentes o impacto da arte, o quanto o mercado de arte faz gerar de dinheiro (já que esta é a ordem do dia), o quando gera de emprego (me lembro de o Mannis ter lançado na lista um relato rápido destes números), o quanto gera de tecnologia (imaginem o que seria a Yamaha sem o mercado da música para seus teclados, equipamentos de áudio e tal…ou a Apple sem o Ipod…)….mas estas batalhas ainda são individuais onde sempre vale (em centros distantes) citar o que acontece nos centros maiores.

Já que sem dúvida a Capes jamais terá como contribuir para isto melhorar, seria importante que no mínimo não atrapalhasse.

Mas, acredito que aqui na lista veiculamos posições diversas que quem sabe colaborem para que nossos representantes na dita cuja reelaborem seu modo de avaliação.

Pensando no Fenerich, talvez ao invés de apenas limitar-se a classificar nacional-internacional-local, houvesse uma outra qualificação compreendida como "extensão", com qualificação específica e que o objetivo da Capes não fosse o de pontuar mas o de encontrar equilíbrio e coerência na produção de cada programa.

abs
Silvio


On Jul 1, 2012, at 12:02 PM, Dr. K wrote:

> Caros Daniel e Silvio,
> Eu gostaria muito de poder concordar com vocês. Lamentavelmente, aqui no Norte o sistema de avaliação tem impacto no dia-a-dia do trabalho de pesquisa. Cito alguns exemplos:
> - projetos da área de música são eliminados de editais regionais por não estar dentro das <áreas prioritárias>.
> - a produção artística é considerada como de <segunda categoria> em relação às outras áreas. Isso é reforçado pela falta de sistemas próprios de medição de impacto (por exemplo, enquanto o JNMR tem uma classificação que não chega a 1 ponto no JCR (que aparece no Lattes), revistas da área de biologia tem acima de 3 pontos).
> - a falta de apoio da Capes para as atividades de pesquisa em música (justificada pelos motivos que coloquei no email anterior = não existe pósgraduação) embasa sistemas de avaliação internos onde <compor, gravar e publicar uma obra> (em conjunto) é igual a 7 pontos, e publicar 1 artigo vale 20 pontos.
> 
> O mais estranho de tudo é que o discurso oficial das agências de fomento é exatamente o oposto: <[existe] a necessidade de se ofertar maior apoio aos 35 mil jovens doutores hoje envolvidos em pesquisas. “Eles precisam ser apoiados, pois sem estímulos acabam desistindo e uma vez fora não retornam”>. (CNPq, 28 jun 2012).
> Como mencionei antes, só vejo sentido nesta discussão se for para implementar propostas concretas: (por exemplo) mudar o Qualis, criar uma pós para a região Norte, incluir a música nos editais regionais.
> Abraços,
> Damián
> 
> 
> -- 
> Dr. Damián Keller
> NAP, Universidade Federal do Acre / Amazon Center for Music Research (NAP), Federal University of Acre / http://ccrma.stanford.edu/~dkeller
> 

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