[ANPPOM-Lista] Composição em Grupo

Damián Keller musicoyargentino em hotmail.com
Dom Mar 25 10:24:11 BRT 2012



Certo. Silvio. Agora entendi melhor a tua linha de pensamento. Estamos falando de aspectos diferentes mas não incompatíveis. A tua proposta focaliza o fator material, a minha o fator humano.

> neste modelo, seja "individual" seja coletivo, é sempre coletivo.
Nesse ponto concordamos totalmente. No modelo-de-dentro-para-fora-de-fora-para-dentro (MDF), o exemplo do <compositor omnisciente> (prefiro não usar autista para não insultar os autistas ;-) é um construto: na prática nunca acontece esse caso. Ou seja, individual é sempre coletivo e coletivo é sempre (em parte) individual. A proposta de Simondon (citação abaixo) trata da questão material e não é incompatível com os conceitos que estamos usando em ecocomposição.
> consistência: a sobreposição ou justaposição de material dará conta sozinha de juntar as coisas.
Aqui concordamos pela metade. Vou tentar me explicar...
> o paradigma da unidade formal e estrutural que herdamos do classico-romantico-moderno e que perpassa toda a vanguarda estruturalista.
Sem dúvida. Unidade formal-estrutural não é consistência. A palavra chave aqui é estrutura. Confere na nossa conversa que em nenhum momento falamos em estrutura. A estrutura é uma consequência, não uma ferramenta ou uma causa como pensava Boulez (e seguidores).
> 2 permitem mais elementos e mais elementos permitem mais pontos de contato entre material, o que viria a garantir a consistência.
Este é o ponto que está aberto a discussão. Concordamos em que mais elementos aumentam as chances de chegar a um resultado consistente e ao consenso (no MDF). O problema está na velocidade ou fluidez do processo. Pensa no caso extremo: o universo como obra. A chance de consistência é 100%, mas quem vai ouvir esse troço? :-)
Por esse motivo precisamos do fator humano. No MDF consenso é só a decisão que permite chegar a um resultado. Por isso não é incompatível com a tua ideia de consistência.
Abraço,Damián
Simondon, Gilbert. L’individu et sa genèse physico-biologique. Paris : Presses Universitaires de France, 1964. Translation by Taylor Adkins.The technical operation institutes the internal resonance in the matter taking form, by means of topological conditions that can be named form, and the energy conditions that express the whole system. Internal resonance is a state of the system which requires this realization of the energy conditions, the topological conditions and the material conditions: resonance is movement and energy exchange in a determined enclosure, communication between a microphysical matter and a macrophysical energy starting from a singularity of average magnitude, topologically definite.

Dr. Damián Keller -
Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical (NAP) - Universidade Federal do Acre - Amazon Center for Music Research - Federal University of Acre -
http://ccrma.stanford.edu/~dkeller


> OI Damian

eu parti um pouco de um modelo um pouco distante do modelo clássico de indivduação e cognição.
e neste modelo, seja "individual" seja coletivo, é sempre coletivo.
até mesmo o autista.
aí aqui vale a pena uma referência pq a coisa começa a complicar para mail.
vale citar uma leitura de gilbert simondon e sua ideia de individuação e tal.

mas qdo falei de potencializar o coletivo, realmente aqui também é necessário uma outra quebra com paradigma clássico.
o paradigma da unidade formal e estrutural que herdamos do classico-romantico-moderno e que perpassa toda a vanguarda estruturalista.
e neste paradigma talvez possamos não ter esta etapa do consenso e substituir esta noção pela de consistência: a sobreposição ou justaposição de material dará conta sozinha de juntar as coisas. Neste caso, intverte-se a lógica q vc propõe: 2 permitem mais elementos e mais elementos permitem mais pontos de contato entre material, o que viria a garantir a consistência.

são lógicas distintas…
acho que isto vale um tema de congresso de criação musical, coisas que há tempo não temos no brasil, mas q pelo que temos debatido aqui fica claro que perpassa desde a educação musical até a musicologia analítica.

abs
silvio 		 	   		  


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