[ANPPOM-Lista] Evolução da educação básica e superior no Brasil

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Sáb Nov 17 16:52:57 BRST 2012


Ale,

Há uma disputa em torno de Otto [Maria Carpeaux/]Karpfen, originalmente
baseada, por um lado, em suas ligações com o Partido Social Cristão
austríaco, e, por outro, em seu engajamento contra a ditadura brasileira.
Em artigo publicado nos *Anais do Vigésimo Sexto Simpósio Nacional de
História*, no ano passado, Eduardo Gomes Silva escreve:

[...] se não tivesse vivido os anos subsequentes ao Golpe de 1964, Carpeaux
> possivelmente levaria o epíteto de reacionário túmulo adentro, até porque
> ocuparia por muitos anos o posto de um dos principais redatores do matutino
> carioca *Correio da Manhã*, sendo mesmo apontado como autor, ou um dos
> autores, dos famosos editoriais “Basta!” e “Fora!” (de 31 de março e 1º de
> abril de 1964, respectivamente), através dos quais aquele diário, conhecido
> por sua identificação com a tradição liberal e com a peculiar (para não
> dizer própria) concepção de democracia nutrida por esta tradição,
> juntava-se em definitivo ao coro golpista.
>
> Todavia, seu ativo papel de oposição aos governos militares o tornaria
> conhecido, já no final da vida, como um intelectual definitivamente ligado
> ao espectro esquerdista no cenário político nacional.
>

Gomes Silva analisa a seguir o "resgate" (LOL!) de Otto Karpfen por Olavo
de Carvalho:

À medida que os anos passavam, ele [Carpeaux] se permitiu cada vez mais ser
> afetado por uma atualidade política mesquinha, deixando dissolver-se em
> parte, no ambiente de imediatismo brasileiro, a soberana concentração
> espiritual que lhe permitira sair ileso das mais deprimentes experiências
> europeias. (Carvalho apud Gomes Silva)
>

Enfim, este artigo permite saber quem seja a figura em questão,
*videlicet*Olavo de Carvalho, sem sujar a sola do sapato, isto é, sem
lê-lo.

Quanto a Carpeaux, li, há décadas, *Uma nova história da música*, de 1958.
Recordo ainda, e jamais esquecerei, os epítetos irritantes: a primeira
Balada de Chopin é "autobiográfica"; a terceira, "mais brilhante que
profunda".

Não sei se vc viu, mas há uma página das Olavettes no Facebook, e entre
elas se contam inclusive músicos (*surprise*, *surprise*!) Infelizmente,
essas meninas, que vendem camisetas com o mote "O histérico acha que a
intensidade do seu ódio prova a veracidade da sua crença", não estão à
altura do homenageado, e não conhecem sequer conjugação verbal, eis que a
página tem por distintivo: "enfureça os pentelhos, imbecis e puxa-sacos"
(já ouvimos esse tipo de linguagem aqui, não?). As meninas falam como
faveladas: "Olavettes é nóis!"

Abraço,
cvp

Olavo de Carvalho enlista

2012/11/17 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>

Perto de Olavo Carpeaux é um Machado. Ou um Thomas Mann.
>
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