[ANPPOM-Lista] Saving Britain's universities: The brains go into battle

Carlos Palombini cpalombini em gmail.com
Sáb Nov 17 17:41:05 BRST 2012


Vc reduz a questão a um problema de números. No que não diz respeito ao
salário, não me parece ser a medida adequada. Que tipo de educação se dá a
60 pessoas reunidas, sejam elas de classe A ou de classe D? O método e o
conteúdo são os mesmos? E por que se trataria de tirar de quem ganha pouco
para dar a quem ganha menos?

2012/11/17 Hugo Leonardo Ribeiro <hugoleo75 em gmail.com>

>
> Acredito que é muito fácil a gente criticar que as universidades estão
> cheias e que teríamos uma educação "melhor" com menos estudantes por sala.
> Mas e aquelas pessoas que não podem ou não conseguem cursar uma
> universidade, o que será do futuro delas? Serão sempre os peões braçais
> sobre os quais os intelectuais irão explorar para ter a vida luxuosa que
> têm. Se não houvesse tanta disparidade salarial entre aqueles que fizeram
> curso superior e aqueles que fizeram escolas técnicas ou foram direto para
> o campo de trabalho após o segundo grau, tenho certeza que os cursos
> universitários não estariam tão cheios. Nem todos gostariam de ser
> professores, pesquisadores, médicos etc...  Também ninguém tem o sonho de
> ser lixeiro, vendedor de lojas ou caixa de supermercado. Mas, atualmente
> são profissões necessárias em nossa sociedade. Até mesmo a profissão de
> empregada doméstica ainda faz parte de nossa organização social. Talvez
> isso diminua, como é o caso dos Estados Unidos e alguns países europeus,
> onde o salário de um(a) empregado(a) doméstico(a) é tão alto que nem todos
> podem se dar o luxo de tê-los.
>
> Para mim é tudo uma questão financeira.
>
> Então façamos o seguinte, elevemos o salário mínimo para cerca de dois mil
> reais e vamos diminuir os salários dos demais servidores públicos para, no
> máximo, cinco vezes um salário mínimo. Quem está disposto a ganhar menos e
> ter uma sociedade com uma distribuição de renda mais justa?
>
> Demagogia? Pode até ser, mas quem sabe assim nossas universidades seriam
> menos procuradas. Afinal de contas, qual o objetivo de um curso superior
> universitário? O objetivo real, atual, e o utópico, aquele que todos
> gostaríamos que fosse?
>
> De minha parte, fico louco quando tenho que dar aula de graduação para
> cinco pessoas. Sinto que meu dinheiro de contribuinte está sendo
> péssimamente gasto. Sempre me questiono sobre minha utilidade social.
> Principalmente quando ouço falar das tragédias como os furacões e
> terremotos como o do Haiti. Fico pensando como eu seria capaz de contribuir
> na reconstrução se aquilo acontecesse na minha cidade. Ora, sou um mero
> músico, ou pior, um simples professor de música. Um pedreiro seria mais
> útil do que eu... Às vezes me sinto um inútil em nossa sociedade. Mas esses
> são só meus questionamentos pessoais, e como sei que sou voto vencido entre
> meus pares, volto para minha vida hipócrita.
>
> Hugo Ribeiro
>
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