[ANPPOM-Lista] RES: O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo

Luciano César lucianocesar78 em yahoo.com.br
Qui Jan 24 13:08:32 BRST 2013


Olha, se demorar, eu mesmo vou propor um documento comentando esse disparate a ser assinado ou endossado, revisado e co-redigido pela comunidade acadêmica da Anppom. Vamos pensando a quem encaminhar, ao editorial do jornal, ao ministro Mercadante, à ONU...

Abraço!
Luciano

Em 22/01/2013, às 14:45, "Marcus S. Wolff" <m_swolff em hotmail.com> escreveu:

> Realmente, prof. Mannis, tem toda a razão ao expor os preconceitos e a visão limitada do TRF que obedece cegamente aos interesses do capital privado e de um neoliberalismo que distorce a realidade segundo sua ótica mercadológica. Não seria o caso das entidades que representam as áreas de artes e música redigirem uma petição ou alguma forma de protesto público contra essa política  científica anti-humanista? Parece que ainda vivemos sob o jugo dos tecnocratas dos governos militares! É incrível!  Colegas,  que fazer diante disto??? Me digam. abraços,
> MSW
> 
> 
> Marcus S. Wolff
> Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP)
> Mestre em História da Cultura (PUC/RJ)
> Prof. das faculdades de Música, Comunicação e Pedagogia
> da Universidade Candido Mendes, Nova Friburgo - RJ
> 
>  
> From: jamannis em uol.com.br
> To: cpalombini em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
> Date: Mon, 21 Jan 2013 12:32:41 -0200
> Subject: [ANPPOM-Lista] RES: O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo
> 
> EXCERTOS EDITADOS
> ... o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região cassou a liminar  que determinava a inclusão de 20 cursos da área de ciências sociais no programa Ciência sem Fronteiras ... que concentra [atualmente] suas bolsas nas ciências exatas e biológicas, áreas nas quais [segundo interpretação do o Tribunal Regional Federal (TRF) ] o Brasil tem um grande déficit de profissionais qualificados. [Ainda segundo o Tribunal Regional Federal (TRF)]  a Justiça Federal cearense "comprometeu a filosofia" do Ciência sem Fronteiras" incluindo cursos da área de ciências sociais...
> ...O problema não está na área de ciências sociais, mas, principalmente, nas de engenharias. Nas humanidades, o Brasil já tem uma expressão bastante grande", disse o ministro... 
> .../...
> ...O programa tem sido elogiado pela iniciativa privada, que há muito tempo reivindica mão de obra qualificada...
> .../...
> ...O governo acertou ao lançar um programa que reduz a distância entre as universidades brasileiras e as estrangeiras mais conceituadas nas áreas de conhecimento estratégicas para o desenvolvimento do País...
> .../...
> ... Contudo, pressões corporativas (+) e a incerteza causada por decisões judiciais que alteram as regras do jogo podem comprometer o sucesso desse programa.
> 
> (+) [ as reivindicações para inclusão das Ciências Humanas são interpretadas como “pressões corporativas” ! Como se as Ciências Sociais tivessem o poder hoje de interferir na condução das políticas nacionais de Indústria, Economia e C&T.]
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> Considerar que as Humanidades já tem uma expressão bastante grande em nosso país, não pode ser sinônimo de exclusão dessa área do conhecimento em políticas públicas de incentivo.
> Considerar algumas áreas de conhecimento estratégicas e mais importante que outras é se entregar à taxonomia precária que a leitura humana tem do universo, das coisas, dos fenômenos, dos processos, e fechar os olhos e ouvidos à inovação, à diversidade e à interdisciplinaridade que subjaz em todo o conhecimento. É uma concepção limitada da totalidade do conhecimento, ignorando as relações entre as categorias classificatórias restritas que o ser humano adotou de sua própria razão, portanto contida em suas próprias limitações perceptivas e cognitivas. 
> Se as áreas que merecem atenção não são as que vão bem, mas aquelas que estão com problemas, então deveríamos ter um incentivo especial para as ARTES [sobretudo aquelas que não tem uma expressão bastante grande em nosso país] e mesmo um FUNDO SETORIAL(*) à elas dedicado, sendo este não somente restrito (como o é atualmente) ao setor Audiovisual(**) (FSA), mas estendido aos demais suportes de expressão artística. Isso garantiria uma estabilidade de recursos para a área de ARTES como um todo, de forma ampla e abrangente. Seria talvez o caso de uma política afirmativa para as ÁREAS DO CONHECIMENTO marginalizadas e até mesmo excluídas da ordem social atual?
> (*) http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=30.10  A criação dos Fundos Setoriais representa o estabelecimento de um novo padrão de financiamento para o setor, sendo um mecanismo inovador de estímulo ao fortalecimento do sistema de C&T nacional. Seu objetivo é garantir a estabilidade de recursos para a área e criar um novo modelo de gestão, com a participação de vários segmentos sociais, além de promover maior sinergia entre as universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Os Fundos Setoriais constituem ainda valioso instrumento da política de integração nacional, pois pelo menos 30% dos seus recursos são obrigatoriamente dirigidos às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo a desconcentração das atividades de C&T e a conseqüente disseminação de seus benefícios.”
> 
> (**) http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=fundos_audiovisual O Fundo Setorial do Audiovisual - FSA foi criado pela Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006 e regulamentado peloDecreto nº 6.299, de 12 de dezembro de 2007, como uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura - FNC. Os recursos do FSA serão aplicados em programas e projetos voltados para o desenvolvimento das atividades cinematográficas e audiovisuais em consonância com os programas do governo federal. Dessa forma, espera-se aumentar a participação do produto audiovisual brasileiro no mercado nacional e internacional, e, em última análise, traduzir em valor econômico e desenvolvimento social o esforço da sociedade brasileira para se inserir no cenário global do cinema e do audiovisual. Fonte de financiamento: Seus recursos são oriundos da própria atividade econômica, de contribuições recolhidas pelos agentes do mercado, principalmente da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE - e do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL.
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> Considerando o acima exposto, a opinião do Redator parece preconceituosa, limitada e emitida sem o devido aprofundamento sobre o assunto abordado.
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> J. A. Mannis
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> De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Carlos Palombini
> Enviada em: domingo, 20 de janeiro de 2013 03:35
> Para: anppom-l em iar.unicamp.br
> Assunto: [ANPPOM-Lista] O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo
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>  
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> O 'Ciência sem Fronteiras'
> 
> 19 de janeiro de 2013 | 2h 03
> 
> O Estado de S.Paulo
> 
> http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-ciencia-sem-fronteiras-,986117,0.htm
> 
> Alegando que o governo tem o direito de estabelecer prioridades em matéria de financiamento ao ensino e à pesquisa, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região cassou a liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará que determinava a inclusão de 20 cursos da área de ciências sociais no programa Ciência sem Fronteiras, beneficiando com isso estudantes de letras, sociologia, artes, publicidade e comunicação. Segundo o relator do processo no TRF, desembargador Manoel Erhardt, ao ampliar a abrangência desse programa - que concentra suas bolsas nas ciências exatas e biológicas, áreas nas quais o Brasil tem um grande déficit de profissionais qualificados -, a Justiça Federal cearense "comprometeu a filosofia" do Ciência sem Fronteiras".
> A liminar suspensa pelo TRF da 5.ª Região havia sido concedida em dezembro a pedido do Ministério Público Federal, que acolheu uma reivindicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Em sua 64.ª reunião, realizada em julho de 2012, a entidade reivindicou a concessão de bolsas para pesquisadores de ciências humanas, sob a justificativa de "aprimorar a área e fortalecer a política nacional de pós-graduação". 
> Em resposta, os ministros de Ciência e Tecnologia e de Educação alegaram que o déficit de engenheiros, médicos, biólogos, químicos e tecnólogos é um obstáculo para o desenvolvimento do País. "O problema não está na área de ciências sociais, mas, principalmente, nas de engenharias. Nas humanidades, o Brasil já tem uma expressão bastante grande", disse o ministro Aloizio Mercadante. 
> Embates judiciais e pressões corporativas têm sido um dos principais entraves para a modernização do sistema educacional e do sistema de fomento à pesquisa e qualificação do pessoal do ensino superior. Lançado há um ano, o Ciência sem Fronteiras prevê a concessão de 101 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior. 
> As primeiras bolsas se destinaram a estudos nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Itália, nas áreas de matemática, física, química e biologia. Os editais seguintes deram prioridade às engenharias e às ciências aplicadas, como nanotecnologia, biotecnologia, computação, tecnologia de comunicação, tecnologia mineral, petróleo, gás e carvão mineral. 
> O programa tem sido elogiado pela iniciativa privada, que há muito tempo reivindica mão de obra qualificada. O crescimento da economia, ainda que modesto no ano passado, agravou o problema do déficit de profissionais preparados no mercado de trabalho. Na área financeira, a escassez de engenheiros chegou a tal ponto que os bancos, as seguradoras e os fundos passaram a contratar profissionais recém-formados em matemática, física e ciências atuariais para trabalhar em atividades que normalmente são exercidas por especialistas em engenharia financeira, como análise de risco, modelagem, precificação e uso de plataformas de investimentos com base em algoritmos.
> A comunidade acadêmica também recebeu bem o Ciência sem Fronteiras, apesar das reivindicações da área de ciências humanas e sociais para ser agraciada com bolsas de estudo no exterior. Por causa dessas pressões, as autoridades educacionais assumiram uma posição ambígua. Apesar de o TRF da 5.ª Região ter cassado a liminar que permitia a participação de universitários da área de ciências humanas e sociais no Ciência sem Fronteiras, as duas agências de fomento responsáveis pelo programa - a Capes e o CNPq - mantiveram as inscrições desses alunos. No entanto, não deixaram claro se, ao final do processo de avaliação dos currículos e dos projetos de pesquisa, eles receberão bolsas - o que pode levar a novos recursos nos tribunais. 
> O governo acertou ao lançar um programa que reduz a distância entre as universidades brasileiras e as estrangeiras mais conceituadas nas áreas de conhecimento estratégicas para o desenvolvimento do País. Contudo, pressões corporativas e a incerteza causada por decisões judiciais que alteram as regras do jogo podem comprometer o sucesso desse programa.
> --
> 
> carlos palombini
> 
> www.researcherid.com/rid/F-7345-2011
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