[ANPPOM-Lista] RES: RES: O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo

jamannis em uol.com.br jamannis em uol.com.br
Qui Jan 24 14:05:59 BRST 2013


Fique à vontade Luciano

 

Vc tem meu apoio.

 

Acho que escrever um documento coletivo será de fato mais eficiente do que e-mails individuais aos jornais.

 

Abs

 

Mannis

 

 

 

De: Luciano César [mailto:lucianocesar78 em yahoo.com.br] 
Enviada em: quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 13:09
Para: Marcus S. Wolff
Cc: <jamannis em uol.com.br>; lista ANPPOM; etnomusicologia lista
Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] RES: O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo

 

Olha, se demorar, eu mesmo vou propor um documento comentando esse disparate a ser assinado ou endossado, revisado e co-redigido pela comunidade acadêmica da Anppom. Vamos pensando a quem encaminhar, ao editorial do jornal, ao ministro Mercadante, à ONU...

Abraço!

Luciano


Em 22/01/2013, às 14:45, "Marcus S. Wolff" <m_swolff em hotmail.com> escreveu:

Realmente, prof. Mannis, tem toda a razão ao expor os preconceitos e a visão limitada do TRF que obedece cegamente aos interesses do capital privado e de um neoliberalismo que distorce a realidade segundo sua ótica mercadológica. Não seria o caso das entidades que representam as áreas de artes e música redigirem uma petição ou alguma forma de protesto público contra essa política  científica anti-humanista? Parece que ainda vivemos sob o jugo dos tecnocratas dos governos militares! É incrível!  Colegas,  que fazer diante disto??? Me digam. abraços,
MSW


Marcus S. Wolff
Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC/SP)
Mestre em História da Cultura (PUC/RJ)
Prof. das faculdades de Música, Comunicação e Pedagogia
da Universidade Candido Mendes, Nova Friburgo - RJ

 

  _____  

From: jamannis em uol.com.br
To: cpalombini em gmail.com; anppom-l em iar.unicamp.br
Date: Mon, 21 Jan 2013 12:32:41 -0200
Subject: [ANPPOM-Lista] RES: O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo

EXCERTOS EDITADOS
... o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região cassou a liminar  que determinava a inclusão de 20 cursos da área de ciências sociais no programa Ciência sem Fronteiras ... que concentra [atualmente] suas bolsas nas ciências exatas e biológicas, áreas nas quais [segundo interpretação do o Tribunal Regional Federal (TRF) ] o Brasil tem um grande déficit de profissionais qualificados. [Ainda segundo o Tribunal Regional Federal (TRF)]  a Justiça Federal cearense "comprometeu a filosofia" do Ciência sem Fronteiras" incluindo cursos da área de ciências sociais...
...O problema não está na área de ciências sociais, mas, principalmente, nas de engenharias. Nas humanidades, o Brasil já tem uma expressão bastante grande", disse o ministro... 
.../...
...O programa tem sido elogiado pela iniciativa privada, que há muito tempo reivindica mão de obra qualificada...
.../...
...O governo acertou ao lançar um programa que reduz a distância entre as universidades brasileiras e as estrangeiras mais conceituadas nas áreas de conhecimento estratégicas para o desenvolvimento do País...
.../...

... Contudo, pressões corporativas (+) e a incerteza causada por decisões judiciais que alteram as regras do jogo podem comprometer o sucesso desse programa.

(+) [ as reivindicações para inclusão das Ciências Humanas são interpretadas como “pressões corporativas” ! Como se as Ciências Sociais tivessem o poder hoje de interferir na condução das políticas nacionais de Indústria, Economia e C&T.]

 

 
Considerar que as Humanidades já tem uma expressão bastante grande em nosso país, não pode ser sinônimo de exclusão dessa área do conhecimento em políticas públicas de incentivo.
Considerar algumas áreas de conhecimento estratégicas e mais importante que outras é se entregar à taxonomia precária que a leitura humana tem do universo, das coisas, dos fenômenos, dos processos, e fechar os olhos e ouvidos à inovação, à diversidade e à interdisciplinaridade que subjaz em todo o conhecimento. É uma concepção limitada da totalidade do conhecimento, ignorando as relações entre as categorias classificatórias restritas que o ser humano adotou de sua própria razão, portanto contida em suas próprias limitações perceptivas e cognitivas. 
Se as áreas que merecem atenção não são as que vão bem, mas aquelas que estão com problemas, então deveríamos ter um incentivo especial para as ARTES [sobretudo aquelas que não tem uma expressão bastante grande em nosso país] e mesmo um FUNDO SETORIAL(*) à elas dedicado, sendo este não somente restrito (como o é atualmente) ao setor Audiovisual(**) (FSA), mas estendido aos demais suportes de expressão artística. Isso garantiria uma estabilidade de recursos para a área de ARTES como um todo, de forma ampla e abrangente. Seria talvez o caso de uma política afirmativa para as ÁREAS DO CONHECIMENTO marginalizadas e até mesmo excluídas da ordem social atual?

(*) http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=30.10  A criação dos Fundos Setoriais representa o estabelecimento de um novo padrão de financiamento para o setor, sendo um mecanismo inovador de estímulo ao fortalecimento do sistema de C&T nacional. Seu objetivo é garantir a estabilidade de recursos para a área e criar um novo modelo de gestão, com a participação de vários segmentos sociais, além de promover maior sinergia entre as universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Os Fundos Setoriais constituem ainda valioso instrumento da política de integração nacional, pois pelo menos 30% dos seus recursos são obrigatoriamente dirigidos às Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo a desconcentração das atividades de C&T e a conseqüente disseminação de seus benefícios.”

(**) http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=fundos_audiovisual O Fundo Setorial do Audiovisual - FSA foi criado pela  <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11437.htm> Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006 e regulamentado pelo <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6299.htm> Decreto nº 6.299, de 12 de dezembro de 2007, como uma categoria de programação específica do Fundo Nacional de Cultura - FNC. Os recursos do FSA serão aplicados em programas e projetos voltados para o desenvolvimento das atividades cinematográficas e audiovisuais em consonância com os programas do governo federal. Dessa forma, espera-se aumentar a participação do produto audiovisual brasileiro no mercado nacional e internacional, e, em última análise, traduzir em valor econômico e desenvolvimento social o esforço da sociedade brasileira para se inserir no cenário global do cinema e do audiovisual. Fonte de financiamento: Seus recursos são oriundos da própria atividade econômica, de contribuições recolhidas pelos agentes do mercado, principalmente da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE - e do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações - FISTEL.

Considerando o acima exposto, a opinião do Redator parece preconceituosa, limitada e emitida sem o devido aprofundamento sobre o assunto abordado.
 
J. A. Mannis

 

 

 

 

 
 
 
 

 

 

 

De: anppom-l-bounces em iar.unicamp.br [mailto:anppom-l-bounces em iar.unicamp.br] Em nome de Carlos Palombini
Enviada em: domingo, 20 de janeiro de 2013 03:35
Para: anppom-l em iar.unicamp.br
Assunto: [ANPPOM-Lista] O "Ciência sem Fronteiras": Editorial O Estado de S.Paulo

 


O 'Ciência sem Fronteiras' 


19 de janeiro de 2013 | 2h 03

O Estado de S.Paulo

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-ciencia-sem-fronteiras-,986117,0.htm <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso%2co-ciencia-sem-fronteiras-%2c986117%2c0.htm> 

Alegando que o governo tem o direito de estabelecer prioridades em matéria de financiamento ao ensino e à pesquisa, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região cassou a liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará que determinava a inclusão de 20 cursos da área de ciências sociais no programa Ciência sem Fronteiras, beneficiando com isso estudantes de letras, sociologia, artes, publicidade e comunicação. Segundo o relator do processo no TRF, desembargador Manoel Erhardt, ao ampliar a abrangência desse programa - que concentra suas bolsas nas ciências exatas e biológicas, áreas nas quais o Brasil tem um grande déficit de profissionais qualificados -, a Justiça Federal cearense "comprometeu a filosofia" do Ciência sem Fronteiras".
A liminar suspensa pelo TRF da 5.ª Região havia sido concedida em dezembro a pedido do Ministério Público Federal, que acolheu uma reivindicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Em sua 64.ª reunião, realizada em julho de 2012, a entidade reivindicou a concessão de bolsas para pesquisadores de ciências humanas, sob a justificativa de "aprimorar a área e fortalecer a política nacional de pós-graduação". 
Em resposta, os ministros de Ciência e Tecnologia e de Educação alegaram que o déficit de engenheiros, médicos, biólogos, químicos e tecnólogos é um obstáculo para o desenvolvimento do País. "O problema não está na área de ciências sociais, mas, principalmente, nas de engenharias. Nas humanidades, o Brasil já tem uma expressão bastante grande", disse o ministro Aloizio Mercadante. 
Embates judiciais e pressões corporativas têm sido um dos principais entraves para a modernização do sistema educacional e do sistema de fomento à pesquisa e qualificação do pessoal do ensino superior. Lançado há um ano, o Ciência sem Fronteiras prevê a concessão de 101 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no exterior. 
As primeiras bolsas se destinaram a estudos nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Itália, nas áreas de matemática, física, química e biologia. Os editais seguintes deram prioridade às engenharias e às ciências aplicadas, como nanotecnologia, biotecnologia, computação, tecnologia de comunicação, tecnologia mineral, petróleo, gás e carvão mineral. 
O programa tem sido elogiado pela iniciativa privada, que há muito tempo reivindica mão de obra qualificada. O crescimento da economia, ainda que modesto no ano passado, agravou o problema do déficit de profissionais preparados no mercado de trabalho. Na área financeira, a escassez de engenheiros chegou a tal ponto que os bancos, as seguradoras e os fundos passaram a contratar profissionais recém-formados em matemática, física e ciências atuariais para trabalhar em atividades que normalmente são exercidas por especialistas em engenharia financeira, como análise de risco, modelagem, precificação e uso de plataformas de investimentos com base em algoritmos.
A comunidade acadêmica também recebeu bem o Ciência sem Fronteiras, apesar das reivindicações da área de ciências humanas e sociais para ser agraciada com bolsas de estudo no exterior. Por causa dessas pressões, as autoridades educacionais assumiram uma posição ambígua. Apesar de o TRF da 5.ª Região ter cassado a liminar que permitia a participação de universitários da área de ciências humanas e sociais no Ciência sem Fronteiras, as duas agências de fomento responsáveis pelo programa - a Capes e o CNPq - mantiveram as inscrições desses alunos. No entanto, não deixaram claro se, ao final do processo de avaliação dos currículos e dos projetos de pesquisa, eles receberão bolsas - o que pode levar a novos recursos nos tribunais. 
O governo acertou ao lançar um programa que reduz a distância entre as universidades brasileiras e as estrangeiras mais conceituadas nas áreas de conhecimento estratégicas para o desenvolvimento do País. Contudo, pressões corporativas e a incerteza causada por decisões judiciais que alteram as regras do jogo podem comprometer o sucesso desse programa.

-- 

carlos palombini

www.researcherid.com/rid/F-7345-2011 


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