[ANPPOM-Lista] Algumas notícias sobre as últimas reuniões do CNPq

Heloísa e Wagner Valente whvalent em terra.com.br
Dom Jun 30 10:13:18 BRT 2013


 olá, Fernando, Didier e demais,
 agradeço os esclarecimentos.teria uma pergunta breve: há uns 2 anos
atrás, as avaliações finais encaminhavam os pareceres e, ainda, a
colocação na listagem dos contemplados (ou não) com
financiamentos.agora somente aquelas menções de praxeTer uma boa
avaliação, mesmo não obtendo financiamento é algo importante para
o proponente, não apenas para 'justificar' aos empregadores, pares
etc. mas também como um precedente na ocasião de encaminhar outra
proposta.dá para mexer nisso?bom domingo a todos, 
 abraçoHeloísa
 Heloísa de A. Duarte Valente 
 www.musimid.mus.br/ www.musimid.blogspot.com 
 On Sáb 29/06/13 13:42 , Fernando Iazzetta iazzetta em usp.br sent:
 OI Didier, 
 Acho difícil que o CNPq faça uma orientação geral e formal para
os pareceres, porque o teor do parecer depende muito da área do
projeto e, especialmente, dos problemas e qualidades do mesmo. Mas
depois de passar por tantos pareceres posso elencar  algumas coisas
positivas e negativas na composição de um parecer que são
frequentemente apontadas nas reuniões de julgamento de processos.
 1) Em princípio, não ajuda ter num parecer:
 -  frases lacônicas, sem a devida explicação, como "Projeto
adequado" ou  "Pesquisador reconhecido na área" pois elas não
oferecem subsídio nenhum para a avaliação;- excesso de adjetivos
(positivos ou negativos), sem que se demonstre a razão deles. Por
exemplo, escrever que um "projeto é excepcional"  não diz nada além
de uma "impressão" do assessor. Este tipo de frase significa que
temos que confiar totalmente na autoridade, no bom senso e no
conhecimento do assessor em relação á área. Nesse caso, o
avaliador do CNPq tem que reler o projeto e verificar o "porquê" do
parecer, ou seja, são dois trabalhos! Por outro lado, se lemos que um
"projeto é excepcional porque dá continuidade à pesquisa anterior,
apresentando um contribuição inovadora de de carater XYZ, e que se
propõe a realizar tais e tais propostas, as quais terão este e
aquele resultado" temos mais segurança para deliberar a partir do
parecer e colocar o tal projeto na perspectiva de comparação com
outros; - sugestões do assessor: o parecer não é lugar para dar
sugestões! As decisões do projeto cabem ao proponente, não é papel
do assessor interferir no projeto, apenas avaliar o seu mérito; -
pareceres excessivamente críticos ou em tom pessoal, como se o
assessor quisesse passar um "recado" ao proponente também não ajudam
na avaliação. O que acontece é que esse recado raramente chega ao
autor da proposta, pois geralmente são descartados no processo de
avaliação. O parecer deve ater-se ao mérito da proposta.
Pessoalmente, jamais deixo passar termos como "medíocre" ou
"maravilhoso" e eles são suprimidos do parecer que chega ao
proponente. O parecer recebido deve, antes de tudo, indicar ao
proponente e de maneira objetiva, o porque da proposta ter sido bem ou
mal avaliada;- observações contraditórias: é muito comum lermos
frases como "o projeto é excelente, mas a fundamentação teórica é
fraca"; ou "proponente é uma figura importante na área e com ótima
produção acadêmica, embora não tenha publicado nos últimos 4
anos". Não preciso dizer que este tipo frase também não ajudam na
avaliação.
 2) Por outro lado, ajuda ter num parecer:
 - objetividade;- objetividade; - objetividade; - e bom senso! 3) O
que deixa o avaliador muito feliz num parecer:
 - uma exposição clara e concisa do que levaria o assessor a
recomendar ou não uma proposta.
 4) Para aqueles que gostaria de um roteiro para tomar como base, é
simples:a) Brevíssima exposição do que consiste a proposta;b)
avaliação de mérito do projeto e dos resultados da propostac)
avaliação da capacidade e produção do proponente (e/ou da
equipe)d) avaliação do contexto e viabilidade (qualidade da
instituição, existência de grupo de pesquisa, laboratórios etc.)e)
frase conclusiva recomendando ou não a proposta
 Não tem como errar.
 abraços, Fernando
 On Jun 27, 2013, at 11:47 AM, Didier Guigue wrote:
Ola Fernando
 Obrigado por essas informações e pelo trabalho realizado durante
seu mandato. Em relação ao problema dos pareceres e suas
fundamentações, gostaria de reiterar aqui uma sugestão que eu lhe
tinha feito, de boca: que o Cnpq mandasse aos pareceristas algumas
orientações sobre o que ele entende, de fato, por parecer " bem" ou
" mal" fundamentado. Porque suponho que nenhum parecerista fundamenta
" mal" por querer. 
 Abç
 Didier Guigue [1]
 UFPB--Departamento de MúsicaHistória da Música Contemporânea
[2]Programa de Pós-Graduação em Musica [3]
 MUS3--Musicologia, Sonologia e Computação [4]
 COMPOMUS [5]
 Didier Guigue chez l\'Editeur Harmattan [6]Didier Guigue na Editora
Perspectiva [7]
 Discografia completa [8][Visite também Soundcloud [9] e Facebook
[10]]
 Currículo LATTES [11]
 Em 25/06/2013, às 23:37, Fernando Iazzetta  escreveu:
 Colegas, 
 Esta é provavelmente minha última mensagem com representante da
subárea de Música no CNPq. Um novo representante deve ser indicado
pelo CNPq em agosto ou setembro. Em primeiro lugar agradeço a todos
pela confiança no período em que estive nesta representação.
 Gostaria da dar um balanço bastante resumido das duas últimas
reuniões realizadas neste ano.
 A primeira foi no mês de março de 2013 para reavaliar a totalidade
dos pesquisadores bolsistas PQ. A agência tem mais de 15.000
bolsistas (cerca de 110 deles na área de artes) e todos foram
reavaliados com a intenção de  detectar distorções nas
classificações atuais. Após as análise, as diversas comissões
realizaram  pequenos pareceres para cada bolsista. Basicamente são 3
tipos de indicação: 1) que o bolsista, na comparação com área tem
uma produção notavelmente superior ao nível em que ele está
classificado atualmente e portanto deveria subir de classificação;
2) que o bolsista tem produção compatível com sua classificação
atual; ou 3) que o bolsista apresenta uma produção (sempre em
comparação com a área) que está aquém do esperado para aquele
nível e, portanto, poderia ter seu nível de classificação
abaixado.
 A agência ainda está processando esses dados, mas se comprometeu a
enviar esses pareceres aos bolsistas. O mais importante é que eles
sirvam de sinalizadores para que cada bolsista possa se situar (em
termos de produção) em relação à área. No que diz respeito a
medidas concretas, deve ocorrer o seguinte: 1) para os que tiveram
indicação para subir de nível: a reclassificação poderá ocorrer
ainda neste ano para os pesquisadores do nível 1, mas por razões
orçamentárias não serão atendidos (neste momento) os que se
encontram no nível 2; e 2) não haverá nenhum rebaixamento para os
que eventualmente tenham recebido essa recomendação.
 A segunda reunião acaba de ser realizada e foi referente ao Edital
Universal 2013. O processo ainda não foi finalizado e portanto pode
haver algumas mudanças nos dados que estou apresentando. Houve um
aumento de verba neste ano (de R$ 150 para R$ 170 milhões)
acompanhado de um crescimento proporcional da demanda. A área de
Artes solicitaram R$ 2.740.861,13 e receberam R$ 627.768,07
(aproximadamente 25% do que foi solicitado). 
 Neste ano foram feitas algumas mudanças no Edital desta chamada,
especialmente em relação à nova classificação dos projetos em 3
faixas diferentes. Aparentemente isso gerou alguma confusão e alguns
de vocês se inscreveram em faixas nas quais não podiam concorrer.
Tentamos reverter esses "enganos", mas a tendência do CNPq é que
esses pedidos sejam desqualificados e não serão contemplados. 
 Mais uma vez, ainda padecemos de pareceres pouco fundamentados. E o
CNPq mais uma vez sinalizou que deverá tomar alguma atitude em
relação a isso.  
 Estou esboçando alguma conclusão sobre o desempenho da Área nestes
3 anos que estive na representação junto ao CNPq. Assim que eu tiver
alguma coisa concreta, repasso a vocês.
 Abraços, Fernando
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