[ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari - entrando também na questão do que faz (e deve fazer) a musicologia

Igor Reis Reyner reynerpianista em yahoo.com.br
Qui Maio 30 12:04:59 BRT 2013


Alguém já parou para pensar que essas crianças simplesmente acharam na "balbúrdia", nas "vaias" e nos "palavrões" a única maneira de tomarem uma decisão em relação às próprias histórias, aos próprios corpos e às próprias vidas? Algo me faz acreditar que Nazareth não significa nada para elas (e nem de longe pode ser considerado como suas raízes). E ainda, outro algo me faz acreditar que o Mehmari está se colocando (e sendo colocado) como o mártir infeliz (não de um tecido) de um projeto civilizatório que cansou de dar mostras de sua perniciosidade e incompetência – autopromoção através de (falsa) piedade, bem ao gosto de certas... Oras, ninguém quer ter direito a escolher entre uma ou outra cultura musical, quando não se tem garantido, sequer, o direito à vida.

Igor. 


________________________________
 De : "Ferraz,Gabriel A" <gabrielferraz em ufl.edu>
À : anppom-l em iar.unicamp.br 
Envoyé le : Mercredi 29 mai 2013 18h11
Objet : Re: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre mehmari - entrando também na questão do que faz (e deve fazer) a musicologia
 

Oi pessoal. Eu conheci o André Mehmari na USP, quando fiz meu 
bacharelado lá. Apesar de não ter me tornado amigo dele, conversamos 
rapidamente algumas vezes. Além de ser um dos músicos mais talentosos 
de sua geração (talvez o mais talentoso que eu conheço), ele é 
realmente uma pessoa muito simples, e nem posso imaginar como ele se 
sentiu no palco ao ser vaiado por crianças. Um episódio realmente 
triste para a nossa música.

Com relação ao motivo pelo qual as crianças vaiaram, menciona-se 
muito a questão da indústria cultural e do meio cultural onde essas 
crianças vivem, a maneira como elas são, de certa forma, condicionadas 
culturalmente a ouvir certos tipos de música. Esse argumento é 
totalmente válido e verdadeiro, mas a questão do "condicionamento" da 
escuta vai além do poder que o meio cultural exerce na formação do 
indivíduo. Pesquisas neurológicas recentes têm mostrado que quando o 
cérebro se condiciona a ouvir determinadas combinações de sons, esses 
sons passam a estimular áreas do cérebro sons causam prazer (as mesmas 
áreas que são estimuladas quando alguém come algo gostoso ou pratica 
sexo). Além disso, o córtex auditivo literalmente se molda para ouvir 
esses sons aos quais a pessoa é exposta mais constantemente, e 
combinações de sons que não se encaixam nesses padrões já 
apreendidos soam muito dissonantes (entenda-se "mal") para o indivíduo, 
e causam um enorme desconforto e, posteriormente, a rejeição desses 
sons "desagradáveis".

Pesquisas australianas mostraram que quanto mais o indivíduo é 
treinado a ouvir determinadas combinações de sons, menos dissonantes 
elas soarão (mesmo que a teoria da música as classifique como 
dissonantes - pensem em uma 2a maior, por exemplo). Talvez essa seja a 
explicação científica para o que comumente chamamos "costume". Ou 
seja, o "costume" não é só um condicionamento social e cultural, mas, 
primeiramente, fisiológico.

Sei que no caso do André as vaias começaram antes mesmo de ele 
começar a tocar, o que implica em um preconceito contra Nazareth (já 
que as crianças não haviam ouvido a música ainda), muito 
provavelmente desconhecido dessas crianças. Não quero aqui teorizar 
sobre os diversos porquês da atitude das crianças, que certamente 
também brotaram da sua falta de exposição ao compositor e, portanto, 
da sua falta de conhecimento da música, o que deve ter gerado a 
resistência antes mesmo do concerto começar. E sem querer especular 
demais, mas seguindo um raciocínio lógico, afirmaria que, 
provavelmente, essas crianças já haviam imaginado, antes mesmo da 
apresentação começar, todo o tipo de sons "do passado" - que talvez 
elas nem saibam exatamente o que são - associados a um compositor que 
elas não conheciam, o que causou o estranhamento, distanciamento, e 
finalmente, o repúdio. Seguindo as conclusões dos estudos dos 
neurologistas, acredito que ao ouvir aqueles  sons, que elas realmente 
não conheciam, o cérebro dessas crianças deve ter percebido uma 
enorme "dissonância", mesmo que a música de Nazareth não seja 
dissonante de acordo com a nossa teoria musical, o que as levou a 
balbúrdia total. (E isso independe de condição social e cultural).

Desculpem pelas digressões no caminho, mas meu ponto principal aqui é 
que em musicologia utiliza-se muito as teorias das ciências sociais e 
da antropologia para explicar comportamentos associados à música, e 
muitas vezes esquece-se de que muito do que se percebe e se apreende em 
uma experiência musical (seja ela com simples ruídos que ouvimos na 
rua ou em obras musicais complexas) deve-se à maneira como nosso 
cérebro processa essa informação. Não devemos deixar esse ponto de 
lado em nossas discussões. Pelo contrário, acredito que, em se 
tratando de tópicos que envolvem discussões sobre música e 
comportamento, o entendimento dos processos neurológicos da percepção 
da música é um componente fundamental, e que, talvez, deva ser 
entendido antes mesmo de utilizarmos teorias da sociologia e 
antropologia na tentativa de entendermos e explicarmos esses tópicos.

Para quem quiser saber mais sobre as pesquisas que mencionei, tenho 3 
tópicos que versam sobre o assunto no meu site: dois textos com 
comentários sobre pesquisas em música e neurologia, e um documentário 
interessantíssimo sobre o mesmo assunto, que todos os músicos e, 
principalmente, musicólogos, devem conhecer. Envio ainda o link para 
uma discussão estética da apreciação musical, que também se 
relaciona com o assunto. Como o objetivo é tratar os assuntos musicais 
de uma maneira mais "jornalística" e menos musicológica, para que um 
público mais geral leia e se interesse pelo que acontece no mundo da 
música que só os especialistas conhecem, os textos não seguem o 
padrão acadêmico, e eu não me proponho a dar respostas sobre os 
assuntos discutidos, mas tão somente transmitir informações e propor 
reflexão. As informações discutidas, entretanto, não são menos 
válidas ou menos "verdadeiras" por esse motivo.

Os links seguem abaixo:

Aprenda a gostar da música que você não gosta: 
http://www.zapmusico.com.br/blog/como-gostar-de-musica/
Boa música é “tão bom quanto sexo”: 
http://www.zapmusico.com.br/blog/musica-boa-e-sexo/
O que é a música, afinal de contas?:
The Music Instinct: Science & Song by Elena Mannes: 
http://www.zapmusico.com.br/blog/a-psicologia-da-musica/

Obrigado pela atenção. Espero que o comentário contribua para a 
discussão e que os textos do blog gerem discussões sobre o 
entendimento de assuntos ligados à música e comportamento.

Abraços,

Gabriel Ferraz, pianista e musicólogo



On Wed, 29 May 2013 12:52:29 -0300, anppom-l-request em iar.unicamp.br 
wrote:
> Enviar submissões para a lista de discussão Anppom-L para
>     anppom-l em iar.unicamp.br
>
> Para se cadastrar ou descadastrar via WWW, visite o endereço
>     http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
> ou, via email, envie uma mensagem com a palavra 'help' no assunto ou
> corpo da mensagem para
>     anppom-l-request em iar.unicamp.br
>
> Você poderá entrar em contato com a pessoa que gerencia a lista 
> pelo
> endereço
>     anppom-l-owner em iar.unicamp.br
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> Quando responder, por favor edite sua linha Assunto assim ela será
> mais específica que "Re: Contents of Anppom-L digest..."
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>    1. Re: Fim da Prova de Habilidade Específica em Música
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>       tecido civilizatório" (Carlos Palombini)
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>       (Estevão Moreira)
>
>
> 
> ----------------------------------------------------------------------
>
> Message: 1
> Date: Wed, 29 May 2013 08:41:44 -0300
> From: Luciano Morais <lucianocesar78 em yahoo.com.br>
> To: Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
> Cc: "anppom-l em iar.unicamp.br" <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Fim da Prova de Habilidade Específica em
>     Música
> Message-ID: <730C22E0-FCB8-47D8-911A-75F968D58A05 em yahoo.com.br>
> Content-Type: text/plain; charset="utf-8"
>
>     Musicologia não precisa ser circunscrita a um "ramo" das
> ciências humanas (um braço, um sub-item, um setor, sem
> especificidade nem autonomia em relação às ciências humanas no 
> que
> se refere a método tratamento e escolha dos objetos), mas também 
> (e,
> para alguns, principalmente, porque engloba pesquisas voltadas
> especificamente para a performance, processos de composição e
> critica de obras de arte como tais, ao lado e além da consideração
> delas enquanto dados sócio-histórico-culturais) o estudo 
> aprofundado
> da música enquanto produção artística. Me perdoe, caro prof. Dr.
> Didier, mas qualquer pesquisa séria nessa área exige formação
> técnica e musical bem além do básico. Um musicólogo tem ter livre
> acesso às "obras"  ou objetos sonoros e musicais pela via da 
> leitura,
> da escrita, da perspectiva da performance, ou seja, tem que ter tido
> em algum momento da vida vivido a situação de musico, e dos bons,
> capaz de ler, tocar, fazer musica de conjunto, discutir
> interpretação, etc. Essa formação permite ao pesquisador acesso
> às obras, seja de que origem social forem, vale as da tradição
> oral, mas elas tem que poder ser comentadas e percebidas (vai uma 
> aula
> de percepção aí ou não precisa saber distinguir intervalos pra 
> ser
> musicólogo?) do ponto de vista musical, não só histórico-social.
>      Vale lembrar que José Ramos Tinhorão rejeitava ser chamado de
> musicólogo dizendo: "Eu sou historiador, musicólogo é o Regis
> Duprat!"). Gostem ou não dos dois, eles respeitavam as diferenças 
> de
> área.
>     Duprat estreou obras do Cláudio Santoro, se for preciso lembrar.
> Abraço!
> Luciano
>
> Em 28/05/2013, às 12:09, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> 
> escreveu:
>
>>
>>
>> Mas o que seria a Musicologia sem um musicólogo capaz de ler 
>> partituras, conhecer o repertório, técnicas de composição, 
>> análise musical e situar a importância de seu trabalho em meio à 
>> produção musical? Um antropólogo, um sociólogo ou um historiador 
>> seriam capazes de fazer esse tipo de trabalho?
>>
>>
>> Daniel Lemos Cerqueira
>>
>> http://musica.ufma.br
>>
>>
>>
>> --- Em ter, 28/5/13, Didier Guigue <didierguigue em gmail.com> 
>> escreveu:
>>
>> De: Didier Guigue <didierguigue em gmail.com>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fim da Prova de Habilidade Específica 
>> em Música
>> Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
>> Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
>> Data: Terça-feira, 28 de Maio de 2013, 11:35
>>
>>
>> Mas o que seria "musicologia", lato sensu [estudos sobre música], 
>> senão um ramo das ciências humanas?
>>
>> Em 27 de maio de 2013 01:53, Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br> 
>> escreveu:
>>
>> Prezado Luciano,
>>
>> Bravíssimo! Excelente colocação. Destaco uma frase de seu 
>> discurso:
>>
>> "Para perspectivas interdisciplinares sem exigência de habilidades 
>> específicas, estão aí as áreas de ciências humanas."
>>
>>
>> ________________________________________________
>> Lista de discussões ANPPOM
>> http://iar.unicamp.br/mailman/listinfo/anppom-l
>> ________________________________________________
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> URL:
> 
> <http://iar.unicamp.br/pipermail/anppom-l/attachments/20130529/9c6d7f61/attachment.htm>
>
> ------------------------------
>
> Message: 2
> Date: Wed, 29 May 2013 10:07:04 -0300
> From: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
> To: Pesquisadores em Sonologia (Música)
>     <sonologia-l em listas.unicamp.br>
> Cc: Etnomusicologia Br Yahoo <etnomusicologiabr em yahoogrupos.com.br>,
>     anppom-l <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] [Sonologia-l] [etnomusicologiabr] "pontos
>     de ruptura no tecido civilizatório"
> Message-ID:
>     <CAJWibmEr14PfnUzX2J_=16kL9i9Z7kMUe9PkzfjpZsKqtWW30Q em mail.gmail.com>
> Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"
>
> Hugo,
>
> Enviei o texto por várias razões, que não caberiam num simples 
> "não
> concordo". Há muita coisa errada ali, independente do que tenha 
> acontecido.
> A primeira delas, e a principal, é que André Mehmari ser insultado 
> numa
> apresentação apareça como "pontos de ruptura no tecido 
> civilizatório", um
> clichê precioso (entre os vários clichês do texto) no qual os
> Mehmari/Wisnik ofendidos (tenho em mente também a manifestação do 
> pianista
> no Facebook) são o civilizatório rompido. A outra face da moeda é 
> seu
> significado, o fio do qual esse civilizatório é tecido: são os
> tiros com os
> quais os não-Mehmari não-Wisnik são não só impedidos de realizar 
> seu
> trabalho como também executados (no sentido criminal do termo) 
> impune, pura
> e simplesmente --- em São Paulo mesmo.
>
> Não sei se você lê a *Piauí*, mas o último número tem um bom
> artigo que se
> intitula, na capa, "A praga modernista", e no interior, "Reféns da
> modernistolatria":
>
> 
> http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-80/questoes-de-literatura-cultura/refens-da-modernistolatria
>
> Abraço,
>
> Carlos
>
>
> 2013/5/28 Hugo Leonardo Ribeiro <hugoleo75 em gmail.com>
>
> Palombini,
>>
>> Posso afirmar, com quase certeza, que você enviou esse texto mas 
>> não
>> concorda com o autor. Nem eu concordo. Há muitos problemas básicos 
>> em seu
>> discurso, entre os quais esse necessidade de uma ponte para ligar 
>> culturas
>> distintas. Isso sempre é problemático. Principalmente quando se 
>> pensa que
>> um grupo de indivíduos precisa ter acesso a determinados bens 
>> culturais
>> para poder elevar seu status sociocultural. Espero que tal projeto 
>> seja
>> mais do que o que o Wisnik descreveu. Senão, é, no mínimo, 
>> etnocêntrico...
>>
>> Hugo Ribeiro
>>
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>
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>
> Message: 3
> Date: Wed, 29 May 2013 12:10:09 -0300
> From: Carlos Palombini <cpalombini em gmail.com>
> To: ANPPOM <anppom-l em iar.unicamp.br>
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] novo artigo sobre a vaia contra Andre
>     mehmari
> Message-ID:
>     <CAJWibmGeLLr9obBbv0xdJKUZ76CsfN=7V7VUN98HBVTr7cREgw em mail.gmail.com>
> Content-Type: text/plain; charset="windows-1252"
>
> Este trecho aqui é uma joia:
>
> Vejamos: primeiramente, Nazareth não é dodecafônico, Nazareth não 
> foi um
>> alienígena de difícil compreensão, ou um compositor nascido na 
>> Monróvia.
>> Nazareth retirou o material de sua criação da música do povo 
>> brasileiro,
>> das ruas, do choro, das valsas, do ambiente musical popular de sua 
>> época.
>> Sendo assim, a aberração está não em mostrar Nazareth ao povo, 
>> mas no fato
>> desse mesmo povo não ser capaz ? não de ?compreender? ? mas de se
>> reconhecer minimamente em uma obra que se baseia na raiz de sua 
>> própria
>> forma de expressão, a ponto de recusá-la com veemência. Se há 
>> algo de
>> errado nesse enredo, o erro é esse! E, evidentemente a 
>> responsabilidade
>> disso não está nas crianças! Algo tem que ter ocorrido no 
>> percurso de tempo
>> de Nazareth até hoje, para fazer com que uma música  que tenha 
>> vindo tão
>> profundamente do povo não seja reconhecida por esse próprio povo 
>> como parte
>> de sua simbologia.
>>
>
> Ao fim e ao cabo, é o mesmo lero-lero: oferecer aos ignaros algo 
> melhor que
> a lama em que chafurdam, algo de que necessitariam, se ao menos 
> pudessem
> entender isso. Para corigi-lo, que o governo nos dê mais um 
> dinheirinho.
>
> "Colocar a semente de Nazareth no coração desses jovens..." Ave 
> Maria cheia
> de graça!
>
> "Jovens oriundos de um ambiente socialmente degradado, tocando 
> Stravinsky
> como gente grande na Sala São Paulo..."
>
> AD MAJOREM DEI GLORIAM INQUE HOMINUM SALUTEM
>
> Abraço,
>
> Carlos
>
> 2013/5/28 Ale Fenerich <fenerich em gmail.com>
>
> 
> http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/plateia-infantil-hostiliza-musico-andre-mehmari
>>
>> mais um artigo do episodio de Andre Mehmari
>>
>
> --
> carlos palombini
> pesquisador visitante, centro de letras e artes, unirio
> ufmg.academia.edu/CarlosPalombini
> proibidao.org
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>
> ------------------------------
>
> Message: 4
> Date: Wed, 29 May 2013 12:14:55 -0300
> From: Estevão Moreira <estevaomoreira em gmail.com>
> To: Daniel Lemos <dal_lemos em yahoo.com.br>
> Cc: anppom-l em iar.unicamp.br
> Subject: Re: [ANPPOM-Lista] Fim da Prova de Habilidade Específica em
>     Música
> Message-ID:
>     <CAJ_-KaqwSFe=+xMKqBwmgkD6MrGCHnyn=3EU6sQVH5P74FaBPQ em mail.gmail.com>
> Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"
>
> Caros,
>
> Se nossa área de pesquisa situa-se, a título de categorização, 
> dentro da
> linguística, convém ampliar o q se quer chamar de campo de estudo 
> da
> música. Ademais, a própria ideia de linguagem, sobre a qual se 
> aportam e se
> apertam muitas teorias, práticas e querelas sobre a noção de 
> "linguagem
> musical", são alheias ao campo estrito da música, tem sua origem 
> nas
> ciências sociais.
>
> Isso certamente não seria um problema se houvesse consenso no uso
> corriqueiro de termos tão polêmicos e polissêmicos. Afinal de 
> contas, um
> dos requisitos da pesquisa científica é comunicabilidade e 
> objetividade.
>
> Estevão
>
> Enviado do tel
> Em 29/05/2013 00:51, "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br> 
> escreveu:
>
>>
>> Mas o que seria a Musicologia sem um musicólogo capaz de ler 
>> partituras,
>> conhecer o repertório, técnicas de composição, análise musical 
>> e situar a
>> importância de seu trabalho em meio à produção musical? Um 
>> antropólogo, um
>> sociólogo ou um historiador seriam capazes de fazer esse tipo de 
>> trabalho?
>>
>>
>> Daniel Lemos Cerqueira
>>
>> http://musica.ufma.br <http://musica.ufma.br>
>>
>>
>> --- Em *ter, 28/5/13, Didier Guigue <didierguigue em gmail.com>* 
>> escreveu:
>>
>>
>> De: Didier Guigue <didierguigue em gmail.com>
>> Assunto: Re: [ANPPOM-Lista] Fim da Prova de Habilidade Específica 
>> em Música
>> Para: "Daniel Lemos" <dal_lemos em yahoo.com.br>
>> Cc: "ANPPOM" <anppom-l em iar.unicamp.br>
>> Data: Terça-feira, 28 de Maio de 2013, 11:35
>>
>>
>> Mas o que seria "musicologia", lato sensu [estudos sobre música], 
>> senão um
>> ramo das ciências humanas?
>>
>> Em 27 de maio de 2013 01:53, Daniel Lemos 
>> <dal_lemos em yahoo.com.br<http://mc/compose?to=dal_lemos@yahoo.com.br>
>> > escreveu:
>>
>>
>> Prezado Luciano,
>>
>> Bravíssimo! Excelente colocação. Destaco uma frase de seu 
>> discurso:
>>
>> *"Para perspectivas interdisciplinares sem exigência de habilidades
>> específicas, estão aí as áreas de ciências humanas."*
>>
>>
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